No próximo dia 12 de junho, acontecerá a assembleia de acionistas da falida Coteminas. No entanto, a primeira chamada da assembleia de credores está marcada para o mesmo dia, com a segunda chamada para 26 de junho, caso não haja quórum, conforme informado pelo Sintrafite. A assembleia visa discutir a atualização do processo de recuperação judicial da Coteminas e, posteriormente, analisar o plano de pagamentos aos credores, o que vem gerando expectativa, principalmente para os trabalhadores.

A Coteminas está sob administração judicial da Credilità Administração Judicial e Serviços Ltda.

No próximo dia 12, acontecerá assembleia de acionistas da falida Coteminas, grande conglomerado têxtil criado pelo ex-vice-presidente da República José Alencar e, hoje, administrado pelo filho Josué Gomes da Silva, que é o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Há um movimento dos sindicatos, com mediação do Ministério do Trabalho em Minas, para que os trabalhadores da companhia sejam os primeiros a receber seus direitos. São sete mil pessoas com 20 a 30 anos de trabalho e que, há mais de um ano, nada recebem.

Em 2023, o grupo Coteminas chegou a fechar um acordo com a Shein para produzir peças no Brasil, mesmo já enfrentando dificuldades e acumulando pausas nas fábricas. “Conforme já amplamente informado, desde o fim da pandemia, a companhia vem tendo seus negócios negativamente impactados pela combinação de fatores adversos que acarretaram dificuldades financeiras”, alegou a Coteminas após pedir a RJ.

O pedido, segundo a empresa, busca “garantir as atividades empresariais e os ativos das companhias e suas controladas”

Recentemente, a Coteminas foi acusada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Montes Claros e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria de atrasar salários de funcionários ativos, algo que é proibido para empresas em recuperação judicial.

O grupo, licenciado exclusivo das marcas Mmartan, Artex, Casa Moysés e Persono, afirmou a Justiça que os salários em atraso já foram regularizados. A documentação apresentada, entretanto, foi insuficiente. Segundo a Administração Judicial da Coteminas, não é possível afirmar “o adimplemento de todas as verbas salariais devidas no período indicado pela entidade sindical, em razão da falta de discriminação das verbas”.

Relembre o caso

Em decisão proferida no dia 14 de junho de 2024, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) definiu que o processo de recuperação judicial (RJ) do Grupo Coteminas iria tramitar na 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte. A definição ocorreu após empresas credoras solicitarem que o caso fosse analisado em São Paulo, devido a um processo de falência já extinto contra o grupo no estado paulista.

No pedido de RJ, o grupo Coteminas informou uma dívida de R$ 2 bilhões. A decisão, assinada pelo juiz Adilon Cláver de Resende, justifica a análise do caso em BH devido o faturamento do grupo se concentrar, em maior parte, em Minas Gerais, na cidade de Montes Claros. A maioria dos credores também está no estado e é considerada hipossuficiente – como trabalhadores e microempresas e empresas de pequeno porte.

Por fim, o magistrado também elencou o maior volume de colaboradores do grupo atuando nas operações em território mineiro. Além disso, nove dentre as dez empresas que integram o Grupo Coteminas têm sedes estatutárias no estado, sendo quatro em Belo Horizonte, quatro em Montes Claros e uma em São Paulo.

No dia 25 de julho de 2024, a Justiça homologou o processamento da recuperação judicial do grupo do setor têxtil Coteminas.

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