Prefeito frustrou planos de ‘frente ampla’ da esquerda e obteve mais de 59% dos votos válidos, mas representante do Psol despontou como possível liderança

Marcada por reviravoltas e surpresas desde o primeiro turno, a eleição de São Paulo teve como desfecho a escolha pela continuidade. Com 59,38% dos votos válidos, o atual prefeito Bruno Covas (PSDB) consolidou a hegemonia tucana na cidade e frustrou os planos da “frente ampla” da esquerda, liderada por Guilherme Boulos (Psol) – que, apesar da derrota, despontou nacionalmente como um eventual nome do campo progressista para o pleito de 2022.

O candidato Bruno Covas (PSDB) venceu a eleição para prefeito da capital paulista e estenderá seu mandato até 2024. Com 98,18% das urnas apuradas, o tucano acumulava 59,34% dos votos válidos, enquanto o adversário no segundo turno, Guilherme Boulos (PSOL), possuía 40,66% dos votos válidos.

Bruno Covas, candidato da coligação Todos por São Paulo (PP / MDB / Podemos / PSC / PL / Cidadania / DEM / PTC / PV / PSDB / PROS) tem 40 anos e ensino superior completo. Ele declarou R$ 104,9 mil em bens. Já o candidato derrotado, Guilherme Boulos, da coligação Pra Virar o Jogo (PCB / PSOL / UP) é professor de ensino superior e tem 38 anos. Ele declarou R$15,9 mil em bens.

Boulos em ascensão

A derrota frustrou os planos da frente de esquerda formada no segundo turno em São Paulo, mas não impediu Boulos de se fortalecer como possível candidato à Presidência em 2022. No pleito de 2018, ele teve pouco mais de 617 mil votos em todo o Brasil – número que se multiplicou por mais de três e alcançou 2,1 milhões no segundo turno da capital paulista neste ano.

“O recado de mais de 40% da população de São Paulo é claro: dá para fazer política sem abrir mão dos nossos sonhos, dos nosso valores. Quero cumprimentar o Bruno Covas e desejar que ele tenha sorte nos próximos quatro anos e que, acima de tudo, governe a cidade sabendo que uma imensa parcela da cidade quer mudança”, disse Boulos em pronunciamento divulgado nas redes sociais. Com COVID-19, o representante do Psol não votou nesse domingo.

De acordo com os analistas ouvidos pela reportagem, ainda é cedo para apontar quem serão os rivais de Bolsonaro daqui dois anos. Porém, o fortalecimento de Boulos foi consenso entre as avaliações, apesar do provável protagonismo de outros partidos. “É a principal liderança ascendente da esquerda, mas o Psol é um partido pequeno, não tem tempo de televisão e não tem expressão nacional. PT e PDT são partidos organizados nacionalmente. Tem muitas conversas pela frente”, apontou Carlos Ranulfo, professor do departamento de ciência política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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