Candidatos de Lula e Bolsonaro sofrem derrotas acachapantes em Montes Claros
Paulo Guedes (PT) e Maurício da Santa Casa (PL) tiveram pouco mais de 11% dos votos para prefeito de Montes Claros na eleição desse domingo (6) Quem imaginava que a disputa pela prefeitura de Montes Claros sofreria influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do seu antecessor e principal adversário político, Jair Bolsonaro (PL), o que forçaria um segundo turno na cidade, enganou-se. Os candidatos Paulo Guedes (PT) e Maurício da Santa Casa (PL) tiveram derrotas esmagadoras nas urnas. A polarização nacional não influenciou na municipal. Enquanto Guedes conseguiu somente 6,51% dos votos, Maurício obteve apenas 4,76% deles. Leia também: Guilherme Guimarães é eleito prefeito de Montes Claros Como se não bastasse o resultado pífio para prefeito, PT e PL também tiveram representatividade tímida na disputa pelas vagas no legislativo. Das 23 cadeiras na Câmara Municipal, os maiores partidos do país conquistaram apenas duas – Iara Pimentel (PT), com 2.696 votos, e Carol Figueiredo (PL), com 2.004 votos. Para o Partido dos Trabalhadores a derrota foi mais significativa, pois o partido tinha elegido dois vereadores na eleição de 2020. Por sua vez, o Partido Liberal saiu no lucro, conquistando uma cadeira. Leia também: Câmara Municipal de Montes Claros terá a menor renovação dos últimos anos
Guilherme Guimarães (União) é eleito prefeito de Montes Claros
O atual vice-prefeito de Montes Claros, Guilherme Guimarães agradece eleitores e diz que cidade está ‘no rumo certo’. Candidato teve mais de 71% dos votos válidos Os 151.240 votos, representando 71,79% do total, garantiram a vitória de Guilherme Guimarães (União Brasil) no primeiro turno na disputa para o cargo de prefeito em Montes Claros, município do Norte de Minas, na noite deste domingo (6). Atual vice-prefeito da cidade, Guilherme Guimarães falou sobre a sensação de ganhar a eleição no primeiro turno e fez questão de elogiar Humberto Souto (Cidadania), chefe do Executivo em Montes Claros. “É uma sensação de compromisso da população com o trabalho do prefeito Humberto Soto. Esse trabalho que começou lá em 2017 de reconstrução de Montes Claros. E o reconhecimento da população que a cidade está no rumo certo, deixando aquele passado triste de corrupção, de problemas de desorganização administrativa, de uma cidade completamente abandonada”, disse Guilherme Guimarães ao O Tempo. “Agora é uma cidade com planejamento e com obras já implementadas. Isso foi uma sensação muito boa de saber que a gente está no rumo certo. Já esperávamos ser eleitos no primeiro turno porque a gente era muito bem recebido em todos os lugares que a gente passava”, completou. Além de ser vice-prefeito, Guilherme também atuou como secretário de Serviços Urbanos e de Infraestrutura. Ele é graduado em engenharia civil e possui mestrado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Também foi professor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). “Nós vamos começar a discutir as questões do avanço da cidade, quais são as peças necessárias para remodelação. Mas lembrando que a cidade já tem um planejamento, portanto, é muito mais tranquilo herdar uma administração do prefeito Humberto Soto, toda organizada, bem diferente do que ele recebeu”, concluiu. Com Jornal O Tempo
Câmara Municipal de Montes Claros terá a menor renovação dos últimos anos
Dos 23 vereadores eleitos em Montes Claros no pleito deste domingo (6), 17 foram reeleitos. Com isso, o índice de renovação é de 26,1%, o menor dos últimos anos. Dos 6 novatos, apenas um ex-vereador conseguiu eleger neste domingo, que foi Ailton do Vilage. Ele foi vereador na legislatura 2017 a 2020, quando a Câmara conseguiu mais de 56% de renovação naquela época. O vereador mais votado em Montes Claros foi Rodrigo Cadeirante (União), com um total de 6.320 votos, que representa 3,06% do total. E a menos votada foi Carol Figueiredo (PL), com um total de 2.004 votos, que representa 0,97% do total Os 17 vereadores reeleitos foram: Rodrigo Cadeirante (União) – 6.320 votos; Graça da Casa do Motor (União) – 4.065 votos; Ceci Protetora (PRD) – 3.872 votos; Igor Dias (PRD) – 3.767 votos; Júnior Martins (PP) – 3.743 votos; Maria Helena Lopes (MDB) – 3.619 votos; Edson Cabeleireiro (PV) – 3.409 votos; Wilton Dias (Avante ) – 3.055 votos; Eldair Samambaia (PSD) – 2.894 votos; Odair Ferreira (União) – 2.894 votos; Daniel Dias (PC do B) – 2.798 votos; Marcos Nem (Pode) – 2.792 votos; Raimundo Pereira (PDT) – 2.735 votos; Claudim (Cidadania) – 2.712 votos; Professora Iara Pimentel (PT) – 2.696 votos; Soter Magno (PSD – 2.514 votos; Marlus do Independência (PSD) – 2.325 votos e os 06 novatos foram: Eduardo Preto (Pode) – 2.782 votos; Crisóstomo da Minas Brasil (União) – 2.776 votos; Ailton Vilage (MDB) – 2.703 votos; Rena de Nova Esperança (União) – 2.444 votos; PC Landim (Avante) 2.389 votos; Carol Figueiredo (PL) – 2.004 votos. Os vereadores que não conseguiram reeleger foram: Valdecy Contador (PP), com 3.041 votos; Elair Gomes (UNIÃO), com 2.228 votos; Aldair Fagundes (UNIÃO), com 2.076 votos; Reinaldo Carrapicho (PSD), com 1.957 votos; Stalin Cordeiro (UNIÃO), com 1.540 votos e Leãozinho, que não concorreu a reeleição.
Abuso de poder pode inviabilizar candidato do prefeito em Lontra
Os crimes de aliciamento e assédio moral estão sendo imputados ao prefeito de Lontra, no Norte de Minas, Dernival Mendes dos Reis (PSD), para beneficiar o candidato a prefeito Wesley da Construmendes (PSD), apoiado por ele. Com base em áudios e vídeos, foi proposta Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) na Justiça Eleitoral de São João da Ponte, com o objetivo de apurar abuso de poder político. No material, o prefeito aparece ameaçando servidores da Prefeitura e beneficiários de programas sociais. Em um dos áudios, Dernival diz que o servidor contratado que não votar no seu candidato será mandado embora ou transferido, caso seja servidor efetivo, como retaliação. Em um vídeo, servidores da Prefeitura tentam obrigar uma colega a lhes entregar documentos, como forma de coagi-la a votar no candidato oficial. A servidora já havia declarado o voto no candidato da oposição, Elson Palmeira (Podemos). Leia também: Elson Paltrameira lidera a disputa pela Prefeitura de Lontra O atual prefeito também teria despejado moradora beneficiária do Programa Bolsa Aluguel. Isso, após ele tomar conhecimento de que ela não apoiaria seu candidato. Leia também: Em Lontra a Arca dos “Noé” esta virando uma canoa furada prestes a afundar Se condenados, os candidatos Wesley e seu vice, Edmilson do Noé, terão o registro de candidatura cassados e, se eleitos, não poderão ser diplomados e não tomarão posse, além de ficarem inelegíveis por 8 anos.
Candidato a vereador fica sem poder fazer campanha em Montes Claros
Juiz proíbe Rodrigo Cadeirante de utilizar a “carretinha”, carro de som com reboque que ele utiliza nas eleições. O candidato tem doença degenerativa e está impossibilitado de fazer campanha por outro meio “Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade” Aristóteles (filósofo grego) * Por Waldo Ferreira Em decisão surpreendente, o juiz eleitoral João Adílson Nunes Oliveira, da 184ª Zona Eleitoral, proibiu a utilização de carro de som e reboque, a chamada “carretinha”, pelo candidato a vereador Rodrigo Cadeirante, que vive numa cadeira de rodas e tem severas limitações de movimento, condição que o impede de participar de caminhadas e de outras formas de fazer campanha, como os demais postulantes à Câmara Municipal. Embora a “carretinha” seja utilizada pelo candidato desde as eleições de 2022, com autorização da Justiça Eleitoral, e esteja nas ruas diariamente na atual campanha, a proibição veio por meio de denúncia de suposta propaganda irregular, feita pelo Sistema Pardal. Para os advogados de Rodrigo Cadeirante, Luiz Miguel Silva Ribeiro e João Carlos Prates Bertolino, a medida foi equivocada e insensata, ignorando a condição especial do candidato e produzindo uma desigualdade em relação aos demais. “O Judiciário deve sempre considerar as particularidades dos casos, a fim de garantir a equiparação”, consideram. A defesa impetrou mandado de segurança, alegando tratar-se de uma questão de dignidade da pessoa humana. “Isonomia e paridade de armas são princípios basilares do nosso ordenamento jurídico”, explicam, destacando que no pleito de 2022 o candidato também foi vítima de denúncias da mesma natureza. Todavia, naquela oportunidade, decisão da mesma 184ª Zona Eleitoral decidiu pelo arquivamento, por entender que a “carretinha” não está em desacordo com a legislação eleitoral. “À época foi garantido ao candidato o direito de continuar com a prática de campanha, equiparando a utilização da “carretinha” a caminhada, em razão da cristalina impossibilidade do mesmo”, diz o arrazoado. Isso porque, no caso, o deficiente físico com dificuldade de locomoção fica em situação de desigualdade, por não poder participar de caminhada e passeata com carro de som. “A deficiência jamais pode ser uma restrição, tampouco ´punição`, reforçam. Conforme o próprio nome de campanha do candidato sugere, ele é portador de uma doença rara e degenerativa, sendo tetraplégico. Logo, não tem nenhum movimento no corpo, sendo preso a uma cadeira de rodas e totalmente dependente de terceiros. Segundo os advogados, a decisão proferida ignorou todas as especificidades do caso, deixando o candidato desamparado. A defesa alega que a prática utilizada por Rodrigo Cadeirante é antiga, visto que o contínuo processo degenerativo dos seus músculos o obrigou a se reinventar, e, portanto, “não configura ferramenta para obter vantagem, até porque, ninguém em sã consciência gostaria de estar vivenciado a situação dele”. “O que se busca é apenas estar em igualdade com os demais, conseguindo alcançar o público de alguma forma. Nessa perspectiva, entendemos que estamos diante de aplicação do princípio da isonomia, ou igualdade substancial, assegurado já no preâmbulo da Constituição Federal de 1988 como valores supremos”, explicitam os advogados. “Em contraposição à condição de Rodrigo Cadeirante, o candidato que tem todos os movimentos preservados pode trafegar pela via caminhando, realizando discurso, conversando com as pessoas e utilizando carro de som, pois, a legislação eleitoral o permite. Além disso, o candidato pode apertar a mão de seu eleitor, pegar crianças no colo, comer pastel e tomar caldo de cana na feira, atos que são comuns e servem para aproximar o político da população”, argumenta a defesa. O recurso reforça que o candidato somente utiliza a “carretinha” (carro de som) em decorrência da falta de outro meio de se locomover com eficácia para alcançar o eleitorado. A defesa lembra que o estilo de campanha adotado pelo candidato se baseia nas atividades de rua, sem muitas reuniões, comícios e poucas carreatas, realizando apenas visitas nos bairros da cidade com alguns apoiadores que contribuem na distribuição do material impresso. Assim, a proibição de utilização do único meio de conseguir alcançar seu eleitorado na fase final da campanha pode produzir danos irreparáveis ao candidato. Jornalista
Montes Claros terá ônibus gratuito no dia da eleição
No próximo domingo, 6, os brasileiros irão às urnas para exercer a democracia através do direito ao voto. Em Montes Claros, o Decreto Municipal nº 4.867 assegura a gratuidade do transporte coletivo urbano aos munícipes durante os dias de votação. A medida considera que o Supremo Tribunal Federal decidiu que, até a edição de Lei pelo Congresso Nacional sobre a matéria, caberá ao Poder Público Municipal a responsabilidade por garantir o transporte público urbano gratuito nos dias das eleições, com frequência compatível àquela dos dias úteis. A iniciativa também leva em consideração o Ofício nº 101/2024, de 27 de setembro de 2024 da 184ª zona eleitoral, o qual solicita informações sobre o transporte público urbano gratuito nos dias das eleições municipais; e a recomendação da Promotoria Eleitoral nº 7/2024, de 30 de setembro de 2024, da 317ª zona eleitoral, no sentido de que sejam adotadas as providências necessárias para assegurar, nos dias de votação, a oferta gratuita de transporte coletivo urbano municipal. Assim, fica determinada a disponibilização gratuita do serviço de transporte público coletivo urbano de passageiros, que deverá ser mantido em níveis normais, na frequência compatível com àquele prestado em dias úteis. O decreto ainda determina que caberá à Empresa Municipal de Planejamento, Gestão e Educação em Trânsito e Transportes de Montes Claros (MCTrans) elaborar junto à concessionária de transporte público municipal a rede de serviços e o quadro de horários para cumprimento do decreto.
Falta de vagas para embarque e desembarque compromete prestação de serviços em Montes Claros
Levantamento da Confederação Nacional do Transporte aponta que os brasileiros estão usando menos os transportes coletivos. * Por Waldo Ferreira A falta de conforto, horários e rotas mais flexíveis e viagens mais rápidas ajudam a explicar a opção por aplicativos de corridas. Na contramão desse processo, em Montes Claros motoristas de aplicativos e taxistas têm dificuldade em trabalhar por falta de locais de embarque e desembarque. O rigor da MCTrans, empresa que gere o trânsito da cidade, tem provocado uma onda de reclamações por parte dos motoristas, devido ao número de multas que a categoria vem recebendo. Por causa disso, o vereador Rodrigo Cadeirante já protocolou vários requerimentos e ofícios à Prefeitura, solicitando a criação de áreas de embarque e desembarque. Cadeirante alega que eles já enfrentam inúmeras dificuldades no exercício da função e ainda têm que se submeter a arcar com o pagamento de multas. Para piorar, ele citou o fato de o aplicativo ficar com até 50% dos ganhos do motorista, o que considera um “roubo”. “Sobra uma mixaria para colocar combustível, trocar pneu, óleo e se o carro bater foi o lucro de dois meses de trabalho. E, como se não bastasse, eles ainda têm dificuldade para achar vagas de embarque e desembarque”, lamentou. Por isso, Rodrigo Cadeirante reivindica à MCTrans a disponibilização de mais dessas vagas para motoristas de aplicativo e taxistas, para facilitar, principalmente, o embarque e desembarque de pessoas com deficiências e idosos. “Atualmente o motorista fica numa ´sinuca de bico`, pois se parar longe prejudica o passageiro e se parar no local para desembarcar, por exemplo, alguém numa cadeira de rodas, será multado. E aí vai embora o pouco lucro que conseguiu, pois o aplicativo já levou uma parte”, explicou. O vereador acrescentou que os entregadores de delivery também sofrem com a situação. Cadeirante citou uma iniciativa do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, como alternativa para melhorar a atividade desses trabalhadores, que é a criação de pontos de apoio espalhados pela cidade. * Jornalista
CENTENÁRIO – Mário Ribeiro: ícone e legado de Montes Claros
Quem chega a Montes Claros por via aérea desembarca no Aeroporto Mário Ribeiro da Silveira. Caso a chegada seja por via terrestre, é possível passar pelo imponente Hospital das Clínicas Doutor Mário Ribeiro da Silveira (HCMR). Percorrendo o centro, vai se deparar com um edifício de quarteirão inteiro no coração de Montes Claros, denominado Shopping Popular Mário Ribeiro. Na mesma praça do Shopping está o edifício Ciosa, o mais antigo da cidade. Mais adiante, na mesma rua, paralela à lateral do shopping, ainda resiste a construção em que funcionou o antigo Cine Montes Claros, hoje uma loja de departamento. De norte a sul da cidade, o médico Mário Ribeiro deixou sua marca. Nascido em 23 de setembro de 1924, o filho da professora Mestra Fininha (Josefina) e Reginaldo Ribeiro, ambos nomes de ruas na cidade, estaria completando 100 anos este mês. O saudoso Mário, que partiu em 1999, aos 75 anos, é lembrado com respeito e reconhecimento por aqueles que partilharam do seu convívio. Para o historiador Wanderlino Arruda, Mário Ribeiro é uma das personalidades mais importantes da história de Montes Claros e presença indispensável nos principais acontecimentos econômicos, sociais, políticos e culturais da sua época. Wanderlino lembra que ele nasceu em uma casa na esquina das ruas Doutor Santos e Dom João Pimenta e ali residiu por muitos anos, antes de se mudar com a família para a Rua Cel. Luiz Pires. Casado com Maria Jacy de Oliveira Ribeiro, constituiu uma família numerosa. “Conheci o Dr. Mário Ribeiro como médico e como membro do Rotary Clube de Montes Claros, nas reuniões no antigo Hotel São Luiz, início da Rua Doutor Santos, quando lá pensava e trabalhava tudo de importante para a cidade e região” conta Wanderlino, lembrando que Mário, além de médico, era empresário dos setores de cinema e curtume, antes mesmo de ingressar na política. “Líder o tempo todo, estava presente em tudo. Foi ele o idealizador e construtor do primeiro edifício de muitos andares em Montes Claros, o Edifício Ciosa (entre a Praça Doutor Carlos e a Rua Lafetá), o primeiro com instalação de elevador”, relembra. Sobre o amigo, Wanderlino pontua que resumidamente era um cidadão e um político, sempre reconhecido como honesto e empreendedor. VIDA POLÍTICA Nas décadas de 1950 e 1960, Mário Ribeiro foi vereador e candidato a vice-prefeito. Em julho de 1969, durante a ditadura, foi cassado e perdeu os direitos políticos. Em consequência, foi perseguido e demitido da direção da Faculdade de Medicina, do cargo de professor titular da cadeira de Dermatologia e do cargo de Médico Sanitarista do Estado de Minas Gerais. “Ele sofreu muitas perseguições políticas, quando, embora com muito sofrimento, superou todas as dificuldades e manteve com normalidade a família, os seus negócios e a vida médica”, recorda Wanderlino, destacando que, no período em que Darcy Ribeiro, irmão de Mário, era Chefe da Casa Civil, em Brasília, chegou a correr notícia de sua possível nomeação para o Ministério da Saúde, o que acabou não acontecendo. “Exilado Darcy, no Uruguai, Mário chegou a conviver com ele lá, por algum tempo”. Com a anistia de 1979, Mário Ribeiro recuperou seus direitos e enveredou novamente na política. Foi vice-prefeito (1982 a 1988), secretário de Estado do Trabalho e Ação Social (1986) e prefeito de Montes Claros (1989 a 1992). Foi também o primeiro presidente da pioneira indústria incentivada pela Sudene na região-Frigorífico Norte de Minas (Frigonorte); viabilizou a construção do ginásio esportivo do Montes Claros Tênis Clube, hoje Ginasium Darcy Ribeiro; lutou pela implantação e construção da Escola Estadual Professor Plínio Ribeiro; apoiou a Construção do Estádio João Rebello; foi presidente da Associação Desportiva Ateneu; diretor dos “Cinemas Norte de Minas S/A”, empresa que detinha 16 salas de exibição em 14 cidades do Norte de Minas; diretor-executivo do Curtume Montes Claros; primeiro presidente do Automóvel Clube de Montes Claros, entre outras atividades. LIVRO Para o antropólogo João Batista Almeida Costa (Joba), ainda são poucas as homenagens ao ilustre montes-clarense. “Falta uma estátua dele e de Darcy. Idealizei essa estátua na pracinha da Unimontes e na Avenida que dá acesso ao Campus e que leva seu nome”, diz Joba, que acaba de organizar um livro de 192 páginas em sua homenagem. O livro “Marão — Mário Ribeiro, Um Visionário Progressista do Norte de Minas”, será doado às bibliotecas de ensino médio e faculdades e universidades, “para que, no futuro mais distante, quando as pessoas pesquisarem quem é essa pessoa que dá nome a tantos locais da cidade saibam a grandeza de Mário. Esse reconhecimento faz jus à pessoa dele”, diz Joba, que foi o escolhido pela família de Mário para a missão. Com laços estreitos com a família, o antropólogo conheceu Mário ainda na infância, em Jequitaí, quando seu pai recebia a visita de Mário em casa. Joba pontua que sempre admirou o ex-prefeito pela sua serenidade, generosidade e bondade. “Essa visão que eu tinha dele se confirmou. Muita coisa que aconteceu no Norte de Minas teve o dedo do Dr. Mário. Foi ele quem deu partida para a criação da Faculdade de Medicina e, além disso, criou o sistema de bolsa de estudo para estudantes carentes, que se tornaria o Fies. Propôs o concurso nacional de vestibular, que se tornaria o Enem. Era um visionário com uma personalidade fantástica”, disse Joba. Com acesso a diversos arquivos e registros fotográficos que utilizou na confecção do livro, Joba avalia que Mário era uma figura amada por toda a cidade. Mas isso não o livrou de perseguições e esse amor foi colocado de lado em nome de interesses que uma camada da população montes-clarense defendia. “Montes Claros é uma cidade extremamente conservadora e, no período da ditadura, houve maldade em torno da família”, relata. E ressalta que trechos do livro contam esse e outros capítulos da história. PAI AMIGO De maneira amorosa e visivelmente emocionada, Mário Ribeiro Filho, o Ucho, diz que é sempre com alegria que relembra o pai. Desde pequeno, ele conta, tinha verdadeira adoração pelo jeito expansivo, alegre e solidário de Marão.
Cadeirante denuncia descaso da Eco-135 com bairro Santo Amaro
Denunciado na tribuna da Câmara Municipal pelo vereador Rodrigo Cadeirante, o semi-isolamento do bairro Santo Amaro será alvo de ação no Ministério Público. Segundo ele, obras realizadas pela empresa Ecorrodovias (Eco-135), concessionária responsável pela gestão e operação da BR-135, fecharam uma das portas de acesso ao bairro, comprometendo o direito de ir e vir consagrado pela Constituição Federal no artigo 5º. Por Waldo Ferreira * O vereador explicou que o bairro, historicamente, tinha apenas uma entrada e saída, situação que mudou depois que os vereadores tiveram direito a indicar obras a partir das chamadas emendas impositivas e ele conseguiu, junto à Prefeitura, levar asfalto para o lugar, possibilitando mais uma entrada e saída e facilitando, por exemplo, o acesso de ambulâncias, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. “Aí vem a Eco-135, aquela mesma que rouba o povo norte-mineiro nas praças de pedágio e fecha as entradas do bairro, deixando os moradores praticamente isolados, pois agora voltou a ser apenas uma entrada”, protestou. Rodrigo Cadeirante conclamou o legislativo municipal a se juntar a ele para levar o caso ao Ministério Público, a fim de garantir a integração da comunidade ao restante da cidade. “Essa é uma questão de saúde, de segurança e até de humanidade, pois sabemos que o Santo Amaro é um local composto de pessoas humildes e trabalhadoras, que precisam da atenção do poder público”, lembrou. As obras executadas pela concessionária estão alterando a rotina de diversos bairros ao redor, provocando muitas reclamações da população do entorno. Dois dos problemas mais citados é o acúmulo de poeira e as interdições que são impostas pela empresa, sem que haja aviso prévio para que os moradores possam se programar. Jornalista
Montes Claros é reconhecida como a melhor administração de Minas Gerais
Cidade também foi reconhecida como a segunda melhor administração do país, e a número um do estado Caixa de entrada Na manhã desta quinta-feira, 26, Ramon Alves de Oliveira, conselheiro do CRA-MG (Conselho Regional de Administração de Minas Gerais), e o professor Roney Sindeaux, da Unimontes, estiveram na sede da Prefeitura de Montes Claros para entregar pessoalmente uma homenagem em reconhecimento à qualidade da gestão municipal. Segundo o Índice de Governança Municipal do Conselho Federal de Administração (IGM-CFA) do ano de 2024, que analisa cidades de todo o Brasil, divididas por população e Pib per capita, Montes Claros foi reconhecida como a segunda melhor administração do país, e a primeira do estado de Minas Gerais, ficando à frente de capitais como Recife (Pernambuco), Fortaleza (Ceará), João Pessoa (Paraíba), Palmas (Tocantins), Salvador (Bahia), Aracaju (Sergipe), Natal (Rio Grande do Norte) e Belém (Pará). Dentro de seu grupo, que engloba as cidades com mais de 100 mil habitantes e Pib per capita de até R$ 35.934, Montes Claros ficou à frente de importantes cidades mineiras, como Juiz de Fora e Governador Valadares. Para a elaboração do Ranking foram considerados os fatores Finanças, Gestão e Desempenho, incluindo itens como Planejamento, Transparência, Equilíbrio Previdenciário, notas do Ideb, Taxa de Abandono Escolar, Mortalidade Infantil, Cobertura da Atenção Básica em Saúde, Acesso à Água, Coleta e Tratamento de Esgoto.