“TromPetista” Fabiano Leitão toca marcha fúnebre e interrompe entrevista de Bolsonaro

Ele ainda tocou uma música que rivalizou na campanha presidencial de 2022, cuja letra dizia: ‘Tá na hora do Jair já ir embora’ Durante conversa com a imprensa após se tornar réu por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi surpreendido pelo trompetista Fabiano Leitão, tocando a marcha fúnebre do pianista polonês Frédéric François Chopin. Da calçada do estacionamento do Senado, Fabiano Leitão ainda tocou uma música que viralizou na campanha presidencial de 2022, cuja letra dizia: “Tá na hora do Jair já ir embora. Arruma suas malas, dá no pé e vá-se embora”. Quem é o ‘trompetista’? Fabiano e Silva Leitão Duarte nasceu em 1979, em Brasília. E é conhecido pela militância a favor do Partido dos Trabalhadores, sendo uma figura conhecida em manifestações pelo Brasil. Durante o período em que Lula ficou preso em Curitiba, o músico costumava fazer serenatas ao atual presidente. O apoio fez com que Duarte e Lula formassem uma amizade, e o músico já participou de eventos oficiais tocando seu trompete, como a cerimônia em que Lula empossou Gleisi Hoffmann como Ministra das Relações Institucionais, neste mês. Trompetista tocou para Bolsonaro em outras ocasiões. Em 2018, Duarte tocou o jingle “Lula Lá” em frente ao Centro Cultural do Banco do Brasil, onde a equipe de transição de Jair Bolsonaro trabalhava. Em uma visita de Bolsonaro ao STF (Supremo Tribunal Federal), o trompetista acompanhou a entrada do então presidente ao som de “Bella Ciao”, o hino antifascista italiano. Em 2021, o trompetista foi preso ao tentar se manifestar durante o desfile de tanques com a presença de Bolsonaro. Nas últimas eleições, Duarte viralizou nas redes sociais ao participar de atos de apoiadores tocando o jingle “Lula Lá”. O “tromPetista” participou, ainda, da posse de Lula no início de 2023. Vestindo camiseta e boné vermelhos e com o trompete em mãos, Duarte acompanhou de perto a subida de Lula em direção ao Palácio do Planalto. O próprio Duarte subiu a rampa e foi cumprimentado por Lula enquanto o presidente desfilava em seu veículo oficial. Nas eleições de 2022, Duarte foi candidato a deputado distrital pelo PT. Com o nome Fabiano Trompetista nas urnas, ele recebeu 4.460 votos, 0,27% dos votos válidos, e não foi eleito, ficando como suplente na Câmara. Como assim? Não pode tocar nem o Trompete? No 8 de janeiro os caras podiam TUDO! pic.twitter.com/oEdBLb0prg — Fabiano Trompetista 🎺 ⭐ (@Trom_Petista) March 27, 2025 O que aconteceu? Nesta quarta-feira (26), ao ouvir a marcha fúnebre tocada por Duarte, Bolsonaro riu. “Ele [Bolsonaro] riu porque está com medo do que vai acontecer com ele. Então tem que disfarçar o desespero rindo”, declarou Duarte a jornalistas no local em que estava tocando seu trompete. Segundo Duarte, a escolha da música não foi à toa. “É a marcha fúnebre porque a história política dele com certeza vai acabar.” A atitude do músico viralizou, e Duarte afirmou que estava no local comemorando a decisão do STF. “Estou aqui me manifestando, comemorando, celebrando porque nesse país ainda há justiça”, disse. “Quem atenta contra o país arquitetando um golpe de Estado, uma tentativa de assassinato contra nosso presidente, nosso vice-presidente e ministro do STF tem que ser preso. E nesta quinta-feira (27) o Brasil dá um grande passo para condenar os golpistas. Isso também é pelos nossos mortos na ditadura”, disse. Leitão Duarte foi abordado por tocar as músicas durante fala de Bolsonaro. Segundo os policiais, o músico estava “atrapalhando o andamento do trabalho de outras pessoas”. Duarte, no entanto, respondeu que estava apenas se manifestando no local. “Azar do Bolsonaro que eu tenho um trompete […] Eu vou manifestar sempre. Esse país é um país livre”, disse.

Em julgamento histórico, STF torna Bolsonaro réu pela tentativa de golpe

Todos os cinco ministros da Primeira Turma do Supremo votaram favorável à abertura de processo penal contra o ex-presidente e mais sete pessoas acusadas da tentativa de golpe Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira (26), que Jair Bolsonaro e mais sete pessoas se tornam réus e vão responder a um processo penal na Corte. Os ministros da Primeira Turma Cristiano Zanin (presidente da turma), Luiz Fux, Carmem Lúcia e Flávio Dino, seguiram o entendimento do relator do caso, Alexandre de Moraes, para quem a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) descreveu “satisfatoriamente fatos típicos” e defendeu que a acusação fosse aceita. Além de Bolsonaro, vão ser julgados na ação penal Anderson Torres (ex-ministro da Justiça); Alexandre Ramagem, (ex-diretor da Abin); Augusto Heleno, (ex-ministro do GSI); Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa); Walter Braga Netto (ex-chefe da Casa Civil); Mauro Cid (ex-ajudante de ordens) e Almir Garnier (ex-comandante da Marinha). Eles são acusados dos seguintes crimes: Abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado, Organização criminosa, Dano qualificado ao patrimônio da União e Deterioração de patrimônio tombado. O relator disse que o ex-presidente e seus aliados foram protagonistas de uma “tentativa de golpe de Estado violentíssima”. Moraes não só descreveu o encadeamento dos fatos narrados na denúncia, mas também destacou a materialidade e o conjunto de provas envolvendo cada um dos acusados. “Desde os acampamentos pedindo intervenção militar, passando pelos atos do dia 12 de dezembro, quando houve tentativa de invasão da sede da Polícia Federal e incêndio de ônibus, depois a tentativa de explosão de bomba no aeroporto às vésperas do Natal, e culminando com o que narra a PGR no dia 8 de janeiro”, disse o ministro. Ele elogiou a denúncia no sentido de que ela apresenta os fatos de maneira clara, circunstanciada e coerente, o que permite aos advogados de defesa “exercerem seu direito ao contraditório e à ampla defesa”. “A denúncia descreve as condutas criminosas, a materialidade e possibilita que as defesas possam exercer seu amplo direito, porque as ações sucessivas são descritas de forma coerente, clara, circunstanciada, todos os atos que a Procuradoria-Geral da República imputa aos denunciados”, explicou. Durante sua argumentação, Moraes exibiu vídeo dos atos golpistas do 8 de janeiro para rebater as críticas sobre as mulheres que teriam sido presas apenas por estarem com “uma Bíblia ou um batom”. “Usando um chavão: uma imagem vale mais do que mil palavras. Essas imagens não deixam nenhuma dúvida da materialidade, da gravidade dos delitos praticados. Nenhuma Bíblia, nenhum batom. O que se viu foi violência, depredação e tentativa de subversão da ordem constitucional”, relatou o ministro. Votos Flávio Dino disse que a Constituição definiu como altamente gravosa as condutas dos acusados. “A Constituição não fala em pessoas armadas, mas em grupos armados. Pouco importa se a pessoa tinha arma de fogo ou arma branca. O que importa é que o grupo era armado. O grupo portava armas de fogo, armas brancas e assim sucessivamente”, disse Dino. Para ele, a gravidade dos atos no 8 de janeiro não está na ausência de mortes. “Golpe de Estado mata. Não importa se é no dia, no mês seguinte ou alguns anos depois”. No seu voto, Luiz Fux divergiu dos colegas quanto ao local do julgamento e defendeu que o caso fosse levado ao plenário da Corte. Ele também disse que pode ser avaliado ainda a possibilidade de que haja sobreposição entre os tipos penais (golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito). “É possível que haja o mesmo fato, coincidência de ambas as normas. Mas também é possível que, no curso da instrução, se chegue à conclusão de que há, na verdade, um conflito aparente”. “Não foi uma festinha de final de tarde, em que todo mundo resolveu comparecer e usar paus e pedras para arrebentar com tudo”, disse Carmem Lúcia. Ela condenou a ruptura institucional. “Ditadura mata. Ditadura vive da morte, não apenas da sociedade, da democracia, mas de seres humanos de carne e osso. Para ela, houve uma sequência de fatos. “O que é preciso é desenrolar do dia 8 pra trás, para chegarmos a esta máquina que tentou desmontar a democracia. Porque isso é fato”, considerou. “Longe de ser uma denúncia amparada exclusivamente em uma delação premiada, o que se tem aqui são diversos documentos, vídeos, materiais que dão amparo àquilo que foi apresentado pela acusação”, disse Zanin no seu voto, referindo-se a tentativa de anulação da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro.

Bolsonaro faz ato esvaziado e repete discurso de suposta perseguição do STF

A manifestação acontece em-Copacabana às vésperas da Primeira Turma do Supremo decidir se torna ou não o ex-presidente réu pela trama golpista O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) amargou menos de 2% do público de 1 milhão de pessoas que era esperado para a manifestação a favor da anistia aos golpistas do 8 de Janeiro. O ato foi realizado neste domingo 16 em Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo cálculo feito pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP) foram 18,3 mil pessoas no ápice do evento. O grupo da universidade usou o método Point to Point Network (P2PNet), que identifica cabeças e estima a quantidade de pessoas em uma imagem. O número deste domingo representa uma queda de mais de 70% em relação ao protesto realizado no mesmo local em 7 de setembro de 2022, onde 64,6 mil pessoas estiveram presentes, segundo o mesmo levantamento. Bolsonaro discursou do trio elétrico ao lado de apoiadores como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL). Em sua fala, o ex-presidente repetiu o discurso questionando o Supremo Tribunal Federal. “Só não foi perfeita esta historinha de golpe para eles porque eu estava no Estados Unidos [no 8 de janeiro]. Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto”, afirmou “O que eles querem é uma condenação. Se é 17 anos para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim. Não vou sair do Brasil”, disse. O pastor evangélico Silas Malafaia também subiu o tom contra Moraes, chamando o ministro de “ditador” e “criminoso”. “Está extrapolando todas as leis do nosso país. É uma verdadeira perseguição política como a gente nunca viu na história do nosso país”, disse. A manifestação acontece às vésperas da Primeira Turma do Supremo decidir se torna ou não Bolsonaro réu pela trama golpista. O colegiado marcou para o dia 25 de março o julgamento das denúncias da Procuradoria-Geral da República. São atribuídos cinco crimes ao ex-presidente: – Liderança de organização criminosa armada; – tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; – golpe de Estado; – dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da união; e – deterioração de de patrimônio tombado. (Carta Capital)

Tentativa de golpe: Zanin marca julgamento de Bolsonaro no STF para 25 de março

Ministros decidirão se aceitam a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente Cristiano Zanin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para o próximo dia 25 de março, uma terça-feira, a análise da denúncia enviada à Corte pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado. A denúncia será analisada pela 1ª Turma do STF, presidida por Zanin, que determinou três sessões para a avaliação do documento. Duas delas acontecerão em 25 de março, nos períodos da manhã e tarde, e a terceira no dia seguinte. O colegiado deverá decidir se aceita ou não a denúncia. As sessões são divididas em três partes. A apresentação da denúncia pela PGR é o primeiro momento. Em seguida, falam as defesas dos acusados e, por fim, os ministros votam sobre o destino da denúncia. Além do ex-presidente, integram o grupo de denunciados os ex-ministros Augusto Heleno, Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier e do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que à época era diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A 1ª Turma do STF é formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Luiz Fux e Zanin, que preside o colegiado

Defesa de Bolsonaro tenta desqualificar denúncia e aposta em ataque ao STF

Defesa ignora provas, tenta invalidar delação de Mauro Cid e quer transferir julgamento para o plenário do STF, onde Bolsonaro conta com aliados A defesa de Jair Bolsonaro apresentou nesta quinta (6) ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma estratégia focada na desqualificação da denúncia da PGR, sem contestar as provas que apontam seu envolvimento na tentativa de golpe de Estado. Em vez de rebater as evidências reunidas pela Polícia Federal, os advogados do ex-presidente alegam cerceamento de defesa, atacam a delação de Mauro Cid e pedem que o julgamento saia da Primeira Turma do STF, onde há maioria para aceitar a denúncia, e vá para o plenário, onde Bolsonaro conta com aliados. O ponto central da argumentação bolsonarista é a tentativa de inviabilizar a delação de Mauro Cid, que trouxe detalhes sobre as reuniões de Bolsonaro com militares golpistas, minutas golpistas e estratégias para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. A defesa de Bolsonaro sustenta que Cid foi pressionado a delatar, que sua colaboração foi “viciada” e que há contradições em seus depoimentos. No entanto, a própria defesa de Cid desmonta essa tese. Em manifestação ao STF, os advogados do ex-ajudante de ordens afirmam que a decisão pela delação foi tomada de forma voluntária, sem qualquer coação. “Todos os atos de colaboração contaram com a presença e aval de seus defensores. Jamais a defesa admitiria qualquer coação ou induzimento na prestação de informações”, afirmou a equipe jurídica de Cid. A tentativa de invalidar a delação segue o mesmo roteiro usado por Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas, quando sua defesa buscou anular as provas obtidas para encerrar o processo sem julgamento de mérito. A defesa de Bolsonaro também quer que o julgamento da denúncia ocorra no plenário do STF, formado pelos 11 ministros da Corte, e não na Primeira Turma, composta por apenas cinco magistrados. O pedido reflete uma manobra para tentar influenciar o desfecho do caso, já que Bolsonaro conta com votos favoráveis de André Mendonça e Kassio Nunes Marques, indicados por ele ao Supremo. “Parece ser inadmissível que um julgamento que envolve o ex-Presidente da República não ocorra no Tribunal Pleno”, argumenta a defesa. Esse tipo de estratégia já foi usada anteriormente pelo bolsonarismo para alterar o curso de investigações e decisões judiciais, em uma tentativa de manipular a composição da Corte a seu favor. No caso das ‘rachadinhas’ de Flávio Bolsonaro, a defesa do clã conseguiu levar o julgamento do filho do ex-presidente para o Órgão Especial do TJ-RJ, onde obteve decisões favoráveis. Ataques coordenados ao STF e à PGR Outro eixo da defesa bolsonarista é o ataque direto ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Os advogados de Bolsonaro acusam Moraes de agir como investigador, argumentando que ele “extrapolou” sua função ao autorizar diligências de ofício. A tese, no entanto, já foi rebatida em outras ocasiões pela própria Corte, que reconhece o papel do ministro como relator responsável por garantir o andamento das investigações. A defesa também critica a PGR, alegando que não teve acesso integral às provas coletadas pela Polícia Federal e que o material reunido é “desorganizado”. A mesma tática foi usada em outros processos envolvendo aliados do ex-presidente, em uma tentativa de postergar ao máximo o avanço das investigações. Bolsonaro aposta no deboche para minimizar a gravidade do caso Enquanto sua defesa adota uma postura técnica para invalidar as provas, Bolsonaro segue apostando na estratégia do deboche para minimizar a denúncia. Em declaração à revista Oeste, o ex-presidente ironizou as acusações ao dizer que, se houvesse realmente um plano de golpe, ele teria tramado “com o Mickey e os Três Patetas”, em referência à sua viagem à Disney no final de 2022. “Eu estava na Disney. Acho que devo ter combinado o golpe com o Mickey e os Três Patetas”, disse Bolsonaro. A fala reflete a mesma estratégia usada anteriormente para deslegitimar acusações contra seu governo: ridicularizar as investigações para esvaziar sua credibilidade perante sua base política. Defesa jurídica com foco político A defesa de Bolsonaro não tenta provar sua inocência, mas sim desqualificar a denúncia, atacar as instituições responsáveis pela investigação e criar um clima de perseguição política. O ex-presidente sabe que, diante das provas reunidas pela PGR, sua melhor chance não é se defender no mérito, mas tumultuar o processo e buscar uma saída política. Nos próximos dias, o STF deve decidir sobre os pedidos da defesa. Caso a denúncia seja aceita, Bolsonaro e seus aliados passam a ser réus formais por tentativa de golpe de Estado, enfrentando um julgamento que pode resultar na maior condenação já aplicada contra um ex-presidente na história democrática do país.

Ser mulher vale a pena; mas é preciso lutar – Por Flora Lassance

No 8M, desejamos que meninas e mulheres possam se desenvolver sem imposições sexistas, com trabalho valorizado em todas as esferas: doméstica, reprodutiva e produtiva O que desejamos para o 8M? Desejamos que meninas e mulheres possam se desenvolver e escolher seus caminhos sem limitações e imposições sociais sexistas e desumanizantes. Que seu trabalho seja reconhecido em todas as esferas: doméstica, reprodutiva e produtiva. Que possam expressar a voz como cidadãs e sujeitas políticas, sem sofrer retaliação por isso. Que os direitos básicos sejam garantidos, sem serem sistematicamente vitimizadas pelas inúmeras violências misóginas, tais como objetificação, e exploração sexual, assédio, estupro, violência obstétrica, exploração reprodutiva, feminicídio, mutilação genital, discurso de ódio, dentre outras violências materiais e simbólicas. Desejamos que o 8M seja data de resgate e fortalecimento das pautas históricas do feminismo. A luta é o caminho para a emancipação e para a construção de um Brasil sem machismo, racismo, fome e exclusão social. Por isso, viva o 8 de Março, pois se trata de data de luta pela emancipação das mulheres como sujeito social livre e autônoma. História O 8 de Março é dedicado, historicamente, à comemoração do Dia Internacional da Mulher. Atualmente, tornou-se data um tanto quanto festiva, com flores e bombons para uns. Para outros é relembrada a origem marcada por fortes movimentos de reivindicações política, trabalhista e social, com greves, passeatas e muita perseguição policial. Trata-se de data que simboliza a busca de igualdade social entre homens e mulheres, em que as diferenças biológicas sejam respeitadas, mas não sirvam de pretexto para subordinar e inferiorizar a mulher. A data tem, portanto, origem em manifestação organizada por tecelãs e costureiras de Petrogrado, durante a greve iniciada em 23 de fevereiro de 1917, na Rússia, por pão, terra e paz. Esse movimento foi o estopim da primeira fase da Revolução Russa. Séculos 19 e 20 No século 19 e início do 20, nos países que se industrializavam, o trabalho fabril era realizado por homens, mulheres e crianças, em jornadas de 12, 14 horas, em semanas de 6 dias inteiros e frequentemente incluindo as manhãs de domingo. Os salários eram de fome. As condições de trabalho eram terríveis, nos locais da produção, e os proprietários tratavam as reivindicações dos trabalhadores como afronta, e as operárias e operários eram consideradas como “classes perigosas”. Alexandra Kollontai, em 1920, assim descreve o movimento: “Em 1917, no dia 8 de março (23 de fevereiro), no Dia das Mulheres Trabalhadoras, elas saíram corajosamente às ruas de Petrogrado. As mulheres — algumas eram trabalhadoras, algumas eram esposas de soldados — reivindicavam “Pão para nossos filhos” e “Retorno de nossos maridos das trincheiras”. Início da Revolução Russa “Nesse momento decisivo, o protesto das mulheres trabalhadoras era tão ameaçador que mesmo as forças de segurança tsaristas não ousaram tomar as medidas usuais contra as rebeldes e observavam atônitas o mar turbulento da ira do povo. O Dia das Mulheres Trabalhadoras de 1917 tornou-se memorável na história. Nesse dia as mulheres russas ergueram a tocha da revolução proletária e incendiaram todo o mundo. A revolução de fevereiro se iniciou a partir desse dia.” Após o fim da 1ª Grande Guerra, em 1918, começa a ser retomado o Dia da Mulher. Mas é só a partir de 1921, que o movimento de mulheres passará a celebrar o Dia Internacional da Mulher. Não que antes não fosse comemorado. Só que não tinha data unitária em todo o mundo, como é hoje. A 2ª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada em Copenhague, em 1910, decidiu pela realização de 1 dia internacional dedicado à luta das mulheres. O direito ao voto era a principal bandeira das mulheres em grande parte dos países no mundo naquele momento. A decisão diz o seguinte: “As mulheres socialistas de todas as nações organizarão 1 Dia das Mulheres específico, cujo primeiro objetivo será promover o direito de voto das mulheres.” A data no mundo Antes, já era realizado em alguns lugares. Em 3 de maio de 1908, a Federação dos Clubes de Mulheres Socialistas de Chicago realiza ato pelo Dia da Mulher, num teatro da cidade. No ano seguinte aconteceu em Nova Iorque, em 28 de fevereiro. Em 1910, o Partido Socialista estadunidense organizou, pela segunda vez, o Dia da Mulher, no último domingo de fevereiro, também em Nova Iorque. Foi assim entre 1911 e 1913. Em 1914, foi comemorado em 19 de março. Na Europa, a primeira celebração do Dia das Mulheres aconteceu, em 19 de março de 1911, na Suécia, após a Conferência de Copenhague. Na Itália começou no mesmo ano. Na França, foi em 1914. Neste ano, pela primeira vez, na Alemanha, o ato foi realizado em 8 de março. Data unificada Em 1921, Alexandra Kollontai propôs, durante a conferência das Mulheres Comunistas, realizada em Moscou, na URSS, que se adote o dia 8 de março como data unificada do Dia Internacional das Mulheres, em homenagem à greve das tecelãs em 1917. A partir dessa conferência, a data passa a ser espalhada como data das comemorações da luta das mulheres, em todo o mundo. Assim nasceu o 8 de Março. Reconhecimento internacional Na década de 1960, as manifestações pelo Dia Internacional da Mulher ganharam grandes proporções. Em 1975, a ONU; e logo depois com a Unesco, em 1977; reconhecem o 8 de Março como Dia Internacional da Mulher. As manifestações de trabalhadores, por melhores salários, pela redução da jornada e pela proibição do trabalho infantil. A cada conquista, o movimento operário iniciava outra fase de reivindicações, mas em nenhum momento, até por volta de 1960, a luta sindical teve o objetivo de que homens e mulheres recebessem salários iguais, pelas mesmas tarefas. Igualdade salarial As trabalhadoras participavam das lutas gerais. Mas, quando se tratava de igualdade salarial, não eram consideradas. Alegava-se que as demandas das mulheres afetariam a “luta geral”, prejudicando o salário dos homens e, afinal, as mulheres apenas “completavam” o salário masculino. Importante reiterar, que o 8 de Março tem origem, e à essa se deve à universalização, no movimento socialista e

STF nega pedido para impedir Moraes, Dino e Zanin de julgar Bolsonaro

O presidente da corte, Luís Roberto Barroso, afastou cinco pedidos apresentados pelas defesas dos ex-presidente e dos generais da reserva Braga Netto e Mario Fernandes Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin não estão impedidos de julgarem Jair Bolsonaro pela acusação de tentativa de golpe de Estado, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). É o que diz o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que rejeitou o pedido da defesa para afastar os três ministros da Primeira Turma, onde o ex-presidente será julgado, caso a corte aceite a denúncia e abra ação penal. Barroso afastou cinco pedidos apresentados pelas defesas dos ex-presidente e dos generais da reserva Braga Netto e Mario Fernandes. Em relação ao ministro Alexandre, relator dos processos, Barroso verificou que a defesa, ao alegar que ele teria “interesse pessoal na causa”, não apresentou nenhum fato novo e se limitou a reproduzir argumentos apresentados em pedido anterior, já analisado e recusado pelo Tribunal. No caso dos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin, o presidente do STF explicou que os fatos descritos pela defesa não se enquadram nas hipóteses estabelecidas pelo Código de Processo Penal (CPP), que não admitem intepretações extensivas para afastar ministros de algum processo ou julgamento. De acordo com Barroso, o fato de Dino ter apresentado ação penal privada contra Bolsonaro não é fator de impedimento, conforme a regra do CPP. No caso de Zanin, o fato de o ministro já ter se declarado impedido para atuar em um caso eleitoral envolvendo Bolsonaro ou ter assinado notícia-crime na condição de advogado de partido político, antes de ingressar no STF, também não se enquadram nas causas de impedimento. Comn informações da Ascom/STF

O emocionante discurso de Dilma, vítima da ditadura, sobre Oscar de Ainda Estou Aqui

Foi graças à Comissão Nacional da Verdade, criada no governo Dilma, que Marcelo Rubens Paiva pôde contar a história de sua família no livro que inspirou o filme premiado A ex-presidente Dilma Rousseff foi às redes sociais, na madrugada desta segunda-feira (3), para publicar um emocionante discurso sobre a conquista histórica do longa-metragem Ainda Estou Aqui, obra dirigida por Walter Salles e estrelada por Fernanda Torres que ganhou o Oscar de Melhor Filme Internacional. O pronunciamento de Dilma sobre a vitória do filme em Hollywood traz uma forte carga simbólica: a ex-presidenta, tal como Rubens Paiva, interpretado no filme por Selton Mello, foi presa e torturada pela ditadura militar, e o filme conta, justamente, a história da luta de Eunice Paiva para esclarecer as circunstâncias da morte do marido, assassinado pelo aparelho repressor do regime. Além disso, foi graças à Comissão Nacional da Verdade, criada durante o governo de Dilma Rousseff, que o escritor Marcelo Rubens Paiva pôde resgatar a histórica de sua família no livro que inspirou o filme agora premiado com uma estatueta do Oscar. “O Oscar de Melhor Filme Internacional para Ainda Estou Aqui é um reconhecimento da força da cultura brasileira. Uma homenagem merecida ao nosso cinema, ao diretor Walter Salles, às atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, ao ator Selton Mello e a toda a equipe do filme. Nossa emoção é ainda maior porque a premiação celebra uma obra que presta tributo à civilização, à humanidade e aos brasileiros que sofreram com a extinção das liberdades democráticas, lutando contra a ditadura militar”, escreveu Dilma Rousseff. “É motivo de orgulho saber que a história de Rubens Paiva e de sua família — especialmente a busca incansável de Eunice Paiva pela verdade e pela justiça — pôde ser contada graças ao trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que criei durante meu governo para investigar os crimes da ditadura. Trata-se de uma vitória internacional histórica, que honra a todos os que se foram, assim como reverencia aqueles que ainda estão aqui, defendendo a democracia e combatendo o fascismo. Meus aplausos a todos que tornaram esse filme possível”, prosseguiu a ex-presidentae   Confira: O Oscar de Melhor Filme Internacional para Ainda Estou Aqui é um reconhecimento da força da cultura brasileira. Uma homenagem merecida ao nosso cinema, ao diretor Walter Salles, às atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, ao ator Selton Mello e a toda a equipe do filme. — Dilma Rousseff (@dilmabr) March 3, 2025 Dilma, a Comissão da Verdade e Ainda Estou Aqui O escritor Marcelo Rubens Paiva é filho do ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, morto pela ditadura militar na década de 70. Ele também é filho da advogada pelos direitos civis Eunice Paiva, que lutou toda a sua vida para descobrir o paradeiro do marido. Marcelo lançou, em 2015, o livro “Ainda estou aqui”, sobre a história do desaparecimento e morte de seu pai e a busca incansável de sua mãe. O livro deu origem ao filme homônimo de Walter Salles, com interpretações magistrais, entre elas as de Fernanda Torres no papel de Eunice e de Selton Mello no de Rubens Paiva. O longa tem lotado salas cinema no Brasil e em todo o mundo, com reações emocionadas das plateias, além de acumular prêmios em vários festivais de cinema. Em consequência do sucesso do filme, Marcelo Rubens Paiva fez questão de agradecer em sua conta do X, em dezembro de 2024, à ex-presidenta Dilma Rousseff e à Comissão da Verdade. Segundo ele, nem o livro e nem o filme existiriam sem a iniciativa da ex-mandatária. “Tenha dito! Por conta da Comissão da Verdade, tive elementos para escrever o livro Ainda Estou Aqui, e agora temos esse filme deslumbrante. E Dilma pagou um preço alto pelo necessário resgate da memória”, publicou o escritor. Tenha dito! Por conta da Comissão da Verdade, tive elementos para escrever o livro Ainda Estou Aqui, e agora temos esse filme deslumbrante. E Dilma pagou um preço alto pelo necessário resgate da memória. https://t.co/38NGE8Jpa8 — Marcelo Rubens Paiva (@marcelorubens) November 11, 2024 Torturado e assassinado A Comissão Nacional da Verdade apresentou, em 2012, durante o governo de Dilma Rousseff, documentos e depoimentos que atestaram a entrada de Rubens Paiva no Departamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), em 20 de janeiro de 1971, provando que o político foi torturado e assassinado. Dia histórico: Ainda Estou Aqui ganha Oscar de Melhor Filme Internacional Domingo, 2 de março de 2025. Este é o dia que entrou para a história das artes no Brasil. O longa-metragem Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres, com participação de Fernanda Montenegro, venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional, a primeira estatueta conquistada por uma produção brasileira. O anúncio, no glamuroso Teatro Dolby, em Hollywood, na cidade de Los Angeles, nos EUA, foi feito pela atriz espanhola Penélope Cruz. Assim que o nome da obra brasileira foi anunciado em inglês, “I’m Still Here”, um rompante de emoção tomou a plateia, para os olhares incrédulos de Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello, que no filme representou o deputado cassado Rubens Paiva, raptado e assassinado por agentes da Ditadura Militar (1964-1985), no dia 20 de janeiro de 1971. Em seu discurso, o diretor Walter Salles agradeceu antes de tudo ao cinema brasileiro e dedicou o prêmio a Eunice Paiva, segundo ele uma mulher que decidiu não se curvar diante de uma perda provocada por um regime autoritário. Salles agradeceu ainda “às duas mulheres extraordinárias” que deram vida a Eunice, as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. A premiação de Ainda Estou Aqui no mais relevante evento do cinema mundial levou ao conhecimento de espectadores por todo o globo um pouco da dramática História do Brasil de um passado relativamente recente. Sob 21 anos de uma violenta e sangrenta ditadura, o gigante país sul-americano somou milhares de casos de violações aos direitos humanos, como prisões arbitrárias, torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados. Rubens Paiva, uma notória vítima desses crimes praticados

‘Ainda Estou Aqui’ faz história e vence prêmio de Melhor Filme Internacional no Oscar

Filme conta a história de Eunice Paiva, que teve o marido morto pela ditadura militar e lutou durante décadas pelo direito à memória A produção brasileira Ainda Estou Aqui levou o prêmio de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025. Embora o país já tenha concorrido a estatuetas mais de vinte vezes, essa é a primeira vez que o Brasil traz o troféu para casa. “Esse prêmio vai para uma mulher que depois de uma perda sob um regime autoritário decidiu não se curvar”, afirmou o diretor do longa, Walter Salles, em referência a Eunice Paiva, personagem principal da película. Ele também dedicou a vitória às duas atrizes que deram vida à Eunice, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. Torres concorreu a Melhor Atriz pelo papel, mas o prêmio foi para Mikey Madison, por Anora. Em 1999, Montenegro, havia sido a primeira latino-americana indicada na mesma categoria pela atuação em Central do Brasil, mas também não foi agraciada. O filme brasileiro estava indicado ainda a melhor filme. Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui fala sobre a prisão e a morte de Rubens Paiva – pai do autor – pela ditadura militar a partir do ponto de vista da mãe dele. O político e engenheiro foi tirado de casa em 1971 por agentes do regime e nunca mais retornou. Até hoje, as circunstâncias da morte não foram totalmente esclarecidas e ninguém foi punido pelo crime. Além de Fernanda Torres e de Fernanda Montenegro, o filme conta com Selton Mello, responsável por dar vida a Rubens Paiva. Com direção de Walter Salles, a produção marca a terceira vez que o cineasta brasileiro comparece ao Oscar. Ele também dirigiu Central do Brasil, indicado a Melhor Filme Internacional em 1999 e que narra a viagem de uma mulher e um garoto do Rio de Janeiro ao vilarejo fictício de Bom Jesus do Norte, uma representação do sertão do Nordeste brasileiro. Salles também foi responsável por tirar do papel o longa Diários de Motocicleta, coprodução entre sete países baseada nos diários de viagem do jovem Che Guevara pela América Latina. Em 2005, a película concorreu nas categorias Melhor Roteiro Adaptado, pelo trabalho do roteirista porto-riquenho José Rivera, e Melhor Canção Original, que deu a estatueta à canção Al Otro Lado Del Río, do artista argentino Jorge Drexler. Quase 40 prêmios Embora seja considerada a maior premiação do cinema comercial global, o Oscar não foi o primeiro reconhecimento de Ainda Estou Aqui. Desde o ano passado, o filme já levou quase 40 prêmios em festivais no mundo todo. Na lista estão troféus inéditos para o Brasil até então. Fernanda Torres foi agraciada como melhor atriz no Globo de Ouro e ficou em segundo lugar na lista de Melhor Atuação Principal da Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles. A maior premiação do cinema espanhol, o Goya, considerou Ainda Estou Aqui o melhor filme ibero-americano da temporada. No Festival de Veneza a produção nacional levou três prêmios, entre eles o Osella de Ouro de Melhor Roteiro, pelo trabalho dos roteiristas Murilo Hauser Heitor Lorega. A premiação italiana também concedeu os troféus Green Drop e SIGNIS para Walter Salles, relacionados a filmes com comprometimento em direitos humanos e importância para as futuras gerações. Entre as outras dezenas de indicações e premiações, foi eleito o Filme Mais Valioso do Ano pela Cinema For Peace Foundation, levou o Prêmio do Público no Festival Internacional de Cinema de Miami e até mesmo o Prêmio de Melhor Cão Histórico do Fido Award para os dois cachorrinhos que deram vida a Pimpão, bicho de estimação da família Paiva no filme. No Brasil, o filme está em sua 16ª semana de exibição e ocupa mais de 600 salas. Cerca de 5,2 milhões de pessoas já foram assistir o longa. Em todo o mundo, a produção arrecadou mais de US$ 27,4 milhões. A cerimônia do Oscar 2025 foi realizada na noite deste domingo (2), em Los Angeles, nos Estados Unidos, com apresentação de Conan O’Brien, comediante e apresentador de televisão estadunidense.

Lula anuncia Gleisi Hoffmann para articulação política do governo

Presidente nomeou a atual líder do PT para substituir Alexandre Padilha; posse será no dia 10 de março O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) para assumir a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, pasta responsável pela articulação política do governo. Atual presidente nacional do PT, Gleisi irá substituir Alexandre Padilha, que assumirá o Ministério da Saúde no lugar de Nísia Trindade. A posse de Gleisi será no dia 10 de março.Lula já havia demonstrado intenção de nomear Gleisi para a função, o que foi sinalizado quando o presidente convidou a deputada para acompanhá-lo em sua viagem ao Uruguai nesta sexta-feira, 28. Além disso, Lula defendeu a necessidade de uma postura mais firme na articulação política. Na quinta-feira, 27, o presidente declarou que decidiu substituir Nísia Trindade no Ministério da Saúde porque deseja mais rapidez e combatividade. Ele elogiou a competência de Nísia e defendeu a mudança em entrevista ao programa Balanço Geral Litoral, da Record. Nos bastidores, aliados do presidente apontam que ele tem se mostrado insatisfeito com a falta de embates políticos na relação com o Congresso. Durante as discussões sobre o novo comando da SRI, Lula destacou que a nomeação de Gleisi é uma oportunidade para que ela demonstre sua habilidade de articulação. O petista também vê na escolha um reconhecimento ao trabalho da deputada na liderança do partido, função que ocupa desde 2017. Função na Secretaria de Relações Institucionais A Secretaria de Relações Institucionais é responsável pelo diálogo entre o Executivo e o Legislativo. Durante as negociações, Lula lembrou que Gleisi teve um papel fundamental na construção das alianças para as eleições presidenciais de 2018 e 2022, mantendo o contato com todos os partidos que integraram a coalizão em torno de sua candidatura. O presidente também ressaltou o bom trânsito da petista com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Durante a celebração do aniversário do PT, Lula elogiou a capacidade de negociação de Gleisi, destacando sua habilidade política. Em 2022, além de articular a aliança que levou Lula de volta à Presidência, Gleisi conduziu a aprovação do nome de Geraldo Alckmin (PSB) como vice, garantindo 84% dos votos dentro do PT. A expectativa é que, na nova função, ela trabalhe para consolidar apoios a Lula com vistas à eleição de 2026.