O bolsonarismo prepara-se para o que pode ser sua última cartada com o objetivo de saltar à frente da crise que praticamente liquidou seu governo: está convocando manifestações de cunho fascista em todo o país para o próximo dia 26. A tentativa de mobilizar a base do bolsonarismo tem como mote o whatsapp distribuído pelo próprio presidente: ele estaria isolado, sufocado pelo “sistema” que o impediria de governar livremente. Os alvos das manifestações serão o Congresso, o STF, o PT, o PSOL, a mobilização estudantil e os movimentos sociais.

A convocação está sendo feita com os seguintes dizeres: “Ou você vai, ou os ladrões voltam. Ele levou uma facada para que o Brasil não virasse Venezuela”.

Cristiano@Cristiano3344

ou você vai as ruas ou os corrupto volta ao poder.

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O tom beligerante é estimulado pelos líderes do bolsonarismo. O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe G. Martins espalhou está pedindo a Bolsonaro que “exponha a podridão do sistema e peça mais engajamento popular”. Numa sequência de 11 tweets em tom entre o incendiário e o desesperado, coroado com o lema em latim “Deus Audaces Sequitur (A sorte acompanha os audazes), Filipe afirma que “os donos do poder” optaram em investir “na mentira, inventando um tal bolsonarismo, suposta ameaça à democracia”. Diz ainda que “o feitiço foi quebrado e essa estratégia (de ataque) só funciona com pessoas fracas”.

Filipe G. Martins@filgmartin

9. Diferentemente das vozes cínicas do establishment, o povo não aceita que joguem a ele algumas migalhas em troca de sua consciência, pois sabe que sacrificar sua honra e sua honestidade em troca de mais do mesmo é submeter-se à opção abjeta por tudo o que nos trouxe até aqui.

Filipe G. Martins@filgmartin

10. Diante disso, não é otimismo esperar outras vitórias do homem comum contra os esquemas espúrios e imorais que o establishment deseja nos impor como inevitáveis: basta que quem foi escolhido líder pelo povo exponha a podridão do sistema e peça mais engajamento popular.

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A estratégia será bem sucedida? Haverá milhares de pessoas nas ruas no domingo da próxima semana? Difícil dizer. Mas a extrema-direita hoje está esquálida é uma sombra do movimento que mostrou vigor e base popular nas manifestações de 2015-16.

A mídia conservadora, que fazia convocações explícitas e intensas para as manifestações pelo golpe de Estado contra Dilma, rompeu com o bolsonarismo e hoje está na oposição ao governo. Além disso, há divisão cada vez maior na extrema-direita, com as diversas facções em confrontos cada vez mais agudos. O MBL, por exemplo, rompeu com o governo e não participará da manifestação.

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