Em conversas mantidas com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, Vladimir Putin detalhou seis exigências da Rússia para colocar fim à guerra na Ucrânia, que completa um mês na próxima quinta-feira, 24 de março.
Porta-voz e conselheiro pessoal de Erdgogan, Ibrahim Kalin afirmou a jornalistas em Istambul que dos seis pontos colocados por Putin, quatro seriam de fácil resolução e dependem exclusivamente de decisões do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
A principal exigência de Putin é que a Ucrânia se comprometa a nunca fazer parte da Organização do Tratado Atlântico Norte, a Otan, e de quaisquer outros organismos multilaterais comandados pelos EUA.
Putin ainda exige que a Ucrânia se submeta a um processo de desarmamento para mostrar que não representa uma ameaça à Rússia.
A Ucrânia também teria que manter o idioma russo em áreas do país onde ela é falada.
Putin ainda exige que a Ucrânia realize a “desnazificação” do país, proibindo grupos de ultradireita remanescentes da II Guerra Mundial que são nutridos pela ideologia nazista.
Os quatro pontos acima seriam de fácil aplicação, segundo Kalin, e dependeria exclusivamente da ação de Zelensky.
No entanto, Putin exige outras duas medidas relativas aos territórios que, para o governo russo, ainda fazem parte da chamada “Grande Pátria Russa”, e envolve atores da comunidade internacional.
A primeira delas é sobre a região da Crimeia, no sul da Ucrânia, que foi anexada pela Rússia após a chamada “revolução ucraniana de 2014”, em que o governo do presidente Viktor Yanukovych (pró-Rússia) foi deposto.
A revolta ucraniana ocorreu justamente porque Viktor Yanukovych se recusou a assinar um acordo de associação com a União Europeia. Uma das primeiras ações do novo governo foi revogar uma lei que reconhecia o russo como língua regional oficial.
Os moradores da parte leste da Ucrânia – na chamada região de Donbas – manifestaram-se contra o novo governo em Kiev.
A região separatista é onde estão os territórios de Donetsk e Lugansk, reconhecidas pela Rússia como regiões independentes no dia 21 de fevereiro.
É este os dois pontos mais difíceis: Putin quer que a comunidade internacional reconheça tanto a Crimeia quanto Donetsk e Lugansk como territórios russos.