Alexandre Barra foi morto e enterrado em quintal de uma casa. Ele foi encontrado após prisão de um dos suspeitos de envolvimento no caso.
A Polícia Civil confirmou que, após intensas buscas, foi localizado na noite desta segunda-feira (19/12) o corpo do advogado criminalista Alexandre Mauro Barra Oliveira, de 34 anos, de Montes Claros, no Norte de Minas. Ele estava desaparecido desde o dia 13 de dezembro. O cadáver estava enterrado no quintal de uma casa no Bairro Independência, na região Norte da cidade, onde foi localizado pelos policiais.
Peritos e os dois delegados, Diego Flávio Carvalho e Francielle Drumond, integrantes da força-tarefa formada para desvendar o misterioso desaparecimento, ainda estão no local.
A localização do corpo do advogado foi confirmada ao Estado de Minas na noite desta segunda-feira pelo delegado regional de Montes Claros, Herivelton Ruas. Segundo ele, um dos envolvidos no desaparecimento e morte da vítima levou a equipe policial até a residência e apontou o local onde o corpo foi enterrado.
A motivação do crime ainda é desconhecida. Nesta terça-feira (20/12), em entrevista coletiva, a Polícia Civil de Montes Claros dará mais detalhes do caso.
Parentes e amigos de Alexandre Barra disseram que ele era uma pessoa do bem e que, no passado, envolveu-se em algumas ocorrências policiais por ligação com tráfico de drogas, mas alegam que os fatos ocorreram antes de ele se formar e de passar a atuar como advogado criminalista.
Conforme apurou a reportagem, em 14 de junho de 2011, Alexandre Mauro Barra foi preso em uma grande ação da Polícia Civil contra o tráfico de drogas em Montes Claros, denominada “Operação Carcará”.
A operação teve como alvos suspeitos de integrarem uma facção criminosa da cidade comandada por um traficante, que, na ocasião, estava recolhido na prisão de segurança máxima de Catanduvas (PR). No entanto, a Polícia Civil não informou se há relação entre o desaparecimento e assassinato do advogado e o tráfico de drogas.
De acordo com integrante da família do advogado, ele foi dado como desaparecido desde as 12 horas de terça-feira (13/12). O desaparecimento foi comunicado à Polícia Civil, que imediatamente, montou uma força-tarefa na tentativa de desvendar o caso.
Ainda na tarde de terça-feira, o carro de Alexandre Barra, uma Fiat Toro de cor preta, foi visto numa praça de pedágio na BR-040, em Sete Lagoas, com dois indivíduos, viajando no sentido Belo Horizonte.
Na manhã de quinta-feira (15/12), o veículo do advogado foi encontrado em um motel em Contagem, na Região Metropolitana de BH.
Uma funcionária do estabelecimento contou à Polícia que os dois ocupantes do carro deram entrada no estabelecimento por volta das 21h de quarta-feira (14/12). Meia hora depois, o suposto cliente pediu a conta, dizendo que iria embora por meio de um carro solicitado por uma corrida de um aplicativo, enquanto a outra pessoa que o acompanhava pernoitaria no motel.
Na manhã seguinte, os funcionários constataram que a Fiat Toro havia sido abandonada na garagem da suíte. Dentro do carro foram deixados dois relógios, um carregador de celular e uma bíblia.
Queima de arquivo
Na madrugada de domingo (18/12), a Polícia Militar foi acionada após um motorista de aplicativo ser encontrado ferido às margens da BR-251 (saída de Montes Claros para Francisco Sá), na localidade do Recanto dos Araçás. O caso foi relacionado ao desaparecimento do advogado Alexandre Mauro Barra.
O homem alegou que foi atingido por facadas e por um disparo de arma de fogo e teve o seu veículo roubado por dois autores, que saíram de um matagal e o renderam quando ele passava pelo local.
A vítima foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada à Santa Casa de Montes Claros. A Polícia apurou que o fato estaria relacionado com uma suposta queima de arquivo e a motivação seria a participação da vítima no desaparecimento do advogado Alexandre Mauro Barra.
Foram presos dois suspeitos do crime contra o motorista de aplicativo às margens da BR-251. Segundo a Polícia Militar, um dos detidos informou que o carro do advogado foi levado para Contagem por dois indivíduos, e que um deles era o motorista de aplicativo que sofreu a tentativa de homicídio, supostamente como queima de arquivo.