Acidente de helicóptero mata Ebrahim Raisi, presidente do Irã

O presidente iraniano Ebrahim Raisi, morto aos 63 anos — Foto: REUTERS/Shannon Stapleton O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, morreu aos 63 anos devido à queda de um helicóptero, conforme informado pela TV estatal do Irã nesta segunda-feira (20). Raisi, eleito em 2021 com mandato até 2025, era a segunda figura mais importante do Irã, ficando atrás apenas do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país. Raisi era considerado um protegido de Khamenei e potencial sucessor. A morte de Raisi deverá desencadear uma intensa disputa pelo cargo. Com informações do G1. De acordo com a imprensa oficial iraniana, o helicóptero caiu em uma área montanhosa do Irã devido às más condições climáticas enquanto transportava Raisi e outras autoridades do Azerbaijão. O acidente ocorreu entre as aldeias de Pir Davood e Uzi, na província de Azerbaijão Oriental, cerca de 600 quilômetros a noroeste de Teerã, capital iraniana. Além de Raisi, a queda do helicóptero também resultou na morte do chanceler iraniano, Hossein Amirabdollahian. A bordo estavam ainda Malek Rahmati, governador da província de Azerbaijão Oriental, e Hojjatoleslam Al Hashem, líder religioso. As mortes destes dois últimos não foram confirmadas, mas anteriormente a imprensa oficial relatou que não havia sinais de sobreviventes no local do acidente. O helicóptero caiu por volta das 13h (horário local, 6h em Brasília), mas os destroços só foram encontrados cerca de 12 horas depois, devido às dificuldades de acesso e ao mau tempo que prejudicavam as operações de resgate. لحظه پیدا شدن لاشه بالگرد توسط تیم پهبادی داوطلب سازمان امداد و نجات هلال‌احمر pic.twitter.com/Uak6HtD1gg — خبرگزاری ایرنا (@IRNA_1313) May 20, 2024 A aeronave foi localizada na madrugada desta segunda-feira (20) por membros do Crescente Vermelho iraniano, auxiliados por um drone turco que detectou sinais de calor na área. Inicialmente, o ministro do Interior do Irã informou que o helicóptero havia feito um pouso forçado, mas posteriormente a imprensa oficial confirmou que a aeronave sofreu um acidente devido às condições climáticas adversas. Ebrahim Raisi foi eleito em primeiro turno em 2021 para um mandato de quatro anos, em uma eleição marcada por alta abstenção e pela exclusão de vários concorrentes pelo Conselho de Guardiães da Constituição, incluindo o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad e outros líderes políticos. Nos anos 1980, Raisi participou das “comissões da morte”, que resultaram na execução de cerca de 5.000 opositores do regime. Em 2019, os Estados Unidos impuseram sanções a Raisi por essa participação. Em 2022, sob o governo de Raisi, o Irã reprimiu violentamente protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, uma jovem que faleceu após ser presa por não usar o véu corretamente. Mais de 500 manifestantes foram mortos nos protestos, de acordo com a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana). Raisi afirmou na época que o Irã deveria “agir de forma decisiva contra aqueles que ameaçam a segurança e tranquilidade do país”. No cenário internacional, o Irã enfrentou uma escalada de tensão com Israel, que em 1º de abril matou sete membros da Guarda Revolucionária em um ataque à embaixada iraniana na Síria. Em retaliação, o Irã lançou um ataque contra Israel em 13 de abril, que respondeu em 18 de abril.

Papa Francisco pede ação urgente contra mudanças climáticas

Cacique Raoni destacou as recentes enchentes no Rio Grande do Sul e a perda da biodiversidade em Mato Grosso. Papa Francisco acusou a dívida ecológica dos países ricos. O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (16), no Vaticano, cerca de duzentos participantes do encontro promovido pelas Pontifícias Academias das Ciências e das Ciências Sociais sobre o tema “Da crise climática à resiliência climática”. Durante o evento, o Pontífice destacou a urgência de ações concretas para combater a crise climática global. O encontro reuniu membros de várias partes do mundo para discutir estratégias e soluções para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. O cacique Raoni Metuktire, líder do povo Kayapó, esteve presente e entregou uma carta ao Papa, buscando alertar sobre as mudanças climáticas e catástrofes ambientais enfrentadas pelo Brasil. Na carta, Raoni destacou as recentes enchentes no Rio Grande do Sul, que resultaram na perda de 151 vidas, além da vulnerabilidade dos povos indígenas devido à perda da biodiversidade em Mato Grosso. O líder indígena expressou sua preocupação com a tentativa de reverter os direitos garantidos aos indígenas pela Constituição Brasileira de 1988. “É por isso que viemos rogar que Vossa Santidade continue nos ajudando, ao fazer com que a palavra da Igreja Católica, o chamado da Encíclica Laudato Sí e da Pastoral da Amazônia, cheguem aos membros de nosso Congresso que aparentemente não receberam ou compreenderam devidamente, até hoje, tal solene e alertadora mensagem”, diz trecho da carta. Raoni enfatizou a importância do apoio da Igreja Católica e pediu para que a comunidade católica demonstre interesse e preocupação com a causa ambiental, visando minimizar os impactos ambientais por meio de campanhas de conscientização. Patxon Okreãjti, sobrinho-neto de Raoni, ressaltou a necessidade de mobilização diante dos desastres ambientais que assolam o país. Ele destacou os problemas de desmatamento, seca nos rios e os incêndios em Mato Grosso, pedindo o apoio do Papa para conscientizar mais pessoas sobre esses problemas urgentes. “Mato Grosso registrou o maior número de focos de incêndio do Brasil em abril de 2024, com 788 focos entre os dias 1º e 30, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foi o segundo mês seguido em que o estado ocupou essa posição, já que em março foram 1.624 focos”, acrescentou. Os pobres da Terra Em seu discurso, o Papa enfatizou que “os dados sobre as mudanças climáticas pioram a cada ano e portanto, é urgente proteger as pessoas e a natureza”. Ele destacou a necessidade de apoio e proteção às populações mais pobres, que pouco têm a ver com as emissões poluentes. “Estamos diante de desafios sistêmicos distintos, mas interligados: as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade, a degradação ambiental, as desigualdades globais, a insegurança alimentar e uma ameaça à dignidade das populações envolvidas”, destacou o Papa. Francisco ressaltou que são os pobres da Terra que mais sofrem com as mudanças climáticas, apesar de serem os que menos contribuem para o problema. Ele apontou que as nações mais ricas são responsáveis por uma parcela significativa das emissões poluentes, enquanto as nações mais pobres arcam com a maioria das perdas. O Papa alertou para as consequências devastadoras das mudanças climáticas, incluindo a poluição do ar, o deslocamento forçado de famílias e a ameaça à saúde pública. Ele ressaltou a necessidade de uma abordagem universal e uma ação rápida para promover mudanças políticas e reduzir as emissões de carbono. Além disso, o Papa pediu uma nova arquitetura financeira que atenda às necessidades do Sul do mundo e uma redução da dívida, reconhecendo uma espécie de “dívida ecológica”. Ele incentivou os participantes a continuarem trabalhando na transição da crise climática para a resiliência climática com equidade e justiça social. O encontro no Vaticano reforçou a importância de uma cooperação global para enfrentar a crise climática e proteger as pessoas e o planeta. O Papa Francisco destacou que é necessário agir com urgência, paixão e determinação para garantir um futuro sustentável para as gerações futuras.

Trump lidera em cinco dos seis estados decisivos nas eleições

Pesquisa do New York Times revela que republicano tem vantagem em cinco dos seis estados-pêndulo; Biden enfrenta insatisfação com economia e guerra O bilionário Donald Trump lidera as intenções de voto em cinco estados decisivos nas eleições dos Estados Unidos, de acordo com uma pesquisa realizada pelo jornal New York Times. O líder da extrema-direita lidera em Michigan, Arizona, Nevada, Georgia e Pensilvânia, enquanto seu adversário nas eleições de novembro, o atual presidente dos EUA Joe Biden, aparece à frente apenas em Wisconsin. Wisconsin: Trump, 45%; Biden, 47% Michigan: Trump, 49%; Biden, 42% Arizona: Trump, 49%; Biden, 42% Nevada: Trump, 50%; Biden, 38% Georgia: Trump, 49%; Biden, 39% Pensilvânia: Trump, 47%: Biden, 44% A pesquisa ouviu 4.097 eleitores registrados nos seis estados-pêndulo entre 28 de abril e 9 de maio. Na eleição de 2020, o então candidato Joe Biden venceu nos seis estados em questão na vitória dos democratas sobre a extrema-direita dos Estados Unidos. Veja o resultado daquela eleição a seguir: Wisconsin: Trump, 48,8%; Biden, 49.4% Michigan: Trump, 47,8%; Biden, 50,6% Arizona: Trump, 49%; Biden, 49,4% Nevada: Trump, 47,7%; Biden, 50,1% Georgia: Trump, 49,2%; Biden, 49,5% Pensilvânia: Trump, 48,8%: Biden, 50% Segundo o jornal, o levantamento revela uma insatisfação generalizada com a situação do paí, além de sérias dúvidas sobre a capacidade de Biden de proporcionar grandes melhorias aos americanos. “As pesquisas sugerem que a força de Trump entre eleitores jovens e não brancos inverteram, ao menos temporariamente, o mapa eleitoral, com Trump emergindo com uma liderança significativa no Arizona, na Geórgia e em Nevada, estados relativamente diversos do Sul onde negros e hispânicos impulsionaram Biden para vitórias importantes nas eleições de 2020”, completa o jornal. Os estados decisivos, mais conhecidos como estados-pêndulo, são aqueles que não são tradicionalmente democratas ou republicanos. Normalmente são os resultados desses locais que determinam a vitória nas eleições dos Estados Unidos. O crescimento de Donald Trump nas pesquisas coincide com a percepção negativa do eleitor com a política econômica e exterior da atual administração Biden. Nesta quarta (14), o Departamento de Estatísticas do Trabalho do país divulgou o índice de preços aos consumidor (CPI, na sigla em inglês) para abril com ajuste sazonal. O CPI do período avançou 0,3%. Apesar da desaceleração em relação a março, que marcou 0,4%, a população americana demonstra insatisfação com o custo de vida no país. A postura do governo de Biden em apoio à ofensiva militar de Israel sobre Gaza também tem irritado a parcela jovem do eleitorado. Nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório e o descontentamento com a atual presidência pode desmotivar a juventude de ir votar em novembro.

Sob ataque de Israel, 110 mil palestinos fogem de Rafah, sem rumo

A cidade que era o último refúgio garantido pelo governo israelense a civis, saltou de 275 mil para 1,5 milhão de refugiados, que agora estão sob brutal ataque. Os militares israelenses intensificaram os seus ataques em Rafah, no sul de Gaza, ao mesmo tempo que paralisaram as operações de ajuda humanitária em todo o território palestino, à medida que as conversações de cessar-fogo terminavam sem acordo. Rafah era o último refúgio para civis, conforme o próprio governo israelense foi encurralando a população de 1,5 milhão de pessoas para essa cidade no extremo sul de Gaza, sob a promessa de segurança. Com isso, as pessoas não têm para onde ir, conforme a fronteira sul com o Egito se mantém fechada sob controle israelense. Antes da guerra, Rafah tinha 275 mil habitantes. A Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para Refugiados Palestinos no Oriente Próximo (UNRWA) disse na sexta-feira que 110 mil palestinos fugiram de Rafah. As tropas israelenses avançavam no leste da cidade em operações de combate corpo a corpo e conduzindo ataques aéreos. As pessoas que fogem perambulam sem rumo pelo deserto tentando escapar de bombardeios e tiros. “As pessoas estão petrificadas. As pessoas temem isso há muito, muito tempo e agora isso está sobre nós. Há bombardeios constantes. Há fumaça no horizonte. Há pessoas em movimento”, disse Sam Rose, diretor de planejamento da UNRWA, de Rafah. Ele disse que Israel estava submetendo Gaza a um “cerco medieval” numa guerra de “terra arrasada”. As forças israelenses assumiram no início desta semana o controle da passagem fronteiriça de Rafah, selando o ponto de entrada crucial para a ajuda humanitária. “Nenhuma ajuda chegou a Gaza desde domingo. Nenhuma ajuda, nenhum combustível, nenhum abastecimento, nada. E agora realmente estamos com nossas últimas reservas”, disse Rose. “Temos mais alguns dias de farinha que podemos fornecer. Mas todo o resto começará a parar muito em breve, sem combustível, sem água. Portanto, a situação é realmente desesperadora”, acrescentou. Israel já desafiou objeções internacionais ao enviar tanques e conduzir o que chamou de “ataques seletivos” no leste de Rafah, a cidade que diz ser o lar dos últimos batalhões restantes do Hamas. Mas as autoridades do Hamas em Rafah consideraram “nada mais que mentiras” a descrição de Israel da sua operação como “limitada”. Sob fortes ataques, pacientes e funcionários foram forçados a sair dos hospitais em Rafah, deixando muitos palestinos doentes e feridos sem possibilidade de tratamento. Um ataque aéreo israelense contra duas casas no bairro de Sabra, em Rafah, matou pelo menos 12 pessoas, incluindo mulheres e crianças. “O Hospital Al-Najjar está fora de serviço. E o Hospital do Kuwait [em Rafah] é apenas para traumas e emergências”, disse o médico palestino Mohammed Zaqout. “Não temos leitos nem hospitais para encaminhar [as pessoas], especialmente para pacientes críticos.” Mais a norte, testemunhas relataram ataques aéreos e combates em bairros da Cidade de Gaza, tendo como alvo Zeitoun, Sabra, Nassr, Tal al-Hawa e o campo de refugiados de Shati. As delegações israelenses e do Hamas abandonaram a capital egípcia, Cairo, após a última ronda de negociações de cessar-fogo, mediadas pelo Qatar, pelos Estados Unidos e pelo Egito. O Hamas disse na sexta-feira que “a bola está agora completamente” nas mãos de Israel. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito disse que os dois lados devem mostrar “flexibilidade” a fim de chegarem a um acordo para um cessar-fogo e uma troca de prisioneiros detidos em Gaza por prisioneiros palestinos. O Hamas disse que um acordo envolveria a retirada das forças israelenses de Gaza, o retorno dos palestinos deslocados pela guerra e a troca de cativos por prisioneiros, com o objetivo de um “cessar-fogo permanente”. O grupo disse que mantém os termos e que Israel “levantou objeções a ele em várias questões centrais”. A exigência do Hamas de uma pausa inicial de 12 semanas nos combates foi um grande obstáculo para Israel durante as negociações de cessar-fogo desta semana, informou a emissora CNN, citando três fontes familiarizadas com as negociações. Israel está determinado a prosseguir com a sua ofensiva em Rafah, desafiando os avisos da ONU e dos seus aliados, incluindo o seu principal apoiante militar e político, os EUA. Embora o presidente dos EUA, Joe Biden, tenha avisado que interromperia o fornecimento de armas dos EUA a Israel se este realizasse o ataque terrestre, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, permaneceu desafiador. “Se tivermos que ficar sozinhos, ficaremos sozinhos. Se precisarmos, lutaremos com as unhas. Mas temos muito mais do que unhas”, disse ele em entrevista na quinta-feira (9). Espera-se que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, apresente um relatório ao Congresso ainda nesta sexta-feira sobre a conduta de Israel em Gaza, que não chega a concluir que o país violou os termos para o uso de armas dos EUA, segundo a imprensa americana. Na sexta-feira, a Assembleia Geral da ONU votará uma resolução que concederia novos “direitos e privilégios” à Palestina e apelará ao Conselho de Segurança da ONU para reconsiderar favoravelmente o pedido da Palestina de adesão plena. A maior parte dos 2,3 milhões de palestinos na Faixa de Gaza estão deslocados em Rafah, na parte sul do enclave, mas centenas de milhares também vivem em tendas noutras áreas.

Petro anuncia que Colômbia romperá relações com Israel por massacre em Gaza

Durante ato no 1º de maio, presidente classificou governo israelense como genocida e disse que romperá relações Lucas Estanislau O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou que o país romperá relações diplomáticas com Israel por conta do massacre cometido contra palestino na Faixa de Gaza. Desde outubro do ano passado, mais de 34 mil pessoas já foram mortas. A declaração ocorreu durante o pronunciamento do mandatário durante os atos de comemoração nesta quarta-feira (01) no Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora. “Diante de vocês, o governo da mudança, o presidente informa que amanhã serão rompidas as relações diplomáticas com Israel por ter um presidente genocida”, disse Petro a centenas de apoiadores na Praça de Bolívar, em Bogotá. O presidente ainda afirmou que “o mundo poderia ser resumido em uma só palavra, todas as consígnias e cores poderiam ser resumidas em uma só palavra que reivindica a necessidade da vida, da rebeldia, a bandeira alçada e a resistência: essa palavra é Gaza, é Palestina, são as crianças e bebês mortos, esquartejados pelas bombas”. Petro também citou os apoios à Palestina pelo mundo e disse que “hoje, toda a humanidade está de acordo conosco e nós com ela, não podemos voltar às épocas de genocídio e extermínio de um povo inteiro diante de nossos olhos e de nossa passividade”. O anúncio é o mais recente passo de uma escalada diplomática iniciada pelo governo de Petro em condenação às ações militares de Israel contra a Faixa de Gaza iniciada após os ataques do Hamas em outubro do ano passado. Até então, o presidente colombiano já havia ameaçado romper relações e laços comerciais com Israel já haviam sofrido interrupções por conta disso. Agora, a Colômbia se juntará a Bolívia e Venezuela no rol de países sul-americanos que não mantém relações diplomáticas com Israel. Marcha em defesa do governo O presidente participou das manifestações do 1º de maio e discursou no evento organizado por centrais sindicais. A participação serviu, segundo o próprio Executivo, para defender o governo de ataques da direita e da extrema direita que ameaçam derrubar Petro. A decisão do mandatário foi uma resposta às mobilizações de 22 de abril, quando opositores saíram às ruas para protestar contra as reformas propostas pelo governo. Desde o começo do seu mandato, o presidente colombiano enfrenta críticas e ataques da direita do país que busca barrar as reformas na saúde, educação, aposentadorias e nas leis trabalhistas.

Deputados dos EUA divulgam decisões sigilosas de Moraes

Uma comissão do Congresso dos Estados Unidos publicou uma série de decisões sigilosas do ministro sobre a suspensão ou remoção de perfis nas redes sociais BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Uma comissão do Congresso dos EUA publicou na noite dessa quarta-feira (17/4) uma série de decisões sigilosas do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes sobre a suspensão ou remoção de perfis nas redes sociais. As decisões foram obtidas a partir de intimação parlamentar feita à rede social X (antigo Twitter), de propriedade do bilionário Elon Musk. Quando defendeu o impeachment de Moraes, o empresário prometeu que publicaria em breve ordens de Moraes que, segundo ele, “violam as leis brasileiras”. A maioria das decisões de Moraes reproduzidas no documento manda a plataforma derrubar contas nas redes sociais sem estar acompanhada de uma fundamentação, apenas com a indicação dos perfis que precisam ser retirados do ar. Em poucos casos aparece no relatório uma ordem do ministro do STF com explicações jurídicas para o bloqueio de perfis, como no caso da página intitulada Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil. “As condutas noticiadas da entidade ocorreram no contexto dos atos antidemocráticos, nos quais grupos – financiado por empresários- insatisfeitos com o legítimo resultado do pleito”. O relatório produzido pelo comitê parlamentar foi intitulado “O ataque contra liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”. O colegiado é presidido peplo deputado Jim Jordan, polêmico republicano fortemente ligado ao ex-presidente Donald Trump -ídolo do bolsonarismo. Sob o argumento da defesa da liberdade de expressão, o parecer do subcomitê diz que “alguns governos estrangeiros estão erodindo valores democráticos básicos e sufocando o debate em seus países”. O documento cita ainda o recente conflito entre Elon Musk e o STF e afirma que o bilionário se tornou investigado no Brasil por não concordar com a “censura” de Moraes. Nesse sentido, segue o relatório do órgão controlado por Jordan, o comitê legislativo intimou o X sobre atos do STF e do TSE que configurariam censura. “Os documentos e registros intimados revelam que, desde ao menos 2022, a Suprema Corte no Brasil, na qual Moraes serve como juiz, e o Tribunal Superior Eleitoral, liderado por Moraes, ordenaram a X Corp. a suspender ou remover quase 150 contas na popular plataforma de rede social”, diz o relatório. O documento também alega que atualmente há cerca de 300 contas no X e em outras redes sociais sob o risco de censura no Brasil. O comitê diz que continua investigando o caso e avalia discutir medidas legislativas para proteger a liberdade de expressão.

>Maior central sindical da Argentina anuncia greve geral contra Milei

Confederação Geral do Trabalho (CGT) marcou paralisação para o próximo dia 9 de maio. Convocação ocorre após fracassos em negociações com o governo. A CGT (Confederação Geral do Trabalho), maior central sindical da Argentina, anunciou nesta quinta (11) a segunda greve geral contra o ajuste fiscal feita pelo presidente do país, Javier Milei. A greve foi marcada para o dia 9 de maio, após o líder da extrema-direita argentina redefinir os projetos de lei derrotados pelo Congresso nos últimos meses. “Não se pode ajustar sobre os setores mais vulneráveis”, afirma a direção da confederação. A CGT informou que também convocará uma mobilização em 1º de maio por ocasião do Dia do Trabalho. “No dia 9 de maio faremos uma greve de 24 horas por conta do reajuste sistemático, com uma execução muito clara aos aposentados”, disse Héctor Daer, um dos principais líderes da CGT, em coletiva de imprensa após a reunião. Nesta semana, uma reunião entre representantes da central sindical e membros do governo não teve avanços nas negociações. Entre as pautas, estavam a tentativa do movimento sindical ema destravar a homologação de aumentos salariais, principalmente, para os caminhoneiros. Outro eixo importante que motiva a ação é a onda de demissões que o governo Milei vem promovendo em uma série de órgãos públicos do país. Diferentemente do que ocorreu em janeiro, quando o governo de Javier Milei enviou um conjunto de propostas sem o devido consenso prévio, desta vez, busca-se chegar ao debate parlamentar com os acordos já estabelecidos. “Enviamos estes últimos rascunhos como uma verificação final, para confirmar que estamos todos na mesma página”, afirmou um colaborador oficial. No final de janeiro, a CGT promoveu a primeira paralisação geral contra o governo Milei. À época, a ação, que levou centenas de milhares de pessoas às ruas em diversas cidades da Argentina, foi um sinal das organizações sindicais contra o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) que Milei tentava aprovar no Congresso, bem como contra a lei de bases do governo.

Quais países sancionaram Israel pela guerra em Gaza?

Pressão pela aplicação de sanções a Israel está crescendo. Turquia proibiu a exportação de dezenas de produtos, e França não descarta também aplicar a medida. Os países aliados de Israel elevaram nas últimas semanas a pressão sobre o governo de Benjamin Netanyahu para que permita a entrada de mais ajuda na Faixa de Gaza, a […] Os países aliados de Israel elevaram nas últimas semanas a pressão sobre o governo de Benjamin Netanyahu para que permita a entrada de mais ajuda na Faixa de Gaza, a fim de evitar a piora da crise humanitária. Mas até agora poucos impuseram sanções ao país do Oriente Médio ou boicotes a produtos israelenses, com algumas exceções. A DW analisa as medidas adotadas por alguns países e organizações ativistas nesse sentido. Turquia suspende exportação de itens Em sua primeira medida significativa contra Israel desde o início da guerra, a Turquia anunciou na terça-feira restrições a uma ampla gama de produtos de exportações para Israel até que um cessar-fogo seja declarado em Gaza. A medida restringe as vendas de produtos de 54 categorias, incluindo aço, fertilizantes, combustível de aviação, tijolos e equipamentos de construção. O Ministério do Comércio da Turquia também disse que já havia parado de autorizar o envio a Israel de quaisquer produtos que pudessem ser usados para fins militares. As novas restrições ocorrem após protestos em toda a Turquia pedirem sanções a Israel por causa de sua ofensiva contra o Hamas em Gaza. No sábado, a polícia de Istambul deteve dezenas de manifestantes que exigiam o fim do comércio com Israel. O principal partido de oposição, o CHP, pediu a suspensão total do comércio com Israel, enquanto outros partidos pediram ao governo que bloqueasse seu espaço aéreo e portos para aviões e embarcações com destino a Israel. O economista e ex-político turco Oguz Oyan disse à DW que “Ancara foi forçada a tomar tal decisão”. Ele acrescentou que, durante a campanha das eleições locais em março, o governo Erdogan “teve problemas devido às suas boas relações comerciais com Israel, e isso afetou o comportamento dos eleitores conservadores”. O ministro do Exterior de Israel rebateu as restrições, disse que a Turquia havia “violado unilateralmente” os acordos comerciais bilaterais e prometeu retaliação. EUA, França e Reino Unido sancionam colonos israelenses Entre as potências ocidentais, apenas a França cogitou aplicar sanções mais amplas para pressionar Israel a retirar suas tropas de Gaza e permitir que mais ajuda humanitária chegue aos palestinos. “Temos várias maneiras de utilizar nossa influência; obviamente, podemos impor mais sanções”, disse o ministro do Exterior francês, Stephane Sejourne, às emissoras locais RFI e FRANCE24 na terça-feira. Sejourne referia-se a sanções contra indivíduos que já haviam sido impostas pelos EUA, Canadá, França e Reino Unido, tendo como alvo colonos israelenses na Cisjordânia ocupada por Israel. Em fevereiro, o governo de Joe Biden sancionou vários colonos israelenses que acusou de minar a estabilidade no território palestino. O Departamento de Estado dos EUA disse que dois postos avançados de Israel tinham sido bases para a violência contra os palestinos. A Casa Branca também impôs sanções a vários homens israelenses que acusou de envolvimento na violência promovida por colonos na Cisjordânia. As sanções normalmente congelam todos os bens nos EUA dessas pessoas e impedem os americanos de fazer negócios com elas. O Canadá, a França e o Reino Unido impuseram restrições semelhantes a vários colonos israelenses. O governo Biden também planeja exigir que os produtos produzidos nos assentamentos da Cisjordânia sejam claramente identificados como tal, informou o jornal Financial Times na semana passada. Em 2019, a corte mais alta da União Europeia determinou que os produtos de assentamentos judeus da Cisjordânia devem ser rotulados como provenientes de território ocupado e não implicar que vieram de Israel. Chile impede Israel de participar de feira de aviação O governo chileno informou a Israel em março que suas empresas seriam proibidas de participar da Feira Internacional do Ar e do Espaço (FIDAE) de 2024. Organizada pela Força Aérea do Chile, a feira é considerada a principal mostra aeroespacial e de defesa da América Latina e reúne expositores de mais de 40 países. Além da proibição, o Chile cancelou todas as atividades de cooperação ou treinamento em território chileno com Israel. O governo disse que não compraria mais armas, sistemas de defesa ou de segurança de Israel. Em janeiro, o Chile solicitou ao Tribunal Penal Internacional em Haia que investigasse as ações de Israel em Gaza e nos territórios ocupados. Normalização dos laços de Israel com países árabes emperra A guerra entre Israel e Hamas interrompeu o progresso do chamado corredor econômico Índia-Oriente Médio-Europa (IMEC), que visa promover a integração entre a Ásia, o Golfo Pérsico e a Europa. O projeto prevê a construção de novas conexões ferroviárias e marítimas para fazer frente à enorme iniciativa chinesa de infraestrutura Nova Rota da Seda. Mas o IMEC entrou em compasso de espera enquanto o conflito em Gaza se desenrola. Havia a esperança de que o IMEC pudesse ajudar a acelerar a aguardada reaproximação entre Israel e Arábia Saudita, aposta do governo Biden para abrir a porta para que outros países muçulmanos reconhecessem Israel. As nações árabes têm condenado regularmente as táticas agressivas de Israel contra civis enquanto busca combater o Hamas em Gaza. Riad alertou que só normalizaria as relações com Israel se houvesse uma solução de dois Estados entre israelenses e palestinos. Israel estabeleceu laços com os Emirados Árabes Unidos, o Marrocos, o Sudão e o Bahrein em 2020 como parte dos Acordos de Abraão. Movimento BDS pede boicotes O Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) é um movimento não violento liderado por palestinos que promove boicotes, desinvestimentos e sanções econômicas contra Israel. O cofundador do BDS, Omar Barghouti, diz que o movimento se inspirou no movimento antiapartheid da África do Sul. O BDS tem hoje filiais em 40 países e também defende o boicote a eventos esportivos, culturais e acadêmicos israelenses, além de pressionar empresas estrangeiras que “colaboram” com Israel. O movimento é regularmente acusado de antissemitismo por Israel

A ameaça -ainda- sem nome – Por Ruy Castro, Folha de São Paulo

Nos anos 1930, o mundo tremia ao ouvir falar do Comintern, a Internacional Comunista. Hoje, sem nome, há uma Internacional da Extrema Direita, e o mundo ainda não se tocou. Ela já detém o governo na Itália, Polônia, Hungria e Holanda. Integra ou apoia o governo na Finlândia, Suécia e Grécia. Cresce a galope na França. Chegou perto nas eleições em Portugal e Espanha. Pândega ou trágica, venceu na Argentina. Promove o terror na Alemanha, no Canadá e na Nova Zelândia. E os EUA podem ter Trump de volta. No Brasil, Bolsonaro tem processos e acusações suficientes para enjaulá-lo por 500 anos. Isso ainda não aconteceu porque a Justiça tem de seguir o seu curso “normal” —embora se trate de um anormal que, vitorioso na eleição ou no golpe, implantaria uma ditadura que nos faria sentir saudade dos militares. Daí, Bolsonaro continua à solta, arrotando ameaças e pautando a imprensa. A extrema direita tem uma receita universal. Populismo, nacionalismo, discurso moral e religioso. Xenofobia, repúdio a imigrantes e racismo. Desprezo pelos partidos e pregação da antipolítica. Domesticação ou fechamento do Judiciário. População armada. Antiliberalismo. Negacionismo. Rejeição às teses identitárias e rancor contra artistas e intelectuais. E, com o apoio de seus zumbis nas redes sociais, disseminação de fake news, discurso de ódio com ameaças físicas e inversão de conceitos —falam de “liberdade”, “democracia” e “eleições limpas” e, quando no poder, esses valores são os primeiros a serem cancelados. Elon Musk, o Führer das plataformas digitais, encarna esse programa. Seu desacato ao Brasil poderia ter sido ditado por Bolsonaro. Mais cedo do que pensamos, o mundo pagará caro por essa tecnologia sem pátria e sem freios. O Comintern fracassou em tudo e acabou em 1943. A Internacional da Extrema Direita apenas começou e, aos poucos, vai ganhando todas.

Conselho de Direitos Humanos exige fim do envio de armas a Israel

Resolução da ONU aprovada que pede o “embargo de armas” teve o Brasil como copatrocinador e ainda demanda responsabilização de Israel por crimes de guerra e contra a humanidade O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou, nesta sexta-feira (5), resolução que pede a responsabilização de Israel por crimes de guerra e contra a humanidade, assim como exige a interrupção da venda de armas e fornecimento de tecnologia de guerra para o país. A medida avalia que o abastecimento bélico pode gerar novas violações de direitos humanos na Faixa de Gaza, situação que se tornou rotineira por parte do Exército israelense que já fez mais de 33 mil vítimas palestinas. A resolução condena o uso da fome como método de guerra e teve forte apoio do Brasil, que reverteu posicionamento antigo da gestão Bolsonaro pró-Israel. O Brasil retornou ao Conselho após eleição em outubro passado. O mandato como membro efetivo vai de 2024 até 2026. Na votação, 28 países votaram a favor das medidas, seis foram contrários e 13 se abstiveram. Nos seis votos contra a resolução constam Estados Unidos e Alemanha, grandes fornecedores de armamentos, além do voto da Argentina – do líder de extrema-direita Javier Milei. Agora espera-se que a comunidade internacional respeite a decisão do colegiado como forma de pressionar pelo fim do conflito e por negociações em direção ao que foi decidido no Conselho de Segurança da ONU, pelo cessar-fogo em busca de uma paz negociada, entrada de ajuda humanitária em Gaza e libertação de reféns. A nova resolução, que pede condenação e envolve países fornecedores de armas, tem em vista que Israel ignorou a decisão do Conselho de Segurança. Inclusive o país chocou o mundo com novas operações e novas vítimas, com ataques a comboios que levavam auxílio para Gaza. O texto foi apresentado pelo Paquistão, com apoio de 55 países da Organização de Cooperação Islâmica, com o Brasil, Bolívia, Cuba, Palestina, China, Luxemburgo, Malásia e África do Sul como copatrocinadores. A embaixadora de Israel na ONU, Meirav Shahar, afirmou que o chamado “embargo de armas” é um apoio ao Hamas. Por outro lado, o embaixador palestino, Ibrahim Mohammad Khraishi, pediu o fim do genocídio, que diz ser transmitido ao vivo pelo mundo. O “embargo de armas” aprovado junto com o indicativo para que o Tribunal Penal Internacional investigue crimes de guerra e contra a humanidade também trouxe em seu conteúdo o pedido pelo fim da ocupação de terras palestinas. A exigência para que se evite novas violações de direitos humanos e do direito humanitário internacional ainda referenda as decisões do Conselho de Segurança, pedindo novamente por cessar-fogo imediato e abertura para a entrada de assistência em Gaza. Por fim, o texto não deixa de condenar ataques feitos a Israel, incluindo o que precipitou a guerra em 7 de outubro, e pede a libertação de todos reféns e prisioneiros. De acordo com a ONU “as resoluções do Conselho de Direitos Humanos não são juridicamente vinculativas para os Estados, mas têm um peso moral significativo. Neste caso, um dos efeitos esperados é que aumente a pressão diplomática sobre Israel, bem como a potencial de influenciar decisões políticas nacionais.”