Clésio Andrade teria colocado o publicitário para operar o caixa 2 na campanha à reeleição de Eduardo Azeredo ao governo do Estado em 1998

O empresário Clésio Andrade, 68, um dos vacinados contra Covid-19 gratuitamente e às escondidas em Minas Gerais, de acordo com reportagem da revista Piauí, foi vice-governador de Minas Gerais na gestão Aécio Neves entre 2003 e 2006, senador entre 2011 e 2014, além de já ter sido sócio do ex-publicitário Marcos Valério, conhecido pela participação no mensalão.

Além disso, o empresário manteve a presidência da CNT (Confederação Nacional do Transporte) por 26 anos, entre 1993 e 2019, acumulando também a presidência dos conselhos nacionais do Sest (Serviço Social do Transporte) e Senat (Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte).

Vacinação clandestina
Empresários e políticos do ramo do transporte decidiram promover sua própria vacinação em Goiás com doses importadas da farmacêutica estadunidense Pfizer nesta terça-feira (23). O grupo dos privilegiados comprou doses por vontade própria em um período proibido por lei aprovada no Congresso Nacional e sancionada por Jair Bolsonaro.

A revelação foi feita pela jornalista Thais Bilenky em reportagem publicada nesta quarta-feira (24) na Revista Piauí. Segundo a matéria, entre os beneficiados está o ex-senador Clésio Andrade (MDB), ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Andrade confirmou à Piauí que usufruiu das doses ilegais. “Estou com 69 anos, minha vacinação [pelo SUS] seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim”, declarou.

Caixa 2
Clésio comprou participação em duas agências de publicidade de Belo Horizonte, SMP&B e DNA Propaganda, no início da década de 1990, e colocou o publicitário Marcos Valério para dirigir as duas empresas.

O empresário teria colocado o publicitário para operar o caixa 2 na campanha à reeleição do ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo do Estado em 1998.

De acordo com a denúncia do MP (Ministério Público) de Minas Gerais na ação, Clésio era o arrecadador da campanha do tucano e teria recebido R$ 325 mil (cerca de R$ 2,2 milhões em valores atuais), desviados dos cofres públicos do governo de Minas Gerais, como contraprestação pelos serviços feitos em parceria com Valério na agência de publicidade.

Com informações do UOL

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