Senador fez referência ao aceno de Bolsonaro a Zema nas eleições ao governo de Minas Gerais; Carlos Viana deixou o PL e se filiou ao Podemos na última quarta-feira (1º)

O senador Carlos Viana (Podemos-MG) declarou ter se sentido traído e abandonado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao se candidatar para o governo de Minas Gerais pelo Partido Liberal nas últimas eleições. A declaração foi concedida em entrevista à CNN neste domingo (5).

Ele cont

ou que foi convidado para se filiar ao PL, partido em que concorreu, em abril de 2022 pelo próprio ex-mandatário, por seu filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e pelo presidente da sigla, Valdemar Costa Neto. O convite envolvia uma aliança eleitoral que, segundo Viana, foi descumprida.

“A proposta era que eu seria candidato a governador de Minas Gerais, que era o meu desejo, fazendo um palanque para o [ex-]presidente Bolsonaro no estado. Eu me comprometi a ser candidato e cumpri com a minha palavra até o último minuto. Pois bem, na primeira aparição pública que tivemos, Bolsonaro levantou o braço do governador de Minas Gerais, Romeu Zema [Novo], e daí para a frente começou a dizer que em time que está ganhando, não se muda”, afirmou.

“Em várias lives, ele [Bolsonaro] disse inclusive que era importante eleger um senador, deixando de lado o meu cargo. Eu me senti abandonado e traído naquilo que eu havia me comprometido”, disse. “Mas desistir da candidatura, eu não iria desistir. Isso não passa pela minha vida uma vez que eu aceitei. Cumpri até o último minuto, fui fiel em todos os momentos”, acrescentou.

Apesar de Viana ter sido lançado como candidato do PL com articulação direta de Bolsonaro, o ex-presidente manteve acenos a Zema durante a campanha eleitoral. Em 4 de outubro de 2022, dois dias depois do primeiro turno das eleições, Zema confirmou apoio a Bolsonaro para o segundo turno presidencial contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Com o caso, o senador deixou o PL e se filiou, na última quarta-feira (1º), ao Podemos. Ele contou que fez um trato com Valdemar de que ajudaria na candidatura de Rogério Marinho (PL-RN) à Presidência do Senado – derrotado por Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também na quarta (1º) -, mas que faria a troca de partido em seguida. A intenção, segundo Viana, é reconstruir uma base política voltada ao centro em Minas Gerais.

“Fui recebido no Podemos de uma maneira muito especial, diferentemente de como fui recebido no PL de Minas, com vários deputados fazendo críticas [e dizendo] que o projeto era uma imposição. Então fica difícil você se acertar em uma legenda. É desgastante, mas eu confesso que estou me sentindo muito mais tranquilo hoje em voltar ao Podemos”, afirmou.

Viana frisou, ainda, que prefere o diálogo em vez de radicalismos que não permitem discutir propostas independentemente da questão ideológica. A referência foi direta à disputa presidencial do último ano. “Eu acho que todos têm a contribuir. Esse pensamento incomodou”, apontou na entrevista.

Jornal O Tempo

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