Conselho detectou que Celton Rocha Mesquita usava uma poupança aberta em nome da filha para movimentar dinheiro de sua empresa
Em meio ao laranjal e o enrosco de Flávio Bolsonaro no caso Queiroz, mais um candidato do PSL entrou na mira do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). A entidade detectou movimentações bancárias suspeitas do empresário mineiro Celton Rocha Mesquita, candidato a deputado estadual pelo partido em 2018.
Segundo o Coaf, Mesquita usava uma poupança aberta em nome da filha para movimentar dinheiro de sua empresa de segurança privada, a Aperphil. Entre janeiro de 2015 e março de 2017, passaram pela conta 1,7 milhão de reais. Desse montante, 700 mil foram sacados pelo empresário e 738 mil foram devolvidos à Aperphil.

De acordo com o Coaf, os 1,7 milhão que entraram na conta são: 2 depósitos em espécie de 64 mil, depósitos em cheque de 33,6 mil e transferências de 1,6 milhão da Aperphil. As retiradas foram feitas em 58 saques de 698 mil.

“O que causa estranheza é que os recursos ingressados provêm de transferências da empresa Aperphil Vigilância sendo uma parte sacada e a outra devolvida para a própria empresa tanto no Santander como TEDs (Transferência Eletrônica Disponível) para o Itaú”, diz um trecho do relatório, revelado em primeira mão pelo Estadão.

Mesquita declarou ao Santander renda mensal de 25 mil reais. Já o faturamento mensal declarado da Aperphil é de 8,5 milhões.

O conselho acendeu o alerta por suspeitas de ‘burla a identificação de origem e destino’, agravada por prestação de serviços a órgãos públicos, já que a Aperphil presta segurança armada para museus regionais do estado e outras empresas públicas.

Entre março e agosto de 2017, passaram pela mesma conta poupança 2,55 milhões. Com depósitos de registros ligados a Furnas (1,2 milhão, divididos em depósitos de 372 mil), IBGE (430 mil) Justiça Federal de Primeiro Grau em Minas (111 mil), Funai (33,6 mil), entre outros.

Mesquita é filiado ao PSL desde o ano passado. Antes, foi candidato a vereador pelo PTN (2016) e a deputado federal pelo PT do B (2014). Foi derrotado nas três eleições, ficando como suplente. Nas eleições deste ano, ele declarou ao TSE um patrimônio de 1,1 milhão de reais.

Procurado, Celton Rocha Mesquita não se manifestou até a publicação.

 

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