Oriundo do PT e de perfil fiscalizador e denuncista, vereador passou a ter trabalho mais pragmático e voltado às necessidades práticas da população

O vereador Aldair Fagundes foi reeleito com 2.731 votos, ampliando a votação que obteve em 2016 (1.620 votos). Militante dos movimentos sociais e de pastorais da Igreja Católica, Aldair tem sua história ligada ao Partido dos Trabalhadores, mas viu sua trajetória política dar uma guinada nos últimos anos, quando se aliou ao prefeito reeleito Humberto Souto.
Ele trocou o PT pelo Cidadania, partido de Souto e pelo qual disputou o pleito de 2020. A vida dele sofreu uma reviravolta. De uma carreira política considerada acabada a figura fundamental na relação entre Executivo e Legislativo e homem de confiança do prefeito. Quando foi eleito, 4 anos atrás, Aldair Fagundes vinha de 8 anos de “hibernação” – período em que se dedicou à atividade de agricultor, em seu sítio, depois de alguns fracassos eleitorais.
Na sua nova fase, se aliou a Souto, provocando a ira da direção local do PT, que o ameaçou várias vezes de expulsão. Em resposta às críticas dos ex-companheiros, ele argumenta que se desiludiu com as contradições do partido, pelo qual alega ter sido perseguido. “Somou-se a isso o fato de a gestão de Humberto Souto estar fazendo o bem para Montes Claros, pela correção de sua administração e quantidade de obras executadas, em todas as áreas”, justifica.
“Nunca estive tão bem, tão leve”, confidencia, em alusão ao seu novo posicionamento. Parece ter se livrado do fardo de ter sempre servido à legenda sem ter contrapartida. O desgaste teve início em 2016, quando Aldair atuou ativamente na campanha da então candidata a prefeita Marilene Alves de Souza, a Leninha, mas teve sua campanha a vereador boicotada pelos caciques petistas, a exemplo do que já ocorrera em 1996, quando foi eleito pela primeira vez.
Os mesmos que, com ele eleito, passaram a criticá-lo durante seu mandato, exigindo postura oposicionista ao prefeito. O curioso é que a mesma reação o PT não teve quando sua representação na Câmara se aliou ao ex-prefeito Luiz Tadeu Leite. Na época (2009 a 2012), o partido também “passou pano” no fato de companheiros ocuparem cargos na gestão tadeusista.
A incompatibilidade entre Aldair Fagundes e o PT remonta a 1996, quando de “zebra” ele acabou sendo o único eleito da agremiação, que apostava em outros nomes e não lhe deu nenhuma estrutura para a campanha. Foi reeleito em 2000 e disputou as eleições de 2002 para deputado estadual. Em 2004 e 2008 foi candidato novamente a vereador, mas não conseguiu ser eleito. Retomou sua atividade parlamentar ao ser eleito em 2016.
No novo mandato, ele pretende criar e aprovar bons projetos. Para o vereador, intensificar o trabalho social junto às pastorais e movimentos sociais é um dos focos. “Espero que a Câmara tenha um nível de responsabilidade à altura da população. Que saibamos discutir em alto nível o que é bom para cidade. Do Executivo, esperamos uma responsabilidade a altura da campanha e que cumpra os compromissos. Que possamos principalmente respeitar nossas diferenças para que o debate aconteça de forma saudável”, resume.
Apesar de novamente ter sido atacado na recente campanha, Aldair garante que não guarda mágoas e que manterá seu gabinete, como sempre, aberto a todos.

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