– Outro antes de mim, já fez a pergunta: “O que aconteceria se pudéssemos aproveitar todo o potencial e o talento criativo de nossa gente?”, no caso, feita por Trinidad Zaldivar, chefe da Divisão de Assuntos Culturais, Solidariedade e Criatividade do BID.

Acredito na arte como arcabouço do processo criativo, a capacidade imaginativa como sustentação da inovação, a informação como ponto de apoio e o conhecimento como ferramenta.

No meu artigo anterior, concluí destacando a necessidade do incentivo à incubação de empresas de TIC, banco de ideias e economia criativa com formação e capacitação de agentes e arranjos produtivos locais. Pois bem, proponho que nos debrucemos sobre o tema acrescentando ”como nos tornar uma cidade capaz de aproveitar sua inteligência?”.

Montes Claros durante muitos anos foi conhecida como cidade da arte e da cultura, tudo a ver com nosso modo de viver. Quem de nós não tem um “artista” na família ou um engenheiro, um médico, um dentista, que depois de um tempo no labor da profissão passou a exercer seu pendor artístico, seja com pintura, letras ou música?

Entendo que instituições de ensino, tais como sistema de informação, engenharia de sistemas e outras são capazes de desenvolver habilidades para transformar essa criatividade artística em ferramentas e aproveitamento dessa massa de conhecimento em inteligência útil e experiências inovativas, desenvolvendo aplicativos que permitam a interação amigável do usuário aos serviços públicos.

Ainda no artigo anterior disse que podemos ousar uma gestão mais inteligente nos serviços públicos da saúde e da educação, desde que tenhamos computadores nas escolas, internet rápida e sistemas inteligentes. E que “a economia criativa envolve os setores de mídia e entretenimento, música e cinema, até as mais modernas ligadas à internet, como publicidade online, jogos eletrônicos, dentre outras”.

Ousemos numa legislação que incentive a indústria criativa e essa criatividade nata, para desenvolver novos processos e novos produtos. Criemos um fundo para o fomento à inovação, à pesquisa científica e tecnológica no município de Montes Claros com previsão de recursos financeiros e incentivos fiscais para custear arranjos ou soluções inovadoras visando a eficiência e eficácia nos serviços públicos.

Entenda-se que esse apoio poderia considerar a cessão de local próprio para funcionamento de polo tecnológico/incubadora para consolidação do negócio e ou participação na governança como gestor do ambiente e até a participação no capital dessas empresas. Podendo-se considerar ainda a participação no empreendimento, subvenção, participação societária, bônus, incentivo fiscal, encomenda tecnológica, bolsas, etc. Tudo a ser regulado por legislação própria e pertinente ao caso.

Importante frisar que tal iniciativa terá de estar inserida dentro de um plano diretor que nos oriente, pareando internacionalmente com outras cidades que também trabalham promovendo essa experiência de desenvolvimento da vontade de se tornar uma cidade mais inteligente.

 

*  Marcos Maia é engenheiro

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