Há dez anos, tornou-se obrigatório o uso de cadeirinhas para o transporte de crianças pequenas em veículos automotores.

É uma recomendação internacional de mais de 20 anos e seu uso, segundo a  Organização Panamericana de Saúde, pode reduzir em 60% o numero de mortes. É uma redução percentual de risco maior até que a do uso de capacetes por motociclistas.

A duras penas, criou-se uma consciência de sua necessidade entre as famílias brasileiras, desde a implantação de regras para o transporte de crianças, em 2010.

Ainda assim, falha. Um rápida pesquisa mostra que, agora em abril deste ano, um bebê de 10 meses, sem cadeirinha, morreu ao ser ejetado do carro, no Paraná. Outro, de 11 meses, saiu ileso de uma capotagem feia em Fortaleza.

De repente, Jair Bolsonaro, sem ouvir ninguém, desprezando a opinião de médicos de traumas e instituições de estudo de acidentes viários, decide sozinho e resolve substituir a multa para quem desobeceder esta regra por uma “advertência escrita”.

Em português claro, por um nada, um “ai,ai,ai”.

É inacreditável que até nisso o país esteja vivendo tamanho retrocesso.

É inacreditável que se cometa tamanha irresponsabilidade.

Tudo para ele é o elogio da morte: tirem os radares, eliminem os exames toxicológicos, acabem com as cadeirinhas das crianças.

Em nome da liberdade do indivíduo, mate-se e morra-se.

Tijolaço

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