O Banco Central finalmente reconheceu que a economia encolheu no primeiro do governo Bolsonaro, num desastre de largas proporções: o índice do Produto Interno Bruto (PIB) do período, a ser divulgado oficialmente em breve, será negativo; o país está mergulhando na recessão. A informação consta da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) que aponta que os indicadores disponíveis sugerem uma “probabilidade relevante” de que a economia brasileira tenha tido queda no primeiro trimestre.
Na semana passada, o BC já havia reconhecido sinais de fraqueza econômica, mas disser preciso mais tempo para analisar em profundidade o comportamento da economia. O dado negativo agrava o risco de que o país entre em uma recessão técnica já que a revisão do PIB do último trimestre de 2018 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou para um crescimento pífio da economia, de apenas 0,1%. Caso os dados do primeiro trimestre deste exercício sigam esta tendência o Brasil entrará oficialmente em recessão.
“Leia a seguir reportagem da agência Reuters sobre o assunto:
Reuters – Indicadores disponíveis sugerem “probabilidade relevante” de que a economia brasileira tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre deste ano sobre o período anterior, apontou o Banco Central, com implicações para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada nesta terça-feira, o BC apontou que “o processo de recuperação gradual da atividade econômica sofreu interrupção no período recente, mas o cenário básico contempla sua retomada adiante”.
O BC avaliou no documento que alguns efeitos de choques vividos pela economia em 2018 ainda persistem e acrescentou que “incertezas sobre aspectos fundamentais do ambiente econômico futuro – notadamente sobre sustentabilidade fiscal – têm efeitos adversos sobre a atividade econômica”, numa provável referência à necessidade de aprovação da reforma da Previdência.
“A manutenção de incertezas quanto à sustentabilidade fiscal tende a ser contracionista. Reformas que geram sustentabilidade da trajetória fiscal futura têm potencial expansionista, que pode contrabalançar efeitos de ajustes fiscais de curto prazo sobre a atividade econômica, além de mitigar os riscos de episódios de instabilidade com elevação de prêmios de risco, como o ocorrido em 2018”, pontuou.
Na semana passada, o BC reconheceu mais sinais de fraqueza econômica, mas manteve o discurso de que precisa analisar com tempo suficiente o comportamento da atividade antes de eventual mudança na rota dos juros, com a Selic mantida na mínima histórica de 6,5 por cento. A mensagem foi reforçada na ata nesta terça-feira.
Por Marcela Ayres