– A cúpula do governo Bolsonaro será hegemonizada por militares da ativa e reserva. Eles formarão o “núcleo duro” da nova administração. Dos 20 ministros indicados até o momento, seis são militares. Mas a força deles no governo é maior que o número de seis. O presidente e o vice-presidente da República são militares. Olhando-se para a cúpula do governo, 10 funções e cargos estratégicos serão ocupados por eles.

Um olhar para o coração do governo deve levar em conta, além do presidente, seu vice e os 20 ministros, duas secretarias que são chave, a Secretaria de Assuntos Estratégicos e a Secretaria de Comunicação. No governo Dilma, ambas tinham status de ministério. Bolsonaro retirou o status por conta de sua promessa de campanha de ter no máximo 15 ministérios (já tem 20 e poderá chegar a 23), mas eles continuam concentrando grande poder. Ambos serão geridos por militares.

Estarão sob comando direto de militares a Presidência, a vice-Presidência, a gestão da máquina do governo, o sistema de informações e Defesa, além do controle sobre as áreas vitais da infraestrutura nacional, da energia e da ciência e tecnologia.

No início do governo, estarão fora do controle dos militares duas pastas centrais no governo, a da Economia e a da Justiça. Mas Paulo Guedes precisará negociar com eles. No mínimo, sobre os assuntos relativos à infraestrutura e energia. Da mesma forma, Sérgio Moro terá que se haver com os militares, que controlarão todo o sistema de informação do governo.

O ministros já confirmados são 20. Falta ainda o ministro do Meio Ambiente e é incerto se haverá um Ministério das Mulheres e um MInistério de Direitos Humanos.

Veja a lista dos militares que estarão na cúpula do governo Bolsonaro:

Jair Bolsonaro, presidente, capitão reformado

Hamilton Mourão, vice-presidente, general da reserva

Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general da reserva

Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa, general da reserva

Carlos Alberto dos Santos Cruz, secretário de Governo, general da reserva

Bento Costa Lima, ministro das Minas e Energia, almirante de esquadra

Floriano Peixoto Vieira Neto, secretário de Comunicação (Secom), general da reserva

Maynard Marques de Santa Rosa, (SAE), general da reserva

Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia, tenente-coronel reformado

Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura, capitão reformado

Veja agora a lista dos 20 ministros confirmados:

Onyx Lorenzoni (Casa Civil)

Augusto Heleno (Segurança Institucional)

Fernando Azevedo e Silva (Defesa)

Carlos Alberto dos Santos Cruz (secretário de Governo)

Paulo Guedes (Economia)

Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia)

Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública)

Tereza Cristina (Agricultura)

Ernesto Araújo (Relações Exteriores)

Wagner Rosário (Transparência e CGU)

Luiz Henrique Mandetta (Saúde)

André Luiz de Almeida Mendonça (AGU)

Gustavo Bebianno (Secretaria Geral da Presidência)

Ricardo Vélez Rodríguez (Educação)

Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura)

Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional)

Osmar Terra (Ministério da Cidadania)

Marcelo Álvaro Antônio (Turismo)

Bento Costa Lima (Minas e Energia)

Roberto Campos Neto (Banco Central)

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