As últimas eleições na Unimontes conheceram tudo aquilo que o governo varguista (1930-1945) herdou da Primeira República (1889-1930) e enterrou: a negociata, a violação de urnas(Salinas), as pressões sobre servidores (HU). Ainda assim, o professor Wagner Santiago conseguiu uma votação expressiva, vencendo entre aqueles que estão na ponta da faca, entre aqueles que, de fato, sentem na pele os problemas da instituição: os alunos.

Por que Wagner e Dalton, então, não ficaram em primeiro lugar? Porque as eleições são paritárias, ou seja, o voto dos professores representaria 70%, enquanto servidor e aluno responderiam pelos 30% restantes. Nesse universo de pressões e aliciamentos, quem tem o poder da caneta larga na frente.

Natural. Mas, imoral!

Entretanto, e ao contrário das eleições coordenadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde a maioria de votos apontaria para o vencedor, o resultado das eleições na Unimontes serviriam para compor uma lista tríplice a ser encaminhada para que o governador escolha um dos três nomes. As eleições na Unimontes, por isso, servem como uma consulta à comunidade.

Foi assim, por exemplo, que o inexpressivo João Canela foi convertido em reitor anos atrás, em que pese o fato de Wagner Santiago ter sido o vencedor das eleições naquele momento. Foi assim também com PC Almeida, eterno ocupante de cargos sempre em segundo lugar, até que o ex-governador Aécio Neves, preocupado à época com as eleições nacionais, intimá-lo a ter representatividade eleitoral, sob pena de o abandonar no meio do caminho.

Wagner Santiago ficou em segundo lugar nas últimas eleições, mas numericamente liderou o processo, é doutor em gestão pública, com experiência em vários cargos dentro da Universidade, além de ter sido secretário municipal de planejamento e gestão.

É de longe o nome, juntamente com Dalton Caldeira, para modernizar a Unimontes, garantindo à instituição fôlego para, no mínimo, os próximos 50 anos.

A demora na escolha do novo reitor da Unimontes, por isso mesmo, só alimenta o sonho da maioria da comunidade universitária, da população de Montes Claros e do norte de Minas de que finalmente a instituição se modernizará.

* Jornalista e professor

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