O gol mais bonito do PSG veio da torcida: a bandeira Palestina Livre

Final da Champions League foi marcada por protesto contra o genocídio em Gaza No dia mais glorioso da história do Paris Saint-Germain, quando o clube francês goleou a Inter de Milão por 5 a 0 e conquistou pela primeira vez a UEFA Champions League, foi a torcida quem marcou o gol mais bonito. Durante a partida, torcedores do PSG exibiram bandeiras da Palestina e cartazes exigindo o fim do genocídio promovido pelo Estado de Israel contra o povo de Gaza, trazendo à tona a urgência de uma causa humanitária em pleno palco do futebol mundial. A vitória avassaladora coroou uma campanha histórica do time parisiense, mas foram os gestos vindos das arquibancadas que repercutiram além das quatro linhas. Em meio aos gritos de comemoração, surgiram bandeiras palestinas — uma manifestação clara de solidariedade aos milhares de civis mortos e deslocados pela ofensiva israelense em curso na Faixa de Gaza. Uma das bandeiras erguidas pela torcida era gigante: PHOTO | "Free Palestine" (PSG Ultras) pic.twitter.com/5STQj3WlZS — Antifa_Ultras (@ultras_antifaa) May 31, 2025 Em um contexto de crescente repressão a manifestações pró-Palestina em diversas partes da Europa, o ato dos torcedores ganhou ainda mais força simbólica. A imagem das bandeiras tremulando em um dos maiores eventos esportivos do planeta foi amplamente compartilhada nas redes sociais, tornando-se um símbolo de resistência e consciência política. Num momento em que o futebol costuma ser tratado como espetáculo e negócio, a torcida do PSG lembrou que o esporte também é espaço de posicionamento e solidariedade. O Paris Saint-Germain conquistou seu primeiro título europeu, mas foi a torcida quem deu a maior demonstração de grandeza naquela noite. Em Paris, neste 31 de maio de 2025, a bandeira da Palestina foi erguida como símbolo de humanidade — e esse foi o verdadeiro gol da vitória

Netanyahu é o maior genocida vivo e um dos piores da história da humanidade

Sociólogo aponta cumplicidade dos Estados Unidos e questiona viabilidade de um Estado palestino mesmo após eventual queda do premiê israelense Durante participação no programa Bom Dia 247, o sociólogo e professor Lejeune Mirhan fez duras críticas ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a quem classificou como “o maior genocida vivo e um dos piores da história da humanidade”. Segundo ele, os crimes cometidos por Israel na Faixa de Gaza o colocam ao lado de figuras históricas como Adolf Hitler, mesmo com diferentes escalas de vítimas. “E, sim, ele pode ser comparado a Hitler, mesmo que tenha matado 60 mil, enquanto Hitler assassinou 6 milhões”, afirmou Mirhan, referindo-se ao atual número de mortos palestinos em Gaza. Para ele, o que distingue a violência promovida por Netanyahu é a sistematicidade do extermínio e o apoio da população israelense ao que chama de genocídio em curso. “Se há um assunto que unifica a sociedade israelense, é o genocídio”, disse. O professor também fez uma avaliação crítica sobre as possibilidades políticas dentro do Estado de Israel. Na sua visão, a essência do projeto sionista está diretamente ligada à negação do direito de existência do povo palestino. “A essência do Estado de Israel é a negação do Estado palestino”, declarou. Ele avalia como inviável a proposta de dois Estados convivendo em paz, mesmo com o apoio de potências ocidentais. “Isto não vai acontecer”, afirmou. Mirhan considera que a permanência de Netanyahu no cargo está ligada à sustentação geopolítica norte-americana. “A meu ver, Netanyahu pode cair a qualquer momento – e quem fará isso serão os Estados Unidos”, disse. Ele cita o analista Jeffrey Sachs como um dos que apontam a capacidade dos EUA de destituírem o premiê, caso seja de seu interesse estratégico. No entanto, mesmo que isso ocorra, o sociólogo acredita que a política de anexação de territórios palestinos não será alterada de forma significativa. “É muito improvável que Israel aceite um Estado palestino”, concluiu Em sua análise, Lejeune Mirhan também observa uma crise moral do Ocidente diante da brutalidade do cerco a Gaza. Ele menciona a possibilidade de que países europeus comecem a recuar no apoio irrestrito a Israel, mas sem acreditar que haverá uma ruptura real. “Esse esforço retórico não vai dobrar Israel. Pode ser positivo como gesto diplomático, mas não tem eficácia prática”, avaliou. Por fim, ao ser questionado sobre a única alternativa viável para o conflito, Mirhan citou propostas defendidas por intelectuais palestinos como Ilan Pappé. “O mais destacado deles defende um Estado binacional, de nome Palestina, com igualdade de direitos. Mas isso está longe de se viabilizar no mundo atual”, afirmou. Assista

Justiça dos EUA freia Trump e impede expulsão de estrangeiros de Harvard

Decisão judicial bloqueia medida do governo que revogava vistos e atacava autonomia de Harvard, universidade mais rica e influente dos Estados Unidos Em um duro revés para o presidente Donald Trump, a Justiça americana suspendeu temporariamente na última sexta-feira (23) a medida que impedia a Universidade de Harvard de matricular estudantes estrangeiros. A decisão, emitida pela juíza federal Allison Burroughs, veio após a universidade mover uma ação judicial em Boston, classificando a medida como uma “violação flagrante” da lei. “Condenamos esta ação ilegal e injustificada”, declarou Alan Garber, reitor de Harvard. A ofensiva do governo Trump revogava a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP), exigindo que estudantes estrangeiros deixassem a instituição ou perdessem o status legal no país. Atualmente, estudantes internacionais representam mais de 27% do corpo estudantil de Harvard. Entenda o caso A crise teve início na quinta-feira (22) quando o Departamento de Segurança Interna, liderado por Kristi Noem, anunciou a revogação da autorização de Harvard para manter estudantes estrangeiros matriculados. Segundo Noem, a universidade teria falhado em cumprir exigências relacionadas ao combate ao antissemitismo e à cooperação com investigações internas sobre estudantes envolvidos em protestos no campus. Entre as exigências do governo estavam o acesso a registros administrativos, vídeos e áudios de atividades consideradas “ilegais” ou “violentas” envolvendo alunos — inclusive americanos. A retaliação fazia parte de uma escalada mais ampla da Casa Branca contra universidades consideradas “progressistas” por Trump. Em sua rede Truth Social, ele chegou a escrever que Harvard “é uma zombaria, ensina ódio e estupidez” e “não deveria mais receber financiamento federal”. “Estamos totalmente comprometidos em manter a capacidade de Harvard de receber nossos estudantes e acadêmicos internacionais, que enriquecem a universidade — e esta nação — imensamente”, afirmou a universidade em comunicado. Harvard resiste com força financeira bilionária Com um patrimônio superior a US$ 53 bilhões — mais que o PIB de países como Bolívia ou Paraguai —, Harvard é a universidade mais rica do mundo. Essa solidez permitiu que a instituição enfrentasse o corte de US$ 2,2 bilhões em bolsas e contratos anunciado por Trump, além da ameaça de perda da isenção fiscal, que representou uma economia de US$ 158 milhões em impostos apenas em 2023. Para Steven Bloom, do Conselho Americano de Educação, a perda da isenção representaria um grave precedente para o sistema universitário americano: “Teria um efeito inibidor para todas as universidades do país”. Um ataque à autonomia universitária A ofensiva do governo Trump é vista por analistas como parte de um movimento mais amplo para pressionar universidades de elite — que o presidente frequentemente acusa de promover uma agenda progressista. A exigência de mudanças nos currículos, na admissão de alunos e no conteúdo das aulas foi interpretada como tentativa de controle político sobre a produção acadêmica. “Nenhum governo, independentemente do partido no poder, deve ditar o que as universidades privadas podem ensinar”, escreveu o reitor Alan Garber. Ao recorrer à Justiça e conquistar uma liminar favorável, Harvard tornou-se símbolo da resistência institucional contra a ingerência do poder executivo na vida acadêmica. Com apoio financeiro, jurídico e político, a universidade mostrou que, mesmo diante de um governo hostil, a autonomia universitária segue sendo um pilar da democracia americana

Morre Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, aos 89 anos

O líder da esquerda uruguaia travava uma batalha contra o câncer e morreu em casa Faleceu nesta terça-feira (13) o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, aos 89 anos. O líder da esquerda uruguaia trava uma batalha contra o câncer. Ele estava em tratamento paliativo, quando não há mais cura para a doença. Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, está enfrentando a fase terminal de um câncer de esôfago e sob cuidados paliativos, de acordo com a sua esposa, a ex-vice presidente Lucía Topolansky, em entrevista ao jornal uruguaio La Diaria. “Está em seu término”, afirmou ela. Lucía acrescentou que os médicos estão “tentando fazer com que isso aconteça da melhor forma possível” e que “este já é um final anunciado”. A esposa de Mujica também explicou por que o marido não foi votar nas eleições locais do último domingo (11). “Íamos fazer um esforço para ir votar, mas sair de carro era demais para ele e a médica recomendou que não fosse”, disse. “Estou com ele há mais de 40 anos e estarei com ele até o fim. Foi o que prometi. O que tentamos fazer é preservar a privacidade da nossa família, mas com um personagem como o Pepe, é meio impossível”, disse a mulher. Mujica anunciou o diagnóstico de câncer em abril de 2024. Já em janeiro deste ano, ele afirmou que a doença havia se espalhado para o fígado e que tinha decidido não continuar com o tratamento. “O câncer no esôfago está colonizando meu fígado. Não paro com nada. Por quê? Porque sou um ancião e porque tenho duas doenças crônicas”, afirmou o ex-presidente, com 89 anos. Ele disse, ainda, que não suportaria nem tratamentos bioquímicos nem cirurgias. “Meu corpo não aguenta”, disse. Em tom de despedida, fez um último pedido: “O que peço é que me deixem tranquilo. Que não me peçam mais entrevistas nem nada mais. Já terminou meu ciclo. Sinceramente, estou morrendo. E o guerreiro tem direito a seu descanso”. O mesmo pedido foi feito pelo atual presidente do Uruguai, Yamandú Orsi, considerado um “pupilo” de Mujica. Ele solicitou que deixassem o ex-presidente em paz e respeitassem seu momento. “Devemos todos contribuir para garantir que a dignidade seja a chave em todas as fases de nossas vidas. Não devemos enlouquecê-lo, devemos deixá-lo em paz”, disse Orsi. Últimos momentos na sua chácara Em janeiro, Mujica informou que planejava passar seus últimos dias na sua famosa chácara em Rincón del Cerro, onde vive com a esposa, Lucía Topolansky. “Eu vou morrer aqui. Ali fora há uma secoia grande. A Manuela (sua cadela) está enterrada lá. Estou fazendo os papéis para que também me enterrem ali”, declarou. Mesmo diante da gravidade da situação, Mujica destacou sentir orgulho pelo futuro político de seu país. Ele comemorou a vitória histórica de Yamandú Orsi nas últimas eleições e afirmou que isso o deixa “tranquilo e agradecido”. Despedida Emocionado, Mujica fez questão de se despedir de seus compatriotas. “Sou um velho no final da vida que quer se despedir de seus compatriotas e simpatizantes. É fácil ter respeito por quem pensa parecido, mas o fundamento da democracia é respeitar quem pensa diferente. Por isso, a primeira categoria são meus compatriotas, e deles me despeço. Dou um abraço a todos”. O ex-presidente também se despediu de seus companheiros de luta política: “Segundo, me despeço de meus companheiros e simpatizantes. A única coisa que quero agora é me despedir”.

Robert Francis Prevost é o novo papa da Igreja Católica e escolhe o nome de Leão XIV

Americano tem 69 anos e também possui nacionalidade peruana Papa Leão XIV é o novo líder mundial da Igreja Católica. O cardeal americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi escolhido nesta quinta-feira (08/05) como o 267º pontífice da história do catolicismo. O anúncio foi feito pelo Vaticano por volta das 14h15 de Brasília – 19h15 de Roma. Como ocorreu na eleição dos papas Francisco e Bento XVI, o Conclave deste ano levou dois dias para escolher o novo papa. Por volta das 13h05 – horário de Brasília – desta quinta-feira, uma coluna de fumaça branca foi expelida pela chaminé da Capela Sistina, confirmação de que os cardeais reunidos no templo chegaram a um consenso sobre quem será o novo líder da Igreja Católica. Em uma decisão surpreendente do Conclave, o Vaticano tem seu primeiro pontífice dos Estados Unidos na história. Ele será o líder de 1,4 bilhão de fiéis ao redor do mundo. A ascensão de Leão XIV desfaz a expectativa de que o Vaticano voltasse ao comando de um europeu, após Francisco se tornar o primeiro pontífice latino-americano. Mais especificamente, esperava-se o retorno de um italiano ao poder: o cardeal Pietro Parolin, influente número 2 da Santa Sé, era o favorito. Em seu pronunciamento, Prevost, que também tem nacionalidade peruana, fez em espanhol uma saudação à sua “querida diocese de Chiclayo”. “Permitam-me também uma palavra, uma saudação (…) de modo particular à minha querida diocese de Chiclayo, no Peru, onde um povo fiel acompanhou seu bispo, compartilhou sua fé”, destacou ele da sacada de São Pedro, no Vaticano. O religioso também agradeceu seu antecessor: “Obrigado, papa Francisco!”.

Papamóvel será transformado em unidade de saúde para crianças em Gaza

Desejo do próprio pontífice será providenciado pela Caritas Jerusalém O veículo utilizado pelo papa Francisco, popularmente conhecido como papamóvel, será transformado de forma que possa servir como uma unidade de saúde móvel para atender crianças na Faixa de Gaza. De acordo com o Vaticano, a adaptação foi um pedido feito pelo próprio pontífice. Em nota, a Santa Sé destacou que o legado de paz deixado por Francisco “continua a brilhar” em um mundo assolado por conflitos. “A proximidade que ele demonstrou aos mais vulneráveis ​​durante sua missão terrena continua irradiando mesmo após sua morte”, completou. O 266º papa, e o primeiro das Américas, morreu no último dia 21 de abril. “Foi seu último desejo para um povo a quem demonstrou tanta solidariedade ao longo do seu pontificado, sobretudo ao longo dos últimos anos”, destacou o Vaticano. De acordo com o comunicado, o pedido foi feito já em meio aos últimos meses de vida de Francisco, que confiou a iniciativa à organização humanitária Caritas Jerusalém. “Em meio à guerra terrível, à infraestrutura em colapso, a um sistema de saúde mutilado e à falta de educação, as crianças são as primeiras a pagar o preço, com a fome, as infecções e outras doenças evitáveis ​​colocando suas vidas em risco”, ressaltou a Santa Sé. “Papa Francisco costumava dizer: ‘Crianças não são números. São rostos. Nomes. Histórias. E cada uma delas é sagrada’ e, com este último presente, suas palavras se tornaram ações.” Ainda segundo o Vaticano, o papamóvel está sendo adaptado com equipamentos para diagnóstico, exame e tratamento – incluindo testes rápidos para infecções, instrumentos de diagnóstico, vacinas, kits de sutura e outros suprimentos considerados vitais para manter a saúde de crianças em zonas de conflito. A equipe que utilizará o veículo em Gaza será composta por médicos e paramédicos, “que alcançarão crianças aos cantos mais isolados de Gaza assim que o acesso humanitário à faixa for restabelecido”, concluiu o comunicado.

Trump fala em expulsar democratas do Congresso

Em nova investida, Trump pede que republicanos expulsem democratas por “crimes eleitorais”, enquanto rejeita rumores de novo impeachment O presidente Donald Trump sugeriu que os republicanos no Congresso deveriam expulsar os legisladores democratas em resposta a um movimento ainda incipiente de impeachment, que não foi endossado pela liderança do partido. Em uma longa publicação no Truth Social na noite de quinta-feira (1º), Trump escreveu: “Os democratas estão realmente fora de controle. Eles perderam tudo, especialmente a sanidade! Esses lunáticos da esquerda radical estão novamente obcecados com essa coisa de ‘impeachment’. Já conseguiram que dois congressistas sem relevância, totalmente desequilibrados, ficassem falando em ‘impeachment’ de DONALD J. TRUMP.” “Os republicanos deveriam começar a pensar em expulsá-los do Congresso por todos os crimes que cometeram, especialmente durante as eleições”, continuou Trump, chamando os democratas de “pessoas muito desonestas que não deixam nosso país se curar” e “verdadeiros lixos, que odeiam nosso país e tudo o que ele representa.” “Talvez devêssemos começar a jogar o mesmo jogo contra eles e expulsar os democratas pelos muitos crimes que cometeram”, acrescentou. Entre os democratas, não há consenso sobre a ideia de um terceiro impeachment contra Trump. Pete Aguilar, presidente do caucus democrata na Câmara, disse ao Semafor que o impeachment “não é um exercício que estamos dispostos a realizar”. Na semana passada, o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, afirmou que o impeachment estava “muito distante para ser considerado uma opção viável no momento”. Não há evidências de que os democratas tenham cometido crimes contra Trump, como ele alegou em sua publicação, citando especificamente o senador Adam Schiff. No entanto, o ex-presidente deixou claro sua sede de vingança e, desde que retomou o poder, tem agido para concretizá-la, seja por meio de diretrizes nas redes sociais, seja usando o aparato do governo federal que agora controla. Em março, após meses de ameaças durante a campanha, Trump tentou anular os perdões concedidos a membros do Comitê do 6 de Janeiro, que ele havia apontado como alvos de possíveis processos. “Os ‘perdões’ que o Sonolento Joe Biden deu ao Comitê Não Selecionado de Bandidos Políticos, e muitos outros, são aqui declarados NULOS, INEXISTENTES E SEM EFEITO”, escreveu no Truth Social. Embora nenhum membro do Congresso tenha sido acusado pelo governo Trump, a Casa Branca parece estar se habituando a usar o sistema de justiça para retaliar rivais políticos. Na semana passada, o FBI fez questão de prender publicamente a juíza de Milwaukee Hannah Dugan, acusando-a de obstruir a prisão de um migrante indocumentado. O governo também abriu uma investigação contra Chris Krebs, ex-diretor da Agência de Segurança Cibernética, que em 2020 desmentiu as alegações falsas de fraude na eleição que Trump perdeu. A retaliação está apenas começando. Na quarta-feira, o “czar da fronteira” da Casa Branca, Tom Homan, foi questionado por um repórter sobre por que o governo não “prende os líderes” de cidades e estados santuário “por abrigar e proteger imigrantes ilegais, inclusive terroristas, da deportação”. A resposta de Homan só pode ser interpretada como uma ameaça: “Espere para ver o que está por vir.” Com informações de Rolling Stone*

O fiasco dos 100 dias de Trump é uma excelente notícia para o mundo

O colapso do líder da extrema-direita global irá afetar negativamente figuras como Jair Bolsonaro, Javier Milei e até mesmo Tarcísio de Freitas *  Por Leonardo Attuch A queda abrupta e consistente da popularidade do presidente estadunidense Donald Trump nos primeiros 100 dias de seu segundo mandato é uma excelente notícia para o mundo. O fiasco trumpista comprova que a fórmula da extrema-direita global, baseada em ódio, xenofobia e ataques às instituições democráticas, está se esgotando. Segundo pesquisa divulgada neste domingo, apenas 39% aprovam a gestão Trump, enquanto 55% desaprovam e 5% não responderam. Trata-se da pior aprovação para um presidente norte-americano em início de mandato desde 1953. O desgaste, desta vez, é ainda mais acelerado do que no primeiro mandato. A maioria dos norte-americanos (73%) afirma que a economia dos EUA está em má situação, 53% dizem que ela piorou desde a posse de Trump para o segundo mandato, e 41% relatam deterioração em suas finanças pessoais. A guerra comercial contra a China, principal aposta de Trump na política externa, já mostrou ser um tiro pela culatra: 71% dos entrevistados apontam que as tarifas de importação impostas recentemente agravaram a inflação. Lançada por Trump de forma infantil e ao mesmo tempo prepotente, essa estratégia gerou apenas prejuízo, volatilidade nos mercados financeiros e, no fim, recuos humilhantes por parte do presidente, além de incerteza para os agentes econômicos. O colapso do líder da extrema-direita global irá afetar negativamente figuras como Jair Bolsonaro, Javier Milei e até mesmo Tarcísio de Freitas A queda abrupta e consistente da popularidade do presidente estadunidense Donald Trump nos primeiros 100 dias de seu segundo mandato é uma excelente notícia para o mundo. O fiasco trumpista comprova que a fórmula da extrema-direita global, baseada em ódio, xenofobia e ataques às instituições democráticas, está se esgotando. Segundo pesquisa divulgada neste domingo, apenas 39% aprovam a gestão Trump, enquanto 55% desaprovam e 5% não responderam. Trata-se da pior aprovação para um presidente norte-americano em início de mandato desde 1953. O desgaste, desta vez, é ainda mais acelerado do que no primeiro mandato. A maioria dos norte-americanos (73%) afirma que a economia dos EUA está em má situação, 53% dizem que ela piorou desde a posse de Trump para o segundo mandato, e 41% relatam deterioração em suas finanças pessoais. A guerra comercial contra a China, principal aposta de Trump na política externa, já mostrou ser um tiro pela culatra: 71% dos entrevistados apontam que as tarifas de importação impostas recentemente agravaram a inflação. Lançada por Trump de forma infantil e ao mesmo tempo prepotente, essa estratégia gerou apenas prejuízo, volatilidade nos mercados financeiros e, no fim, recuos humilhantes por parte do presidente, além de incerteza para os agentes econômicos. O colapso de Trump certamente irá repercutir para além das fronteiras dos Estados Unidos. Como o grande fiador da extrema-direita internacional, Trump emulou uma geração de políticos que agora também começa a afundar junto com ele. Na América Latina, o reflexo será inevitável. Experimentos grotescos como o de Javier Milei na Argentina, tendem a perder sustentação e ele dificilmente resistirá sem o “apadrinhamento” ideológico trumpista. No Brasil, os impactos também virão – e serão positivos. Jair Bolsonaro, que pretendia ser salvo da cadeia por Donald Trump, ficará sem padrinho. E Tarcísio de Freitas, o governador paulista que, numa demonstração de subserviência caricata, vestiu o boné do “Make America Great Again” no dia de sua posse, mais cedo ou mais tarde terá que se explicar. A boa notícia para o mundo é que o fracasso de Trump e de seus imitadores abre espaço para uma nova etapa histórica: o fortalecimento de um mundo multipolar, menos submisso a impulsos autoritários e mais comprometido com o diálogo, a cooperação e o respeito à soberania dos povos. A era do bullying, das bravatas estéreis e do nacionalismo raivoso perde força, abrindo caminho para uma reconstrução democrática baseada na inclusão, na diversidade e na paz. O fiasco de Trump, portanto, deve ser comemorado, pois abre uma janela de esperança para que o mundo possa, enfim, virar a página da extrema-direita grotesca que tanto atrasou o progresso da humanidade nos últimos anos. *  Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

Mundo se despede do Papa Francisco em cerimônia histórica no Vaticano

Fiéis e líderes mundiais se reúnem na Praça de São Pedro para a última despedida do papa argentino, símbolo de acolhimento, justiça social e esperança para milhões. Após três dias de velório aberto, o Vaticano celebrou neste sábado (26) a Missa de Exéquias do papa Francisco, no átrio da Basílica de São Pedro. A cerimônia marca o início do Novendiali, período de nove dias de luto e oração pela memória do pontífice. O caixão de madeira e zinco, selado na noite anterior, foi posicionado diante do altar para a missa de corpo presente, acompanhada por cerca de 250 cardeais, bispos, padres e religiosos. Centenas de milhares de fiéis vindos de todo o mundo prestaram as últimas homenagens, em uma multidão que simbolizou a Igreja de Francisco: aberta a todos, como ele repetia. O coral da Capela Sistina embalou a celebração. “Diante dele, uma multidão, que deve chegar a centenas de milhares de pessoas, vindas de todas as origens geográficas, sociais, políticas e culturais, prestará suas últimas homenagens”, destacou a Santa Sé. Após os ritos solenes da Última Commendatio e Valedictio, o caixão foi conduzido pelas ruas de Roma até a Basílica de Santa Maria Maior, onde aconteceu o sepultamento. O percurso de quatro quilômetros refaz a caminhada espiritual que Francisco realizava para rezar diante do ícone da Virgem Salus Populi Romani. “Essa jornada permitirá que os fiéis se despeçam de seu bispo por um caminho que ele costumava fazer para rezar diante do ícone da Virgem Salus Populi Romani antes e depois de cada uma de suas viagens apostólicas e, até mesmo, recentemente, após suas internações”, destacou a Santa Sé. A despedida do papa argentino contou com a presença de 130 delegações estrangeiras, entre elas 50 chefes de Estado e 10 membros da realeza. Na primeira fila, lado a lado, estavam o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, o norte-americano Donald Trump, o ucraniano Volodymyr Zelensky e o argentino Javier Milei. Lula classificou a presença no funeral como um “pagamento de dívida” a um homem que “prestou serviços para a humanidade” e ressaltou o desejo de que o próximo papa tenha o mesmo coração e compromisso social de Francisco. “Tenho um apreço muito grande à figura do papa Francisco. Foi uma dívida que nós pagamos a um homem que prestou serviços para a humanidade. Quisera Deus que o próximo papa fosse igual a ele, com o mesmo coração e com os mesmos compromissos religiosos e no combate às desigualdades”, disse o presidente brasileiro aos jornalistas. Entre os líderes presentes estavam também Emmanuel Macron (França), Sergio Mattarella (Itália), Ursula von der Leyen (União Europeia), além de monarcas como o rei Felipe VI da Espanha e o príncipe William do Reino Unido. O Vaticano anunciou missas diárias em sufrágio até o dia 4 de maio, encerrando o ciclo de homenagens ao pontífice que marcou sua era por defender os pobres, dialogar com diferentes culturas e combater as desigualdades.

Quando será o Conclave? Veja como acontece e quem participa da escolha do próximo Papa

O Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte ou renúncia do papa anterior, conforme as normas estabelecidas pelo Papa João Paulo II Por Simon Nascimento A igreja católica vai escolher um novo Papa, nas próximas semanas, após a morte do Papa Francisco. A seleção será feita por meio do Conclave, atualmente composto por 252 cardeais, dos quais 138 eleitores (com menos de oitenta anos) e 115 não eleitores. O processo é secreto e somente os religiosos da lista têm conhecimento das discussões da reunião. De acordo com as regras estabelecidas pelo papa João Paulo II em 1996, o Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após a morte ou renúncia do papa anterior. Os cardeais são os principais conselheiros do Papa e são escolhidos por ele para ajudar a governar a igreja. No atual grupo, praticamente todos os cardeais foram elevados ao posto pelo Papa Francisco, o que, na avaliação do jornalista especialista em Vaticano e doutor em Ciências Sociais, Filipe Domingues, pode tornar o processo mais demorado. “O que aconteceu no pontificado do Papa Francisco é que ele nomeou muitos cardeais novos e muitos eram de igrejas locais, de partes do mundo onde nunca tenha tido cardeais antes. E são religiosos com perfil pastoral, como a gente diz, mais próximos do povo, atentos à devoção popular, e não tão de carreira e escritório das universidades. O problema disso é que eles não se conhecem entre si, então não sabemos como será essa votação, se será muito rápida, com a definição de um, dois, três, nomes ou se haverá uma pulverização”, disse. Domingues, que é diretor do Lay Centre em Roma, uma espécie de residência universitária para estudantes das universidades católicas, afirmou que a escolha do novo pontífice no Conclave vai depender das diretrizes desejadas para a igreja nos próximos anos. “Após a morte do Papa, é preciso esperar no máximo 20 dias para iniciar o Conclave. Eles têm esse tempo, entre a morte do Papa e o início do Conclave, para falar abertamente. Eles ficam duas semanas frequentando Roma, indo às igrejas, nos jantares, aí tem as chamadas Congregações Gerais que são reuniões dos cardeais que estão em Roma e vão falar do que a igreja precisa neste momento e de qual o perfil para conduzir a igreja neste momento”, explicou. Domingues lembrou que, na escolha de Francisco em 2013, as características traçadas indicavam um religioso reformador, que mudasse os direcionamentos da cúria romana e com mais atenção aos pobres. “Quando eles entraram para votar no Conclave, eles já tinham uma ideia do que eles queriam e provavelmente vai ser assim de novo. Na minha visão, não vai ser um Papa diferente do ponto de vista dos posicionamentos. Vai ser um Papa de continuidade, na igreja não tem muita ruptura, entre um Papa e outro, vai ser de continuidade, mas talvez com um perfil diferente”, opinou. Como funciona o Conclave? A eleição do Papa é realizada segundo a Constituição Apostólica de 1996, promulgada pelo Papa Beato João Paulo II, que rege o funcionamento do Conclave. Na prática, trata-se de uma espécie de um retiro sagrado, no qual os cardeais eleitores se reúnem para discutir e votar o nome do próximo ‘Santo Padre’. Todos os cardeais eleitores ficam hospedados em uma acomodação, na chamada “Domus Sanctae Marthae”, construída na Cidade do Vaticano. Há cardeais de três ordens: diáconos, presbíteros e bispos. Na parte da manhã e na parte da tarde, são feitas as orações e a celebração das sagradas funções ou preces. Em seguida, há os procedimentos para as eleições. Podem votar e ser votados todos os cardeais com menos de 80 anos de idade. Os cardeais eleitores são obrigados a participar do Conclave e são convocados pelo cardeal mais velho (Decano). Como é a eleição? São feitas duas eleições por dia, uma de manhã e outra à tarde, e será eleito o cardeal que, numa dessas eleições, obtiver 2/3 dos votos, considerando presentes todos os cardeais. A eleição é secreta e cada cardeal coloca em uma cédula o nome em quem deseja votar. Três cardeais são escolhidos para fazer a contagem dos votos, esses são chamados de escrutinadores. Se algum deles for escolhido com 2/3 de votos, estará eleito e, aceitando o cargo, é queimada uma fumaça branca no incinerador da Capela Sistina. Se após a segunda eleição do dia não houver ainda um eleito, então, queima-se uma fumaça negra que sai na chaminé da Capela, na Praça de São Pedro. Após cada eleição as cédulas são todas queimadas pelos escrutinadores. Se houver algum cardeal doente que não possa sair de seu quarto, a urna é levada a ele por três cardeais, para que possa votar. Caso os cardeais não cheguem a um consenso sobre o novo Papa durante três dias de votações, estas serão suspensas durante um dia para uma pausa de oração. Em seguida, recomeçam as votações. Se, após sete novas tentativas, ainda não se verificar a eleição, faz-se outra pausa de oração. Se ainda assim as votações não tiverem êxito, os cardeais eleitores serão convidados a darem a sua opinião sobre aquilo que a maioria absoluta deles tiver estabelecido. “Todavia, não se poderá deixar de haver uma válida eleição, ou com a maioria absoluta dos sufrágios ou votando somente os dois nomes que, no escrutínio imediatamente anterior, obtiveram a maior parte dos votos, exigindo-se, também nesta segunda hipótese, somente a maioria absoluta”, explicou o professor Felipe Aquino, membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II.