Professores se mobilizam contra ameaça contida em cortes propostos pelo governo de Minas nas universidades

Pensada durante a última greve dos professores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a Frente Parlamentar de Defesa do Ensino Superior deverá sair do papel para fazer contraponto às medida do governo do Estado que preveem cortes de 20% na folha de pagamentos e de 10% no custeio das universidades Estadual de Montes Claros (Unimontes) e do Estado de Minas Gerais (Uemg).
“Isso irá provocar achatamento salarial, demissão de professores designados, corte de benefícios, risco iminente de fechamento de campi, comprometimento do programa de pós-graduação e extinção de cursos”, denuncia o presidente da Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes), Afrânio Farias de Melo Júnior.
A categoria se reuniu em assembleia e estabeleceu uma pauta de mobilização que inclui o envolvimento dos conselhos universitários e ação política junto aos deputados ligados à defesa da educação no Norte de Minas, que integrarão a Frente. A deputada Marilene Alves de Souza, a Leninha, já se pronunciou na Assembleia contra as medidas.
Além da educação, os cortes determinados pelo governo do Estado provocarão o aumento do caos na saúde pública, pois impactam diretamente o Hospital Universitário Clemente de Faria, administrado pela Unimontes e único a atender 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Para comprovar o baixíssimo impacto orçamentário, a Adunimontes informa que o corte linear de 20% nas folhas e de 10% nos custeios da Unimontes e Uemg representa apenas 0,38% do orçamento do Estado.
“A universidade cumpre papel estratégico regional. Aceitar passivamente os cortes é compactuar com o inaceitável histórico de investimento público em educação superior prioritariamente no centro-sul de Minas Gerais”, considera Afrânio Farias. Ele lembra, ainda, que o Norte de Minas é a região mais prejudicada, pois é a que tem a menor cobertura de universidades públicas no Estado.
Ofício da Secretaria de Estado da Educação, datado de 5 de fevereiro, cobra celeridade às duas universidades na formulação de um planejamento para executar as medidas. Segundo o governo, as instituições deixaram de apresentar a proposta, o que deveria ter sido feito até 1º de fevereiro. No documento está previsto que o segundo passo no cronograma de cortes estabelecido pelo governo é a extinção de cursos, além de alteração na grade de outros, definição também a cargo das instituições de ensino.
A determinação prevê que esse planejamento deve ser feito em conjunto por Unimontes e Uemg, antes da reunião do dia 13 de março, data agendada para reunião com a Secretaria, na Reitoria da Unimontes.

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