Entidades acadêmicas convocam mobilização contra desmonte da ciência

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Andifes, e outras acadêmicas e científicas, realizam nos dias 8 e 9 de maio o movimento #cienciaocupabrasilia. Além da concentração em Brasília, as entidades organizam protestos por todo o país . A jornada de mobilização surgiu depois que Jair Bolsonaro, assinou um decreto no dia 29 de março que cortou R$ 36 bilhões nas despesas discricionárias, que incluem custeio e investimento do Orçamento da União. No caso do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o bloqueio foi de R$ 2,158 bilhões do valor definido na Lei Orçamentária Anual (LOA) de R$ 5,105 bilhões. A situação da ciência, a tecnologia e a inovação (CT&I) e da educação no país atingiu o nível mais crítico das últimas décadas. Com o corte recente de 42%, para 2019, nos recursos de investimentos do MCTIC, e de 21% do Ministério da Educação (MEC), o funcionamento das agências de fomento à pesquisa do governo federal – CNPq, Finep e Capes – está ameaçado. Os cortes atingirão em cheio os institutos de pesquisa e universidades, e de forma intensa, a pós-graduação do País. De acordo com a entidade, “o fato é ainda mais grave se observarmos que este patamar baixíssimo de recursos para CT&I se estenderá para 2020 e anos seguintes, em função da Emenda Constitucional 95, que estabelece um teto para os gastos anuais do governo pelos próximos 20 anos com base no orçamento executado no ano corrente. Evidentemente outras questões muito sérias, em relação à liberdade acadêmica e de pesquisa, à educação, à preservação do meio ambiente, aos direitos sociais e à própria democracia estão também em causa neste momento”. Na avaliação da Academia Brasileira de Ciências (ABC), a situação é crítica e poderá provocar a destruição da ciência brasileira. “Nunca vi cortes da magnitude dos que foram decretados recentemente. São cortes extremamente pesados e, se não forem revertidos, destruirão a ciência brasileira. Esses cortes representam um ataque sério ao desenvolvimento e à própria soberania nacional”, afirmou Luiz Davidovich, presidente da entidade.

Funcionários revelam problemas do Facebook

A Wired conversou com 65 ex e atuais funcionários do Facebook para produzir uma grande reportagem sobre os últimos 15 meses da companhia. O resultado: a empresa de Mark Zuckerberg se enrolou em uma rede de tantos problemas que parece quase impossível que todos possam ser solucionados. A vasta reportagem mostra como a empresa teve de lidar com os principais problemas do ano passado, principalmente com o caso Cambridge Analytica, em que houve uso indevido de informações de mais de 87 milhões de usuários da plataforma. Alguns entrevistados mostraram que a empresa apanhou para lidar com o caso, mostrando discordância entre os diretores da companhia e Zuckerberg sobre como proceder de fato. Alguns deles foram até retirados de e-mails importantes sobre o tema por conta de divergências. Um dos membros da assessoria de imprensa do Facebook informou que, na época, recebeu milhares de e-mails de repórteres pedindo um posicionamento da companhia, sem que tivesse o que responder a eles. Funcionários falaram também dos problemas com os fundadores do Instagram, que deixaram a empresa após discordâncias com o Facebook. Em um dos casos, eles relatam como tais antigos chefes de suas próprias companhias passaram a ser tratados como pessoas de fora, sem que fossem introduzidas à hierarquia da empresa. Outro relata um problema semelhante com o WhatsApp, revelando que funcionários que trabalhavam para o app mensageiro tinham que usar um banheiro diferente em relação ao restante do pessoal do Facebook. As notícias falsas e a interferência estrangeira pela rede social em eleições também se tornaram assuntos centrais, com os quais a companhia mostrou dificuldade de lidar. Um dos problemas, segundo funcionários, teria sido a mudança de algoritmo quando a rede social passou a priorizar posts de amigos e mostrar menos notícias e ações de empresas. Isso abriu espaço para que informações falsas pudessem se espalhar mais rápido que matérias bem elaboradas de veículos de mídia. A reportagem, contudo, também levanta alguns pontos positivos da plataforma, principalmente relacionados à compra da empresa, que levantou novamente os preços de suas ações e investimentos no final do ano passado. A matéria completa está no site da Wired. Fonte: Wired

No Brasil, ameaças cibernéticas põem em risco 20% dos PCs domésticos

No Brasil, quase 20% dos computadores domésticos estão expostos a ameaças cibernéticas. Em dispositivos corporativos, o risco diminui para 14,78%. Os dados são do Relatório Global de Riscos divulgados nesta quinta-feira (11) pela Avast. A empresa de segurança digital ainda aponta que usuários domésticos do Windows 10 são os mais propensos a encontrarem um “ataque avançado” enovas ameaças criadas para burlar tecnologias comuns de proteção de software de segurança, como filtragem de URL, verificação de e-mail e assinaturas. Apesar do alerta, os dados não são tão ruins assim: o Brasil não aparece na lista dos 10 países com maior risco de encontrar ameaças cibernéticas. Afeganistão (38,73%), Irã (37,49%) e China (32,27%) lideram o ranking. O relatório foi criado a partir do banco de dados de detecção de ameaças da Avast. De acordo com a empresa, o Windows Vista parece ser o sistema operacional mais seguro da Microsoft. “Provavelmente devido ao fato do seu uso no mundo todo ter caído para cerca de 2%, tornando-o um alvo pouco atraente para os cibercriminosos”, explicou. Os usuários domésticos do Windows Vista têm uma taxa de risco de ameaça abaixo de 10% para todas as ameaças e uma taxa de risco de 1,6% para ameaças avançadas. O mesmo acontece com os usuários corporativos: o risco de encontrar qualquer tipo de ameaça é de 7% e, o de se deparar com ameaças avançadas, apenas 1%. “Os cibercriminosos criam ameaças que aproveitam as atividades realizadas pelos usuários domésticos e apostam que os consumidores estão menos conscientes sobre segurança digital”, disse o evangelista de segurança da Avast, Luis Corrons. “Por outro lado, as empresas geralmente têm políticas de navegação restritivas e equipes de TI dedicadas em manter as redes seguras. Em casa, sem perceber, podemos nos envolver com atividades online muito mais arriscadas e sem ter o mesmo nível de proteção”. Usuários brasileiros também correm 7,26% de risco de serem vítimas de uma ameaça avançada. Nas empresas, o índice cai para 3,83%. A Avast ainda classificou o percentual de risco de ameaças por estado. O Maranhão surge no topo com 23,94% de computadores residenciais expostos a qualquer ameaça. Já Alagoas está na liderança de dispositivos domésticos sob risco de ameaças avançadas (9,15%). As empresas do estado do Amazonas são as mais propensas a serem vítimas de qualquer ameaça (20,73%). No Mato Grosso, 4,9% têm chance de encontrarem ameaças avançadas. No ranking da Avast, dois países da América do Sul aparecem na lista das nações com empresas mais vulneráveis a ameaças. São eles: Venezuela (24,43%) e Peru (22,86%). Ainda assim, os países aparecem no final do ranking, que é liderado por Paquistão (36,15%), Vietnã (35,56%) e China (31,59%). Os dados do relatório são de ameaças detectadas pela Avast em computadores de usuários de todo o mundo entre 11 de agosto e 9 de setembro de 2018. A empresa também informa que, para fornecer dados relevantes, levou em consideração dados de países, territórios e regiões com uma amostra de pelo menos 10 mil computadores pertencentes a usuários domésticos e de mil computadores usados por empresas. “Para o cálculo das taxas de risco para este relatório, dividimos o número de computadores nos quais pelo menos uma ameaça foi bloqueada pelo número total de computadores ativamente protegidos pela Avast dentro do período de 30 dias”, comentou a empresa. Fonte: CanalTec

Novo beta do WhatsApp permite bloquear mensagens encaminhadas muitas vezes

Dando continuidade ao seu combate às fake news, o WhatsApp pode estar em vias de ganhar mais um recurso importante nessa empreitada: segundo o site WABetaInfo, o app de mensagens pertencente ao Facebook está testando, em sua versão beta, uma função que permite a usuários bloquearem o recebimento de mensagens que foram encaminhadas muitas vezes. A ideia é coibir a proliferação de informações falsas por meio da viralização de mensagens para contatos. De acordo com o beta, imagens que sejam encaminhadas mais de quatro vezes ficarão “marcadas” pelo app. Com isso, os usuários poderão optar por bloquear essas mensagens para impedir que, em teoria, notícias falsas se proliferem. A nova função aparece em meio a outras com a mesma finalidade. Hoje, o WhatsApp não permite o encaminhamento de mensagens para mais do que cinco contatos, além de trazer uma ferramenta que marca links suspeitos, aprimora o controle de administradores de grupos e — este, também em testes — um mecanismo de busca de imagem similar ao Google Image Search. Vale citar, porém: nada impede um usuário de copiar o texto de uma mensagem e enviá-lo aos contatos como nova mensagem. Embora ele tenha que fazer isso para cada encaminhamento. Fonte: WABetaInfo

Anatel define detalhes técnicos para implementação do 5G no Brasil

A Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações) definiu os últimos detalhes para a implementação da rede 5G no Brasil. Segundo a agência, o edital deve ser publicado ainda este ano e o leilão pode acontecer até março de 2020. De acordo com o presidente da agência, Leonardo Euler, já houve uma definição de quais lotes seriam leiloados. Dentro da faixa de 3,5 Ghz, existe uma fatia de 200 Mhz a ser leiloada. Na faixa de 2,3 Ghz, há uma porção de 100 Mhz, e nos 700 Mhz, há duas de 10 Mhz. O modelo da concessão do 5G ainda será submetido a uma consulta pública e terá de ser aprovado pelo conselho da agência. A etapa que falta é a elaboração dos preços a serem cobrados pelas concessões das bandas, que são chamadas de “ondas milimétricas”. A novidade, porém, foi o anúncio de uma outra faixa, a de 26Mhz, que promete revolucionar a maneira como acessamos a internet e quais atividades poderão ser excercidas, já que a latência será mínima e a velocidade de download extremamente veloz. Segundo o superintendente de competição da Anatel, Abraão Balbino da Silva, com essa nova faixa do 5G seria possível jogar videogame sem o uso de um console, por exemplo. Embora o Google Stadia, primeiro console reconhecidamente de streaming e que ainda será lançado, não necessite de tamanho poderio, com uma conexão desse porte não haveria dúvidas da competência do seu funcionamento por aqui. Ele ainda completa que os carros autônomos funcionariam de maneira muito mais eficiente e orgânica, já que, para controlar este automóvel, é necessária uma conexão de muita qualidade, o que com o 5G seria bem fácil. O dirigente completa, ainda, que até cirurgias à distância poderiam ser executadas com perfeição. Fonte: UOL Tecnologia

Identidade Digital deve começar a ser expedida a partir do segundo semestre

A partir deste ano, todos os brasileiros poderão emitir a Identidade Digital, e não somente os cerca de 90 milhões de eleitores já cadastrados na base de dados da Justiça Eleitoral. Isso porque, o programa Identificação Civil Nacional (ICN), responsável pela emissão do documento, também coletará as informações biométricas dos cidadãos que ainda não têm as impressões digitais cadastradas na JE. A expectativa é de que a emissão comece no segundo semestre de 2019. No primeiro momento, a Identidade Digital, conhecida na legislação como Documento Nacional de Identificação (DNI), será emitida apenas para tablets e smartphones. Contudo, em breve, o seu número será incorporado aos documentos de identidade expedidos pelos estados. A Identidade Digital contará com um número de identificação – interno e individual para cada cidadão – que terá nove dígitos, e também exibirá a numeração de outros documentos, como a do CPF. À frente da gestão do programa ICN, está o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tem as atribuições de gerir o banco de dados com as informações biográficas e biométricas dos cidadãos. O TSE colocará toda sua estrutura à disposição e será responsável pelo armazenamento e pelo possível compartilhamento dessas informações com outros órgãos. Importante destacar que somente os dados previstos em lei poderão ser compartilhados. Documento unificado e maior segurança A Identidade Digital, que substituirá qualquer outro documento, terá a segurança como principal característica. O DNI, graças à biometria dos cidadãos, garantirá que ninguém tente se passar por outra pessoa na hora da identificação em qualquer instituição pública ou privada. O documento será gerado e poderá ser autenticado mediante processo de verificação de chaves de segurança em um servidor protegido. Os dados que aparecerão nos dispositivos móveis aos cidadãos serão criptografados, o que também aumenta o resguardo da informação. O aplicativo apresentará ainda um QR Code, que será criado de forma dinâmica a cada novo acesso, mantendo os dados de validação vinculados à data e à hora de sua geração. Fonte: Tribunal Superior Eleitoral

Inventor da World Wide Web quer devolver aos usuários controle de dados pessoais

A coleta de dados e o uso de informações pessoais para o direcionamento de anúncios é um assunto polêmico, e uma notícia reacendeu a discussão nesta quarta-feira (3), quando o inventor da World Wide Web, Tim Berners-Lee, declarou que quer devolver o controle de dados privados aos usuários. Berners-Lee passou a apoiar a tecnologia de código aberto Solid, criada para extrair informações pessoais das empresas que direcionam anúncios ou das que participam de esquemas de manipulação política. Com a iniciativa, ele também anunciou seu apoio à startup Inrupt, que pretende comercializar a tecnologia. A partir da Solid, usuários poderiam armazenar seus dados em “casulos online” gerenciáveis. Dessa forma, seria possível compartilhar as informações quando quiser e também impedir o uso de determinados dados pessoais. “Queremos usar a tecnologia para fazer uma correção no meio do caminho”, comentou Berners-Lee. “Estamos vendo uma enorme reação contra a distopia do mundo da tecnologia”. As declarações foram dados durante uma conferência em São Francisco, na Califórnia. O evento foi realizado pela empresa Okta, que atua no setor da tecnologia de autentificação online. Essa não é a primeira vez que Berners-Lee pede uma reforma da web desde que escreveu e compartilhou o software inicial para que as pessoas pudessem publicar seus próprios sites e ler outros. Há anos, o inventor vem pedindo melhorias no ambiente virtual e acrescentou as notícias falsas e a adulteração de eleições à sua lista de “doenças” que estão contaminando a internet. No aniversário de 30 anos da World Wide Web no início deste ano, ele pediu ações coletivas para resolver seus problemas. E agora a sua esperança recai sobre a Solid. Contudo, Lee reconhece as dificuldades para que a nova tecnologia dê certo no ambiente online. Será preciso persuadir muitos desenvolvedores a criarem um software que funcione com a Solid e ainda convencer os usuários comuns a financiarem a internet. Hoje, esse papel é desempenhado pelos anúncios. Segundo ele, sites dirigidos por anúncios podem ser ruins por espalharem notícias falsas na esperança de conseguir mais cliques. “‘Hillary realmente queria que Trump ganhasse’ foi a melhor manchete em termos de receita publicitária”, disse. Compartilhando dados selecionados Em um mundo com a tecnologia Solid, você pode compartilhar informações seletivas sobre saúde ou condicionamento físico com seu médico, e o profissional consegue compartilhar partes importantes de um resultado de laboratório com você. O controle de dados é do proprietário dos dados. Mais tarde virão os aplicativos que, uma vez que você concedeu permissão e possivelmente pagou pelos serviços que eles oferecem, irão acessar os dados do seu “casulo online”. Só que chegar até lá pode ser difícil. Os aplicativos poderiam quebrar se as pessoas revogassem a permissão de acesso aos dados. Um amigo pode compartilhar fotos de uma festa com outra pessoa, mas a segunda pessoa pode não ser capaz de encaminhar as fotos para outro participante. Imagine um mundo em que você recebe muitas solicitações para atualizar as configurações de permissão para diferentes arquivos e categorias de dados. Mas para Berners-Lee, vale a pena enfrentar esses problemas. “Não há mais a Cambridge Analytica tentando coletar dados de milhões de usuários para análise política. O projeto Solid é sobre transformar a forma como a web funciona”, disse. Fonte: Thaís Augusto – CNET

Bolsonaro vai acabar com verba para pesquisa e bolsas de estudos

VERBA DE PESQUISAS ACABA EM JULHO E BRASIL PODE TER APAGÃO DE ESTUDANTES E PRODUÇÃO CIENTÍFICA Entidades receiam que, sem dinheiro, pós-graduandos tenham que interromper os estudos e alunos de intercambio voltar ao Brasil Em guerra com a inteligência do país, o governo Bolsonaro anunciou na última semana mais um corte no já reduzido orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o que deverá levar a um verdadeiro apagão na rede de estudantes e pesquisadores do país: só será possível cobrir os custos com eles até julho; para o resto do ano, não há verba; deve ser interrompido o pagamento de bolsas de estudo e, por extensão, a produção científica brasileira. – O governo Bolsonaro anunciou na última semana mais um corte no já reduzido orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o que deverá levar a um verdadeiro apagão na rede de estudantes e pesquisadores do país: só será possível cobrir os custos com eles até julho. Para o resto do ano, não há verba. Deve ser interrompido o pagamento de bolsas de estudo e, por extensão, a produção científica brasileira. Em reportagem do jornalista Renato Grandelle no jornal O Globo, aponta-se que estão em risco aproximadamente 80 mil bolsas. “O alerta veio de algumas das principais entidades científicas do país”. Grandelle entrevistou Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), que explicou: “Este corte prejudica a formação de pesquisadores que poderiam contribuir para áreas críticas ao progresso do país, como o desenvolvimento de remédios que permitam enfrentar epidemias ou tecnologias para aumentar a segurança de barragens”. Davidovich prevê que alunos de pós-graduação tenham de deixar os estudos, “porque precisam de recursos para sobreviver”, e que os bolsistas que estão fora do país tenham de retornar. O corte das verbas para o Ministério atinge diretamente o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal agência de fomento à pesquisa científica do país. No início do ano, o orçamento do órgão já tinha um rombo de R$ 300 milhões, o que só viabilizaria o pagamento de bolsas até setembro. Na última sexta-feira, o cenário de crise foi acelerado, com o decreto que determinou o contingenciamento de 42,2% das verbas previstas para a pasta em 2019. O governo Bolsonaro está em guerra com a inteligência do país.

Mark Zuckerberg propõe discussão sobre regulamentação do Facebook e outras empresas

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, respondeu neste sábado (30), em um editorial de opinião publicado no Washington Post (e em sua própria página pessoal da rede social), às críticas crescentes que pedem que o setor de tecnologia seja mais regulamentado. Zuckerberg dividiu as áreas onde ele diz que a regulamentação poderia ser útil em quatro seções: conteúdo nocivo, integridade eleitoral, privacidade e portabilidade de dados. Surpreendentemente, ele ofereceu detalhes específicos de como isso poderia funcionar. Sobre o primeiro ponto, conteúdo nocivo, Zuckerberg escreveu que as plataformas enfrentam a “responsabilidade de manter as pessoas seguras nos nossos serviços” e que “as empresas da internet devem ser responsáveis pela aplicação das normas sobre conteúdo nocivo”. Ele também disse que, para fazer isso de forma eficaz, o Facebook precisa ser capaz de identificar e eliminar discursos violentos ou de ódio, mas também pediu por “uma abordagem mais padronizada” em todo o setor, incluindo a supervisão de terceiros: Uma ideia é que os organizações independentes de terceiros estabeleçam normas que regulem a distribuição de conteúdos nocivos e avaliem as empresas em função dessas normas. A regulamentação poderia estabelecer bases de referência para o que é proibido e exigir que as empresas criem sistemas para manter os conteúdos nocivos a um nível mínimo. Visto que levou anos para o Facebook para admitir que o nacionalismo branco e o separatismo branco são na verdade a mesma coisa que a supremacia branca, a supervisão independente dessas decisões de conteúdo provavelmente não é uma idéia tão ruim assim. Quanto à integridade eleitoral, Zuckerberg disse que a empresa já tomou algumas iniciativas, como forçar anunciantes políticos a verificar suas identidades reais e criar um banco de dados de anúncios relacionados à política, mas sugeriu que será necessário é uma revisão total do ambiente de financiamento de campanhas: Decidir se um anúncio é político nem sempre é fácil. Nossos sistemas seriam mais eficazes se uma regulamentação criasse padrões comuns para verificar os atores políticos. As leis que envolvem publicidade política online se concentram principalmente em candidatos e eleições, em vez de dividir questões políticas onde temos visto mais tentativas de interferência. Algumas leis só se aplicam durante as eleições, embora as campanhas de informação não parem por aí. E também há perguntas importantes sobre como as campanhas políticas usam dados e segmentação. Acreditamos que a legislação deve ser atualizada para refletir a realidade das ameaças e estabelecer padrões para toda a indústria. Todos os pontos são válidos, mas evitam uma questão sobre o Facebook: por que a rede social é tão vulnerável a maquinações políticas? Além disso, não aborda se a economia da informação, da qual a rede social se sustenta, é, de fato, o problema sobre esse tema. Esses tipos de mudanças implicariam uma grande revisão das leis de financiamento e divulgação de campanhas, que dificilmente surgirão nos próximos anos em qualquer país. Isto é, não sabemos nem se isso realmente acontecerá em algum momento. Há também o fato de que a empresa historicamente tem tentado se isentar das regras de veiculação de anúncios. Recentemente, a companhia não conseguiu lidar com questões éticas para publicidade imobiliária e acabou sendo acusada de discriminação habitacional pelo Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos Estados Unidos. Sobre privacidade, Zuckerberg pediu que os EUA aprovem uma legislação semelhante à do Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia, que ele disse que poderia ter se tornado uma “estrutura global comum” (em vez de haver diferentes leis para cada país). Ele também falou sobre portabilidade de dados, descrito como fluxo livre de informações entre os serviços – embora ele tenha aludido ao Login do Facebook como um exemplo, que na verdade é mais uma forma de a empresa colocar olhos em toda a web e não tem nada a ver com a proteção dos direitos dos usuários: Se você compartilhar dados com um serviço, você deve ser capaz de movê-los para outro. Isso permite que as pessoas tenham escolha e permite que os desenvolvedores inovem e compitam. Isto é importante para a Internet – e para criar os serviços que as pessoas querem. É por isso que construímos a nossa plataforma de desenvolvimento. A verdadeira portabilidade de dados deve se parecer mais com a forma como as pessoas usam nossa plataforma para fazer login em um aplicativo de terceiros do que com as formas existentes que envolvem baixar um arquivo com suas informações. Mas isso requer regras claras sobre quem é responsável por proteger as informações quando elas se movem entre serviços. (Como o TechCrunchobservou, o próprio Facebook vem se esquivando da portabilidade dos dados, permitindo apenas que os usuários exportem listas de amigos de uma maneira que dificulta a sua localização em outras redes sociais). Ainda assim, esta é uma grande mudança de comportamento em relação ao ano passado, quando Zuckerberg estava em cima do muro sobre a necessidade ou não de regulamentação. Na época, ele descreveu o GDPR como bom em princípio, mas apenas para a Europa, e sugeriu que a auto-regulação era a melhor abordagem. O que parece ter mudado é que a pressão política externa sobre o Facebook continuou a aumentar: a rede social e outras empresas de tecnologia enfrentaram uma recepção cada vez mais hostil por parte do público e de parlamentares. Rolou até ameaças de regulamentação e conversas sobre ações antitruste. Um exemplo: o governo australiano está ameaçando aprovar leis na esteira do massacre de Christchurch, que foi transmitido ao vivo no Facebook, que poderia colocar executivos de plataformas na cadeia e imporia multas significativas se eles não agissem rapidamente para remover conteúdo terrorista. Em outras palavras, Zuckerberg e companhia agora acreditam que as regulamentações semelhantes às do GDPR, assim como outras que envolvem tópicos como moderação de conteúdo, são inevitáveis e é melhor para o Facebook estar na vanguarda. Um exemplo disso é a Phillip Morris, titã do tabaco que era a favor da regulamentação de sua indústria. Um artigo do periódico médico Tobacco Control da BMJ descreve a ação da companhia como

Golpe no WhatsApp promete mudar cor do aplicativo, mas instala app de publicidade

Golpistas estão convidando usuários do WhatsApp a alterar as cores do aplicativo com apenas um clique. Esse é o mote de uma nova campanha que instala aplicativos de publicidade no celular e no computador das vítimas, conforme mostra a companhia de cibersegurança ESET. Personalizar a aparência de aplicativos sempre foi uma estratégia bastante utilizada por golpistas para convencer usuários a instalar programas maliciosos em seus computadores ou smartphones – no entanto, quando essas opções estão realmente disponíveis, é possível encontrá-las direto nas configurações do app, sem precisar baixar soluções de terceiros. O golpe pode ser ainda mais convincente pelo fato de o WhatsApp ter iniciado recentemente testes para implementar um modo escuro no mensageiro. Na semana passada, o pessoal do WABetaInfo revelou que as últimas versões de testes do aplicativo já contam com essa opção no Android e no iPhone. Os pesquisadores da ESET revelaram que os links espalhados pela campanha reagem de maneiras diferentes caso você faça o acesso via celular Android ou pelo computador, usando o WhatsApp Web. Como funciona o golpe que promete alterar cores do WhatsApp O ataque pode ser automatizado caso a vítima seja infectada pelo computador. Para isso, ela precisa clicar em link via WhatsApp Web, onde é convidada a instalar uma extensão do Google Chrome, chamada “Black Theme for Whatsapp”, que permitirá mudar o aplicativo para uma cor mais escura. Ainda que você não encaminhe as mensagens, a página exibirá posteriormente um link para baixar um APK (o arquivo de instalação de aplicativo para Android) chamado “best_video.apk”, além de solicitar a ativação de notificações de uma página que tem servidor localizado na Rússia. A ESET diz que, se a vítima deixar todos os itens acima acontecerem, o celular será infectado por uma família de cavalos de Tróia que propagará um adware (malware de publicidade) entre os usuários do Android. O app “best_video.apk”, após instalado, não deixa evidências claras de que está rodando no aparelho. Seu ícone é oculto e ele é ativado somente quando se navega pela internet, exibindo banners publicitários de diferentes serviços de propaganda legítimos. Muitas vezes, a vítima pode não perceber que seu celular está infectado – o aparelho, por sua vez, pode até perder performance. Enquanto isso, os golpistas vão ganhando dinheiro pela visualização desses anúncios publicitários. Então, se alguém te enviar uma mensagem sugerindo alterar as cores do WhatsApp, alerte sobre o golpe.