Farmácia Popular terá 95% dos medicamentos de forma gratuita
Remédios para colesterol alto, doença de Parkinson, glaucoma e rinite foram incluídos na gratuidade. Ministério da Saúde indica economia de até R$ 400 por ano para usuários Cerca de 3 milhões de pessoas que já utilizam o Farmácia Popular deverão ser beneficiadas com a inclusão, pelo Ministério da Saúde, de novos medicamentos no programa. Na lista constam remédios para o tratamento de colesterol alto (dislipidemia), doença de Parkinson, glaucoma e rinite. De acordo com o governo, agora 95% dos medicamentos e insumos fornecidos pelo Farmácia Popular passam a ser distribuídos de forma gratuita. A partir dessa quarta-feira (10), quando se comemora os 20 anos do programa, os medicamentos já podem ser retirados gratuitamente nas unidades credenciadas. A estimativa do governo é de que os usuários do Programa possam ter uma economia de até R$ 400 por ano. Ao todo são 41 itens oferecidos entre fármacos, fraldas e absorventes. Até a atual medida, somente os remédios para diabetes, hipertensão, asma, osteoporose e anticoncepcionais eram gratuitos. Com a inclusão, agora 39 itens/remédios (95%) sairão de graça para a população. Os dois itens que precisam de copagamento (remédio para Diabetes Mellitus + Doença Cardiovascular ‘dapagliflozina 10 mg’ e fralda geriátrica) o Ministério da Saúde arca com 90% do valor de referência e somente os 10% restantes deve ser pago pelo cidadão. Veja lista de farmácias e drogarias credenciadas aqui. Farmácia Popular Criado em 2004, no primeiro governo Lula, o programa Farmácia Popular foi relançado no ano passado com inclusões de medicamentos para osteoporose e anticoncepcionais. Neste ano ainda foi disponibilizado a distribuição de absorventes para pessoas em situação de vulnerabilidade e estudantes da rede pública de ensino. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 70 milhões de pessoas já foram atendidas pelo programa desde a sua criação.
Lula sanciona ‘taxação das blusinhas’, em compras de até US$ 50
Com sanção presidencial, compras em sites estrangeiros como Shopee, Shein e AliExpress, passarão a ter a cobrança de imposto de 20% A ‘taxação das blusinhas’ incidirá sobre as compras internacionais a partir do dia 1º de agosto. A ‘taxação das blusinhas’ incidirá sobre as compras internacionais a partir do dia 1º de agosto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta quinta-feira, 27, o projeto que acaba com a isenção para compras internacionais de até US$ 50 (R$ 275, na cotação atual). Popularmente conhecido como “taxa das blusinhas”, a proposta era uma demanda do setor varejista nacional, que alegava competição desleal com a isenção às empresas estrangeiras. A proposta da “taxa das blusinhas” foi inserida como um “jabuti” — no jargão do Legislativo, quando um tema é incluído em proposta de assunto diferente – no texto-base do projeto de lei do Mover (Programa Mobilidade Verde), também sancionado pelo chefe do executivo, que aborda um programa de incentivo à descarbonização de carros. A ‘taxação das blusinhas’ incidirá sobre as compras internacionais a partir do dia 1º de agosto. Inicialmente, a taxação entraria em vigor imediatamente após sanção e publicação no Diário Oficial da União (DOU), mas o governo decidiu que vai encaminhar uma Medida Provisória (MP) ao Congresso Nacional estabelecendo uma nova data. A medida foi aprovada no Congresso no início do mês. A partir de 1º de agosto compras em sites internacionais de até US$ 50 passarão a ter a cobrança do Imposto de Importação, com alíquota de 20%. Compras dentro desse limite são muito comuns em sites de varejistas como Shopee, Shein e AliExpress. O que muda a partir de 1º de agosto Fica estabelecido que o consumidor que comprar um produto de R$ 100, por exemplo, terá que pagar a alíquota do Imposto de Importação, mais o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O imposto de importação vai incidir apenas sobre compras de valor abaixo de US$ 50, ou seja, cerca de R$ 275, considerando a cotação atual do dólar. Imposto de Importação (20%) ICMS (entre 17% e 19%) Para produtos que custam acima de US$ 50, as regras permanecem as mesmas, com uma cobrança de 60% de imposto de importação, a um limite superior de até US$ 3 mil (R$ 16,5 mil). É aplicado ainda um desconto de US$ 20 (R$ 110) sobre o tributo a pagar.
Brasil bate recorde com 100 milhões de pessoas empregadas, segundo IBGE
Em 2023, o emprego com carteira assinada voltou a crescer, alcançando 37,4% da população ocupada – ante a 36,3%, em 2022. O número desses trabalhadores em 2023 (37,7 milhões) corresponde ao maior da série histórica O Brasil bateu recorde em 2023, com população de 100,7 milhões de pessoas ocupadas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) – Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2023, divulgada nesta sexta-feira (21) pelo IBGE. Esse contingente representa um acréscimo de 1,1% em comparação a 2022. Ou seja, 99,6 milhões de pessoas, equivalente a 12,3% frente à população de 2012 (89,7 milhões). Segundo o instituto, comparado com 2022 o total da população em idade de trabalhar expandiu 0,9%, e foi estimada em 174,8 milhões de pessoas em 2023 — ano em que o nível da ocupação ficou estimado em 57,6%. Os dados do IBGE mostram que o percentual de empregados com carteira assinada no setor privado aumentou de 2012 (39,2%) a 2014 (40,2%). Mas a partir de 2015, houve registro de queda. Em 2023, voltou a crescer, alcançando 37,4% da população ocupada – ante a 36,3%, em 2022. O número desses trabalhadores em 2023 (37,7 milhões) corresponde ao maior da série. Assim, diminuíram os empregos sem carteira assinada nesse setor: o percentual ficou em 13,3% em 2023, queda de 0,3 ponto percentual em um ano. A redução, segundo o IBGE, ainda não foi suficiente para altera a estimativa, que continua uma das maiores da série histórica. No setor público, entretanto, não houve mudanças ao longo da série. Servidores estatutários e militares se mantiveram em torno de 12% em 2023, equivalente a 12,2 milhões de trabalhadores. Os do setor doméstico também mantiveram estabilidade. E mantiveram o mesmo percentual de 2022. Ou seja, 6% dos ocupados. De acordo com o IBGE, porém, entre os empregadores houve a interrupção do movimento expansivo observado até 2018 (4,8%), passando para 4,6% em 2019, 4,4% em 2022 e 4,3% em 2023.
Nubank sofre boicote após aproximação com extremistas
Clientes estão cancelando contas e cartões do Nubank após a cofundadora do banco divulgar evento da produtora Brasil Paralelo, de extrema-direita Rede Brasil Atual – Internautas estão promovendo uma onda de cancelamento contra o Nubank. A reação ocorreu após a cofundadora do banco, Cristina Junqueira, divulgar um evento da produtora de extrema-direita Brasil Paralelo. Como resultado, o Nubank ficou entre os assuntos mais comentados do X (ex-Twitter) nesta terça-feira (16). Em story publicado na segunda-feira (17) à noite, Cristina mostra um convite para o evento “We Who Wrestle With God”, com palestra do psicólogo canadense Jordan Peterson. Ela então agradece à Brasil Paralelo e à Fronteiras do Pensamento, produtoras do encontro. Peterson é conhecido por seu discurso conservador, antifeminista e anti-LGBT. Do mesmo modo, a Brasil Paralelo está atualmente engajada na campanha pela aprovação do Projeto de Lei 1904/2024, que equipara o aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio. A produtora é conhecida por vídeos revisionistas que dão vazão às teorias conspiracionistas da extrema direita, voltada ao público bolsonarista. Recentemente, por exemplo, produziu um “documentário” com a versão do algoz da farmacêutica e ativista Maria da Penha, que dá nome a principal lei de enfrentamento à violência doméstica contra a mulher. A Brasil Paralelo também entrou no foco da CPI da Pandemia, por divulgar vídeos antivacina e que contestavam a gravidade da covid-19. O Nubank, por outro lado, tenta vender uma imagem progressista. O banco promove, por exemplo, campanhas de valorização da diversidade. Foi justamente essa contradição que incitou a onda de cancelamento de correntistas e portadores de cartões de crédito. Ódio e política A aproximação da cofundadora do Nubank com a Brasil Paralelo impulsionou outra denúncia grave contra o banco. De acordo com reportagem do site The Intercept Brasil, o Nubank atuou para acobertar um escândalo envolvendo um funcionário que criou um fórum de ódio. Em 2016, Konrad Scorciapino, engenheiro de software do banco, foi exposto por uma publicação xenofóbica que havia feito nas redes sociais. Além disso, ele é apontado como um dos fundadores do 55Chan, um fórum conhecido por disseminar crimes de ódio, pornografia infantil e antissemitismo, conforme revelou reportagem da Agência Pública. Atualmente Scorciapino é diretor de tecnologia da Brasil Paralelo, reforçando as relações do banco com a empresa. Além do fechamento da conta e do cancelamento dos cartões, os clientes também questionaram o Nubank sobre as relações com a Brasil Paralelo. Até o momento, a instituição financeira se limita a informar que “não compactua com opiniões de colaboradores e não haverá nenhum tipo de alteração referente à nossa posição” e que em breve vai soltar uma nota sobre o assunto. Confira as principais de protesto contra o Nubank 🚨 PERIGO NO NUBANK Ontem, a executiva do Nubank, Cristina Junqueira, divulgou um evento do Brasil Paralelo. O Brasil Paralelo apoia o PL do Estupro. E tem como diretor Konrad Scorciapino, criador do site de pedofil*a e de incentivo a chacinas em escolas, 55chan. Konrad foi… — ERIKA HILTON (@ErikakHilton) June 18, 2024 Cancelei a minha conta no @nubank. Segue o passo a passo: pic.twitter.com/SBB5jD3srw — Flávio Costa (@flaviocostaf) June 18, 2024 Já cancelou tua conta no Nubank? pic.twitter.com/gVtRQBOmF5 — Chris | Diversidade Nerd (@chrisgonzatti) June 18, 2024 Resumindo: o nubank tá patrocinando os ataques recentes a Maria da Penha. Fica com Deus, “roxinho” https://t.co/YOaNTX0xjZ — calma uma porra 🏳️🌈 (@patroamesmo) June 18, 2024 Quem aí já cancelou a conta da Nubank hoje ? @nubank pic.twitter.com/8qupxOyIZR — Cássio Oliveira (@cassioolivveira) June 18, 2024
Lula critica Campos Neto por juros altos e diz que ele prejudica o país
O presidente também argumentou que o comportamento do Banco Central (BC) é a única “coisa desajustada” no Brasil no momento. Copom inicia discussões sobre juros nessa terça (18) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça (18) que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, “tem lado político e trabalha para prejudicar o país”. A declaração foi dada em entrevista do presidente à rádio CBN, na manhã desta terça. Sobre o tema, Lula indicou que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, é a única “coisa desajustada” no País. As declarações do presidente ocorrem no dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) começa a sua reunião de dois dias para definir a taxa básica de juros, atualmente no patamar de 10,5% ao ano. “O presidente do Banco Central está disposto a fazer o mesmo papel que o Moro fez? O paladino da justiça, com rabo preso a compromissos políticos. O presidente do Banco Central precisa ser uma figura séria, responsável e tem que ser imune aos nervosismos momentâneos do mercado”, disse. Primeiro presidente do BC com a nova lei da autonomia da autoridade monetária, Campos Neto aceitou um jantar oferecido no Palácio dos Bandeirantes, no último dia 10, pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O jantar reuniu cerca de 60 pessoas, entre banqueiros, empresários e ex-ministros. Campos Neto foi nomeado para o BC por Jair Bolsonaro, de quem Tarcísio foi ministro e é colocado como herdeiro político visando a eleição presidencial de 2026. “A festa foi do Tarcisio pra ele [Campos Neto]. Homenagem do governo de São Paulo para ele, certamente porque governador de SP acha maravilhoso taxa de juros de 10,5%. Quando ele se ‘autolança’ a um cargo. Vamos repetir o Moro? Presidente do BC está disposto a fazer o mesmo papel que Moro fez? Paladino da justiça com rabo preso”, disse. Durante a entrevista, o presidente afirmou que a única coisa desajustada, nesse instante, no Brasil é o comportamento do Banco Central. “Nós só temos uma coisa desajustada no Brasil neste instante: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Um presidente do Banco Central que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país. Não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”, declarou Lula. “Todos os bancos (no mundo) demonstram que não há país com mais otimismo que o Brasil”, afirmou o presidente. “Agora ficam inventando discurso de inflação do futuro, o que vai acontecer”, complementou. Em decisão dividida, o Banco Central decidiu diminuir o ritmo de cortes da Selic na última reunião. Na ocasião, os dirigentes indicados pelo atual governo eram favoráveis a uma manutenção de cortes de 0,5 ponto percentual, enquanto os demais optaram pelo corte de 0,25 ponto percentual.
STF decide que FGTS deve garantir correção pelo IPCA
Proposta não será aplicada a valores retroativos O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (12) que as contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) não podem ser corrigidas somente pela Taxa Referencial (TR), taxa com valor próximo de zero. Com a decisão, as contas deverão garantir correção real conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no país. A nova forma de correção vale para novos depósitos a partir da decisão do Supremo e não será aplicada a valores retroativos. Pela deliberação dos ministros, fica mantido o atual cálculo que determina a correção com juros de 3% ao ano, o acréscimo de distribuição de lucros do fundo, além da correção pela TR. A soma deve garantir a correção pelo IPCA. Contudo, se o cálculo atual não alcançar o IPCA, caberá ao Conselho Curador do FGTS estabelecer a forma de compensação. O índice acumulado nos últimos 12 meses é de 3,90%. A proposta de cálculo foi sugerida ao STF pela Advocacia-Geral da União(AGU), órgão que representa o governo federal, após conciliação com centrais sindicais durante a tramitação do processo. O caso começou a ser julgado pelo Supremo a partir de uma ação protocolada em 2014 pelo partido Solidariedade. A legenda sustenta que a correção pela TR, com rendimento próximo de zero, por ano, não remunera adequadamente os correntistas, perdendo para a inflação real. Criado em 1966 para substituir a garantia de estabilidade no emprego, o fundo funciona como uma poupança compulsória e proteção financeira contra o desemprego. No caso de dispensa sem justa causa, o empregado recebe o saldo do FGTS, mais multa de 40% sobre o montante. Após a entrada da ação no STF, leis começaram a vigorar, e as contas passaram a ser corrigidas com juros de 3% ao ano, o acréscimo de distribuição de lucros do fundo, além da correção pela TR. No entanto, a correção continuou abaixo da inflação.
Brasil ultrapassa a Itália e se torna a oitava maior economia do mundo
Segundo dados preliminares, o Brasil deve crescer 2,1% no ano e ultrapassar a Itália no ranking global do PIB. Crescimento já é o dobro da média mundial. O Brasil ultrapassou a Itália e se tornou a 8ª maior economia do mundo, de acordo com um levantamento divulgado no último sia 04, pela agência classificadora de risco Austin Rating. A subida no ranking ocorre após o anúncio de que a economia do país cresceu 0,8% no 1º trimestre em relação ao anterior. O país somou US$ 2,331 trilhões no PIB (Produto Interno Bruto), somando um pouco mais que a Itália, que registrou US$ 2,328 trilhões. O Brasil havia terminado 2023 como a 9ª maior economia do mundo. Enquanto o PIB do Brasil cresceu 0,8% no 1º trimestre, a economia da Itália avançou 0,3%. Os dados foram divulgados pelo economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. O Brasil ainda está atrás do Japão (US$ 4,11 trilhões), Índia (US$ 3,94 trilhões), Reino Unido (US$ 3,5 trilhões) e França (US$ 3,13 trilhões). O crescimento brasileiro no primeiro trimestre de 2024 é mais que o dobro da média mundial, colocando o brasil em 17º em um ranking de 53 países analisados pela Austin Rating. Em média, o mundo cresceu 0,3% no 1º trimestre em relação ao trimestre anterior. Segundo dados preliminares, o Brasil deve crescer 2,1% no ano com valor corrente de US$ 2,331 trilhões. Os dados apontam para uma melhora da expectativa, já que em 2023, era esperado que o Brasil atingisse a oitava posição em 2025. De acordo com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o período de janeiro a março foi marcado pela resiliência do consumo e também dos serviços, que impactaram a renda. Além disso, o pagamento, pelo governo federal, de precatórios, contribuiu para ter mais dinheiro circulando na economia. Esses pagamentos de precatórios corresponderam à injeção na economia de R$ 131 bilhões, cerca de 1,1% do PIB, relativos aos meses de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024. O Departamento Econômico da Fiesp apontou que o dinamismo da economia no primeiro trimestre refletiu a continuidade do mercado de trabalho aquecido. Dados do Caged mostram que foram criadas mais de 730 mil novas vagas de emprego formal no primeiro trimestre, bem acima, portanto, das 520,3 mil vagas criadas em igual período de 2023. A Fiesp destacou que o aumento real do salário mínimo e o seu impacto direto nos benefícios sociais, inclusive os previdenciários, contribuíram para a massa salarial crescer 10,4% em termos reais no primeiro trimestre deste ano, quando comparada ao mesmo período do ano passado.
Morre a economista Maria da Conceição Tavares, referência no pensamento desenvolvimentista
Economista teve um papel central no debate econômico ao longo das últimas décadas Neste sábado, 8 de junho, o Brasil perdeu uma de suas maiores referências no campo da economia: Maria da Conceição Tavares. Aos 94 anos, a economista que se destacou por suas contribuições ao pensamento desenvolvimentista e por seu papel na formação de várias gerações de economistas brasileiros, deixou um legado imensurável. Maria da Conceição Tavares nasceu em Anadia, em Aveiro, Portugal, e cresceu em Lisboa, filha de uma mãe católica e um pai anarquista que abrigava refugiados da Guerra Civil Espanhola durante a era Salazar. Iniciou sua formação em Engenharia na Universidade de Lisboa, mas logo se transferiu para Ciências Matemáticas, licenciando-se em 1953. Em 1954, fugindo da ditadura salazarista, Conceição Tavares se mudou para o Brasil, onde iniciou sua carreira como estatística no Instituto Nacional de Imigração e Colonização (INIC). Naturalizou-se brasileira em 1957 e, nesse mesmo ano, matriculou-se no curso de Economia da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro. Contribuições e Influências Sua carreira no Brasil foi marcada por importantes passagens pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Grupo Executivo de Indústria Mecânica Pesada (Geimape). Trabalhou também na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), onde desenvolveu trabalhos influenciados por economistas como Celso Furtado, Caio Prado Jr., e Ignácio Rangel. Entre suas obras mais importantes, destaca-se “Auge e Declínio do Processo de Substituição de Importações no Brasil”, de 1972, que trouxe análises profundas sobre a economia brasileira e suas transformações. Atuação Política e Acadêmica Nos anos 1980, Maria da Conceição Tavares tornou-se uma das principais assessoras econômicas do PMDB e lecionava no Instituto de Economia da Unicamp, onde ajudou a implantar os cursos de mestrado e doutorado. Foi uma das vozes mais críticas do Plano Real na década de 1990 e se destacou como deputada federal pelo PT do Rio de Janeiro. Em 1998, venceu o Prêmio Jabuti na categoria ‘Economia’, reconhecendo sua significativa contribuição ao pensamento econômico no Brasil. Legado e Reconhecimento Ao longo de sua carreira, Maria da Conceição Tavares formou e influenciou inúmeros economistas e líderes políticos, entre eles José Serra, Luciano Coutinho, e Luiz Gonzaga Belluzzo. Sua dedicação à justiça social e ao desenvolvimento econômico brasileiro foi uma constante em sua vida, e seu impacto será sentido por muitos anos. A economista era também uma apaixonada torcedora do Vasco da Gama, e em 2018, sua vida e obra foram celebradas no documentário dirigido por José Mariani. Sua morte representa uma grande perda para o Brasil, mas seu legado de luta, ensinamentos e contribuições à economia nacional continuará a inspirar futuras gerações de economistas.
Primeiro trimestre registra menor taxa de desemprego em 10 anos
Empregos formais têm sustentado alta da população ocupada no Brasil, segundo o IBGE. OIT projeta mais queda no desemprego em 2024 e 2025 A taxa de desemprego no Brasil recuou para 7,5% no trimestre encerrado em abril, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quarta (29). Esse foi o menor nível de desocupação para o período desde 2014, quando marcou 7,2%. Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a taxa de desemprego no Brasil continuará em queda neste ano e em 2025. A queda apurada pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) é mais acentuada do que o mercado estava esperando. De acordo com estimativas da Bloomberg, os agentes econômicos especulavam uma taxa de 7,7%. Segundo o IBGE, o número de desempregados atingiu 8,2 milhões de fevereiro a abril. No primeiro trimestre deste ano, os desocupados somaram 8,6 milhões. Na comparação trimestral não houve variação significativa, mas teve redução de 9,7% ante o mesmo trimestre móvel de 2023. Na comparação com o trimestre encerrado em janeiro deste ano, houve uma ligeira queda na taxa de desocupação, quando o IBGE registrou 7,6%. O número de pessoas ocupadas, com ou sem carteira assinada, bateu recorde histórico no Brasil no trimestre encerrado em abril. Foram registrados 100,8 milhões de brasileiros nessa situação. O número de trabalhadores com carteira assinada atingiu 38,188 milhões no período, o mais alto registrado pela pesquisa, iniciada em 2012. Da mesma forma, o contingente de trabalhadores sem carteira também foi recorde, chegando a 13,5 milhões. Mesmo sem variação significativa na comparação trimestral, o contingente de brasileiros ocupados cresceu 2,8% na base anual, o que equivale a mais 2,8 milhões de postos de trabalho frente ao mesmo trimestre de 2023. A estimativa da OIT é de a taxa de desemprego diminuir no Brasil para 7,8% neste ano e para 7,6% em 2025. Em 2023, a taxa era de 8% e em 2020, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a taxa chegou a 13,7%. No mundo, a OIT projeta uma ligeira baixa do desemprego.
Prévia da inflação mostra queda do preço do arroz em meio a cheias no RS
Produto ficou 1,25% mais barato do dia 16 de abril e 15 de maio, de acordo com o IBGE A maior tragédia climática do Rio Grande do Sul, por ora, não afetou o preço do arroz no Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre a segunda quinzena de abril e a primeira quinzena de maio – período dos alagamentos em territórios gaúchos líderes nacionais em produção de arroz – o preço caiu 1,25%. O percentual consta da última pesquisa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira (28). O levantamento é considerado uma prévia da inflação oficial do país. O IPCA-15 segue a mesma metodologia do IPCA, também medido pelo IBGE, mas sua variação é medida sempre entre meados de um mês e meados do outro. O IPCA-15 de maio teve preços coletados entre 16 de abril a 15 de maio de 2024. Neste período, ele registrou alta de 0,44%. Isso é 0,23 ponto percentual a mais do que o índice de abril (0,21%). Em maio de 2023, o IPCA-15 tinha sido de 0,51%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,12%. Em 12 meses, a alta é de 3,70%. Até o mês de abril, o índice acumulava 3,77% em 12 meses. Em maio, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram aumento de preços, incluindo os itens de alimentação, que subiram 0,26%, puxados pelo aumento de 16,05% no preço da cebola. Também ficaram mais caros o café (2,78%) e o leite longa vida (1,94%). Em compensação, além do arroz, ficaram mais baratos o feijão carioca (-5,36%), as frutas (-1,89%) e as carnes (-0,72%). Preocupação e leilão As enchentes no Rio Grande do Sul criaram uma preocupação sobre o abastecimento e o preço do arroz no mercado nacional. Por conta disso, o governo federal editou uma medida provisória para importação do produto. O arroz será importado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e será distribuído para diferentes regiões do país. Chegará ao consumidor brasileiro por, no máximo, R$ 4 o quilo. Em razão da situação de calamidade pública na região metropolitana de Porto Alegre, aliás, a coleta de preços na modalidade remota para o IPCA-15 foi intensificada, segundo o IBGE. Outros itens Em maio, também houve alta nos preços dos itens de saúde e cuidados pessoais: 1,07%. O aumento teve influência dos produtos farmacêuticos, que subiram 2,06% após o reajuste de até 4,50% nos preços dos medicamentos. O IPCA-15 também foi influenciado por itens de transportes, que subiram 0,77%. A gasolina registrou alta de 1,90%; as passagens aéreas, 6,04% Quanto aos índices regionais, as onze áreas pesquisadas para o IPCA-15 tiveram alta de preços em maio. A maior variação foi registrada em Salvador (0,87%), por conta das altas da gasolina (6,89%) e da luz (3,26%). Já a menor foi no Rio de Janeiro (0,15%), que teve queda nos preços do feijão preto (-10,38%) e carnes (-1,56%).