– Ditadura Militar no Norte de Minas: memórias de lutas e resistências camponesas (1964-1988) –
No destaque, Jader de Paula, ou Saluzinho, que 50 anos atrás enfrentou a perseguição da Polícia Militar na questão da reforma agrária
As Comissões da Verdade de Minas Gerais e de Memória Grande Sertão realizam hoje, a partir das 13h, sua primeira audiência pública desde quando foi criada em 20 de agosto de 2015, quando discutirá a ditadura militar no Norte de Minas e, especificamente, a história de Jader de Paula, ou Saluzinho, que 50 anos atrás enfrentou a perseguição da Polícia Militar na questão da reforma agrária. Ele morreu em 2007 e virou mito na luta agrária no Norte de Minas. O secretário estadual de Direitos Humanos e Cidadania, Nilmário Miranda, participará da solenidade, quando anunciará a criação do Centro de Referência dos Direitos Humanos, que funcionará em parceria com a Caritas Diocesana.
A Comissão da Verdade de Minas Gerais (Covemg) realiza nesta quarta-feira (07), em Montes Claros, no Território Norte, audiência pública com o tema “Ditadura Militar no Norte de Minas: memórias de lutas e resistências camponesas (1964-1988)”, às 13h, na Câmara Municipal. A reunião contará com a participação Secretário de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda, do coordenador-geral da Covemg, Robson Sávio Reis Souza, e de pessoas da região que foram perseguidas pelo regime autoritário.
A reunião será realizada no auditório da Câmara Municipal. A saga de Saluzinho foi contada em livro lançado em janeiro deste ano, pelo jornalista Leonardo Campos. O secretario Nilmário Miranda explicou que a abertura do Centro Regional de Direitos Humanos foi definida através de edital, quando em Montes Claros teve a Cáritas como vitoriosa. Ele lembra que existe unidade em Belo Horizonte e serão criadas em Alfenas, Montes Claros e Teófilo Otoni. A instituição contará com R$500 mil por ano para formar equipe multidisciplinar na arbitragem, mediação e pacificação de conflitos, observando os aspectos sociais e de política públicas. Deverá começar a funcionar a partir de agosto desse ano.
A escolha de Montes Claros, segundo Nilmário Miranda, tem justificativa, pois existem indicadores de trabalhadores, quilombolas, vazanteiros, indígenas e comunidades tradicionais, além de situações provocadas pela Lei Maria da Penha. Desde o dia 20 de agosto de 2015 que o Norte de Minas criou sua Comissão da Verdade para investigar os casos de torturas e violação aos direitos humanos praticados durante a ditadura militar. Porém, até então os trabalhos estavam sendo de pesquisas. Agora é realizada nova reunião, com foco nos 50 anos do ataque a Saluzinho.
via Jornal Gazeta