Pesquisa da FGV Social aponta que entre 2019 e 2021 a piora do risco de fome no Brasil foi quatro vezes maior que no restante do mundo

A falta de rumo da economia sob o governo Jair Bolsonaro (PL) elevou de 30% para 36% o índice de famílias brasileiras que não tiveram recursos para comprar alimentos entre os anos de 2019 e 2021, o mais alto patamar já alcançado pela série histórica iniciada em 2016. O nível nacional também supera a média mundial.

Os dados, divulgados pelo jornal O Globo, constam de uma pesquisa elaborada pelo economista Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais FGV Social, que aponta que “considerando a média de 120 países, a insegurança alimentar aumentou 1,5 ponto percentual no mundo contra 6 pontos percentuais no Brasil, ou seja, a piora do risco de fome foi quatro vezes maior no país”.

Ainda de acordo com o estudo, a insegurança alimentar entre os 20% mais pobres no Brasil saltou de 36% em 2014 para 53% em 2019, chegando ao patamar de 75% no ano passado, um incremento de 22 pontos percentuais em apenas dois anos.

Já entre os 20% mais ricos da população brasileira, houve uma queda da ordem de três percentuais no mesmo período, com o indicador passando de 10% para 7%.

“Na comparação com a média global de 122 países em 2021, os 20% mais pobres no Brasil registram 27 pontos percentuais a mais de insegurança alimentar, enquanto os 20% mais ricos apresentam 14 pontos percentuais a menos”, ressalta a reportagem.

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