Não há um metro quadrado da casa de Salomé Silva, no Bairro Inconfidentes, em Contagem, que não lembre sua maior paixão, o Cruzeiro.
A torcedora-símbolo do Cruzeiro, Maria Salomé da Silva, a Dona Salomé, de 86 anos morreu de problema cardíaco na madrugada desta terça-feira (10.12), em Belo Horizonte. De acordo com o filho, ela morreu no hospital, após passar mal no Mineirão, no último domingo (08.12), antes da confusão generalizada, quando o time foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro. Foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada a uma Hospital. Salomé tinha problema de hipertensão.
Conhecida como Dona Salomé, a torcedora é conhecida por toda a torcida cruzeirense e era funcionária do clube. Ela não faltava a quase nenhum jogo e acompanhava o time de coração em outros esportes também, como o vôlei.
O único filho, Roberto da Silva, de 61 anos, contou que Dona Salomé passou mal no Mineirão no domingo e chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros.
Nas redes sociais, torcidas de inúmeros clubes renderam homenagens à dona Salomé, como era conhecida entre torcedores cruzeirenses, e prestaram condolências aos amigos e familiares próximos a ela.
Apaixonada pelo time celeste, Maria Salomé era presença carimbada nas partidas disputadas pelos elencos cruzeirenses, quer do futebol, quer do vôlei, sempre ao lado de sua raposa de pelúcia – mascote do time.
“MORA DENTRO DO MEU CORAÇÃO”
Não há um metro quadrado da casa de Salomé Silva, no Bairro Inconfidentes, em Contagem, que não lembre sua maior paixão, o Cruzeiro. Bandeirões enfeitam o lado de fora da casa, um pedaço de grama sintética serve de tapete na sala, uma raposa empalhada decora a sala, fotos com ex-jogadores e dirigentes enfeitam o armário da
cozinha e antigos banners fora a área de lavar, onde vivem seus papagaios, que levam o nome de Adilson Batista e Marcelo Moreno.
Salomé nasceu na zona rural de Bom Despacho e mudou-se para Belo Horizonte em 1958, para trabalhar em casas de família. A paixão pelo Cruzeiro veio com o marido, que jogava em um time amador em Bom Despacho cujo as cores eram azul e branco. Ao longo das décadas, o laço com o Cruzeiro foi ficando mais forte, com os primeiros títulos no Mineirão.
“Dia de jogo do Cruzeiro, eu nem consigo comer direito, perco a fome, perco o sono.
Eu sofro por causa do time, mas ele me dá só alegria”, conta Salomé, Hoje, gabando-se de ter faltado a apenas 22 jogos no Mineirão, um no Independência e um em Sete Lagoas.
Desde a década de 1990, Salomé é funcionária do Cruzeiro, trabalhando como faxineira no clube do Barro Preto. Em dia de jogos, sai do trabalho direto para o Mineirão e encara dois ônibus de volta para casa, chegando em Contagem por volta de 2h. “Sou apaixonada pelo Cruzeiro e é o time que me mantém firme”.
Com Superesportes e G1