Ex-presidente trabalha para que Eduardo e Flávio sejam titulares da comissão para defendê-lo no Congresso; bolsonaristas já se arrependem de criar o colegiado – Créditos: Ascom/TSE (Roberto Jayme)
Com medo de ficar sozinho no centro das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai se debruçar sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atua para emplacar o nome dos filhos como titulares do colegiado.
O ex-mandatário quer que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) estejam entre os titulares da CPMI do Golpe para defendê-lo no Congresso.
Mas essa estratégia do clã Bolsonaro não conta com o apoio do presidente nacional do PL. De acordo com a coluna de Bela Megale, de O Globo, Valdemar Costa Neto sinalizou, de maneira reservada a aliados, que vê como erro a estratégia de escalação dos filhos do ex-mandatário para a CPMI.
Para Valdemar, além de Bolsonaro, todo o clã iria para o centro da crise. Entre membros do PL, a leitura é que não há como o ex-presidente sair “ileso” da comissão.
A CPMI do Golpe foi instalada nesta quarta-feira (26). Durante sessão conjunta do Congresso, o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) fez a leitura do requerimento de instalação do colegiado.
A princípio, a base governista no Congresso era contra a instalação da CPMI do Golpe. Mas houve uma mudança de estratégia, que agora defende a comissão. Essa guinada ocorreu após serem vazadas e veiculadas pela CNN Brasil imagens que mostram a atuação de agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no Palácio do Planalto em meio à invasão golpista de 8 de janeiro.
Com o avanço da articulação da base de apoio ao Governo Lula para atuar na CPMI, uma ala da oposição já se arrepende da criação do colegiado. Conforme noticiou a Revista Fórum na última segunda-feira (24), a investida bolsonarista para instalar a comissão começa a perder força.
Segundo o jornalista Valdo Cruz noticiou no seu blog no g1 nesta quarta, alguns parlamentares não descartam a possibilidade de desistir da comissão. Em especial se a presidência e a relatoria da CPMI ficarem com nomes alinhados ao Palácio do Planalto.