Abandono escolar – Na volta às aulas, a ausência dos que tiveram que abandonar os estudos

Solange Maria Olímpio e os três filhos, Francisco Lairton, Soraya e Richarlisson (Nicolas Leiva) O desafio da volta às aulas com a pandemia. Alunos contam porque desistiram da escola em Fortaleza (Ceará) Por Beatriz Jucá – Via El País Érika Maciel de Souza dos Santos, de 16 anos, queria ser médica. Mas às vésperas do vestibular, ela está frustrada. Há meses deixou de acompanhar regularmente as aulas do 3º ano do Ensino Médio e desistiu de prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sua esperança de ingresso na universidade. No início da pandemia, ela morava na casa da avó no bairro Goiabeiras, na periferia de Fortaleza. Acompanhava as aulas à distância por meio de um celular emprestado, mas só depois de meses o pai conseguiu ajudá-la a colocar Wi-fi em casa e lhe deu um aparelho próprio. Mesmo assim, um problema burocrático com o e-mail institucional (requisito para o contato por vídeo por alguns professores) a fez ser rejeitada duas vezes nas videochamadas com o professor. Foi a gota d’água. “Faz quatro meses que eu não faço as atividades e também desisti de ir atrás. Tava difícil aprender”, conta. As dificuldades enfrentadas pelos estudantes pobres brasileiros durante o ensino remoto estão aumentando a distância entre eles e suas escolas. Principal porta de entrada no Brasil para as universidades, o Enem foi um termômetro do problema: teve neste ano apenas 3,1 milhões de inscrições confirmadas, o menor número desde 2005, uma consequência, segundo especialistas, também da perda de vínculo dos alunos com a escola durante o longo período de ensino remoto limitado. No ano passado, o primeiro da pandemia, 172.000 crianças entre 6 e 17 anos abandonaram a escola no país, segundo estimativa de um relatório do Banco Mundial. No momento em que Estados e municípios começam a discutir uma retomada presencial, estima-se que 1,5 milhão de jovens estejam fora da escola. Érika já não fazia as atividades escolares regularmente nem tinha esperanças de passar no curso de medicina, um dos mais concorridos do país, no momento em que abriram as inscrições para o Enem. “Me sinto desmotivada. Acho difícil que vá conseguir ser médica um dia”, conta. Ela até considera voltar à escola para concluir o Ensino Médio, mas não sabe quando, talvez depois que toda a população for vacinada. Por enquanto, ela se dedica ao surf e se prepara para competir. “Já sei que para mim a medicina não vai dar. Estou vendo o que fazer”. Érika Maciel de Souza dos Santos, de 16 anos. Nicolas Leiva Quando o smartphone de segunda mão que Solange Maria Olímpio dos Santos comprou parcelado em quatro vezes caiu no chão e apagou para sempre, abriu-se de vez o abismo entre seus três filhos e a escola. Francisco Lairton (16 anos), Richarlisson (15 anos) e Soraya (12 anos) contam que revezaram por meses o celular da mãe, em um verdadeiro malabarismo para seguir estudando à distância enquanto a pandemia do coronavírus mantinha as escolas fechadas. A vizinha emprestou a senha do Wi-Fi e cada um tinha um horário para usar o aparelho. Às vezes, vinham os problemas de choque de horários das atividades. Ou acontecia de tudo travar e os exercícios dos mais novos chegarem aos montes. “Chegava tudo de uma vez, e a gente não tinha tempo de fazer todas as tarefas”, lembra Richarlisson. Mas todos iam levando como dava e tentando abraçar pelo menos parte do conteúdo e das aulas oferecidas. Até o celular pifar de vez no primeiro semestre deste ano. “Agora estão os três sem estudar. Não teve jeito, eu não posso comprar outro”, lamenta Solange, em pé na pequena sala da casa que alugou por 300 reais no bairro Barra do Ceará, na periferia de Fortaleza. Os 1.200 reais que ela, mãe solo, consegue juntar por mês com seu trabalho lavando roupa, o que recebe de programas sociais e uma “ajuda” muito esporádica do pai dos dois caçulas já não dão conta de custear o básico. Comprar celular novo para os meninos estudarem, então? “Impossível. Não posso”, ela diz, mostrando um caderno com os pontos da rifa de um perfume que pegou fiado com uma amiga revendedora. É com a venda destes pontos que ela espera pagar o tal perfume e lucrar 80 reais para melhorar o orçamento do próximo mês. “Tenho que me virar e mesmo assim não sobra. É muito difícil.” Francisco Lairton, o filho mais velho, conta estar tentando conseguir um dos 150.000 tablets que começaram a ser distribuídos pelo Governo do Ceará neste ano aos alunos no 1° ano do Ensino Médio, mas, sem sucesso até agora, acredita que ele e os irmãos só conseguirão retomar os estudos quando as escolas voltarem presencialmente. As secretarias de educação do Estado e do município de Fortaleza afirmam que têm distribuído tablets e chips com pacote mensal de 20GB de internet móvel para tentar reduzir o problema da exclusão digital dos estudantes. O programa, na esfera estadual, deve se tornar permanente. Mas, por enquanto, Francisco conta que ainda não tem um aparelho para voltar a estudar e usa seu tempo ajudando a mãe em casa e dando aulas de surf no bairro. Ele diz querer concluir o Ensino Médio “para ter um emprego bom no futuro”, mas mesmo com a iminência da volta gradual das aulas presenciais, vê novos abismos se formarem diante de si e na contramão da conclusão do colégio. As escolas estaduais no Ceará devem começar a ser reabertas a partir de agosto e as do município de Fortaleza em setembro, mas ambas em um sistema híbrido (ou seja, com parte das aulas presenciais e outra parte remota). Até lá, o segundo semestre do ano letivo será retomado ainda na modalidade à distância. Sem internet própria nem equipamentos para acessar conteúdos, os filhos de Solange acham que continuarão sem estudar no curto prazo. “Não desisti totalmente da escola, mas ficamos mais ainda sem condição de estudar”, afirma Francisco. Um estudo do Banco Mundial dá a dimensão do problema em todo o país:
Alunos da rede municipal de Montes Claros retornam às aulas na próxima segunda-feira, 2

A Prefeitura de Montes Claros já está preparada para a volta às aulas na próxima segunda-feira, 2. Assim, uma série de medidas foram adotadas para garantir o cumprimento dos protocolos de prevenção à Covid-19. Durante o mês de julho, os profissionais da educação participaram de um congresso online com orientações sobre a volta às aulas. Além disso, cantineiras e serventes também passaram por treinamento para preparar a merenda e servir de acordo com os protocolos sanitários necessários. É importante destacar ainda que, para a segurança dos profissionais da educação, todas as escolas já receberam máscaras, álcool em gel e demais equipamentos de proteção adequados. Além disso, todas as escolas foram demarcadas para receber os alunos de acordo com as determinações dos decretos municipais. Vale destacar ainda que as turmas dos níveis infantil e fundamental terão somente 50% da sua capacidade, em um sistema de revezamento. Diversas vídeo-aulas já foram gravadas para que os alunos possam acompanhar o conteúdo quando estiverem em casa. O revezamento entre as turmas será semanal, de acordo com o planejamento de cada unidade escolar. Para garantir o transporte seguro, os transportadores urbanos e rurais passaram por treinamento específico. Assim, todos tiveram que adequar os veículos para garantir o espaçamento adequado. Além das medidas de segurança, é importante destacar que todos os profissionais da educação já estão vacinados com pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19. De acordo com a secretária municipal de educação, Rejane Veloso, a segurança de profissionais e de alunos estará garantida com as medidas adotadas. “Neste momento o retorno às aulas é opcional, mas os pais que optarem por enviar os seus filhos podem ter certeza que os protocolos de segurança serão seguidos. A prefeitura se preparou e adotou todas as medidas exigidas para garantir este retorno”, explica. Via Prefeitura de Montes Claros
Jovem Pan vende discurso negacionista de ministro da Educação. Professores rebatem

Ministro da Educação, Milton Ribeiro, falou à Jovem Pan: quer o retorno imediato às aulas presenciais Apresentadores defenderam ministro da Educação, Milton Ribeiro, e atacaram sindicatos, que para eles “não gostam de trabalhar; são um câncer” no Brasil O Sindicato dos Professores do ABC divulgou nesta quarta-feira (21) nota de repúdio aos ataques a sindicatos, especialmente os que representam os docentes, desferidos por apresentadores da rádio Jovem Pan. Na edição de hoje do programa Morning Show, que vai ao ar das 10h às 11h30, a equipe de comentaristas procurou vender o discurso negacionista do ministro da Educação Milton Ribeiro. E esculachou professores e sindicalistas. Na noite de ontem, em cadeia nacional, o ministro conclamou a população à volta às aulas presenciais. “O Brasil não pode continuar com as escolas fechadas, gerando impactos negativos nestas e nas futuras gerações”, disse. E reafirmou que o governo Bolsonaro não pode interferir. Ribeiro tem repetido publicamente que, caso contrário, “todas as escolas estariam reabertas”. Pressão dos sindicatos Um dos comentaristas, Adrilles Jorge, afirmou que as aulas presenciais demoram a retornar por causa da pressão exercida pelos sindicatos. “É uma estupidez, boçalidade… A gente sabe que sindicato não gosta de trabalhar, gosta de mamar na teta… Sindicato de professor, todo sindicato.” A fala acabou endossada pelos demais. “Os profissionais da Educação em momento algum reduziram sua carga de trabalho. Muito pelo contrário. Toda a classe precisou se reinventar, comprar – do próprio bolso – recursos multimídias para que as aulas tivessem continuidade no formato remoto e atender, sem horário de expediente respeitado, alunos e responsáveis para sanar dúvidas. Tudo porque sabem de sua missão, mesmo que sem suporte de autoridades políticas ou empresários mantenedores de escolas”, diz trecho da nota de repúdio Confira a íntegra da nota Nota de Repúdio – Jovem Pan Com consternação e repulsa, recebemos, na manhã desta quarta-feira (21/7), trechos do programa transmitido pela Rádio Jovem Pan, Morning Show, com ataques e difamações a sindicatos, em especial aos que representam professores. Em comentários sobre a fala do ministro da Educação, Milton Ribeiro, a bancada atacou, de forma veemente e ignorante, a atuação do movimento sindical durante o enfrentamento à pandemia. Os ditos “comentaristas” afirmaram que as aulas presenciais demoraram a retornar por conta da pressão exercida pelos sindicatos e por comodismo da classe docente. Se por um lado podemos nos sentir lisonjeados pelo reconhecimento à força que os movimentos sérios têm em nosso País, por outro, infelizmente, somos tomados de indignação às falas que apenas retrataram desconhecimento da realidade. É de conhecimento público que o Brasil patinou em todas as esferas por incompetência e incapacidade de gestão do Governo Federal, que sempre minimizou a gravidade da situação, negligenciou a compra de vacinas e apenas atrasou o restabelecimento sanitário, econômico e social. Se a nação tivesse sido devidamente respaldada por uma autoridade presidencial responsável, certamente o cenário poderia ser outro. Os profissionais da Educação em momento algum reduziram sua carga de trabalho. Muito pelo contrário. Toda a classe precisou se reinventar, comprar – do próprio bolso – recursos multimídias para que as aulas tivessem continuidade no formato remoto e atender, sem horário de expediente respeitado, alunos e responsáveis para sanar dúvidas. Tudo porque sabem de sua missão, mesmo que sem suporte de autoridades políticas ou empresários mantenedores de escolas. “Lamentamos que use do microfone para disseminar, de forma desrespeitosa, ódio e ignorância, enaltecendo, assim, que de Educação ele nada entende ou pratica” Ao se referir aos sindicatos, o pseudo intelectual Adrilles Jorge usou termos como “não gostam de trabalhar, gostam de dinheiro e de mamar na teta; nefastos; câncer; burros, boçais, canalhas, ratos, vigaristas e criminosos de vagabundagem remunerada”, “que ceifam o direito moral, social e intelectual das crianças”. A ele, apenas lamentamos que use do microfone para disseminar, de forma desrespeitosa, ódio e ignorância, enaltecendo, assim, que de Educação ele nada entende ou pratica. Por fim, ressaltamos que comparar o Brasil com países bem sucedidos, que já retomaram as atividades presenciais, reiteram a falta de parâmetros e de compreensão da realidade. Cobrem, senhores locutores, ação do Governo Federal que vocês, sim, tanto defendem por interesses políticos. O movimento sindical luta bravamente para resistir diante das precarizações nas relações trabalhistas defendidas por empresários que colocam em primeiro lugar exclusivamente o lucro. Para nós, vidas, trabalho, saúde, educação e dignidade importam. Se desconhecem a seriedade dos sindicatos e a rotina dos professores, ao menos não reverberem discursos ignorantes. Sindicato dos Professores do ABC
Adesão às aulas presenciais em Montes Claros é de pouco mais de 1%

A Escola Normal, que tem com aproximadamente 1.100 alunos, apenas 13 estudantes compareceram no retorno das aulas presenciais A maior do Norte de Minas, a escola estadual Professor Plínio Ribeiro (Escola Normal), recebeu, ontem (12), apenas 13 alunos; sendo que a escola tem aproximadamente 1.100 alunos. O diretor Danilo Cordeiro explica esse baixo número se deve ao fato de ser um período de recuperação e fechamento do bimestre e quem já entregou as atividades cumpriram suas obrigações. Ontem, 751 escolas estaduais de Minas Gerais, sendo 41 do Norte de Minas voltariam a receber os alunos depois de quase um ano e meio longe das salas de aula, devido à pandemia da Covid-19. Com todo cuidado e segurança, respeitando rigorosamente os protocolos sanitários da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Além disso, com as novas determinações do Comitê Extraordinário Covid-19, com as atualizações nas ondas do Plano Minas Consciente da última quinta-feira (8/7), todas as regiões do estado estão aptas para o retorno das atividades presenciais nas escolas da rede pública estadual, desde que não tenha impedimento por parte da prefeitura local. O novo passo só foi possível graças à melhoria dos índices epidemiológicos e do acompanhamento realizado nas primeiras unidades de ensino reabertas. Houve reforço na segurança dos protocolos e do checklist de preparação para o recebimento de professores e alunos e a boa aceitação da comunidade escolar como um todo. Vale sempre lembrar que o retorno das escolas da rede estadual de Minas é seguro, gradual, híbrido, facultativo e foi planejado, com todo o cuidado, para garantir o cumprimento dos protocolos sanitários e transmitir a segurança e confiança necessárias a alunos, funcionários, pais e responsáveis. Com as novas determinações, 17 unidades de ensino, de cinco municípios que estavam em localidades enquadradas na onda vermelha, porém, na classificação de Cenário Epidemiológico e Assistencial Desfavorável, puderam começar com o acolhimento de professores ontem (12/7) para um retorno dos alunos após o recesso escolar. Nestes locais, fica autorizado o retorno das atividades nos anos iniciais do ensino fundamental – 1º ao 5º ano. Para os locais em que a retomada dos anos iniciais do ensino fundamental já ocorreu, pois estavam nas ondas amarela ou verde há mais tempo, desde ontem, as escolas começam a receber também os alunos do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio. São 153 unidades escolares, de 26 municípios. Outro cenário é o das escolas de municípios em onda amarela ou verde, e que não haviam iniciado o processo de retomada das atividades com alunos dos anos iniciais e do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio. Nesta situação estão 297 escolas, em 56 municípios. Para os locais que estavam em onda vermelha, mas no cenário favorável e que fizeram o acolhimento dos professores e ontem (12) recebeu os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. O total de 301 escolas de 45 municípios está nesta realidade. Com as novas mudanças de ondas do Plano Minas Consciente, mais municípios estão autorizados a progredir com o acolhimento de professores. Sempre que alunos, pais e/ou responsáveis precisarem verificar se as escolas estão com as atividades presenciais autorizadas, basta acessar o site da pasta: www.educacao.mg.gov.br. Na aba destinada à retomada, a listagem de municípios e unidades de ensino estarão atualizadas. O contato com o gestor da escola também é fundamental para ficar por dentro de todas as informações sobre o ensino híbrido. *Com Girleno Alencar – Jornal Gazeta
Vigilância Sanitária realiza inspeções em 33 escolas da rede estadual de Montes Claros

A Vigilância Sanitária realizou inspeções em 33 escolas da rede estadual sediadas em Montes Claros, em ação, que atende solicitação do Ministério Público e que teve como principal objetivo avaliar os planos de segurança sanitária construídos pelas instituições para o retorno das atividades educacionais presenciais. Segundo o gerente de Vigilância Sanitária da Prefeitura, Sinvaldo Pereira da Silva, neste momento de retorno gradual das atividades são imprescindíveis a integração entre os órgãos de fiscalização e a proximidade com o setor regulador, assim como com a população: “mesmo com o avanço da vacinação, a população precisa preservar o senso de coletividade, com a manutenção de medidas básicas de higiene e cuidado, como o uso de máscara e a higienização das mãos, pois essas serão as principais ferramentas de combate à pandemia e o passaporte para viabilizar o retorno das atividades com segurança”. A inspeção constatou que todas as escolas cumpriram os protocolos sanitários para retorno as aulas. Porém, constatou que algumas escolas apresentaram falhas estruturais, como paredes rachadas e os diretores foram notificada para corrigirem os problemas estruturais. (GA) Via Jornal Gazeta
MEC vai lançar canal para propagar ideias negacionistas de Olavo de Carvalho

A estimativa inicial é a de que o novo canal de TV possa custar entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões anuais. A verba sairá do Ministério da Educação 6 de julho de 2021, 08:49 h Atualizado em 6 de julho de 2021, 08:49 Olavo de Carvalho e Jair Bolsonaro Olavo de Carvalho e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters | Alan Santos/PR) Siga o Brasil 247 no Google News Assine a Newsletter 247 247 – O governo Bolsonaro vai lançar nas próximas semanas mais um canal de TV, vinculado do MEC, com o objetivo de propagar ideias negacionistas de Olavo de Carvalho. A estimativa inicial é que ele possa custar entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões anuais. A verba sairá do orçamento do próprio Ministério da Educação. A informação é do jornalista Ricardo Feltrin, em sua coluna no portal UOL. Por meio de sua assessoria, o Ministério da Educação confirmou o plano de lançamento do novo canal. No entanto, nega que será gasto o montante previsto acima, sem informar os valores exatos. O projeto está sendo feito a toque de caixa pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação), hoje responsável pela TV Brasil 1 e 2 (antiga NBR), além de rádios e sites como a Agência Brasil. Segundo o jornalista, quem está cuidando do projeto desse novo canal é mais um militar: coronel Romy Pinto, diretor-geral da EBC, mas que na prática se tornou o manda-chuva da estatal —apesar de o presidente da EBC ser Glen Valente.
Caminhos da Cé – Professora dá nome à pista de caminhada do bairro São Judas

Câmara de Vereadores denomina a pista de ‘Caminhos da Cé’, em homenagem póstuma à professora Celecina Rodrigues Madureira (Foto: Daniel Moraes) Por Jerusia Arruda Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Montes Claros desta terça-feira (29/06), os vereadores aprovaram um projeto de lei de autoria do presidente da Casa, vereador Cláudio Rodrigues, dando nome de ‘Caminhos da Cé’ à pista de caminhada construída às margens da linha férrea, no bairro São Judas. A denominação é uma homenagem póstuma à Celecina Rodrigues Madureira, Dona Cé, professora efetiva da Rede Municipal de Ensino e integrante do Programa Trilha da Leitura, realizado pela Prefeitura Municipal de Montes Claros. “É uma justa homenagem a essa militante ativa na Igreja católica e exemplo de luta nas pastorais sociais e comunidades eclesiais de base. Dona Cé esteve presente em todos os atos e marchas por lutas de direitos, deixando seu legado, sua força e sua história”, explica Cláudio Rodrigues, estendendo a homenagem ao ex-vereador Eduardo Madureira e à professora Jaqueline Madureira, filhos da Dona Cé. Celecina Rodrigues Madureira nasceu em 30/06/1952 e faleceu em 02/02/2020, e residiu no bairro Santo Inácio durante 35 anos. Foi casada com José Décio, com quem teve 5 filhos: Jacqueline, Heli Carlos, Eduardo, Júnior e Fernando; e 4 netos: Julia, Carlos Daniel, João e Maria Fernanda. A professora Celecina Madureira, ‘Dona Cé’, completaria 69 anos nesta quarta-feira (Foto: Arquivo da família) Caminhos da Cé Com três metros de largura e 1.700 metros, construídos “desviando” das árvores do local, preservando a vida vegetal, e garantindo sombra no espaço, a pista de caminhada Caminhos da Cé tem início após o cruzamento da avenida São Judas com a avenida Dona Gregória, e termina no cruzamento com a Nossa Senhora de Fátima. De acordo com a prefeitura, a primeira fase do calçadão já foi concluída e entregue e, futuramente, irá receber uma ciclovia em todo o trecho. Segundo Cláudio Rodrigues, o prefeito já garantiu que a via será estendida até a Ponte Branca, no bairro Santo Inácio. “Agora, nossa reivindicação é que seja instalada a imediata iluminação, para que as pessoas possam usufruir do espaço, inclusive à noite”, completa o vereador. O projeto aprovado pela Câmara denominando a pista de caminhada Caminhos da Cé já foi encaminhado ao Executivo Municipal para sanção do prefeito. Via Câmara Municipal de Montes Claros
Escória maldita da Fundação Palmares vai colocar fogo em mais de 5 mil livros

O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo Nascimento, o “capetão” do mato, vai se desfazer de exemplar raro de obra de Câmara Cascudo Incrédulos, temos presenciado várias agressões ao movimento negro por parte do atual presidente da Fundação Palmares. Depois de excluir lideranças negras da lista de personalidades da fundação, caso da ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, da cantora Preta Gil, da deputada federal Benedita da Silva e de dizer que a escravidão no Brasil beneficiou os descendentes de escravos, o presidente da Fundação Palmares vai se desfazer de exemplar raro de obra de Câmara Cascudo e mais 5 mil livros do acervo. .Quem consultar o clássico ‘”Dicionário do Folclore Brasileiro’ terá em mãos um livro não só gramatical e ortograficamente desatualizado, mas com páginas soltas e exibindo um forte cheiro de mofo”. O trecho, que se refere a uma obra clássica do historiador natalense Câmara Cascudo, foi extraído de relatório divulgado pela Fundação Palmares no último dia 11 deste mês de junho. No documento, a instituição lista as razões para retirada de pelo menos 5.300 livros do acervo por serem considerados, pela comissão analisadora, de caráter alheio ao escopo do órgão, apresentarem ideologia marxista ou estarem velhos e em desacordo ortográfico de 2009. Dos 9.565 títulos disponíveis na Fundação, apenas 5% foram considerados adequados para serem mantidos na instituição, o equivalente a 475 obras. De acordo com a comissão, somente estes livros teriam “cunho pedagógico, educacional e cultural dentro da missão institucional”. Os livros foram divididos em duas nas categorias de “temática negra” (46%, representando 4.400 mil títulos) e “temática alheia à negra” (54%, o equivalente a 5.165 livros). Nos que pertencem a temática negra, 28% (2678 títulos) foram considerados “de militância política explícita ou divulgação marxista, usando a temática negra como pretexto”. Outros 13 % (1244 títulos) são, de acordo com o relatório, “catálogos, panfletos e folhetos, mesclando material de militância com informativos e descritivos de eventos e exposições”. Dentre os 54% supostamente alheios à missão da Fundação Palmares, estão reunidas obras que, de acordo com o documento, 8% trazem “temática claramente marxista” ( 765 títulos); 20% de “temática geral com viés marxista” (1.913 livros); e 26% considerados de “temática geral” (2.487 volumes). Relatório da Fundação Palmares indica a retirada de mais de 5 mil exemplares do acervo por teor “marxista” das obras ou fuga a temática negra. Imagem: Divulgação. “O Dicionário do Folclore Brasileiro” foi publicada originalmente em 1954 e é a obra mais conhecida de Câmara Cascudo, já tendo sido reeditada 12 vezes. Apesar do título, o livro não se encaixa no formato de um dicionário informal e aborda o folclore como um tema em constante movimento e que deve ser investigado por especialistas. O exemplar da obra de Cascudo é citado logo após o anúncio de retirada de exemplares de Machado de Assis, removidos do acervo sob acusação de prestar “desserviço” aos estudantes que possam consulta-lo, já que apresenta Português desatualizado. “Hoje, quem desejar ler na Palmares, por exemplo, “Papéis Avulsos”, de Machado de Assis, encontrará uma edição de 1938, a qual prestará um desserviço ao estudante brasileiro, pois ele aprenderá a escrever “chronica” em vez de crônica; “Hespanha” em vez de “Espanha”; e “annos” em vez de “anos”. É um exemplar que só pode ser utilizado por linguistas ou estudiosos machadianos, mas não pelo público em geral”, indica o relatório. O documento tem 74 páginas e foi elaborado pela equipe de Marco Frenette, nomeado por Camargo em março deste ano para o cargo de coordenador-chefe do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra. Frenette é ex-assessor de Roberto Alvim, demitido do cargo de secretário da Cultura, em 2020, por apologia ao nazismo. A Fundação Palmares foi criada em 1988 e tem como função promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira. Confira o relatório na íntegra aqui. O Brasil não tem mais a escravidão negra nem capitães do mato. Mas sempre haverá pessoas que agem de maneira triste, como o atual presidente da Fundação Palmares que é contra as políticas de cotas para os negros, e contra o Dia da Consciência Negra. Ele já chamou Zumbi de “falso herói” – este Zumbi que dá nome à fundação que ele preside. No Brasil Colonial, tínhamos o capitão do mato, que caçava os escravos fugitivos. O capitão do mato era muitas vezes um negro como aqueles a quem caçava.
Tempo de escolas fechadas pode comprometer geração no Brasil, aponta estudo feito em 23 nações

Em algumas cidades, como Belo Horizonte, apenas crianças até 6 anos retomaram as aulas presenciais neste ano (Igor Santos/Secom) Países que ficaram menos dias que o Brasil com escolas fechadas não tiveram grande perda de aprendizagem ou sequer tiveram. É o que mostra um estudo sobre avaliações internacionais feito pela consultoria Vozes da Educação, a pedido da Fundação Lemann. A maioria das 23 nações analisadas manteve testes nacionais em 2021 para verificar o que aprenderam seus alunos durante a crise sanitária causada pela Covid-19. O Brasil é o segundo país com mais tempo de escolas fechadas, segundo a Unesco, passando dos 260 dias. Estudos iniciais já têm mostrado um déficit gigantesco no desenvolvimento, com resultados que comprometem uma geração. Além disso, o Ministério da Educação (MEC) ainda não confirmou que será realizado o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) este ano, exame que justamente mostra como está a aprendizagem dos estudantes do ensino fundamental e médio. Apesar de oficialmente o governo dizer que a prova será no segundo semestre, ainda não há gráfica contratada e nem coordenador para o Saeb, segundo apurou a reportagem. O Saeb é feito desde os anos 90, com provas de Português e Matemática, e os dados compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). “O movimento majoritário no mundo é retomar avaliações, que até poderiam ter sido suspensas em 2020, para saber onde os alunos estão, o impacto do fechamento das escolas e para ajudar o professor sobre o que ele tem de fazer daqui para frente”, diz o diretor de políticas educacionais da Fundação Lemann, Daniel de Bonis. Mas, segundo ele, só com a volta às aulas presenciais em massa será possível entender melhor o quadro. Segundo o estudo, a maioria dos países avaliaram seus alunos em 2020 ou 2021 e o fizeram já com as escolas totalmente ou parcialmente abertas. É o caso de França, Noruega, Rússia, Estônia, Colômbia e Uruguai. Na Colômbia, a média dos alunos foi apenas um ponto menor que a de 2019. Os resultados na Estônia e na Noruega mostram que não houve mudança na aprendizagem durante a pandemia. Os países ficaram 102 e 34 dias com escolas fechadas respectivamente. Já na Polônia, que fechou por 171 dias, a performance dos alunos chegou a melhorar em 1% em Matemática em comparação com 2019, mas caiu cerca de 5% em Língua Polonesa e Inglês. Os países têm testes com vários perfis: há os que avaliam as redes, os que examinam os estudantes individualmente e também aqueles que são usados para certificação ou para evolução em uma etapa de ensino. Na maioria, as provas são obrigatórias. Mas na Alemanha, por exemplo, a avaliação se tornou voluntária no período de pandemia. Também na Estônia, os exames finais do secundário deixaram de ser obrigatórios para a aprovação em 2020 e em 2021. Os franceses realizaram testes em setembro de 2020 e o desempenho dos alunos em Francês foi melhor do que em 2019. Em Matemática, houve resultados estáveis, mas com queda na performance dos alunos de cursos técnicos. A França ficou 48 dias com escolas fechadas durante a pandemia. Na Austrália, as avaliações mostraram que alunos do 5º ano e do 9º ano ficaram atrasados cerca de 3 meses em Leitura e Matemática. O Instituto Unibanco e o Insper divulgaram estudo mostrando que os estudantes do ensino médio do Brasil aprenderam só 25% do que deveriam no ano passado. E no fim de 2021 podem retroceder ao que sabiam no fim do fundamental. Seguindo uma lei instituída em 2020, os Estados Unidos estão coletando dados das escolas mês a mês desde março. Os resultados estão online, abertos ao público, e mostram se as unidades estão trabalhando online ou presencial, a frequência e até a vacinação dos professores. Os dados mais atuais da ferramenta indicavam que, em abril, 60% das escolas públicas americanas estavam abertas para todos os alunos, o dia todo. O Brasil não tem controle nacional da situação. Atualmente, a maioria das redes de ensino no país ainda não voltou presencialmente. Há resistência dos professores, que exigem a vacinação, e das famílias. Nesta semana, São Paulo anunciou a imunização de professores de todas as idades. Para Carolina Campos, da Vozes da Educação, “nossos desafios são imensos, com escolas fechadas por tanto tempo”. “E ainda nem as abrimos para saber o tamanho do fosso.” Alguns países latinos, mesmo sem ainda identificar se houve perda ou não de aprendizagem, fizeram adaptações em suas avaliações. No Chile, além de Leitura e Matemática, houve exames socioemocionais dos alunos. O Uruguai deu atenção especial aos estudantes mais vulneráveis porque já identificou crescimento na desigualdade. Agência Estado
Dignidade íntima: Programa destinará verba para compra de absorventes em escolas

Estudo indicou ainda que 4 milhões sofrem com pelo menos uma privação de higiene nos colégios, o que inclui falta de acesso a absorventes e instalações básicas nas escolas, como banheiros e sabonetes (Natracare / Unsplash) Além da destinação de recursos para a compra de absorventes pelas escolas, o programa também prevê a formação dos profissionais para que saibam abordar o tema com adolescentes O governo de São Paulo anunciou na segunda-feira (14) a destinação de R$ 30 milhões para a compra de produtos de higiene menstrual pelas escolas estaduais. O recurso será alocado por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Pesquisas já mostraram que a pobreza menstrual, ou seja, a escassez de recursos para cuidados íntimos durante a menstruação, afasta as meninas dos estudos. O programa lançado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi batizado de Dignidade Íntima. Também participaram do evento de lançamento o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, e a deputada federal Tabata Amaral, autora de um projeto na Câmara dos Deputados para a entrega de absorventes nas escolas. Além da destinação de recursos para a compra de absorventes pelas escolas, o programa também prevê a formação dos profissionais para que saibam abordar o tema com as adolescentes. “Esse é um grande tabu que temos no país. Fomos ensinadas desde cedo que a menstruação é suja, temos de ter vergonha e esconder os absorventes”, disse Tabata. Segundo Rossieli, o número de meninas que deixam de ir às aulas durante o período menstrual é maior entre as adolescentes em situação de vulnerabilidade. A estimativa do governo paulista é de que o programa atenda 1,3 milhão de meninas entre 10 e 18 anos. Desse total, mais de 500 mil possuem cadastro no CadÚnico e são consideradas vulneráveis, enquanto que 330 mil estão em situação de extrema pobreza. “Imaginem o quanto as meninas se prejudicam porque não conseguem nem sequer pedir ajuda e não tem a quem recorrer. O assunto precisa ser tratado com discrição e carinho”, disse o secretário. Uma pesquisa brasileira divulgada no mês passado indicou que uma em cada quatro alunas já faltou às aulas por não ter condições de manter a higiene durante a menstruação. Estudo lançado no mês passado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostrou que 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou a chuveiro em casa. O estudo indicou ainda que 4 milhões sofrem com pelo menos uma privação de higiene nos colégios, o que inclui falta de acesso a absorventes e instalações básicas nas escolas, como banheiros e sabonetes. Dessas, quase 200 mil alunas estão totalmente privadas de condições mínimas para lidar com a menstruação na escola. Nos últimos meses, tem crescido no Brasil a pressão de movimentos de mulheres contra a pobreza menstrual. No mês passado, o governo do Maranhão já havia anunciado a distribuição de absorventes a estudantes da rede pública estadual. E o Distrito Federal publicou uma lei em janeiro deste ano que prevê a entrega de absorventes a mulheres e adolescentes de baixa renda nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e escolas da rede pública. Vacinação Durante o lançamento do programa Dignidade Íntima, o governador João Doria também comentou sobre o avanço da vacinação no estado de São Paulo. No domingo, o governo paulista anunciou a antecipação da vacinação e a previsão de concluir a imunização de toda a população paulista até o dia 15 de setembro. Doria afirmou que previsão é de iniciar os testes clínicos da vacina ButanVac, desenvolvida pelo antes do fim deste mês, começando pelo município de Ribeirão Preto. A realização dos estudos da fase clínica da Butanvac foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na semana passada. Segundo Doria, os resultados dos testes clínicos devem sair em 120 dias. E já há 7 milhões de vacinas da Butanvac produzidas. O imunizante deverá ser usado em um novo ciclo de vacinação da população no ano que vem. Outros imunizantes desenvolvidos por universidades brasileiras também se mostraram promissores e devem avançar à fase clínica (quando a vacina é aplicada em seres humanos), mas esbarram em dificuldades orçamentárias. Segundo Doria, há previsão de exportar a Butanavc e seis países da América Latina já manifestaram interesse no imunizante brasileiro. Agência Estado/Dom Total