Desde o início das eleições, estabeleceu-se uma lógica de que Bolsonaro era o candidato preferido pelo mercado financeiro. Sempre que o candidato chamado de nazista por jornais europeus subia nas pesquisas, a bolsa valorizava e o dólar caía. O mercado via, não em Bolsonaro mas, em Paulo Guedes, o que sempre esperaram de um futuro ministro da Fazenda, ou da economia, autonomia, privatização total e ultra-neoliberalismo radical.
Tava tudo certo, até o momento em que o posto Ipiranga, Paulo Guedes, abriu a boca. A primeira, foi a forma como houve grande agressividade com a jornalista argentina, quando perguntado sobre o Mercosul. Guedes disse grosseiramente que o bloco econômico não era prioridade.
A segunda, foi quando Bolsonaro começou a comprar uma briga desnecessária com mundo islâmico, ao querer transferir a embaixada brasileira para Jerusalém. A ação ideológica do novo governo, traria grande prejuízo para a exportação de proteína animal para esses países. Lembrando que em conjunto, eles representam um dos maiores parceiros comerciais do Brasil.
A pior de todos, foi quando Guedes mandou o Senado fazer o orçamento deles, que ele faria o próprio a ser apresentado no ano seguinte. A resposta foi tida como tão ridícula e prosaica, que demonstrou a imensa ignorância do posto Ipiranga quanto ao que é a governança pública.
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Dentre outras enormes besteiras e burrices do grupo de transição, o resultado tem sido de sucessivas quedas da bolsa e forte elevação do valor do dólar. No último dia 13, por exemplo, foi uma queda de 0,7% mas, no dia da declaração sobre a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentarias) a queda foi superior a de 3%. Assim, o dólar que chegou a custar R$ 3,65, com a vitória do Bolsonaro, já está com valor superior a R$ 3,83.
Os números comprovam que o mercado financeiro começa a cair em si e a compreender que o mito não passa do termo, um mito que não existe.