Por unanimidade a Câmara Municipal de Montes Claros rejeitou a admissibilidade do processo de impeachment contra o prefeito Humberto Souto ( Cidadania), que foi apresentado pelo deputado estadual Bruno Engler (PRTB). O pedido refere a obrigatoriedade da apresentação do cartão de vacina contra a Covid-19 para que a população possa frequentar locais públicos e privados. A discussão acerca do assunto foi debatida durante a sessão ordinária desta terça-feira, 25/1.

Os vereadores consideraram que a proposta do deputado é uma “falta de respeito” à população de Montes Claros, uma vez que o “passaporte” da vacina foi validado pelo Tribunal de Justiça e pela própria Câmara. Alegaram os legisladores, “ que ir a favor do pedido de impeachment, é ir contra a todos os decretos impostos anteriormente, que tiveram o objetivo de conter a contaminação do novo coronavírus” .

Para o vereador Edmilson Bispo (PSD), basta ver o número de redução em relação à contaminação para saber que a atitude do prefeito foi benéfica. Segundo a vereadora Iara Pimentel (PT), a atitude do deputado é “negacionista e absurda”, e, que é preciso incentivar a vacinação contra a Covid-19. O vereador Daniel Dias (PcdoB) também concorda que o negacionismo da imunização gera mortes cada vez mais frequentes. O vereador Marlus do Independência pontuou que o deputado Bruno Engler poderia ter procurado os parlamentares para discutir o assunto e conhecer a realidade da saúde do município antes de tomar essa decisão.

O vereador Rodrigo Cadeirante lembrou que o assunto já foi judicializado e o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) se pronunciou favoravelmente à medida restritiva.
“Trata-se de uma presepada a atitude do deputado, que exerce um mandato pífio e insignificante, mas se vê no direito de vir a Montes Claros fazer essa palhaçada”, disparou o vereador. “Onde ele estava quando o povo precisou?”, questionou, citando problemas que afetam a população, como os abusos cometidos pela Copasa e o alto valor do pedágio na BR-135, entre outros.
Ele lembrou que Bruno Engler também nunca destinou nenhuma emenda para Montes Claros, embora tenha sido votado na cidade, na eleição de 2018.
Rodrigo Cadeirante enfatizou que nem o próprio autor levou a sério o pedido de impeachment, pois no vídeo que divulgou diz que o documento é um mero instrumento de pressão. “O curioso é que ele está contra o passaporte de vacinação, mas para entrar na Câmara teve que apresentá-lo. Ou seja, está devidamente vacinado. É do tipo ´faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço`”, argumentou Rodrigo Cadeirante.
O vereador também trouxe à tona outra incoerência de Bruno Engler, que, ao criticar o passaporte, disse que “Montes Claros não é a casa da mãe joana”. “Na prática ele demonstrou que acredita no contrário, pois deveria ter dito isso para seu motorista, que estacionou o carro na vaga de pessoas com deficiência, em frente à Câmara, quando veio protocolar o pedido”, lembrou.
“Parece que o deputado dormiu e acordou em véspera de eleição, querendo colher o que não plantou”, considerou Rodrigo Cadeirante.

O presidente da Casa, vereador Cláudio Rodrigues (Cidadania), ressaltou que a Câmara de Montes Claros respeita aqueles que optaram por não se vacinar. Entretanto, o prefeito Humberto Sou7to9 tem feito uma gestão pautada no bem-estar da população e no interesse da maioria.

Com informação dos jornalistas Waldo Ferreira e Cristine Antonini

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