Pé-de-Meia fecha 2024 com quase 4 milhões de estudantes beneficiados

O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que a pasta quer expandir o programa para universitários de baixa renda. O assunto já está em debate com o presidente Lula Estudantes de todo o país recebem até esta segunda-feira (30), dependendo da data do aniversário, mais um aparcela de R$ 200 do programa Pé-de-Meia que já atende 3,9 milhões de alunos brasileiros. São jovens integrantes de uma família inscrita no Cadastro Único (CadÚnico) com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa. O incentivo mensal de R$ 200 pode ser sacado a qualquer momento. De acordo com o Ministério da educação (MEC), o programa de incentivo financeiro-educacional, atualmente, só fica atrás do Bolsa família como maior política de combate às desigualdades no país. Com investimento anuais de R$ 12,5 bilhões, o Pé-de-Meia tem como principal objetivo evitar a evasão escolar no ensino médio para estudantes de baixa renda. No final do curso, cada aluno pode resgatar até R$ 9,2 mil. O MEC diz que o objetivo é democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de fomentar mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social. “Os estados, o Distrito Federal e os municípios prestam as informações necessárias à execução do incentivo, possibilitando o acesso a ele para os estudantes matriculados nas respectivas redes de ensino”, diz a pasta. A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirma que o programa é uma iniciativa de combate à evasão escolar que contribui para “ofertar um futuro de oportunidades aos estudantes das escolas públicas do nosso país”. “Muito orgulho do Brasil que estamos construindo para os nossos jovens! Seguimos na luta!”, comemorou. Em entrevista ao O Globo, o ministro da Educação, Camilo Santana, disse que o MEC pretende expandir o programa para universitários de baixa renda em 2025. “Estamos começando a construir um Pé-de-Meia para o estudante universitário, uma proposta para ser discutida com o presidente. Ele já está empolgado. Nós podemos identificar onde é que estão os gargalos, as dificuldades para garantir que esse aluno possa realizar o seu sonho de ir para a universidade”, declarou o ministro
Senado restringem o uso de celulares nas escolas já a partir do próximo ano

O plenário do Senado Federal aprovou, em votação simbólica, na noite desta quarta-feira (18), o Projeto de Lei 104/2015, que restringe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis, sobretudo de telefones celulares, nas salas de aula dos estabelecimentos públicos e privados de ensino infantil e médio de todo o país. O texto já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados, na semana passada, em votação terminativa na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Apoiado pelo governo federal e por especialistas, o texto também teve rápida tramitação no Senado, indo direto para votação em plenário. Com a aprovação no Congresso, o projeto segue para sanção presidencial e poderá valer já para o ano letivo de 2025. Países como França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Itália e Holanda já possuem legislações que restringem uso de celular em escolas. De acordo com o relator do PL no Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), a medida não traz punições, mas “orienta uma política pública educacional”. “Entre o início do período de aula até o final, o uso de celular está proibido, salvo questão de necessidade, como saúde. A regra é que o aluno deixe esse celular desligado, mutado, na sua mochila ou no estabelecimento que tiver espaço, e ele tenha concentração total na aula. É um projeto muito simples, ele quer resgatar a atenção do aluno, levar esse aluno a prestar atenção na aula”, argumentou o senador, durante a sessão de debates. Apesar de ter obtido unanimidade entre os senadores, duas emendas chegaram a ser apresentadas. Uma delas, de autoria do senador Rogério Marinho (PL-RN), visava estabelecer a obrigatoriedade apenas no ensino infantil e fundamental, do 1º ao 9º ano, excluindo o ensino médio. O argumento do parlamentar era aplicar a política de forma gradual. A emenda acabou sendo rejeitada. Uma outra emenda, de autoria do senador Eduardo Girão (Novo-CE), chegou a ser apresentada, para obrigar a instalação de câmeras em salas de aula, mas, após os debates, o parlamentar retirou a proposta, para reapresentá-la na forma de um projeto de lei em separado.
Exame Nacional do Ensino Médio teve menor abstenção em dois anos

A retomada de participantes, sobretudo daqueles que estão concluindo a educação básica, ocorre após o Enem ter chegado ao menor patamar durante o governo Jair Bolsonaro (PL) Sem nenhuma ocorrência grave, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 teve aumento do número de inscrições em relação à última edição e o crescimento da proporção de concluintes do ensino médio da rede pública entre os inscritos: 94%, contra 58% do ano anterior. O segundo dia de prova do Enem teve abstenção de 30,6% dos inscritos, disse o ministro da Educação, Camilo Santana, neste domingo (10). O número é menor que o dos últimos dois anos. A abstenção no segundo dia de prova foi de 32% em 2023 e 32,1% em 2022. Santana e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, fizeram um balanço do segundo dia de aplicação do exame na noite deste domingo. O primeiro dia de prova do Enem teve uma abstenção menor, de quase 27%. O ministro disse que a presença superior de inscritos este ano em relação às edições anteriores foi resultado de inovações adotadas pelo governo, como o uso de geolocalização dos candidatos para definir o local de prova. Os candidatos fizeram neste domingo as provas de ciências da natureza e matemática. Foram 45 questões de múltipla escolha de cada área do conhecimento. Do total de inscritos, 1,6 milhão são alunos que cursam o último ano do ensino médio. O número é 15,4% superior à quantidade de alunos concluintes do ensino médio que fizeram o Enem no ano passado. A abstenção do segundo dia de prova costuma ser maior que a do primeiro dia. No último domingo, 4.999 participantes foram eliminados por infrações como sair antes do horário permitido ou utilizar equipamentos eletrônicos. A retomada de participantes na prova, sobretudo daqueles que estão concluindo a educação básica, ocorre após o Enem ter chegado ao menor patamar durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Em 2021, 3,3 milhões se inscreveram para prova, dos quais 1,1 milhão eram concluintes. Segundo os dados do Inep, 14 estados brasileiros conseguiram registrar a inscrição de 100% dos alunos de escola pública no Enem. Santa Catarina e São Paulo são os que tiveram, proporcionalmente, o menor número de inscritos, com 73,48% e 79,87%, respectivamente. O aumento das inscrições é atribuído a uma melhor comunicação e propaganda do Enem e também a ações para incentivar a participação dos alunos, como o programa Pé-de-Meia, lançado pelo governo Lula (PT) em janeiro deste ano
Pé-de-Meia Licenciatura pagará mais de R$ 500 para futuros professores

Valorização e incentivo – Estudantes que utilizarem a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para cursar licenciaturas poderão receber bolsas mensais de mais de R$ 500. A medida faz parte do Pé-de-Meia para Licenciaturas que será oficialmente anunciado este mês. A intenção é que a bolsa comece a ser paga já em 2025. As informações foram antecipadas, na última sexta-feira (1º), pelo ministro da Educação, Camilo Santana. Da Agência Brasil – Segundo Santana, os estudantes serão selecionados para o programa com base na nota do Enem. A ideia, segundo o ministro, é atrair bons alunos para que possam ser futuros professores nas escolas brasileiras. “A gente quer que os bons alunos possam fazer a licenciatura, está faltando professor de matemática, de física, de química, de biologia”, disse. O ministro não divulgou ainda o valor exato do benefício, mas explicou que, assim como o Pé-de-Meia para o ensino médio, os estudantes receberão recursos que ficarão retidos em uma poupança, que poderão acessar quando concluírem a formação. “Vai ser apresentado este ano, já para começar no próximo ano, porque a gente quer ver se a gente consegue usar o Enem agora. A gente já quer que o aluno no Enem, ele já saiba que ele vai receber uma bolsa, se ele escolher a licenciatura. Ele já vai entrar na universidade com uma bolsa paga pelo governo. É uma forma de estimular. Além de uma bolsa, ele vai ter uma poupança”, antecipou o ministro. MAIS PROFESSORES O Pé-de-Meia para Licenciaturas faz parte de um conjunto de ações do governo para valorizar os professores brasileiros da educação básica. Santana pretende também criar incentivos para os professores que já estão em sala de aula. A pasta pretende criar o Mais Professores, inspirado no programa Mais Médicos, que oferece incentivos aos médicos para trabalharem em locais onde há maior demanda por profissionais de saúde e pouca assistência. “[Programa no qual] o professor possa receber um plus a mais no salário dele, para ele ir para aquela escola, para aquela cidade que não tem um professor, como o Mais Médico. O governo federal paga ele para ir para um município que não tem médico. Então é mais ou menos na lógica”, disse o ministro. Segundo Santana, é preciso valorizar a profissão docente no país. “Tem países que reconhecem como a principal profissão, no Brasil as pessoas não estão querendo mais ser professoras, não só por questão de remuneração, mas por falta de reconhecimento, de valorização. A ideia também aqui é criar uma cultura nesse país que as pessoas reconheçam o papel do professor, até porque todos nós passamos por ele, desde criança”, defendeu. Pesquisas mostram que, por conta do desinteresse, o país corre o risco de um apagão de professores sobretudo nas escolas. Dados do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) mostram que, até 2040 o Brasil, poderá ter uma carência de 235 mil professores de educação básica. ORÇAMENTO As ações anunciadas dependerão, no entanto, de disponibilidade orçamentária. Em relação a quantidade de bolsas que serão ofertadas pelo Pé-de-Meia das Licenciaturas, o secretário executivo do MEC, Leonardo Barchini, disse, em entrevista nesta semana, que a quantidade de bolsas dependerá de quanto houver disponível no orçamento da pasta para o próximo ano. Em um momento de revisão de gastos obrigatórios do governo federal, o ministro garantiu, nesta sexta-feira, que “nenhuma política e programa que está em andamento será atingida por conta de qualquer medida do governo federal”.
Mais de 90% dos alunos concluintes do ensino médio fizeram 1ª prova do Enem

Em seu primeiro dia, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mostrou um salto em relação ao ano passado no percentual de estudantes que estão concluindo os estudos dessa fase em escolas públicas e que se inscreveram para a prova. Esse universo foi de 94%, contra 58% em 2023, um aumento de 36 pontos percentuais. Em 14 estados, o índice chegou a 100%. Na Região Nordeste, o único estado que não atingiu essa proporção foi o Maranhão (83%). “A gente considera que foi um salto importante, um esforço que o ministério tem feito para estimular que o aluno se inscreva no Enem. Até antes de 2023, sempre havia uma queda, um declínio no número de inscritos, e agora nós estamos retomando o crescimento, é quase um milhão [de candidatos] a mais”, explicou o ministro da Educação, Camilo Santana, em coletiva neste domingo (3), quando apresentou o balanço parcial do Enem. Outro dado informado é que do total de 4,3 milhões de inscritos, 73,4% participaram dia primeira etapa da prova. O índice revela um aumento de 1,5 ponto percentual em relação ao Enem 2023, quando 71,9% dos inscritos compareceram. “Considero o maior interesse de concluintes do ensino médio no Enem uma das coisas mais importantes dessa edição, além do crescimento do número de inscritos”, disse Santana. Além disso, na visão do ministro, os dados confirmam o impacto de políticas que incentivam a participação desses estudantes: “Tivemos vários estados nos quais o percentual de concluintes quase dobrou. Esses números são um reflexo não só do esforço dos estados, que estimulam a inscrição, mas de um efeito forte do Pé-de-Meia”. Os estudantes beneficiados pelo programa que realizarem os dois dias de prova do Enem receberão uma parcela extra do incentivo, no valor de R$ 200, em 2025. No total, foram 10.766 locais de prova e 11.635 coordenações, nas 149.724 salas de aplicação, em 1.753 municípios, distribuídos pelas 27 unidades da Federação. Ao todo, 4.999 participantes foram eliminados por portar equipamento eletrônico; ausentar-se antes do horário permitido; ou não atender às orientações dos fiscais, por exemplo. Outras 689 pessoas foram afetadas por problemas como emergências médicas, interrupções temporárias de energia elétrica ou abastecimento de água. No próximo domingo, 10 de novembro, acontece a segunda etapa das provas, com questões relativas às Ciências da Natureza e Matemática e suas tecnologias. São 45 questões em cada área do conhecimento. Os portões abrem ao meio-dia e fecham às 13h , no horário de Brasília. O tempo de prova será de cinco horas, terminando às 18h30
TCE suspende edital do Projeto Somar, que previa terceirização da gestão de escolas públicas

Decisão foi tomada após representação feita pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) Está suspenso, de forma liminar, o edital do governo de Romeu Zema (Novo) que previa o credenciamento de organizações da sociedade civil (OSCs) para gerir escolas públicas mineiras. A decisão foi proferida pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) na quarta-feira (30). A medida, chamada de Projeto Somar, segundo educadores, abria precedente para a privatização da educação pública no estado, o que motivou a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) a encaminhar uma representação que pedia a suspensão ao TCE-MG, acatada de forma unânime pelo tribunal. “O governo Zema não poderá entregar mais nenhuma escola estadual nesse grande esquema de privatização do Projeto Somar”, comemorou a deputada. “A gente tem muita luta pela frente, mas, hoje, nós vamos celebrar, porque quem defende escola pública, saiu vitorioso. As nossas escolas estaduais estão protegidas e isso é muito importante”, acrescentou a parlamentar. Durante o julgamento, o conselheiro relator Cláudio Terrão afirmou que o regime de Parcerias Público-Privadas (PPPs) só pode ser admitido na educação básica em atividades indiretas da gestão administrativa, como na zeladoria ou na manutenção de escolas. Na decisão, o Terrão proibiu, portanto, a Secretaria de Educação de firmar qualquer tipo de colaboração com base no edital até que o tribunal aprecie de forma definitiva o modelo de parceria sugerido pela pasta. A iniciativa, que começou a ser executada em programa-piloto dois anos atrás em três escolas, abriu, em julho, outro edital que visava a expansão do programa para 80 escolas. Entidades questionáveis Uma das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) credenciadas pela gestão de Zema para participar do Projeto Somar responde a 210 processos no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª região. A lista de OSCs habilitadas foi publicada no Diário Oficial pelo governo de Minas Gerais, em setembro. A OSC em questão é a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade, inscrita no CNPJ sob o nº 33.621.384/0001-19. Ao todo, 10 entidades foram credenciadas e três delas possuem sedes em outros estados do país. O que diz o governo? Segundo o governo de Minas, a etapa piloto do projeto, que começou dois anos atrás, gerou “bons resultados”, como o aumento dos índices de aprovação dos estudantes e a redução da evasão escolar. Porém, trabalhadores da educação afirmam que, na realidade, a proposta representa a privatização e a precarização do ensino público
Ranking britânico lista UFMG entre as 10 melhores universidades da América Latina

Universidade ocupa a 294ª posição mundial em ensino segundo a Times Higher Education Sexta entre as brasileiras e nona na América Latina, a UFMG aparece no grupo 801-1000 das melhores universidades do mundo, segundo a edição 2025 do ranking da Times Higher Education (THE), divulgada na semana passada. O levantamento avaliou 2.092 instituições localizadas em 115 países e territórios. Segundo o professor Dawisson Belém Lopes, diretor do Escritório de Governança de Dados Institucionais da UFMG, trata-se de um ranking dos mais tradicionais – é divulgado desde 2004 – e que adota uma regra de corte bastante restritiva. “Para figurar nessa lista, a instituição precisar contar, no mínimo, com 1 mil artigos publicados na base Scopus nos últimos cinco anos. Estar nele já é uma vitória”, avalia o diretor. A UFMG também aparece na posição 294 entre as universidades que oferecem o melhor ensino do mundo. De acordo com Dawisson, essa posição está relacionada a outra dimensão muito valorizada pela agência britânica: a reputação institucional. “Esse indicador é aferido por meio de votos coletados entre pesquisadores e lideranças universitárias, dentro e fora do país, com peso maior entre os votantes do exterior. Nas últimas três edições do levantamento, o número de menções à UFMG subiu mais de 20 vezes, o que reflete o crescimento da exposição da nossa marca tanto dentro quanto fora do Brasil”, informa o professor. Em algumas áreas, a UFMG teve um desempenho na edição de 2025 que supera a colocação geral. São os casos de Direito (201-250), Educação (251-300), Artes e Humanidades (301-400) e Ciências da Vida (501-600). “Além disso, nas áreas de Ciências do Esporte, Arquitetura e Veterinária, a Universidade está posicionada entre as 25% melhores instituições do mundo”, complementa Dawisson Lopes. Queda na produtividade científica A queda dos níveis de financiamento das universidades brasileiras (fator Recursos para pesquisa) foi captada pelo ranking da THE e resultou na redução generalizada da produtividade científica no Brasil, fenômeno que também já havia sido identificado pelo QS Ranking, divulgado no início deste mês. Essa situação, segundo Dawisson, levou, inclusive, a agência britânica a produzir um documento retratando a situação global. Além do Brasil, universidades dos Estados Unidos, da Rússia, da Itália e da Espanha registraram queda de produtividade em pesquisa. Por outro lado, Índia, China, Turquia e Japão tiveram crescimento. Na visão da reitora Sandra Goulart Almeida, o financiamento das universidades brasileiras impacta todas as áreas das instituições, em especial a pesquisa de ponta que necessita de infraestrutura adequada e modernizada. “Há mais de uma década nossos orçamentos vêm sendo sistematicamente deteriorados. E hoje somos maiores, mais inclusivos e melhores com um orçamento que não acompanha a qualidade e o impacto da nossa Instituição. Necessitamos de financiamento sustentável e crescente, se quisermos que nossas universidades tenham desempenho compatível com as melhores instituições do mundo e ofereça uma educação de qualidade e de referência para a sociedade”, alerta a dirigente. Ranking de impacto e cúpula de universidades Outra classificação organizada pela Times Higher Education, na qual a UFMG se destacou já na sua estreia, é o Impact Rankings (edição 2024), que avalia o desempenho de instituições de ensino superior de todo o mundo em ações relativas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. No levantamento, divulgado em junho deste ano, a UFMG figura entre as 25% melhores instituições do mundo e como a melhor universidade brasileira nos ODS 3 (Boa Saúde e Bem-estar) e 10 (Redução de Desigualdades). Além de rankings, a THE também organiza conferências com altos dirigentes da educação superior mundial. Uma delas, programada de 8 a 10 de julho de 2025, terá a UFMG como sede. Trata-se da THE Latin America Universities Summit, reunião de cúpula de universidades latino-americanas. Primeiro a ser realizado no Brasil em formato presencial, o evento tem como tema Universidades como repositórios de conhecimento confiável.
Na faculdade, cotistas têm taxa de conclusão 10% maior do que demais alunos

Assim como no caso das cotas, entre os beneficiários do Prouni, 58% concluíram a graduação em 2023, contra 36% entre os estudantes que não fazem parte da política O Censo da Educação Superior, divulgado nesta quinta-feira (3), reafirmou a importância de alguns mecanismos de acesso a esse nível de ensino disponibilizados às populações negra, indígena e mais pobre, historicamente alijadas do ensino superior. Segundo a pesquisa, por exemplo, na década de 2014 a 2023, estudantes que chegaram ao ensino superior federal por meio de cotas tiveram uma taxa de conclusão 10% maior que a de não cotistas (51% a 41%). Outra política que mostrou resultados positivos foi o Prouni. O Censo verificou que 58% dos beneficiários concluíram a graduação em 2023, contra 36% entre os estudantes que não fazem parte da política. Já o índice de concluintes — os que estão perto de terminar o curso — entre os alunos que contam com o Fies (49%) foi 15% superior ao de quem não o utiliza (34%). Produzido pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) — autarquia vinculada à pasta —, o Censo faz uma ampla radiografia sobre estudantes, professores e instituições de ensino que servirá para traçar planos de melhoria tanto no que diz respeito ao acesso e continuidade nos cursos quanto à qualidade e distribuição desse nível de formação. A pesquisa também apontou que entre os jovens de 18 a 24 anos, que somam 22,3 milhões de pessoas, quase 45% não frequentam e concluíram o ensino médio; 22% frequentam a educação superior; 20% não frequentam ou não concluíram o ensino médio e quase 8% frequentam o ensino médio. Os demais se dividem entre os que não estão e concluíram a educação superior (4%) e os que frequentam o ensino fundamental (1%). Esses dados se inserem nos desafios colocados, sobretudo, na meta 12 do Plano Nacional de Educação (PNE), que se destina a “elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% das novas matrículas, no segmento público”. Metas por raça, renda e local No quesito cor/raça, o Censo mostra que os estudantes concluintes pretos, pardos ou indígenas são a grande maioria no Amazonas (89%), na Bahia (88%) e em Roraima (87%), números que vão decaindo conforme se percorre estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, por exemplo, eles são, respectivamente, 17% e 18%. Em São Paulo, são 30% e no Rio de Janeiro, 56%. Quando é averiguado o número médio de anos de estudo da população de 18 a 29 anos no Brasil em 2023, conclui-se que o perfil majoritário é de mulheres, brancas, de renda maior e que vivem em áreas urbanas, principalmente do Sudeste. Segundo os dados, entre os 25% de maior renda, a média é de 13,5 anos; entre os brancos, é de 12,4 anos; no Sudeste é de 12,2 anos; entre mulheres, é de 12,1 anos e da área urbana, 12 anos. No extremo oposto, aqueles com menos anos médios de ensino, em torno de 9 a 9,4 anos, têm como perfil preponderante homens, pretos, de zonas rurais do Norte e Nordeste e que fazem parte dos 25% com menor renda. Quanto à localização, o acesso aos que terminaram o ensino médio e seguiram para o superior em 2022 continuava sendo maior para quem estava na área urbana (27%) em relação a quem vivia em zonas rurais (16%). De acordo com o MEC, esse conjunto de pessoas acima descritos são o foco central da meta 8 do Plano Nacional de Educação (PNE), cujo objetivo é “elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 anos de estudo no último ano de vigência deste plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)”. Na avaliação de Leonardo Barchini, ministro da Educação substituto, “os dados nos mostraram que o caminho é cuidar desses estudantes, especialmente dos que mais precisam, porque eles respondem, eles dão resultado quando instados a entrar na educação superior. A gente dá uma chance para esses estudantes de baixa renda, pretos, pardos e indígenas, e eles respondem”. Barchini completou dizendo que com base nesses dados, “estamos desenhando os novos programas de concessão de benefícios de assistência estudantil para esses estudantes”, e lembrou que o MEC já aumentou o valor da Política Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes). Tipos de instituição Observando o tipo de instituição dos que terminaram o ensino médio em 2022 e ingressaram na educação superior no ano seguinte — cujo percentual é de 27% —, o índice é bem superior entre os concluintes do ensino médio de escolas federais (58%) e privadas (59%). Já os alunos oriundos de escolas estaduais ficaram abaixo da média: apenas 21% ingressaram no ensino superior logo após concluírem o ensino médio. Os estudantes que terminaram o ensino médio articulado com a educação profissional (integrado ou concomitante) também tiveram mais facilidade para ingressar na educação superior no ano seguinte. Desse grupo, 44% entraram em um curso de graduação logo após a formatura, outro número acima da média. Quando analisados aqueles que concluíram o ensino médio na modalidade regular e na educação de jovens e adultos (EJA), o percentual é de 30% e de 9%, respectivamente. Oferta de vagas e matrículas Além desses dados, o Censo de 2023 registrou 2.580 instituições de educação superior. Dessas, 87,8% (2.264) eram privadas e 12,2% (316), públicas. Nesse contexto, a rede privada ofertou 95,9% (23.681.916) das mais de 24,6 milhões de vagas. Já a rede pública foi responsável por 4,1% (1.005.214) das ofertas, com 65,5% (658.273) dessas vagas em instituições federais. Na modalidade de Educação à Distância (EaD), a
Editora Unimontes marcará presença em congresso internacional

O 2º Congresso Internacional da Unimontes terá como tema central “Educação e Sustentabilidade” No período de 24 a 27 de setembro, será promovido o 2º Congresso Internacional de Educação e Inovação da Universidade Estadual de Montes Claros, que acontecerá no campus-sede da instituição. A Editora Unimontes marcará presença no evento com lançamentos de livros e apresentações culturais. O 2º Congresso Internacional da Unimontes terá como tema central “Educação e Sustentabilidade”, com a proposta de discutir de que forma a educação pode contribuir para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em sintonia com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). A Editora Unimontes coordenará, no evento, sessões de lançamentos de livros próprios, assim como de livros de outras editoras. Os lançamentos ocorrerão no Espaço do Livro e da Leitura. No local, será montada uma infraestrutura para viabilizar lançamentos de e-books e livros impressos, conversas com autores e programação cultural. Ao todo, serão lançadas 16 obras, com atividades também no campus de Januária. As atividades da Editora no campus-sede serão realizadas sempre a partir das 17 horas. No dia 24, a programação será aberta pela cantora Camille Cantuária. Em seguida, haverá divulgação de revistas científicas da Unimontes, seguida do lançamento dos livros Unimontes, História e Memória: 60 anos formando professores no Norte de Minas e Cartas para as fundadoras da Fafil, ambos organizados pela professora Geisa Magela Veloso; Mundos digitais na sala de aula: explorando tablets no ensino fundamental, das professoras Fábia Magali Santos Vieira e Bianca Souza Duarte; e Ser-tão crítico na Psicologia Social: produzindo vozes em tempos de necropolítica, organizado por Jaciany Soares Serafim, César Rota Júnior, Aline A. Rebelo, Leila Lúcia Gusmão Abreu e Nilson de Jesus Oliveira Leite Júnior. No dia 25, as atividades começarão com a apresentação musical da Oficina de Música e Tecnologia do Curso de Extensão em Música (CEM) da Unimontes. Em seguida, haverá divulgação de revistas científicas da Unimontes e o lançamento dos livros Autocomposição em perspectiva – do conceito à eficiente concretização, organizado por Rafael Soares D. de Moura, Vitória Dreide Xavier Araújo Silva, Teddy Marques Farias Júnior, Marajane de Alencar Loyola, Talita Soares Moran e Richardson Xavier Brant; Caminhos do Desenvolvimento – vol. 1 Desenvolvimento Social, organizado por Felipe Fróes Couto, Juneo Matheus da Silva Cruz, Teddy Marques Farias Júnior e Vitória Dreide Xavier Araújo Silva; e Trabalho e formação humana: abordagens ontológicas e provocações contemporâneas, organizado por Leandro Luciano Silva Ravnjak. No dia 26, a programação começará com a apresentação do Coral VoxMontes, vinculado à Unimontes, e prosseguirá com a divulgação de revistas científicas da Unimontes e o lançamento dos livros Português escrito para surdos: princípios e reflexões para o ensino, organizado por Suely Fernandes, Maria Cristina da Cunha Pereira e Maria Clara Maciel de Araújo Ribeiro; Ebook Fotográfico: (Res)significando o parto para além da medicalização, organizado por Clara de Cássia Versiani; e Conhecendo métodos não farmacológicos para alívio da dor do parto, também organizado por Clara de Cássia Versiani. No dia 27, está previsto o lançamento do livro Escutas do indizível – a urgência subjetiva dos universitários, organizado por Marcelo Veras, Luiz Felipe Monteiro e Rogério Paes Henrique. No campus de Januária, as atividades acontecerão no dia 27 de setembro, a partir das 20h30min, com o lançamento dos livros Lazer, mercado do entretenimento e circuitos futebolísticos nos sertões de Minas Gerais, 1888-1925, de Daniel Venancio Oliveira Amaral; Novos cantos populares do rio São Francisco, organizado por Pedro Henrique Almeida Santos, Ramiro Esdras Carneiro Batista e Ros’elles Magalhães Felicio; Mulheres da minha vida, de Valéria Matos Escobar; Estações, de Suerdes Rodrigues Viana; e Pausas, também de Suerdes Rodrigues Viana.
Educação de SP, MG e RJ atrapalham desempenho nacional

Segundo especialista em Educação, estes estados sob governos bolsonaristas, vão na contramão de políticas educacionais recomendadas, especialmente após as perdas da pandemia. Os resultados preocupantes do Sistema de Avaliação de Educação Básica (Saeb) 2023, divulgados recentemente, trouxeram à tona um cenário alarmante para a educação no Sudeste brasileiro. Estados governados por forças políticas alinhadas à extrema direita bolsonarista, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, registraram quedas significativas nas notas de Português e Matemática. Essa performance ruim não apenas impactou negativamente o desempenho nacional, mas também revelou falhas estruturais nas políticas de recuperação de aprendizagem implementadas nessas regiões. De acordo com Madalena Guasco, diretora da Faculdade de Educação da PUC-SP e secretária geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), as estratégias adotadas nesses estados foram insuficientes e mal direcionadas. “Um programa de recuperação de aprendizagem necessita de acompanhamento e apoio aos estudantes e famílias, professores motivados e valorizados, ensino com significado e participação”, ressalta ela ao Portal Vermelho. No entanto, ela destaca que o que foi colocado em prática foi exatamente o contrário. Nos estados do Sudeste, o uso de plataformas de ensino padronizado, que desconsideram as particularidades e necessidades dos estudantes, tornou-se a norma. Esse modelo, segundo Madalena, é impessoal e pouco participativo, não contribuindo para uma educação significativa. Além disso, houve uma precarização do trabalho docente, com um aumento exponencial na contratação de professores temporários, que enfrentam condições de trabalho instáveis e pouco motivadoras. “Essas políticas resultaram em um ataque à gestão educacional, com cobranças e ameaças constantes, o que desestabiliza ainda mais o ambiente escolar”, afirma. A situação se agrava quando se considera a destinação de recursos públicos para fundações de caráter privado, sob a justificativa de melhoria da educação. Para a especialista em Educação, essa alocação de recursos desvia o foco do que realmente é necessário para a recuperação do aprendizado: o investimento em uma educação pública de qualidade, com professores valorizados e políticas educacionais que atendam às necessidades reais dos estudantes. Sucateamento escolar: agenda privatista do bolsonarismo Francisca da Rocha Seixas, secretária de Assuntos Educacionais e Culturais da Apeoesp, teceu duras críticas às gestões estaduais, culpando-as pelas falhas nas políticas de recuperação de aprendizagem. Em seu comentário, ela ressaltou que, apesar do Brasil ser um país diverso, as soluções propostas para a educação não refletem essa diversidade. “Os estados com mais recursos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, são os que apresentam maior deficiência justamente porque seus governantes vêm cortando verbas da educação pública”, afirmou ao Portal Vermelho. Francisca denuncia um processo contínuo de desmonte da educação pública, promovido por administrações que ela classifica como alinhadas ao ideário de extrema direita bolsonarista. Para a secretária, esses governos implementam uma visão empresarial da educação, delegando responsabilidades constitucionais a organizações sociais e priorizando interesses de elites econômicas. “Eles mantêm seus projetos privatistas intactos, favorecendo os barões da educação em detrimento da maioria da população”, reforça. Outro ponto destacado pela secretária é o descaso com a educação pública, especialmente nas periferias. Ela menciona que os governos estaduais têm promovido uma política de baixos salários para professores, sucateando escolas e mantendo gestões autoritárias. “São escolas nas quais não há condições adequadas de trabalho e nem estrutura mínima para os alunos”, denuncia. Segundo a sindicalista, essa postura compromete o futuro de crianças e adolescentes que dependem do ensino público de qualidade. Ela também chama atenção para a importância de um investimento robusto na educação pública, destacando que um país não pode se desenvolver com soberania e justiça social sem isso. “Esses governadores possuem uma visão retrógrada, acreditam que a educação é um privilégio para poucos, o que vai na contramão do desenvolvimento de qualquer nação.” Para a educadora, a solução passa por um maior investimento em infraestrutura escolar, valorização dos profissionais da educação e democratização das gestões escolares. Ela defende escolas que ofereçam ensino integral de qualidade, com alimentação adequada, bibliotecas bem equipadas, laboratórios de ciências, aulas de arte e esportes, além das disciplinas obrigatórias. Além disso, ela pontua a necessidade de reduzir o número de alunos por sala, permitindo um acompanhamento individualizado dos estudantes, especialmente aqueles com maior dificuldade de aprendizagem. Para alcançar essas metas, ela salienta a importância de uma gestão democrática, em que toda a comunidade escolar – professores, alunos e familiares – participe ativamente das decisões e dos projetos pedagógicos. A dirigente da Apeoesp encerra seu comentário com um alerta: “Sem esses investimentos e mudanças, o futuro da educação pública brasileira estará em risco. Precisamos de governos comprometidos com o desenvolvimento humano, e não com agendas privatistas que excluem a maioria dos cidadãos”. Fora do ritmo nacional O instituto Todos Pela Educação, ao analisar os resultados do Saeb, observou que a estagnação das notas no Sudeste não foi homogênea. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que são populosos e, portanto, influenciam mais a média nacional, ficaram para trás em termos de política educacional entre 2019 e 2023. Apesar de serem mais ricos e com possibilidade de ter melhor infraestrutura, “mas as políticas nesses estados não acompanharam o ritmo do resto do país”, comenta Gabriel Corrêa, diretor de políticas públicas do instituto. Enquanto outras regiões, como o Nordeste, conseguiram mitigar as perdas de aprendizagem causadas pela pandemia, os estados do Sudeste apresentaram as piores quedas nas três etapas avaliadas pelo Saeb. Essa diferença é atribuída à falta de programas robustos de recomposição de aprendizagem, que desconsideraram as grandes defasagens dos estudantes, acreditando que apenas a implementação de novas políticas seria suficiente para superar os desafios. “Muitas secretarias de educação, inclusive de São Paulo e do Rio, criaram programas insuficientes de recomposição de aprendizagem. Acharam que bastava apenas passar uma borracha no que aconteceu na pandemia e implementar novas políticas, sem levar em conta que os estudantes estavam em grande defasagens”, analisa Corrêa. “Com isso, esses governos estaduais falharam, ao contrário do que acontece com êxito em outros lugares de destaque ao longo dos anos, como o Ceará”. Em contraste, estados como o Pará,