Os alunos do curso de Medicina das Faculdades Integradas do Norte de Minas (Funorte) realizaram protesto ontem de manhã na área de estacionamento do Hospital das Clínicas Mário Ribeiro, pertencente ao grupo empresarial comandado pelo ex-prefeito Ruy Muniz, por entenderem que estão sendo prejudicados com a falta de estrutura para estudarem. O movimento foi coordenado pelos alunos do internato de Clínica Cirúrgica e Clínica médica do nono período, que comunicaram a paralisação das atividades em ambulatórios do CEMED, plantões no Bloco Cirúrgico, Enfermaria, Anestesia e Ambulatório. Essa decisão foi tomada em comum acordo com os estudantes dos estágios.
O protesto contou com aproximadamente 50 alunos. Eles alegam que, antes de iniciarem o movimento, foram chamados pela direção do hospital para conversarem, mas alegam que as promessas feitas são sempre improdutivas, pois nunca são cumpridas. A queixa é a falta de material para procedimentos básicos como: campos, compressas, gazes, lençóis, macas, berços, etc; de medicamentos básicos como: dipirona, anestésico, misoprostol, etc; falta de pacientes na clínica médica, enfermaria, ambulatório, maternidade, pediatria, entre outros setores; falta de pacientes para cirurgias eletivas; alunos impedidos de entrar em hospitais credenciados pela instituição em outras cidades, como Pirapora e Janaúba, por falta de pagamento; alunos defasados em áreas básicas do ensino como pronto socorro, pediatria, clínica cirúrgica e urgência e emergência por falta de campus e de pacientes; professores se desligando da instituição por falta de pagamento; e residentes em férias compulsórias por falta de paciente.
Queixam-se de que o estágio não cumpre o que o MEC exige e, por isso, os representantes da turma entraram em contato com coordenadores do estágio e do Curso Médico, sem obter propostas para solução dos problemas. “Dessa maneira, devido a esses fatos listados, os alunos não irão comparecer às atividades do internato até que a direção ou coordenação do curso tenha normalizado a situação ou que tenham alternativas plausíveis” – explica a nota.
Nas redes sociais, em uma mensagem assinada pelo ex-prefeito Ruy Muniz, fundador da Funorte, afirma que, infelizmente, os alunos estão sendo usados por alguns médicos professores, que tiveram seus contratos de trabalho modificados e alega que os acadêmicos demonstram certa confusão, misturando as coisas. A carta divulgada cita, como exemplo, que ninguém foi barrado em Janaúba ou Pirapora; não está faltando medicamentos. Ele afirma que os anestesistas completaram a escala e mais dois profissionais de anestesia foram contratados para o bloco cirúrgico.
O ex-prefeito comemora, pois afirma que o Hospital das Clínicas conseguiu ser retaguarda do Hospital Municipal Alpheu de Quadros para a pediatria, e o movimento vai crescer; cumpriu os compromissos com os acadêmicos, entre eles a abertura dos dois CTIs. A maternidade está tendo movimento satisfatório e haverá o credenciamento do hospital para integrar a Rede Cegonha e habilitar a maternidade para o alto risco. Está na programação abrir o Pronto Socorro com porta aberta para o trauma, clínica médica, pediatria, clínica cirúrgica e neurocirurgia. Está pleiteando, também, a alta complexidade em ortopedia, neurologia, cirurgia bariátrica e outras especialidades. (GA)