Enem privilegia direitos humanos e cidadania ao abordar envelhecimento na redação

Em 2025, a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) trouxe o tema “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”. Neste domingo (9), além da prova de redação, os candidatos fazem as questões de linguagens e códigos e de ciências humanas. A prova termina às 19h (horário de Brasília). Para a professora Viviane de Souza, que dá aula em pré-vestibulares de Fortaleza (CE), a escolha da temática segue uma linha já adotada em outras edições do exame. “O Enem seguiu o raciocínio dos anos anteriores ao privilegiar o debate sobre direitos humanos e cidadania e envolver um grupo minoritário para isso”, avalia. Ela lembra que o tema é bastante atual, tendo em vista os dados revelados pelo Censo Demográfico 2022, o qual mostrou que o total de pessoas com 65 anos ou mais no país chegou a 10,9% da população, com alta de 57,4% frente a 2010, quando esse contingente era de pouco mais de 14 milhões, ou 7,4% da população. “A temática é de grande relevância, tendo em vista o processo de envelhecimento populacional pelo qual vem passando a sociedade há anos, com uma projeção de que, em 2070, os idosos representarão cerca de 37,8% da população, totalizando 75,3 milhões de pessoas, segundo o IBGE”, destaca Sousa. A professora de Redação avalja que os aspectos exigidos na prova são acessíveis aos diversos níveis dos participantes. “Inúmeras ações já existem e podem ser citadas, como o Estatuto da Pessoa Idosa, o qual reforça os direitos constitucionais dessa parcela, bem como ações de valorização desse público, a exemplo do Dia Nacional do Idoso.” Ela reforça que os candidatos devem refletir ainda sobre os entraves ainda enfrentados, como a falta de acesso aos serviços de saúde, questões previdenciárias e o preconceito social. Etarismo Professores ouvidos pela Agência Brasil também destacaram a oportunidade de debater o etarismo, tendo em vista que mais de 4,8 milhões de pessoas fazem a prova. Para a professora de redação Bárbara Soares, que atua em Brasília, o exame trouxe, mais uma vez, um tema relevante e atual, tendo em vista o envelhecimento da população e a necessidade de combate ao etarismo. Além disso, relações possíveis com violações de direitos, como a descoberta sobre os desvios de recursos das aposentadorias de brasileiros e a necessidade de novas políticas públicas poderiam ser abordadas na prova. “Há uma grande preocupação de como proteger essas pessoas. O Enem coloca uma lupa sobre um problema que está relacionado a grupos mais vulneráveis e de que premissas constitucionais estão sendo violadas”, afirmou a docente. O professor Thiago Braga, que dá aulas no Rio de Janeiro, também destaca a mudança na pirâmide etária brasileira. “É uma discussão feita interdisciplinarmente na escola. Todos eles sabem, por exemplo, que a pirâmide etária brasileira está passando por uma transformação importante nesse momento”, pondera. O projeto de texto, com informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, deverá defender um ponto de vista – uma opinião a respeito do tema proposto -, apoiada em argumentos consistentes, estruturados com coerência. O candidato também deverá elaborar uma proposta de intervenção social (solução) para o problema apresentado no desenvolvimento do texto. Essa proposta deve respeitar os direitos humanos. Propostas que desrespeitem os direitos humanos receberão nota zero. Constituem desrespeito aos direitos humanos propostas que, por exemplo, incitem as pessoas à violência ou tenham referências racistas.

Japonvar deixa Lontra para trás e fica em primeiro lugar no acesso à educação

Levantamento realizado pela Veredas Assessoria em Políticas Públicas Ltda, mostra que no norte de Minas, a qualidade da educação municipal é melhor em pequenos municípios. Os municípios com menos de 10 mil habitantes, no norte de Minas, têm melhor qualidade de ensino nas suas redes municipais do que aqueles com maior população e maior número de matriculados, na educação infantil (creche e pré-escola) e no ensino fundamental (5ª até a 9ª série). É o que demonstra um levantamento realizado pela Veredas Assessoria em Políticas Públicas Ltda, a partir da arrecadação do ICMS Educação, em 2.024. Em 2.024, os municípios de Japonvar e Lontra com menos de 9 mil habitantes e cerca de 1.000 alunos matriculados nas suas redes municipais de ensino, desbancaram Montes Claros com seus 418.381 habitantes e 48.547 alunos matriculados. Enquanto Japonvar arrecadou R$ 2.690.115, e Lontra R$2.614.937, Montes Claros arrecadou R$ 2.489.480,53, um pouco mais do que a capital do norte de Minas. Parece estranho, mas não é. A qualidade da educação é o maior parâmetro para o cálculo da pontuação e posterior arrecadação de cada município. A Lei nº 24.431, de 14/09/2023 alterou a Lei nº 18.030, de 12 de janeiro de 2009,(Lei Robin Hood) que dispõe sobre a distribuição da parcela da receita do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios. Em Minas, 10% da arrecadação do ICMS deve ser distribuído para os municípios. Os principais critérios são: Índice de Desempenho Escolar; Adoção de medidas de equidade expressas no Índice de Rendimento Escolar; Atendimento Educacional e Gestão Escolar Que critérios são esses? Índice de Desempenho Escolar – taxa de participação dos estudantes nas avaliações; indicadores de nível socioeconômico dos estudantes, observadas as desigualdades entre os distintos grupos raciais e entre estudantes residentes em áreas urbanas e rurais. Este é o fator principal para ter uma boa arrecadação. Adoção de medidas de equidade expressas no Índice de Rendimento Escolar a) redução das desigualdades de acesso e permanência na educação básica, observadas as desigualdades entre estudantes negros e não negros e entre estudantes residentes em áreas urbanas e rurais; b) progressão dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, dentre eles os estudantes com transtorno do espectro autista – TEA. Atendimento Educacional, com apuração da taxa de atendimento educacional nos níveis e modalidades de ensino de responsabilidade do município, observando a) a oferta de educação em tempo integral; b) a ampliação do atendimento aos estudantes quilombolas e residentes em áreas rurais; c) a ampliação da taxa de alfabetização e escolaridade da população com 15 anos ou mais; Gestão Escolar – dados do censo escolar e indicadores de infraestrutura escolar, os recursos de acessibilidade, a formação dos profissionais de educação e a efetividade da gestão democrática das escolas, como eleição de diretores e participação social da comunidade escolar. Os dados são registrados e avaliados pela Secretaria de Estado da Educação. Esta elabora um Relatório e pontuação de cada município na área da educação. Encaminha à Fundação João Pinheiro que, junto com a Secretaria da Fazenda de Minas, calcula o índice de participação anual do ICMS de cada município. Os índices publicados em um ano são de informações e dados gerais de segundo ano anterior. Exemplo: os índices publicados, para o exercício de 2024, foram baseados em dados de 2022. Essa breve análise é sobre o valor da arrecadação. Estudos estão sendo feitos para avaliação e comparação dos critérios educacionais. BREVE ANÁLISE DO CRITÉRIO EDUCAÇÃO NA ARRECADAÇÃO DO ICMS, EM 2.024. REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO MUNICÍPIOS DO MÉDIO SÃO FRANCISCO DADOS COMPARATIVOS Critério ICMS – Educação Relatório Anual até 31 de agosto – SEE-MG A pontuação do critério Educação na distribuição do ICMS estadual garante um percentual significativo do total repassado aos municípios. Nos Critérios de distribuição percentuais do ICMS, o VAF – Valor Adicionado Fiscal tem 75,00% e a Educação tem 10,00%. Pontuação no ICMS Observa-se que o número de alunos matriculados, a partir da lei24.431/2023, não tem peso relevante nos novos índices calculados. A avaliação qualitativa é fundamental no estabelecimento de novos parâmetros. A tabela acima mostra que municípios com menos alunos matriculados receberam, em 2024, valores bem maiores que outros com grande número de alunos. Outro exemplo: Ibiracatu com seus 567 alunos matriculados, arrecadou R$ 2.378.673,67. Mais do que Januária com 4.716 matriculados que amealhou R$ 1.736.686,82, e Pirapora, com 4.653 matriculados, tendo a arrecadação de R$ 1.644.971,38. Outros municípios com menos de 10 mil habitantes e menos de 800 alunos matriculados como Campo Azul, Bonito de Minas, Luislândia e Verdelândia também superam Januária e Pirapora. “Os gestores municipais da educação devem repensar seus planos, programas e projetos, avaliando suas diretrizes, objetivos e metas, tendo como referência experiências exitosas de seus vizinhos muitas vezes desprezados”. comentou o presidente da Veredas Assessoria em Políticas Públicas Ltda, Álbano Silveira Machado Para mais informações  (38) 99878-4055 Email: veredas.consultoria1@gmail.com

Lula anuncia investimento de mais de R$ 100 milhões para cursinhos populares em 2026

O novo edital, previsto para ser publicado em dezembro, prevê R$ 108 milhões de investimento para até 500 cursinhos O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou neste sábado (18) de um encontro com estudantes da rede de cursinhos populares do ABC paulista em São Bernardo do Campo. No Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib, onde também ocorreu um aulão preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o petista discursou em favor da educação e anunciou a ampliação da Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP). “Hoje, 384 cursinhos populares estão sendo apoiados pelo Ministério da Educação e pelo governo do presidente Lula. Vamos anunciar aqui o novo edital que vai ser aberto em dezembro e vamos chegar a 500 cursinhos em todo o Brasil”, disse o ministro da Educação, Camilo Santana, durante o evento. “Falar em democracia é falar em educação, falar em soberania é falar em educação.” Na ocasião, Lula falou sobre a importância de ofertar ensino de qualidade para toda a população. “Esse país está na mão de vocês, e vocês serão os responsáveis. Se eu cheguei, vocês podem chegar; se eu não tive chance, vocês estão tendo chance. Pelo amor de Deus, agarrem essa chance com as duas mãos, se dediquem”, afirmou. “Nós também fizemos a Universidade da América Latina em Foz do Iguaçu. A gente quer formar uma doutrina latino-americana com professor latino-americano, com estudantes latino-americanos, para que a gente possa sonhar que esse continente um dia vai ser independente, que nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil, porque a gente não vai aceitar”, disse Lula. A declaração ocorre em meio às negociações entre Brasília e Washington para suspender as tarifas impostas a produtos brasileiros pelo presidente Donald Trump de 50% no início de agosto. As taxas foram uma tentativa por parte do republicano de pressionar o Judiciário brasileiro no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também é ex-ministro da Educação, declarou que a mudança do perfil dos estudantes que acessam a universidade no país dependeu do trabalho do presidente Lula. “Não caiu do céu. Depende de ter uma liderança da qualidade do presidente Lula à frente do executivo federal”, disse. O chefe da pasta repetiu o discurso clássico do presidente ao afirmar que colocar o “pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda” incomoda a elite econômica brasileira. “No Brasil, quem paga imposto, com certeza, é a classe trabalhadora. Se você vai subindo nas classes sociais, você vai subindo degrau, chega uma hora que o Estado não te alcança mais e você não paga imposto”, disse Haddad. De acordo com o governo federal, atualmente, 12,1 mil estudantes são atendidos em 384 cursinhos populares em todo o país com um investimento de R$ 74 milhões. O novo edital, previsto para ser publicado em dezembro, prevê R$ 108 milhões de investimento para até 500 cursinhos em 2026. “Cada cursinho contemplado [no primeiro edital] recebeu até R$ 163,2 mil para pagamento de professores, coordenadores e equipe técnico-administrativa, além de auxílio-permanência de R$ 200 mensais para até 40 alunos por unidade”, informou o governo por meio de nota.

Veto a celular leva 80% dos alunos a prestar mais atenção nas aulas

Pesquisa aponta impacto positivo da medida, mas alerta para desafios como tédio, ansiedade e bullying Mais de 80% dos estudantes brasileiros afirmam que passaram a prestar mais atenção nas aulas após a restrição ao uso de celulares em sala. Os dados fazem parte de uma pesquisa divulgada pela Agência Brasil, realizada pela Frente Parlamentar Mista da Educação em parceria com o Equidade.info, iniciativa ligada ao Lemann Center da Stanford Graduate School of Education. O levantamento mostra que o impacto é mais perceptível nos primeiros anos do Ensino Fundamental I, onde 88% dos estudantes disseram estar mais concentrados. Já no Ensino Médio, o índice chega a 70%. Para os organizadores da pesquisa, os números comprovam que a lei sancionada em janeiro de 2025, que proíbe o uso de celulares em escolas, trouxe efeitos práticos para o ambiente de aprendizado. Redução do bullying virtual e desafios comportamentais A pesquisa também revelou que 77% dos gestores e 65% dos professores perceberam queda no bullying virtual, fenômeno comum no ambiente escolar digitalizado. No entanto, apenas 41% dos alunos disseram sentir essa mudança, o que sugere subnotificação de casos ou dificuldade de percepção pelos próprios estudantes. Apesar dos avanços, o estudo aponta efeitos colaterais: 44% dos alunos disseram sentir mais tédio nos intervalos e recreios, índice que sobe para 47% entre estudantes do Fundamental I. Além disso, 49% dos professores relataram aumento da ansiedade entre os jovens, especialmente pela ausência do celular como meio de interação. Diferenças regionais e percepções políticas Regionalmente, o Nordeste apresentou o melhor resultado: 87% dos estudantes apontaram avanços na atenção e no ambiente escolar. No Centro-Oeste e no Sudeste, os índices foram menores, com 82% de avaliação positiva. O presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, deputado Rafael Brito, destacou a importância da medida: “Proteger nossos estudantes do uso do celular em sala de aula é garantir um ambiente mais saudável e focado no aprendizado. O resultado que vemos hoje é a confirmação de que a educação precisa ser prioridade, com políticas que cuidem do presente e preparem o futuro dos nossos jovens.” Já a presidente do Equidade.info, Claudia Costin, alertou que ainda há obstáculos a enfrentar: “Houve uma queda significativa no bullying virtual na visão dos gestores, mas é crucial ouvirmos os estudantes que ainda sentem o problema. Ou seja, a conclusão é que a restrição foi positiva, mas sozinha não basta: as escolas precisam criar alternativas de interação e estratégias específicas para cada idade.” Estratégias pedagógicas e futuro da lei Para o coordenador do Equidade.info e docente da Stanford, Guilherme Lichand, os dados reforçam a necessidade de estratégias pedagógicas adaptadas: “Os resultados confirmam que a regulação do uso de celulares trouxe ganhos importantes para o aprendizado. Mais do que limitar o uso do telefone celular, a lei abre espaço para repensarmos como a escola se conecta com os alunos. O próximo passo é garantir que a aplicação da lei seja efetiva em todas as etapas, respeitando as particularidades de cada contexto escolar.” Segundo Lichand, a meta é transformar a restrição em política duradoura, unindo desempenho acadêmico e bem-estar estudantil. Metodologia da pesquisa O estudo ouviu 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores em escolas públicas municipais, estaduais e privadas de todas as regiões do país, entre maio e julho de 2025.

Brasil perde o talento da professora bocaiuvense Gilca Alves Wainstein

A gloriosa educadora, natural de Bocaiúva, faleceu em 9 de setembro de 2025, na cidade de Campinas, onde vivia. Seu corpo foi cremado no Complexo Memorial Hortolândia, localizado na cidade de Hortolândia, no Estado de São Paulo. Por Juca Brandão* Gilca Alves Wainstein foi sempre conhecida por nós, desde as nossas infâncias, como Gilca de Dr. Gil e de dona Carmélia Alves. Ela que sempre foi elogiada por sua estupenda inteligência, erudição, fidalguia e por ser, também, uma mulher de peregrinos encantos. Reafirmando-se, igualmente, que Gilca tornou-se bastante famosa nas altas esferas culturais, pelo seu alto grau de conhecimento humanístico e também, pela sua capacidade administrativa. Como diria o Sr. Romeu Barcellos Costa, se vivo fosse: uma mulher de nomeada, ou seja: de merecida fama, de grandioso nome e de excelente reputação. Viveu na sua Bocaiuva, em época de: “quando as próprias mulheres defendiam as tradições por mais que pensassem sobre elas. As próprias mães educavam os filhos e as filhas, transmitindo às mesmas regras e normas recebidas de seus pais, sem questionar, por falta de coragem ou medo de ousar, se eram muitas mentiras ou verdades aquilo que lhes passavam. É ela quem escreveu: “Os meus pais foram criados em Sabará e lá se conheceram e noivaram. Casaram-se em Belo Horizonte e rumaram para Bocaiuva onde se instalaram e tiveram grande prole, oito filhos. Ele, médico recente formado pela U.F.M.G., e ela, professora primária. Sou a mais velha e em Bocaiuva nasci, me criei e teci minha estória de infância e juventude. As brincadeiras de criança, as amiguinhas, as casinhas de bonecas e suas roupinhas e as correrias na praça em volta do correto. O Natal, ah! O Natal. Sempre com cheiro de terra recém molhada e carregado de desejos nem sempre realizados. O Grupo Escolar Cel.Fulgêncio, as professoras queridas e  lembradas, as coleguinhas e o colégio interno. Às férias, o reisado, os catopês e a Fazenda da Cachoeira. Os muitos amigos que sempre me acompanharam e participaram de todas as estripulias. Quanta recordação deliciosa guardo desse tempo. E os sonhos e anseios de mocinha? A festa do Senhor do Bom Fim – uma semana de acontecimentos excitantes e inesquecíveis, um desfile ininterrupto de moda, todas de vestidos novos criados para essa estreia anual-, o Bocaiuva Club, os bailes, as paixões escondidas e jamais insinuadas, os segredos não divididos, as lembranças guardadas. Saudades de tudo, também da infelicidade causada pelo desencontro sentimental de meus pais. Contudo, a discrição de meus conterrâneos, a fineza de seus sentimentos e a refinada solidariedade de toda uma cidade, me resguardava do constrangimento da situação e me aquecia o coração. Em Bocaiuva me fiz e meus laços de vida aí me fizeram.” A doutora Gilca foi sempre vitoriosa por onde andou. Vejamos: Art. 1º – Fica concedido o título de Cidadã do Estado do Rio de Janeiro à Professora GILCA ALVES WAINSTEIN. Art. 2º – Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Sala das Sessões, 17 de outubro de 1995. DEPUTADA TÂNIA JARDIM As mais de três décadas de atuação da FUNDEP foram marcadas por fatos, mudanças e conquistas. Confira um pouco da história da Fundação: 29 de novembro de 1974 – aprovação do estatuto da FUNDEP pelo Conselho Universitário da UFMG. 17 de fevereiro de 1975 – nomeação da primeira secretária-executiva da FUNDEP, Dra. Gilca Alves Wainstein, e início das atividades da Fundação, com sede no prédio da Reitoria da UFMG. 17/02/1975 a 06/05/1979 – Período de gestão da Dra. Gilca Alves Wainstein De 1975 a 1978 – Intensa atividade da instituição em projetos de pesquisa e extensão da Universidade. Os primeiros anos de atividade da FUNDEP são marcados por uma ampla mobilização, tanto no atendimento às demandas internas da UFMG quanto numa intensa política em busca de identificação de oportunidades de captação de recursos. 1977 a 1979 – Paralelo às atividades de apoio à pesquisa e gestão de recursos, a FUNDEP desenvolve, também, alguns projetos classificados na categoria de programas especiais e de ação cultural. Incluem-se nessa categoria: o projeto Museu do Homem; o Simpósio sobre Ciência e Tecnologia (1977); a Exposição de Arte Pré-histórica e Arte da Gravura Dinamarquesa; e um planejamento Básico direcionado para o aproveitamento do patrimonial cultural do Caraça. Não se esquecendo que ela dirigiu por muitos anos o CEDATE (Centro de Desenvolvimento e Apoio Técnico à Educação) em Brasília e ora extinto. Deixou dois filhos: Dr. Alberto Julius Alves Wainstein-médico cirurgião ongologista em Beagá e Dr. BernardoJulius Wains tein, Juiz Federal no Estado de São Paulo. Em outubro de 2024 ela esteve em Bocaiuva, por ocasião da colocação do busto de seu pai, Dr. Gil Alves, em área na entrada do Hospital de Bocaiuva. Fez um breve e excelente discurso e pareceu se despedir de sua terra. * José Henrique (Juca) Brandão é jornalista, advogado, cronista, escritor e historiador – Bocaiuva (MG) (Acervo particular e dados colhidos na Wikipédia) ____________________________________________________________________________________ “A universidade tem esse papel: desestabilizar para melhorar.” Gilca Alves Wainstein A professora Gilca Alves Wainstein não foi só uma doutora. Foi uma mulher que ousou liderar quando era raro ver mulheres em posição de liderança. Uma referência que seguirá viva em nossas ideias, em nossas lutas e em nossos sonhos. ‎ Veja abaixo, a entrevista com Darcy Ribeiro e Gilca Wainstein, mediada pelo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1984 Memória Uerj: Entrevista com o então vice-governador Darcy Ribeiro e a professora Gilca Wainstein, da CEDATE, mediada pelo reitor Charley Fayal de Lyra, no Centro de Tecnologia Educacional da Uerj (CTE UERJ). Alguns registros biográficos de Gilca Waistein: Em 1975, a Fundep UFMG iniciou suas atividades, começou a atuar com sede no prédio da Reitoria e a professora Gilca Wainstein foi nomeada secretária executiva. Ao ser homenageada com a Medalha Darcy Ribeiro, em 2011, a professora Zuleima de Oliveira Faria relembrou fatos marcantes da história da UENF, inaugurada em 1991, “como o movimento pró-UENF, a decisão do governador Brizola de implantar a Universidade, a

UFMG 98 anos: rumo ao centenário com ciência, memória e democracia

Solenidade no dia 08 de setembro marca abertura do ciclo de conferências “Centenária: Universidade e Democracia”, com fala de Margareth Dalcolmo No dia 08 de setembro, às 19h, a Universidade Federal de Minas Gerais realizará a solenidade oficial em comemoração ao seu 98º aniversário. O evento acontecerá no auditório da Reitoria, localizado no campus Pampulha, às 19h, e marca o início das celebrações que conduzem à chegada do centenário da instituição, previsto para 2027. A cerimônia será também o ponto de partida do ciclo de conferências UFMG Centenária: Universidade e Democracia. A conferência inaugural, intitulada Brasil envelhece: Cuidado como direito, será proferida pela renomada pneumologista e pesquisadora Margareth Dalcolmo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), reconhecida nacionalmente por sua atuação na área da saúde pública. Durante a pandemia de covid-19, Margareth se destacou como uma das principais especialistas sobre a doença no país. Na mesma noite, após o fim das atividades no auditório, será realizada a abertura oficial da exposição UFMG Centenária, que reúne textos, imagens e vídeos que narram a trajetória da Universidade e sua atuação contemporânea. A mostra estará aberta à visitação no saguão da Reitoria e pretende envolver a comunidade acadêmica e o público externo em uma jornada celebratória da UFMG em seus espaços, seus cursos, produções de pesquisa e inovação, ações de extensão, cultura, comunicação e serviços. A Universidade convida toda a sua comunidade, ex-alunos, parceiros institucionais e a sociedade civil a participarem deste momento simbólico e inspirador, que reafirma o compromisso da instituição com a produção de conhecimento, a defesa da democracia e o cuidado com as pessoas. (Assessoria de Imprensa da UFMG)

Unimontes terá Inteligência Artificial e Engenharia Elétrica/Eletrônica

A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) vai oferecer mais dois cursos de graduação: Inteligência Artificial e Engenharia Elétrica/Eletrônica. A criação das novas graduações foi aprovada pelo Conselho Universitário (Consu) da Unimontes em reunião ordinária realizada na tarde desta quarta-feira (30/07), na Sala dos Conselhos, no prédio da Reitoria. Na mesma sessão, foi aprovada também a instalação do curso de Letras/Português em São Francisco. As vagas para as primeiras turmas dos novos cursos serão disponibilizadas no Vestibular Próprio 2025 e no Sistema Enem/Sisu. Os cursos de Inteligência Artificial e de Engenharia Elétrica/Eletrônica serão vinculados ao Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET). “Os cursos de Inteligência Artificial e Engenharia Elétrica/Eletrônica foram criados em atendimento às demandas da comunidade e do mercado de trabalho. Com isso, a nossa universidade demonstra que está conectada com a inovação, a modernidade e as necessidades do mercado profissional, dentro do compromisso da nossa gestão”, afirma o reitor da Unimontes, professor Wagner de Paulo Santiago, que presidiu a reunião do Conselho Universitário. Com a decisão do Consu, a Unimontes atinge o total de novos seis cursos de graduação criados durante a atual gestão da Reitoria. Já foram implantados, anteriormente, os cursos de Psicologia, Farmácia, Cinema e Audiovisual e Tecnólogo em Apicultura e Meliponicultura, este último no campus de Bocaiuva. Curso de Inteligência Artificial A Unimontes ofertará 20 vagas semestrais para o curso de Inteligência Artificial, com previsão de início no primeiro semestre de 2026. A graduação terá duração de quatro anos (oito períodos). De acordo com o diretor do CCET, professor José Augusto dos Santos Neto, o curso terá perfil interdisciplinar, formando profissionais com sólida base em matemática, estatística e computação, aliada a competências em ética e responsabilidade social. O conteúdo programático abrange desde fundamentos teóricos, como algoritmos e estruturas de dados, até temas avançados, como aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural, visão computacional e sistemas inteligentes. Além disso, o curso contará com disciplinas humanísticas e de gestão, visando a uma formação integral que prepare os alunos para atuar em diversos setores, como tecnologia, saúde, finanças e indústria, com capacidade para resolver problemas complexos e promover inovação. Curso de Engenharia Elétrica/Eletrônica O curso de Engenharia Elétrica/Eletrônica ofertará 20 vagas anuais, com início previsto para o primeiro semestre de 2026. A graduação terá duração de cinco anos (10 semestres). Segundo o professor José Augusto dos Santos Neto, o curso visa formar profissionais com sólida base científica e tecnológica, capazes de absorver e desenvolver novas tecnologias, atuando de forma criativa na resolução de problemas de engenharia. “O egresso do curso deverá possuir conhecimentos avançados em eletricidade e eletrônica, além de habilidades em modelagem e integração de sistemas elétricos e eletrônicos. O conteúdo programático inclui disciplinas como Cálculo, Física, Circuitos Elétricos, Eletrônica Digital, Sistemas de Controle, Sistemas Microcontrolados, entre outras, com ênfase em atividades práticas em laboratórios e estágios supervisionados. O curso também contempla componentes humanísticos e de gestão, visando à formação integral do profissional”, destaca o diretor do CCET.

Começam nesta segunda-feira as inscrições do Fies para o 2º semestre

São 44 mil vagas para financiar graduação em faculdades privadas Começam nesta segunda-feira (14) as inscrições para o processo seletivo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o segundo semestre deste ano. Os interessados deverão se inscrever exclusivamente pelo Portal Único de Acesso ao Ensino Superior até as 23h59 do dia 18 de julho, no horário de Brasília. Os prazos estão previstos em edital publicado pelo Ministério da Educação (MEC) no dia 9 de julho. As inscrições são gratuitas. Com o objetivo de promover a inclusão educacional, desde 2001 o programa federal financia a graduação em instituições de educação superior privadas, com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Neste ano, o MEC oferece 112.168 vagas para o Fies, sendo 67.301 no primeiro semestre e 44.867 na segunda metade do ano. Os candidatos em obter o financiamento estudantil devem atender aos seguintes requisitos: ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a partir da edição de 2010; ter conquistado média aritmética das notas, nas cinco provas do exame, igual ou superior a 450 pontos e não ter zerado a prova de redação; não ter participado no referido exame como treineiro; ter renda bruta familiar mensal por pessoa de até três salários mínimos (R$ 4.554, em 2025). Fies Social O edital do processo seletivo reserva 50% das vagas para o Fies Social, lançado em 2024. Para concorrer, os candidatos devem ter inscrição ativa no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico) e renda familiar por pessoa de até meio salário mínimo, hoje R$ 759. A nova modalidade lançada pelo MEC permite financiamento de até 100% dos encargos educacionais cobrados pela instituição de ensino superior, além de reservar cotas para pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência. A classificação no processo seletivo do Fies será feita de acordo com a ordem decrescente das notas obtidas pelos candidatos no Enem, por tipo de vaga, grupo de preferência e modalidade de concorrência. A ordem de prioridades considera os que candidatos que não concluíram o ensino superior e/ou não foram beneficiados pelo financiamento estudantil. É vedada a concessão de novo financiamento do Fies a candidatos que não tenham quitado o financiamento anterior pelo Fies ou pelo Programa de Crédito Educacional ou que se encontrem em período de utilização do financiamento. Calendário O Fies tem chamada única e lista de espera. O resultado com os nomes dos pré-selecionados na chamada única será divulgado no dia 29 de julho. Os estudantes, então, deverão acessar o Fies Seleção para comprovar as informações e complementar sua inscrição do dia 30 de julho a 1º de agosto. Os estudantes que não forem pré-selecionados estarão automaticamente na lista de espera para preenchimento das vagas não ocupadas, observada a ordem de classificação. A pré-seleção da lista de espera ocorrerá de 5 de agosto a 19 de setembro. “Todos os inscritos e aqueles que venham a ser pré-selecionados devem ficar atentos aos prazos e aos procedimentos estabelecidos no edital para não perderem as oportunidades de ocupar as vagas ofertadas nesta edição do Fies”, alerta o MEC.

PF faz buscas contra criminosos que criaram site falso de inscrição no Enem

O esquema criminoso aconteceu durante o Enem 2024; os investigados arrecadaram R$ 3 milhões com a plataforma falsa de inscrição no exame Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão domiciliar na cidade de Praia Grande (SP). Um dos alvos tem pelo menos 15 anotações criminais por estelionato. Também foram adotadas medidas restritivas de bens, para bloquear o montante obtido de forma ilegal. A prática criminosa ocorreu no Enem 2024. De acordo com a PF, os investigados criaram sites falsos durante o período de inscrição oficial, entre 27 de maio e 14 de junho de 2024. O ambiente virtual simulava o criado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável por criar e aplicar a prova. A fraude publicidade enganosa, com o uso de sinais públicos do Ministério da Educação, do Inep e do governo federal para persuadir as vítimas. A partir da inscrição nesses sites falsos, os usuários faziam pagamentos para os criminosos acreditando se tratar de registro regular no exame. Agentes identificaram que os pagamentos eram feitos via Pix para uma conta bancária vinculada a uma empresa privada que acumula reclamações na internet por práticas semelhantes, de cobrança indevida sem entrega de serviços ou produtos. No esquema, os criminosos teriam recebido aproximadamente R$ 3 milhões. A cifra indica que mais de 35 mil candidatos caíram no golpe, a partir da taxa de R$ 85. Dessa forma, foram eliminados sumariamente do Enem 2024 pela ausência de inscrição pelo canal oficial. A PF informou que continuará as investigações para identificar outros envolvidos no esquema, apurar a extensão dos danos e responsabilizar o grupo criminoso pela prática de fraude eletrônica com uso de meio virtual

Vício em bets adia graduação de 34% dos jovens em 2025, revela pesquisa com universidades

Impacto das apostas online atinge principalmente classes mais pobres e já afeta também quem está matriculado no ensino superior O vício em apostas online tem interferido diretamente no acesso à educação superior no Brasil. Segundo levantamento da Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), realizado em parceria com a consultoria Educa Insights, 34% dos jovens brasileiros entre 18 e 35 anos adiaram o início da graduação em 2025 por conta de gastos com apostas em plataformas conhecidas como “bets” — entre elas o popular “jogo do tigrinho”. Os dados foram divulgados pelo portal UOL nesta terça-feira (9). O impacto é ainda mais severo nas regiões Nordeste e Sudeste, onde os índices sobem para 44% e 41%, respectivamente. Entre os jovens das classes D e E — cuja renda familiar gira em torno de R$ 1 mil —, 43% afirmam que precisarão abandonar os gastos com apostas para iniciar um curso superior em 2026. Entre os jovens da classe A, com renda média de R$ 26,8 mil, o número cai para 22%. A pesquisa ouviu 11.762 pessoas entre os dias 20 e 24 de março. Para o diretor-geral da Abmes, Paulo Chanan, os dados revelam um cenário preocupante. “O impacto das bets vai além da captação de novos alunos, afeta a permanência dos que já estão matriculados”, afirma. Segundo ele, a evasão provocada pelas apostas é uma realidade crescente nas universidades. “A crescente popularização das bets impacta justamente o público-alvo da educação superior: brasileiros de 18 a 35 anos.” Além de impedir o início dos estudos, as apostas também comprometem a permanência de quem já está na universidade: 14% dos alunos afirmaram ter atrasado o pagamento das mensalidades ou precisaram trancar a matrícula por causa do vício em bets. No Nordeste, esse índice sobe para 17%. Com base nos dados, a Abmes estima que cerca de 986 mil potenciais universitários devem ficar de fora das instituições de ensino superior neste ano. O motivo principal é o comprometimento da renda desses jovens com os sites de apostas, que hoje dominam o tráfego online no Brasil — já são o segundo maior destino da internet, atrás apenas do Google, superando até YouTube e WhatsApp. A pesquisa também revela que o problema se estende para outros aspectos da vida cotidiana. Entre os entrevistados, 24% afirmaram que deixaram de investir em academias ou atividades físicas para gastar com apostas, enquanto 28% disseram ter abandonado momentos de lazer, como idas a bares e restaurantes, por preferirem usar o tempo e o dinheiro nas plataformas de betting. A crescente influência das apostas levou à instalação de uma CPI das Bets no Senado, que apurou os efeitos econômicos e sociais do setor. Influenciadores digitais populares, como Virgínia Fonseca, foram ouvidos. A relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), chegou a pedir o indiciamento de alguns deles, mas o relatório final foi rejeitado. Ainda assim, Soraya alertou: “Se por um lado observamos um crescimento expressivo entre a população mais pobre e vulnerável, por outro, chama a atenção o número crescente de jovens, muitos com acesso à informação e ao ensino superior, que estão sucumbindo ao vício.” A Abmes evita adotar uma posição contra a regulamentação das apostas, mas defende a criação de políticas públicas de controle, conscientização e responsabilidade. A entidade propõe que o problema seja enfrentado com base em dados e discutido tanto no meio educacional quanto político. Enquanto isso, no Congresso, segue sem previsão a votação do projeto que pretende legalizar cassinos, jogo do bicho e bingos no Brasil. A proposta não aborda diretamente as apostas online, que, para muitos senadores, representam uma ameaça ainda maior. Como afirmou Soraya Thronicke: “Considero o cassino físico menos prejudicial do que o online, que fica 24 horas disponível nas casas de todos os brasileiros.”