Eleições paritárias na Unimontes – Natural. Mas, imoral! Por Marcelo Valmor

As últimas eleições na Unimontes conheceram tudo aquilo que o governo varguista (1930-1945) herdou da Primeira República (1889-1930) e enterrou: a negociata, a violação de urnas(Salinas), as pressões sobre servidores (HU). Ainda assim, o professor Wagner Santiago conseguiu uma votação expressiva, vencendo entre aqueles que estão na ponta da faca, entre aqueles que, de fato, sentem na pele os problemas da instituição: os alunos. Por que Wagner e Dalton, então, não ficaram em primeiro lugar? Porque as eleições são paritárias, ou seja, o voto dos professores representaria 70%, enquanto servidor e aluno responderiam pelos 30% restantes. Nesse universo de pressões e aliciamentos, quem tem o poder da caneta larga na frente. Natural. Mas, imoral! Entretanto, e ao contrário das eleições coordenadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde a maioria de votos apontaria para o vencedor, o resultado das eleições na Unimontes serviriam para compor uma lista tríplice a ser encaminhada para que o governador escolha um dos três nomes. As eleições na Unimontes, por isso, servem como uma consulta à comunidade. Foi assim, por exemplo, que o inexpressivo João Canela foi convertido em reitor anos atrás, em que pese o fato de Wagner Santiago ter sido o vencedor das eleições naquele momento. Foi assim também com PC Almeida, eterno ocupante de cargos sempre em segundo lugar, até que o ex-governador Aécio Neves, preocupado à época com as eleições nacionais, intimá-lo a ter representatividade eleitoral, sob pena de o abandonar no meio do caminho. Wagner Santiago ficou em segundo lugar nas últimas eleições, mas numericamente liderou o processo, é doutor em gestão pública, com experiência em vários cargos dentro da Universidade, além de ter sido secretário municipal de planejamento e gestão. É de longe o nome, juntamente com Dalton Caldeira, para modernizar a Unimontes, garantindo à instituição fôlego para, no mínimo, os próximos 50 anos. A demora na escolha do novo reitor da Unimontes, por isso mesmo, só alimenta o sonho da maioria da comunidade universitária, da população de Montes Claros e do norte de Minas de que finalmente a instituição se modernizará. * Jornalista e professor
Escolas da Rede Municipal de Montes Claros são destaque no Ideb

O índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é um levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Governo Federal ligada ao Ministério da Educação que avalia aspectos importantes para a qualidade da educação, como o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações. Criado em 2007, o Ideb é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e das médias de desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). O índice, que varia entre 1 e 10, é importante ferramenta de acompanhamento das metas de qualidade para a educação básica. A meta para a edição 2022 do estudo, que utiliza dados do ano anterior, é alcançar a média 6, valor que corresponde, segundo o Inep, a um sistema educacional de qualidade, comparável ao de países desenvolvidos. Entre as escolas públicas de Ensino Fundamental (1º a 5º ano) de Montes Claros, a Escola Municipal Professora Sônia Quadros, localizada no bairro Todos os Santos, apareceu na segunda posição na cidade, com nota 7,6. Outras instituições da Rede Municipal de Montes Claros apareceram no top 10 das melhores escolas públicas: a E. M. Geraldo Pereira de Souza, no Santa Lúcia II, com nota 6,9; a E. M. Dominguinhos Pereira, no Vila Greice, com nota 6,9; a E. M. Dr. Mário Tourinho, no bairro de Lourdes, com 6,9; e a Ruy Lage, com 6,8, Planalto II. No que se refere aos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), as escolas municipais de Montes Claros estão muito perto do índice ousado preconizado pelo Inep. A Escola Municipal Zizinha Ribeiro (nota 6,0), localizada no bairro Santo Amaro, destaca-se por ter conseguido auferir desempenho equivalente ao de instituições de ensino dos países desenvolvidos; a E. M. Geraldo Pereira de Souza (5,9), no Regina Peres; Dominguinhos Pereira (5,9), Santo Inácio; Mestra Fininha (5,7), localizada no Conjunto Ciro dos Anjos; Rozenda Zane Moraes (5,6), no Planalto; Jair de Oliveira (5,5), Eldorado; e Caio Lafetá (5,5), localizada na comunidade rural de Ermidinha, se destacaram, ocupando as primeiras colocações do ranking das instituições públicas, e estão em estágio acelerado de evolução, com desempenho escolar consistente e controle rigoroso da evasão dos alunos.
Camilo Santana irá comandar o Ministério da Educação do governo Lula

O novo ministro da Educação será o senador eleito e ex-governador do Ceará, Camilo Santana. “O senador eleito Camilo Santana (PT) decidiu aceitar o convite feito na segunda-feira pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para comandar o Ministério da Educação (MEC). Os dois devem se reunir em breve. A escolha por Santana, que demonstrou nos bastidores interesse em chefiar o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), foi uma solução encontrada por Lula após pressão do PT para ficar à frente do ministério”, aponta reportagem do Valor. “Inicialmente, o nome cogitado pelo presidente eleito e defendido por Santana era o da governadora do Ceará, Izolda Cela (sem partido). A indicação dela encontrou forte resistência dentro do PT por não ser originalmente da legenda. E também sofreu bombardeio de entidades do setor. A bancada petista chegou a se mobilizar para tentar emplacar o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes. Com o novo arranjo, contudo, Izolda Cela deve ser a secretária-executiva da pasta”, acrescenta a reportagem.
Alckmin diz que R$ 12 bi da PEC da Transição irão para a Educação

Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que seu maior compromisso será com a educação O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) disse nesta quinta-feira (15) que o novo governo prevê R$ 12 bilhões da PEC da Transição para “melhorar o orçamento da Educação”. “Na PEC que está sendo discutida, tem R$ 12 bilhões para melhorar o orçamento da educação. Isso é muito importante. Presidente Lula vai priorizar e ampliar as escolas em tempo integral”, falou no evento Pacto pela Aprendizagem. Na terça-feira (13), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que seu maior compromisso será com a educação. “A palavra é ‘cuidar’, não ‘governar’. Se em 2003 [eu] tinha um único compromisso: ao final as pessoas estivessem comendo três refeições ao dia eu teria feito a obra da minha vida, agora tenho outro compromisso, no dia da minha posse quero assumir compromisso com a educação básica no país. Escola de tempo integral e qualidade, faremos todo o possível, teremos menos violência e vítimas da rua, as crianças estarão protegidas dentro da escola aprendendo alguma coisa”, disse Lula. Aprovada no Senado na semana passada, a PEC da Transição prevê o aumento no teto de gastos de R$ 168 bilhões por dois anos para pagar as parcelas de R$ 600 do Bolsa Família, com adicional de R$ 150 por criança abaixo de seis anos. A proposta aguarda para ser votada na Câmara, mas ainda não conseguiu pela falta de votos necessários para aprovar o texto. Por se tratar de uma PEC, é necessário o apoio de 308 dos 513 deputados, em uma votação de dois turnos. Segundo aliados do relator, as contas feitas até o momento mostram que o texto que saiu do Senado tem apenas 200 votos. Se o texto for alterado, retornará ao Senado para mais uma análise. Caso seja mantido, vai à promulgação.
Concerto Centenário Darcy Ribeiro – Montes Claros homenageia filho ilustre

Antropólogo, historiador, sociólogo, escritor, senador e ministro da Educação. Essa é uma parte do currículo de Darcy Ribeiro, um dos mais notáveis filhos de Montes Claros e que, em 2022, completaria 100 anos (ele faleceu em 1997, aos 74 anos). Alvo de homenagens realizadas em todo o país por ocasião de seu aniversário de nascimento, chegou a vez de Darcy ser celebrado também em sua cidade natal, que tanto influenciou sua vida e pensamento. A homenagem será nesta sexta, 9 de dezembro, a partir das 20 horas, na Praça da Matriz, centro histórico de Montes Claros. A Orquestra Sinfônica de Montes Claros fará um concerto celebrando a vida de Darcy, com mais de 40 músicos e regência de Maria Lúcia Avelar. O evento será gratuito e contará ainda com circuito gastronômico com comidas regionais e um telão de led que vai apresentar fotos e frases ilustrando o pensamento do intelectual. Para Júnia Rebello, diretora de Projetos e Eventos da Secretaria Municipal de Cultura e organizadora do concerto, a homenagem é, mais do que importante, necessária. “Darcy foi uma figura nacional, que trouxe coisas inovadoras ao pensamento brasileiro”, conclui. UM POUCO DA HISTÓRIA DE DARCY 1947-1956 – Trabalha com índios do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia, com Rondon, no Serviço de Proteção ao Índio. 1950 – Publica o livro “Religião e mitologia kadiwéu”. 1953 – Participa da fundação do Museu do Índio, Rio de Janeiro. 1955-1956 – Atua como professor de etnologia da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro. 1957 – Publica os livros “Arte plumária dos índios kaapor” e “Uirá sai à procura de Deus” (obra de ficção baseada na vida indígena). 1959 – É encarregado pelo presidente Juscelino Kubitschek de planejar a Universidade de Brasília. 1961 – Exerce o cargo de primeiro Reitor da Universidade de Brasília. 1962-1963 – Atua como Ministro da Educação do Gabinete parlamentarista presidido por Hermes Lima (presidente da República: Jânio Quadros) 1963-1964 – Atua como Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, com João Goulart. 1964 – É exilado no Uruguai e participa da reforma e da fundação de várias universidades. 1967 – Publica o livro “La universidad necesaria”. 1968 – Regressa ao Brasil. Publica os livros “O processo civilizatório” e “La Universidad Latinoamericana”. 1969 – Publica o livro “As américas e a civilização”. É preso e absolvido. Apesar disso, deve deixar o país. Novo exílio. Publica o livro “Os brasileiros: 1. Teoria do Brasil”. 1970 – Publica o livro “Configurações histórico-culturais dos povos americanos”. 1971 – Exilado no Chile, atua como professor da Universidad de Chile. Assessora o presidente Salvador Allende. Publica o livro “Os dilemas da América Latina”. 1972 – Exilado no Peru, assessora o presidente Velasco Alvarado. Publica, sob a forma de livro, “Université des sciences humaines d’Alger”. 1974 – Constata em Paris um câncer de pulmão. Obtém licença do governo militar para vir ao Brasil, a fim de fazer a cirurgia. Publica o livro “La universidad peruana”. 1976 – Publica o livro “Maíra” (ficção baseada na pesquisa antropológica, em convívio com os índios). Retorna do exílio. Fixa residência no Rio de Janeiro. 1979 – Anistiado, torna-se professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. 1981 – Publica o livro “O mulo”. 1982 – Publica o livro “Utopia selvagem” (também obra de ficção baseada na pesquisa antropológica). 1983-1986 – Atua como Vice-governador, Secretário de Cultura e coordenador do Projeto Especial de Educação (que abrangia os Cieps). 1986 – Publica “O livro dos Cieps”. É reintegrado como Pesquisador Sênior do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. 1991 – Assume como Senador e fica na função até 1997 1997. 1991-1992 – Secretário Extraordinário de Projetos Especiais do Estado do Rio de Janeiro: novamente os Cieps. 1992 – Envolve-se com o Projeto de Lei de Diretrizes e Bases – LDB (nº 67/92). É eleito para a Cadeira nº 11 da Academia Brasileira de Letras, que tem como Patrono Fagundes Varela. 1993 – É recebido na Academia Brasileira de Letras por Cândido Mendes 1994 – Funda a Universidade Estadual do Norte Fluminense. 1995 – Relata no Senado o Projeto da LDB. Publica o livro “O povo brasileiro”. 1996 – Envolve-se com os projetos da Universidade Aberta do Brasil e da Escola Normal Superior e com a organização da Fundação Darcy Ribeiro. 1997 – Morre em Brasília, no dia 17 de fevereiro. Seu corpo foi sepultado no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro
MEC divulga prazos para inscrições no Sisu, Prouni e Fies em 2023

O Ministério da Educação (MEC) tornou público os calendários para as inscrições nos primeiros processos seletivos de 2023 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A pasta também informou que os três editais, que detalharão o cronograma completo e as regras de cada um, serão publicados em janeiro. Já o resultado da edição deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que interfere nos processos seletivos, será divulgado em fevereiro. Os estudantes poderão ter acesso às suas notas pela internet. As inscrições para o Sisu, dedicado a selecionar estudantes para universidades e instituições públicas de ensino superior em todo o país, serão realizadas entre 28 de fevereiro e 3 de março. A classificação se dá com base no desempenho do Enem de 2022. O resultado final será divulgado em 7 de março. No caso do Prouni, por meio do qual são ofertadas bolsas de estudo para alunos de baixa renda estudarem em universidades particulares, as inscrições se iniciam em 7 de março e se encerram em 10 de março. São válidas para o processo seletivo as notas do Enem de 2022 e de 2021. O resultado da primeira chamada será divulgado em 14 de março e da segunda chamada no dia 28 de março. Já o Fies estará com inscrições abertas entre 14 e 17 de março. Trata-se de um fundo voltado para o financiamento integral ou parcial das mensalidades do curso de escolha do beneficiado. Dessa forma, o aluno pode arcar com custos de forma reduzida ou apenas após completar sua formação. Podem participar do processo seletivo os estudantes que realizaram alguma edição do Enem realizada desde 2010. O resultado da chamada única será conhecido em 21 de março. Todos os processos de inscrição ocorrem exclusivamente pela internet. Ainda não há informações relacionadas ao quantitativo de vagas de cada processo seletivo. O MEC informou que elas serão divulgadas em datas mais próximas à abertura das inscrições. Edição: Fábio Massalli – MEC
Como psicólogos têm tratado o adoecimento político na clínica

Adoecimento político: depois das eleições, o divã (foto: Arte: Soraia Piva/EM/D.A Press) Reatar laços que foram desfeitos após brigas em famílias e entre amigos por causa da polarização política virou um desafio até mesmo para psicanalistas “Meu irmão sempre soube que eu não era a favor do Bolsonaro, desde a última eleição (2018). Até então, ele me respeitava. Recentemente, antes do primeiro turno, ele começou a mudar, ficou muito agressivo. Fiz um post no grupo da família contra o Bolsonaro, aí ele respondeu com uma enxurrada de post a favor (de Bolsonaro). Um dia, às 2 da madrugada, ele me mandou um monte de mensagem no privado, me agredindo. Desde então, não conversamos mais. Bloqueei ele no Whatsapp. O triste é que isso gerou um racha na nossa família, que é pequena, são só quatro pessoas. O Natal deste ano está em aberto. Falei com o meu pai que enquanto ele não me pedir desculpas, não entra na minha casa.” *Ana Maria (nome fictício), 42 anos, designer. Ainda se recuperando de traumas psicológicos do longo período de restrição e isolamento impostos pela pandemia, os brasileiros vivem outro dilema social: a polarização política. Assim como o relato da Ana Maria, o racha ideológico entre amigos, familiares e até mesmo casais tem provocado brigas, rompimento e adoecimento mental para uma parcela da população. Em uma enquete feita nas redes sociais do Estado Minas, 49% dos nossos leitores disseram que vivenciaram alguma briga séria na família por causa da política antes ou depois das eleições, encerrada em 30 de outubro. Brigas que começaram em redes sociais, na rua ou dentro de casa e foram parar no divã. “Nesse momento de polarização que a gente viveu no período eleitoral ou está vivendo agora, praticamente todos os meus pacientes trazem algum tipo de problema para a clínica. É uma questão que atravessa a todos”, comenta o psicanalista Marcelo Bizzotto. Essa espécie de adoecimento político, como classifica o psicanalista Christian Dunker, tem atravessado tanta gente porque atinge os recursos naturais da saúde mental das pessoas. “Quais são esses recursos? São relações, família, comunidade, laços. Pessoas que nos escutam, que fazem parte da nossa história. E por isso, essa situação política fez muito mal, porque fez a gente perder uma parte desses recursos”, explica Dunker, que é professor titular do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Emoção e afeto Marcelo Bizzotto acredita que recompor esses laços desfeitos pelos rachas políticos impõe desafios até mesmo para os profissionais da saúde mental, uma vez que o problema é coletivo e todos estão imersos no mesmo caldeirão. “A dimensão política, hoje, está muito ligada a uma questão dos afetos. A política deixou de ser algo simplesmente argumentativo e ideológico passou a ser algo muito da emoção e dos afetos mesmo”, comenta. Daí a necessidade de um afastamento profissional durante a análise, como explica Dunker. “Essa neutralidade, no fundo, é um afastamento que a gente tem em relação à vida das pessoas, que permite dizer coisas que ajudam essas pessoas. Não é sobre quem está certo, quem ganhou ou quem perdeu”, comenta. Não existe receita simples para solucionar o problema e restabelecer a harmonia entre os desafetos gerados pela política. “O trabalho que a gente faz na clínica é para que a pessoa trabalhe nela para tentar separar o que é a escolha dela na política e de fazer com que isso não seja algo maior do que deveria ser. No sentido de atrapalhar as relações”, explica Bizzotto. A tarefa, no entanto, não é nada fácil. Para a psicanalista Cristiane Barreto, nem sempre vai ser possível retomar ou estabelecer diálogo com quem tem ideologia oposta, mesmo que essa pessoa seja um amigo querido ou um familiar. “A proposta em si da psicanálise não é só terapêutica no sentido de a gente vender por terapêutica essa harmonia social. A oferta da psicanálise é justamente mostrar como cada um vai fazer para se virar com o sintoma que tem, com o mal-estar que está localizado para construir o melhor laço, o melhor arranjo. Não é então a promessa de uma certa pacificação. Às vezes um termo que aponta para um extremo é que dá essa boa medida”, analisa a profissional, que é membro da Escola Brasileira de Psicanálise e da Associação Mundial de Psicanálise. Os especialistas ressaltam que a psicanálise é o lugar do acolhimento, não um lugar doutrinador e de julgamentos. “Nesse sentido, a psicanálise vem como uma grande aliada. O remédio, digamos assim, é muito mais nessa perspectiva de você conhecer a você mesmo para você dar conta de estar num coletivo”, afirma Cristiane Barreto. Nessa perspectiva, segundo Marcelo Bizzotto, é importante atentar para a origem do próprio desconforto. “É preciso reconhecer que esse estranho que a gente localiza no outro, na verdade, está em nós mesmos. O trabalho de análise é a gente tratar isso que a gente projeta no outro como sendo mal e entender que, na verdade, está na gente”, afirma. Estratégia do ódio Bizzotto destaca que para entender como e porquê a política causou tantos rompimentos de relação aqui no Brasil, é preciso compreender que, embora haja suas peculiaridades, a estratégia política pautada na questão do ódio não tem nada de individual, nem é completamente nova. “O (Sigmund) Freud, por exemplo, no seu texto sobre a psicologia das massas, fala que a estratégia publicitária do fascismo era justamente essa de você fazer a pessoa ficar um pouco confusa no que é verdade, o que é mentira. E com isso você escolher um inimigo para poder descredenciá-lo, para poder atacá-lo, eliminá-lo. Foi assim que se constituíram as bases do fascismo e que hoje parece ter um retorno um pouco diferente”, explica Bizzotto. O profissional aponta que para amenizar o mal-estar social provocado pela divergência política é preciso autoconhecimento com uma boa dose de desapego. “Não cabe a você resolver o que é uma limitação que não é sua, é do outro. Mas é importante que você fale sobre isso
Padre Antônio Alvimar é o mais votado na lista tríplice para reitor da Unimontes

Atual reitor, Antônio Alvimar obtém 50,07% dos votos; Candidata a vice-reitora, Helena Papa teve 49,04% Foi concluída na noite sexta-feira (11), a apuração dos votos das Eleições para a composição da lista tríplice para reitor e vice-reitor(a) da Unimontes – Gestão 2023-2027. Conforme o processo eleitoral, no dia 22 de novembro, o Conselho Universitário (Consu) da instituição se reunirá extraordinariamente para homologação do resultado. Antônio Alvimar e Helena Papa foram os mais votados para os respectivos cargos nas eleições da Universidade para compor a lista tríplice. Antônio Alvimar obteve 50,07%% dos votos para reitor e Helena Papa obteve 49,04%% para o cargo de vice. Os votos na Unimontes são paritários, com os seguintes pesos: professor (70%), servidores técnico-administrativos e acadêmicos (peso de 15% cada categoria). Considerando esses pesos, o resultado ficou assim para os candidatos a reitor: professores Antônio Alvimar Souza (atual reitor), 50,07%; Wagner de Paulo Santiago 34,28%; e Geélisson Ferreira da Silva 15,66%. Para vice-reitor, o resultado foi: professora Helena Amália Papa, 49,04%, professor Dalton Caldeira Rocha, 31,11% e professor Danilo Fernando Macedo Narciso, 19,85%. Os trabalhos de apuração da Comissão Eleitoral duraram mais de 14 horas. O presidente da Comissão Eleitoral, professor Herbert Alcantara Ferreira, ao final do processo, entregou o relatório de votação ao atual reitor e também presidente do Consu, professor Antônio Alvimar Souza. Após a homologação pelo Consu, as listas tríplices serão encaminhadas ao governador Romeu Zema, para a nomeação dos futuros dirigentes da Universidade. A nomeação deverá ocorrer até 26 de dezembro de 2022, quando termina o mandato da atual gestão. O resultado das urnas seguirá o cronograma da Comissão Eleitoral. No dia 22, às 16h, haverá uma “reunião extraordinária do Conselho Universitário (Consu) para a apreciação dos eventuais recursos interpostos quanto ao processo eleitoral para deliberar sobre a homologação do resultado eleitoral que formalizará a lista tríplice para Reitor e Vice-Reitora. Já no dia 23/11, o Consu deverá homologar o resultado eleitoral formalizando o resultado das eleições. O documento será encaminhado ao Governador de Minas Gerais, Romeu Zema, em ordem alfabética, para a nomeação dos dirigentes da Instituição, o que que deverá acontecer até 26 de dezembro, quando termina a atual gestão. CERCA DE 14 MIL VOTANTES – Ao todo, estiveram aptas a participar do processo eleitoral cerca de 14 mil pessoas, incluindo 954 professores efetivos e designados, 1.419 servidores técnico-administrativos efetivos e comissionados e 11,63 mil alunos regularmente matriculados nos cursos de graduação, de Pós-Graduação Lato sensu e Stricto sensu, de educação profissional de nível técnico e tecnólogos, presenciais e a distância. Cada professor, servidor técnico-administrativo ou aluno votou na respectiva unidade onde é lotado. Fotos: Andrey Librelon/Unimontes
Estudantes podem conquistar vagas em universidades de Minas com nota do Enem

Estudantes da rede estadual de ensino de Minas Gerais estão a poucos dias de um importante passo em suas carreiras profissionais e acadêmicas. As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão aplicadas neste e no próximo domingo (13 e 20/11) e, com suas notas, os alunos poderão encaminhar suas entradas em universidades públicas, como, por exemplo, as universidades do Estado de Minas Gerais (Uemg) e Estadual de Montes Claros (Unimontes). Após a realização do exame, o estudante interessado nas universidades do Estado poderá recorrer ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), com a opção de escolher o curso e instituição a partir da nota de corte. Vale lembrar, também, que a Uemg conta com vestibular próprio. Uemg A Universidade do Estado de Minas Gerais vai disponibilizar as vagas da seguinte forma: 25% para candidatos inscritos Sisu, por ampla concorrência; outros 75% para candidatos inscritos no Vestibular Uemg 2023. Para o processo seletivo próprio, os critérios serão: 50% destinadas ao Programa de Seleção Socioeconômica da Universidade do Estado de Minas Gerais (Procan/Uemg), política institucional de inclusão social que compõe uma das modalidades da Política de Ações Afirmativas; 20% direcionadas a ampla concorrência; 5% destinadas à inclusão regional (nesta modalidade, são considerados os candidatos que moram em MG e cursaram os três anos do ensino médio em instituições públicas de ensino sediadas no estado). A universidade segue o calendário do Ministério da Educação (MEC), que pode ser conferido no site do ministério. Com base no número de inscritos nos processos seletivos anteriores, os cursos mais procurados da Uemg são: Medicina, Direito e Tecnologia em Estética e Cosmética. Ao todo, na modalidade presencial, a universidade oferece 125 cursos de graduação. Confira todos clicando aqui. Unimontes A partir de 2024, todas as vagas da Universidade Estadual de Montes Claros serão disponibilizadas via Sisu Unimontes, utilizando a nota do Enem e tendo como critério a nota de corte, conforme curso escolhido pelo estudante. Os cursos da área de saúde, conforme a própria instituição, costumam ser os mais concorridos. Reta final de preparação O Governo de Minas tem investido em ações de incentivo e preparação dos alunos da rede, como o programa Se Liga na Educação. A estratégia faz parte dos Materiais de Apoio Para Aprendizagens (Mapa), da Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG), que conta com projetos, materiais e ferramentas que subsidiam todo o ensino do estudante da educação básica e ensino médio. Neste momento de véspera de prova, o importante é revisar todo o conteúdo e material, focando nos temas em que o estudante ainda encontra dificuldade e reforçar o estudo desses temas. É aconselhável também reservar um momento para descanso, crucial neste momento para consolidar tudo aquilo que foi estudado. As dicas são do professor Weynner Lopes Rodrigues, superintendente da Escola de Formação e Desenvolvimento de Profissionais e de Educadores. Ele também é coordenador do programa Se Liga Na Educação. Após a prova, é o momento de planejar o futuro. “Um dos maiores medos do estudante é a nota depois da prova, muitos ficam ansiosos. Atualmente, temos uma série de programas e projetos, além do Sisu. Temos o Programa Universidade Para Todos (Prouni), que disponibiliza bolsas de estudo em universidades particulares de 100% e 50%, dependendo da instituição e curso. O aluno precisa estudar se a nota de corte é compatível com o seu escore atingido e, caso não, tentar outro curso”, destaca Rodrigues. Além disso, complementa o superintendente, “o estudante conta com todo o aparelho do Estado para rever material e reforçar aprendizagem e conteúdos que foram gargalos na prova, para tentar em outra oportunidade”. Se Liga na Educação O programa apresenta, entre suas ações, o caderno pedagógico. A ferramenta traz proposta didática para professores e atividades para os estudantes, obedecendo o currículo de ensino e alinhado com o Enem. Outro destaque é a disponibilização de aulas e material complementar de estudos em diversos canais do estado e no aplicativo Conexão Escola 3.0. “Mais focado no Enem, contamos com uma programação toda sexta-feira, das 7h às 12h30, na Rede Minas, com aulas voltadas para o estudante do terceiro ano e focado no Enem: é o que chamamos de ‘dia do Enem’”, enfatiza Weynner Lopes. Outro destaque é a transmissão, na véspera da prova, de questões comentadas. ”Após a realização do exame, haverá a correção das questões ao vivo e também a participação dos estudantes da rede que quiserem tirar suas dúvidas ao vivo durante a programação”, acrescenta. O Se Liga na Educação vai ao ar, de segunda a sexta, de 7h às 12h30, com a seguinte programação de estudo: Segunda-feira: Linguagens – Língua Portuguesa, Literatura, Inglês, Arte e Educação Física; Terça-feira: Ciências Humanas – História, Geografia, Sociologia e Filosofia; Quarta-feira: Matemática; Quinta-feira: Ciências da Natureza – Biologia, Física e Química; Sexta-feira: Conteúdos do Enem. Via Por Ascom Unimontes
Unimontes realiza eleições para reitor e vice-reitor nesta quinta-feira (10)

Cerca de 14 mil pessoas estão aptas a participar do processo eleitoral Serão realizadas nesta quinta-feira (10) as eleições para a composição das listas tríplices para os cargos de reitor e vice-reitor(a) da Unimontes – Gestão 2022/2026. A votação será de 8h às 22h, no campus-sede, nos 11 campi e núcleos nas regiões Norte de Minas, Central e Noroeste do estado e Vale do Jequitinhonha, além das demais unidades da Unimontes em Montes Claros e no Escritório de Representação em Belo Horizonte (ERU). Conforme as regras do processo eleitoral, o voto na universidade é paritário: professores (peso de 70%), servidores técnico-administrativos (15%) e acadêmicos (15%). Após a apuração dos votos pela Comissão Eleitoral, o Conselho Universitário (Consu) se reunirá para homologar o resultado, no dia 23 de novembro. Na sequência, as listas tríplices para reitoria e para a vice-reitoria serão encaminhadas, em ordem alfabética, ao governador do Estado, Romeu Zema, para a nomeação dos dirigentes da Instituição, o que que deverá acontecer até 26 de dezembro, quando termina a atual gestão. CERCA DE 14 MIL VOTANTES – Ao todo, estão aptas a participar do processo eleitoral cerca de 14 mil pessoas, incluindo 954 professores efetivos e designados, 1.419 servidores técnico-administrativos efetivos e comissionados e 11,63 mil alunos regularmente matriculados nos cursos de graduação, de Pós-Graduação Lato sensu e Stricto sensu, de educação profissional de nível técnico e tecnólogos, presenciais e a distância. Cada professor, servidor técnico- administrativo ou aluno deverá votar na respectiva unidade onde é lotado. LOCAIS DE VOTAÇÃO – No campus-sede, as sessões de votação serão instaladas nos prédios dos centros de ensino (1, 2, 3 e 6) e na sede da Reitoria (prédio 5). Ainda em Montes Claros, haverá urnas no Hospital Universitário Clemente de Faria e no Centro de Educação Profissional e Tecnológica (CEPT). A votação também acontecerá nos campi de Almenara (Vale do Jequitinhonha), Bocaiúva, Brasília de Minas, Espinosa, Janaúba, Januária, Pirapora, Salinas e São Francisco (Norte de Minas); Paracatu e Unaí (Noroeste); e nos núcleos de Pompéu e Joaíma, além do Escritório de Representação da Unimontes (ERU) em Belo Horizonte. CANDIDATURAS DISTINTAS – Os candidatos a reitor e vice-reitor concorrem indistintamente, sem a formalização de chapas. Porém, a votação para os dois cargos será feita na mesma cédula. Haverá uma diferenciação de cédulas em cores por cada categoria: amarela (professores), branca (alunos) e azul (servidores técnico-administrativos). Pelas regras do processo, definidas pelo Consu, aqueles que tiverem mais de um cargo na Instituição – professor e servidor técnico-administrativo -, deverão votar uma única vez, prevalecendo a categoria de maior peso. OS CANDIDATOS – Concorrem ao cargo de reitor da Unimontes os professores Antônio Alvimar Souza (atual reitor), Geélison Ferreira Silva e Wagner de Paulo Santiago. Disputam a vice-reitoria os professores Dalton Caldeira Rocha, Danilo Fernando Macedo Narciso e Helena Amália Papa. Ainda que pelas regras não exista formação de chapas, fizeram campanhas juntos os candidatos: Antônio Alvimar (para reitor) e Helena Papa (para vice-reitora), Geélison Ferreira Silva (para reitor) e Danilo Narciso (para vice-reitor); e Wagner Santiago (para reitor) e Dalton Caldeira Rocha (para vice-reitor). SERVIÇO Eleições Unimontes Quinta-feira (10) Cargos de reitor e vice-reitor(a) da Unimontes Horário: 8h às 22h Local: Campus-sede, nos 11 campi e núcleos nas regiões Norte de Minas, Central e Noroeste do estado e Vale do Jequitinhonha, além das demais unidades da Unimontes em Montes Claros e no Escritório de Representação em Belo Horizonte (ERU)