Lula exalta democracia no Dia da Independência

Neste sábado de manhã, Lula participa do tradicional desfile cívico militar do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios Na noite de sexta-feira (6), véspera do Dia da Independência do Brasil, celebrado neste sábado (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a democracia e a convivência “civilizada” entre grupos opostos, em pronunciamento veiculado em cadeia nacional de rádio e televisão. “Amanhã [hoje] é dia de comemorarmos a independência do Brasil. E é também um bom momento para celebrarmos a democracia. Nenhum país é de fato independente sem o exercício pleno da democracia”, afirmou o presidente, em vídeo de pouco mais de 4 minutos. “A democracia é mais do que votar no dia da eleição. É lutar pela conquista de direitos. O direito de fazer três refeições por dia, morar com dignidade, ter um bom emprego, salário justo, segurança para cuidar da família e conquistar um futuro melhor para nossos filhos”, acrescentou. Ao destacar que democracia não é “pacto de silêncio”, mas debate de opiniões divergentes na sociedade, o presidente enfatizou que isso deve ser feito em um ambiente de respeito, e condenou a difusão do ódio e deslegitimização da vontade popular. “Democracia é o diálogo, é a convivência civilizada entre opostos. É o respeito à vontade do povo expressa livremente nas urnas. Não é o direito de mentir, espalhar o ódio e atentar contra a vontade do povo. Em momentos decisivos da história, a defesa da democracia é capaz de unir adversários de longa data. Foi assim na construção da aliança para garantir a governabilidade do país, após as eleições de 2022”, comentou, citando o arco político de alianças criado após a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2023. “A vitória da democracia permitiu que trouxéssemos de volta as políticas de inclusão social que retiraram milhões de pessoas da pobreza. Permitiu que tivéssemos, de novo, uma política externa ativa e altiva, à altura da grandeza do Brasil. Que a saúde e a educação voltassem a ser prioridade. Que a ciência derrotasse o negacionismo. E que o combate a todas as formas de desigualdade voltassem à ordem do dia”, acrescentou. No pronunciamento, Lula exaltou medidas do seu governo, como a retomada de obras por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a geração de emprego e a retirada de 24,5 milhões de pessoas da fome. O presidente ainda destacou a criação de uma Política Nacional de Segurança Pública, em diálogo com os 27 governadores. “Juntos, vamos derrotar o crime organizado”, disse. Neste sábado de manhã, Lula participa do tradicional desfile cívico militar do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. * Com Agência Brasil.

Alexandre de Moraes é ovacionado no desfile de 7 de setembro

No desfile de 7 de Setembro, realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes recebeu saudações calorosas de um grupo de espectadores presentes nas arquibancadas. Moraes, que estava na tribuna de autoridades ao lado de outras figuras de destaque do governo, acenou de volta, em um gesto de reciprocidade. Os espectadores mais próximos à tribuna eram, em sua maioria, funcionários do governo Lula e convidados, grupo que mantém uma relação favorável com o ministro. Esse contraste é evidente em relação ao segmento bolsonarista, que frequentemente ataca Moraes. O ministro foi convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o evento, que teve como tema “Democracia e Independência – É o Brasil no rumo certo”. Assista ao vivo: Enquanto Moraes participa da solenidade oficial em Brasília, manifestações em São Paulo, lideradas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o pastor Silas Malafaia, estão marcadas para a tarde deste sábado, com pedidos pelo impeachment do magistrado. Além de Moraes, outros ministros da Suprema Corte marcaram presença na celebração, como Luís Roberto Barroso, atual presidente do STF, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes. O vice-presidente Geraldo Alckmin também participou do desfile, acompanhado de diversos ministros do governo, incluindo Ricardo Lewandowski (Segurança Pública e Justiça), Simone Tebet (Planejamento) e José Múcio Monteiro (Defesa). Representantes dos estados e lideranças políticas, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e os governadores Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Ibaneis Rocha (Distrito Federal), também estavam presentes. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi uma das ausências notáveis, sendo representado por Dario Durigan, secretário-executivo da pasta. O desfile deste ano também contou com a participação de atletas olímpicos, reforçando a integração entre esporte e civismo. O marchador Caio Bonfim, medalhista de prata nas Olimpíadas de Paris, foi um dos destaques entre os esportistas presentes. Muitos dos competidores que participaram do evento fazem parte do programa de alto rendimento das Forças Armadas, demonstrando o apoio institucional ao esporte brasileiro.

Lula demite Silvio Almeida; Esther Dweck assume Direitos Humanos

Segundo nota da Secom, “o presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu, nesta sexta-feira (6), o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Silvio Almeida. Em meio às denúncias de assédio e importunação sexual que pesavam contra o ministro desde quinta-feira (5), Lula optou por afastá-lo do governo. O anúncio foi pela Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), em nota à imprensa: “Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania”. Segundo o texto, “o presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”. O caso veio a público em reportagem publicada pelo Metrópoles na quinta. Conforme o portal, a organização Me Too Brasil recebeu denúncias de supostos episódios de assédio e importunação sexual de Silvio contra mulheres. Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, teria sido uma das supostas vítimas. O agora ex-ministro nega as acusações. No mesmo dia da publicação da reportagem, Silvio prestou esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de Ética da Presidência da República e a Polícia Federal também investigarão o caso. O cargo que era ocupado por Silvio Almeida será assumido interinamente por Esther Dweck, atual ministra de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. De acordo com a Secom, Esther “vai acumular temporariamente” as duas funções “até a definição de um novo titular para o MDHC”. O PCdoB foi uma das organizações que se pronunciaram sobre a crise. “Frente aos recentes casos de denúncia de assédio envolvendo o ex-ministro dos Direitos Humanos, reiteramos nossa solidariedade a todas as mulheres que sofrem e denunciam as diversas formas de violências”, apontou o Partido. “É necessário que a investigação seja tratada com seriedade, respeitando o direito à defesa e que as instituições sejam transparentes e justas em suas decisões.”

Marçal, Bolsonaro ao cubo – Por Ruy Castro, da Folha de SP

Bolsonaro lhe abriu a porta do inferno. Agora descobre que, comparado a Marçal, ele é um amador Primeiro, a má notícia: estamos ameaçados de ter Pablo Marçal como presidente. Agora, a boa notícia: ficaremos livres de Bolsonaro para sempre. É dos casos em que uma notícia não compensa a outra. Bolsonaro, por exemplo, não está achando graça em nenhuma das duas. Ao acompanhar atônito a escalada de Marçal rumo à, por enquanto, Prefeitura de São Paulo, consegue identificar e até antecipar cada movimento dele. Sabe muito bem como a história vai terminar —na qual ele, Bolsonaro, morre no final. Na verdade, seu enterro já saiu. Bolsonaro está ciente de que Marçal, que aprendeu tudo com ele em violência e estupidez, vai esmagar seu opaco candidato Ricardo Nunes. Isso o obrigará a jogar Nunes aos cães, como fez com muitos outros, e, para sobreviver politicamente, juntar-se a Marçal, levando seus filhos hoje reduzidos aos zeros. Marçal talvez aceite o apoio, pela massa de votos bolsonaristas que isso lhe pode trazer. Mas, do jeito que as coisas vão, Marçal poderá ter esses votos jogando parado e ele próprio chutar Bolsonaro aos abutres. O que será bem feito, mas que vantagem levará nisso a democracia? Bolsonaro abriu a porta do inferno para Marçal. Antes dele, Jânio Quadros, com a caspa na lapela, e Fernando Collor, a bordo de seus jet skis, já tinham sido eleitos em nome da antipolítica. Bolsonaro foi além. Estuprou o decoro presidencial, cuspiu na cara da nação, corrompeu meio mundo e deu shows diários de desumanidade, tudo para consolidar o espírito da antipolítica junto aos pacóvios. Pois Marçal é Bolsonaro ao cubo —faz antes da eleição o que Bolsonaro só ousou fazer de faixa. Desmoraliza o processo eleitoral, zomba de suas condenações criminais, devolve os epítetos de bandido e ladrão, chama todo mundo para a briga e define seus eleitores como idiotas, para deleite deles. É Bolsonaro sem filtro e sem meias palavras. Já chamam Marçal de demente e descontrolado. Mas não há demência nem descontrole. Cada palavra, cada ofensa, cada gesto é calculado. Conhece seu gado, sabe o que quer e como chegar. Comparado a ele, Bolsonaro é um amador.

O PT conhece o eleitor de Marcal há anos e o ignorou

Pesquisas feitas por fundação do PT já captavam a receptividade do eleitorado ao discurso proferido por Pablo Marçal, mas pouca gente deu importância Bruno Carazza, Valor Econômico A fora a decisão de Alexandre de Moraes de tirar o X-Twitter do ar, as conversas sobre política nas últimas semanas giram sobre um só personagem: Pablo Marçal. Muito se tem falado de seus métodos (os legítimos e os ilegais) comerciais, de seu marketing digital aplicado à campanha eleitoral e de seu discurso teológico coach (como caracterizou a cientista política Ana Carolina Evangelista), mas pouco ainda se discute sobre o seu potencial eleitorado. E o mais interessante é que os eleitores que aderem em velocidade estonteante a Marçal hoje (não só em São Paulo, mas no Brasil todo) já vêm sendo mapeados há anos pelo PT – embora ninguém tenha dado a importância devida a esse fenômeno. Nas eleições municipais de 2016, o então prefeito, Fernando Haddad, mesmo apoiado por Lula e Dilma Rousseff, foi derrotado por João Doria no primeiro turno, com menos de um terço dos votos válidos (53,3% a 16,7%). O tucano venceu em todas as regiões da cidade, com a exceção de Parelheiros e Grajaú, em que a maioria dos eleitores preferiu Marta Suplicy (então no MDB). Perplexo por ter perdido por larga margem até nos bairros mais pobres da cidade, onde tradicionalmente era muito bem votado, o PT resolveu investigar as causas do desempenho tão ruim. Especialistas contratados pela Fundação Perseu Abramo realizaram então uma série de entrevistas qualitativas entre novembro de 2016 e janeiro de 2017 para entender o que pensava o morador dessas regiões. A pesquisa “Percepções e Valores Políticos nas Periferias de São Paulo” revelou um eleitor muito diferente do estereótipo utilizado nas análises políticas. Para o PT e a esquerda em geral, a conclusão mais surpreendente dizia respeito às visões do residente da periferia paulistana a respeito de sua classe social e do próprio Estado. Cito textualmente algumas das constatações da pesquisa: “No imaginário da população não há luta de classes; o ‘inimigo’ é, em grande medida, o próprio Estado ineficaz e incompetente”, e não o patrão explorador. Aliás, “trabalhador e patrão são diferentes, mas não existe no discurso [desses eleitores] relação de exploração: um precisa do outro, estão no mesmo barco”. E assim “todos são ‘vítimas’ do Estado que cobra impostos excessivos, impõe entraves burocráticos, gerencia mal o crescimento econômico e acaba por limitar ou ‘sufocar’ a atividade das empresas”. Longe de terem sido abduzidos pela ideologia neoliberal, a pesquisa do PT aponta para um certo “liberalismo popular” bem recebido na periferia da capital econômica do país: uma população que havia progredido economicamente com o Plano Real e as políticas sociais dos governos Lula e Dilma, que tinha “forte desejo por visibilidade e valorização pessoal” e que acreditava no trabalho e no esforço como instrumento de ascensão social. Para os pesquisadores da Fundação Perseu Abramo, o PT precisaria compreender melhor esse fenômeno, pois as entrevistas apontavam que esse eleitorado “tem a igualdade de oportunidades como ponto de partida e a defesa do mérito como linha de chegada”, “trata o mercado como instituição mais crível que o Estado”, e “reconhece a importância de um Estado eficaz em reverter impostos em serviços de qualidade e em reduzir desigualdades”. Boa parte desse descrédito em relação ao Estado vinha de uma forte desconfiança com a política institucional, vista como “suja” e “cheia de gente mau caráter”. Para os entrevistados, a solução passaria pela ascensão de “gente do bem e a fim de trabalhar” e de parcerias do poder público com empresas. Muitos desacreditaram os resultados dessa pesquisa, apontando problemas metodológicos (amostra muito pequena) ou vieses ligados ao timing da pesquisa – em meio a uma crise política (a Lava Jato) e logo após a vitória de Doria, que exacerbava esses valores pró-mercado na sua propaganda política. No entanto, entre setembro e outubro de 2021 a Fundação Perseu Abramo foi a campo para entrevistar eleitores não identificados com Lula e nem com Bolsonaro nas cinco regiões do país (“Percepções e Valores da População Brasileira não Polarizada”). E os resultados foram muito similares. O cidadão que se destaca nessa nova pesquisa é “fortemente alinhado ao valor do trabalho e convicto da necessidade de batalhar para vencer na vida”. Nesse caso, “trabalhador” é visto como adjetivo (sinônimo de lutador, esforçado, empenhado) e não substantivo (posição numa sociedade de classes). Para esse público, “o padrão de consumo é o que dita a percepção de classe”. Ou seja, o mundo não é dividido entre patrões e empregados, mas entre ricos, classe média e pobres. Nesse contexto, há uma crença de que “a ascensão social e econômica é possível e que pessoas mais pobres podem ser ricas um dia” – desde que sejam “batalhadores, fortes e persistentes”. E nessa batalha para “ser alguém na vida”, dois núcleos sociais proveem os valores e são espaço de acolhimento: a família e a igreja. Pablo Marçal tornou-se milionário vendendo a ilusão da prosperidade a esse público. O grande desafio que a política tradicional tem é evitar que ele converta esses seguidores em votos – e isso não é um problema só de São Paulo.

Decisão do STF sobre o X resguarda a democracia e a soberania nacional

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moares de submeter à lei a plataforma digital X, de propriedade do bilionário Elon Musk, tem uma dupla correção: nada e ninguém estão acima da Constituição Federal, tampouco da soberania nacional. A suspensão da plataforma, o bloqueio ao acesso, tem amplo respaldo legal, desde o Código Civil ao Marco Civil da Internet. Uma sinopse se faz necessária para que a justeza desta medida se imponha. Em oito de janeiro, a extrema-direita tentou um golpe de Estado, felizmente derrotado. Pouco depois, o X manteve ativas contas de neofacistas que seguiram fazendo apologia do golpismo. O STF, via ministro Alexandre Moraes, determinou a retirada desses perfis. Musk, além de não cumprir a ordem, hostilizou e depreciou, na própria plataforma, o ministro e a instância máxima do Judiciário brasileiro. Também ignorou o pagamento das multas. E mais: agora, já em agosto, Musk escalou a afronta e ordenou o fechamento do escritório do X no Brasil. Nesta quarta (28), o ministro Alexandre Moraes estabeleceu o prazo de 24 horas para que a empresa oficializasse o representante legal no Brasil. Vencido prazo, o bilionário, ele mesmo extremista de direita, além não cumprir a exigência assacou uma vez mais contra o ministro e o STF. Diante deste itinerário de afrontas e desrespeito à lei, de uso e abuso do X pelas milicias digitais para atentarem contra a democracia brasileira, o Estado nacional, através da instância máxima do Poder Judiciário, foi desafiado a dar um basta a essa escalada. O Brasil conquistou a legalidade democrática, regida pela Constituição, num duro combate ao arbítrio, uma longa jornada contra a ditadura militar, condição que lhe assegura uma poderosa arma para a defesa de sua soberania. A Constituição, pela qual os brasileiros têm grande apreço, referencial do Estado Democrático de Direito, determina que ninguém e nenhuma empresa, organização ou instituição estão acima da lei. E o STF, delegado pelo ordenamento jurídico do país para ser o juiz do direito constitucional, não pode ser afrontado como se o país fosse uma terra de ninguém. Desde que foi adquirida por Elon Musk, a plataforma X se tornou instrumento da extrema-direita mundial, privilegiando conteúdo de ódio e antidemocrático. Para tal, hipocritamente, esgrima a defesa da liberdade de expressão, expediente já desmoralizado, pois, conforme a conveniência de seus lucros ou de sua preferência política, ele já cumpriu ordens judiciais de vários país e retirou mensagens e baniu perfis. Um fato que agrava é a nota da Embaixada dos Estados Unidos dizendo que “está monitorando a situação entre o Supremo Tribunal Federal e a plataforma X”, ressaltando “que a liberdade de expressão é um pilar fundamental em uma democracia saudável”. É, nitidamente, uma interferência que deve ser repelida pelas forças patrióticas e democráticas. São dados que comprovam o acerto da decisão do STF de, mais uma vez, não abrir precedentes para práticas ilegais, não permitindo afronta à soberania nacional, demonstrada de variadas maneiras, todas condicionadas ao cumprimento da legalidade democrática, ancorada na Constituição e aplicada pelo Estado Democrático de Direito. A omissão diante de abusos como esses seria uma permissividade inaceitável, um retrocesso descabido num momento em que o país está numa decidida luta contra o golpismo da extrema-direita. O Poder Executivo, por um pronunciamento firme do presidente Luís Inácio Lula da Silva, respaldou a sentença do STF. O episódio também remete ao debate sobre a urgência da regulação das chamadas big techs, contida no conhecido Projeto de Lei das fake news, relatado pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). Seria uma forma de reforçar o rigor legal diante dos abusos dessas empresas que, como disse o deputado, querem colocar de joelhos o Congresso Nacional, referindo-se aos empecilhos criados por um conluio entre as big techs e a extrema-direita para impedir que o Brasil tenha, a exemplo de outros países, parâmetros definidores de acordo com a legislação nacional. Mas, independentemente dessa pendência, a decisão de Alexandre de Moraes e do STF cumpre preceitos básicos do Estado Democrático de Direito. Ela define um princípio essencial para evitar que novos abusos sejam praticados no país e reafirma o princípio de que a igualdade de direitos e o respeito às leis são o alicerce de uma sociedade democrática, fundada no ideal de civilização e justiça. Via: Vermelho

População brasileira vai parar de crescer em 2041, prevê pesquisa do IBGE

A partir deste ano, a população do país deve diminuir, até chegar aos 199,3 milhões em 2070. Os dados fazem parte das primeiras Projeções de População do IBGE com dados do Censo 2022 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê que a população brasileira vai parar de crescer em 2041, quando chegará a 220,43 milhões de habitantes. A partir deste ano, a população do país deve diminuir, até chegar aos 199,3 milhões em 2070. Os dados fazem parte das primeiras Projeções de População do IBGE com dados do Censo Demográfico 2022, divulgadas nesta quinta-feira (22). A gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, Izabel Marri, afirma que esse recuo será bastante desigual regionalmente. “A migração entre unidades da federação é um fator muito importante nas dinâmicas populacionais. Alguns estados são a origem e outros, o destino desses migrantes. Isso vai fazer com que cada estado tenha sua inflexão populacional em um momento diferente”, explica. Rio Grande do Sul e Alagoas devem ser os primeiros a reduzir sua população, já em 2027, com o Rio de Janeiro logo a seguir, em 2028. Por outro lado, Mato Grosso deve ser o último estado a fazer essa inflexão, em algum momento após 2070. Já Santa Catarina e Roraima devem começar a reduzir sua população em 2064. A pesquisa registrou ainda que, de 2000 a 2023, a taxa de fecundidade do país recuou de 2,32 para 1,57 filho por mulher. Entre os estados, a taxa mais alta foi de Roraima (2,26) e a mais baixa, do Rio de Janeiro (1,39). Essa mesma taxa deve recuar até 1,44 em 2040, quando atinge seu ponto mais baixo. As Projeções de População orientam políticas públicas das três esferas de governo e permitem que o IBGE atualize as amostras de suas pesquisas domiciliares. A gerente diz que a principal importância das projeções é informar qual é a população do país a cada ano, pois os censos demográficos ocorrem apenas a cada dez anos. “Essa informação, por idade e sexo, é fundamental para se elaborar políticas públicas voltada para crianças, idosos ou para a força de trabalho. Além disso, esses dados são a base para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE)”, afirma. Ela lembra que a redução da taxa de fecundidade ocorre desde os anos 1960. “Vários fatores contribuíram para isso, como a urbanização, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade feminina, além da popularização da pílula anticoncepcional. Com isso, as taxas de fecundidade recuaram gradativamente de uma média de mais de seis filhos por mulher para os patamares atuais”, explica. Outros dados divulgados pelo IBGE: – A idade média da população brasileira atingiu 35,5 anos em 2023 e deve subir para 48,4 anos em 2070. – Idade média em que as mulheres tinham filhos era de 25,3 anos em 2000, passou para 27,7 anos em 2020 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070. – Número de nascimentos por ano recuou de 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e deve cair para 1,5 milhão em 2070. – De 2000 a 2023, taxa de mortalidade infantil recuou de 28,1 para 12,5 óbitos por mil nascidos vivos. Esse indicador cairá para 5,8 em 2070. – Esperança de vida ao nascer subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023, e deve chegar aos 83,9 anos em 2070. – De 2000 a 2023, proporção de idosos (60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos. – A idade média da população era de 28,3 anos em 2000, subiu para 35,5 anos em 2023 e deve chegar aos 48,4 anos em 2070

Eleições 2024: cresce em 78% o número de eleitores menores de 18 anos

De acordo com a Constituição, o voto é obrigatório para os eleitores entre 18 e 70 anos, sendo facultativo para as demais faixas etárias O Brasil possui 1.836.081 eleitores menores de 18 anos, sendo 724.324 (0,46% do eleitorado) de 16 anos e 1.111.757 de 17 anos (0,71%). Comparado as eleições municipais de 2020, quando se alistaram 1.030.563, houve um crescimento de 78% dos que podem votar no dia 6 de outubro. Diferente do perfil geral do eleitorado, onde as mulheres (52,47%) são maioria entre os eleitores, na faixa etária menor há o predomínio masculino: são 362.230 (50,01%) de homens contra 362.094 (49,99%) de mulheres. Na faixa de 17 anos há uma inversão. As mulheres são 559.248 (50,30%) contra 552.509 (49,70%) dos homens. De acordo com a Constituição, o voto é obrigatório para os eleitores entre 18 e 70 anos, sendo facultativo para as demais faixas etárias. Os dados estão disponíveis nas estatistas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que diz que a reversão foi iniciada em 2022, com crescimento de jovens eleitores acima de 51% na comparação com a última eleição geral. O TSE diz que desde 2018 as estatísticas do eleitorado brasileiro habilitado para votar mostram que o número de eleitoras e eleitores cresceu 6,21%, passando de 147 milhões para 156.454.011 pessoas nas Eleições 2022. Ao Tribunal, a cientista política e doutora pela Universidade de Brasília (UnB) Marcela Machado, afirma que o interesse dos jovens brasileiros pela disputa eleitoral pode ser justificado pelo recente histórico da política no país. Ela diz que as pessoas entenderam que tudo é política. “Então não dá para ficar isento. Falamos sobre política em todas as rodas. As pessoas estão muito mais conscientizadas de que a política é algo que toca a todo mundo, e muito dessa conscientização é por conta das redes sociais: vídeos, ações e linguagens mais palatáveis para atingir esse público”, afirma. Engajamento Além disso, a cientista diz que o relacionamento dos jovens com a política tem forte relação com o “engajamento” do pleito. “Eleições municipais tratam de temas a nível local, que, às vezes, não se convertem em engajamento. Por conta justamente dessa característica ‘paroquial’ das eleições municipais, as disputas são travadas entre famílias, entre lado ‘a’ e lado ‘b’. Na eleição geral, a tônica é mais social, coletiva. Naturalmente, engaja mais pessoas”, argumenta. Para ela, o interesse dos jovens também tem relação com a falta de conhecimento sobre o que faz um prefeito ou vereador, por exemplo. “Toca muito na questão da educação política. Jovens de 16 e 17 anos, se não sabem para que serve, qual é a função, o que vem de um vereador ou o que faz um prefeito, não se estimulam a participar daquele evento democrático”, diz a doutora. A pesquisadora também acredita que parte desse crescimento da consciência cidadã dos jovens com o processo eleitoral pode ser atribuído às campanhas lançadas pelo TSE. “O TSE aproveitou a oportunidade das redes sociais para informar esse público [com idade menor de 18 anos], de maneira mais incisiva, de que esse jovem eleitor é importante na política, com a mensagem clara: ‘Não deixe de participar’”, diz

Mais Médicos vive seu melhor momento após destruição com Bolsonaro

Em 2023, o governo Lula contratou quase 12 mil médicos que atuam nos rincões do país. O país caminha para 28 mil ativos no programa Mais Médicos Após a destruição do programa Mais Médicos durante o governo do ex-presidente inelegível Jair Bolsonaro (PL), o panorama atual já é bem diferente. Apenas no primeiro ano de governo, a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou com fôlego a política pública. Hoje, o Mais Médicos está em seu momento com mais profissionais atuando pelo país desde a criação, em 2013. Também vale destacar que o Ministério da Saúde adotou uma política de valorização dos profissionais do programa. Hoje, são 25 mil médicos por todos os estados do país. Em junho, após anunciar aumento de 8,4% nos salários, a ministra Nísia Trindade adiantou que o país deve fechar o ano de 2024 com 28 mil profissionais. De acordo com a pasta, 60% dos médicos atuam nos municípios mais pobres do Brasil, sendo 33,8% em locais de alta vulnerabilidade e difícil acesso. Também vale destacar a presença de mais de 550 médicos em tribos indígenas isoladas. De acordo com estudo conduzido pela Universidade de Brasília (UnB), que entrevistou 613 indígenas, 47% deles relataram não ter feito qualquer atendimento médico antes do programa. A satisfação entre eles é de 93,1%. O programa ainda tem outros dados relevantes. A maioria dos profissionais são formados no Brasil, 62%, e 38% são intercambistas de diferentes países. E as mulheres são maioria. Elas representam 53,5% das médicas ativas, são 13.718 brasileiras com idades entre 25 e 44 anos   “Extinção” do Mais Médicos O programa Mais Médicos foi praticamente extinto pelo ex-presidente radical de extrema direita Jair Bolsonaro. O programa que leva profissionais qualificados para os rincões do Brasil era alvo constante de ataques do político. Particularmente porque, no início, parte dos médicos vinham de Cuba, um país que vive em sistema socialista. A ilha caribenha mantém 50 mil médicos espalhados por 67 países. Durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, o país não hesitou em enviar força médica para a Itália, que vivia um colapso sanitário. Então, a solidariedade cubana através da exportação de seus maiores ativos, os médicos, é parte da história e da tradição. Após a expulsão dos médicos cubanos do Brasil, a reportagem da TVT News conversou com profissionais que deixaram o país às pressas, em 2018, diante dos ataques do presidente recém eleito. “Deixamos uma população carente de médicos que precisam de alguém para posar as mãos nos ombros das pessoas, conhecer suas dificuldades, necessidades. Não apenas as doenças”, relatou à reportagem a médica Marílyn Galloso. “Vou embora chorando e outros choram comigo. Saio com a satisfação de ter dado o melhor de mim”, completou. A retomada do programa Mais Médicos Então, ao extinguir o programa em 2018, Bolsonaro anunciou um outro programa similar; o Médicos pelo Brasil. Contudo, não passou de fachada. Apenas após três anos de governo vieram as primeiras contratações. E foram tímidas; apenas 529 profissionais anunciados no dia 18 de abril de 2022. Contudo, a situação mudou muito após a retomada dos investimentos na saúde da população com Lula. Em um ano de governo, a gestão petista contratou 11.896 profissionais. Para ter ideia da dimensão, em São Paulo, estado com maior número de profissionais ativos, as contratações no primeiro ano de governo significam 57,12% do total. Mais Médicos é uma política pública E com o fortalecimento do programa, cresce a influência de uma política pública bem sucedida. No início de junho, por exemplo, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a abertura de novos cursos de medicina no país devem seguir os requisitos presentes nos editais do Mais Médicos. Com a decisão do Supremo, em matéria relatada pelo ministro Gilmar Mendes, ganha a medicina brasileira a partir da melhor distribuição de profissionais pelo território nacional. “A política estabelecida na lei do Mais Médicos direciona a iniciativa privada para localidades especialmente necessitadas, ao permitir a instalação de faculdades de medicina em regiões com pouca oferta de médicos e serviços de saúde”, destaca nota do STF. Inspirações O sucesso do programa é tanto que virou modelo para outros países. Vale lembrar que a inspiração do Mais Médicos vem de potências em desenvolvimento humano. “Experiências de países com sistemas de saúde semelhantes ao do Brasil, como Canadá, Reino Unido e Espanha, inspiraram as estratégias de provimento por aqui (…) As exitosas iniciativas inspiraram a criação que hoje é referência de provimento médico na saúde pública de outros países”, informa o Ministério da Saúde, em boletim de maio deste ano.

1 milhão prestam Enem dos Concursos; governo já prevê nova prova em 2025

Governo vai preencher 6.640 vagas em 21 instituições federais, com salários até R$ 22.922 O governo Lula comemora o sucesso do CNU (Concurso Nacional Unificado), realizado neste domingo (18). De acordo com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), 1 milhão de pessoas prestaram o Enem dos Concursos. O gabarito oficial deve ser divulgado na terça-feira (20). Esther Dweck, do MGI, confirmou que o governo já estuda uma nova edição da prova, a ser promovida em 2025. “Vamos terminar esse (CNU) – e aí a gente conversa”, declarou a ministra. “Temos uma expectativa de fazer outro, mas queremos ver um balanço desse para ver tudo que podemos para aprimorar também para, aí sim, anunciar a possibilidade de um novo.” Com o Enem dos Concursos, o governo vai preencher 6.640 vagas em 21 instituições federais, com salários até R$ 22.922. Na maior seleção da história do serviço público federal brasileiro, a prova foi aplicada em 72.041 salas, de 3.647 locais distribuídos por 228 municípios, em todas as 27 unidades federativas. “São números que vão refletir em um serviço público com a cara do Brasil. Espero que a gente tenha muita gente para mostrar a diversidade brasileira”, disse Lula, neste domingo, em uma das salas de situação que monitoraram a prova. “Para mim, é uma alegria saber que a gente está inovando no jeito de contratar. Precisamos adequar a máquina pública ao século 21.” Lula lembrou que, pela primeira vez na história, nenhum candidato teve de se deslocar mais de 100 quilômetros para fazer o exame. “Isso foi feito para facilitar para todos os brasileiros que quisessem participar”, enfatizou o presidente. Cerca de 215 mil funcionários públicos foram mobiliados para a segurança e a logística do CNU. Entre os inscritos, mais de 10 mil eram indígenas – e 400 mil se declararam cotistas. Ainda conforme o governo, 59% dos inscritos no CNU tem até 34 anos. Os jovens de 15 a 19 anos representam 5% dos candidatos.