– Elefantes brancos –
Um matadouro fantasma, obra do ex-prefeito Ricardo Veloso e uma estátua inacabada de Cristo, monumento do ex-prefeito Alberto Caldeira ainda são motivos de polêmicas em Bocaiúva
Mesmo sendo a terra do legendário político José Maria Alkimin, do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, do ex-ministro Patruz Ananias e do ex-prefeito Wan-dyck Dumont, figuras probas com a coisa pública, Bocaiúva, que tinha zelo com seu erário, vive momento de improbidades administrativas, especialmente por causa das obras inacabadas dos seus últimos gestores, Aberto Caldeira e Ricardo Veloso.
Enquanto isso, o Poder Legislativo bocaiuvense, que deveria cumprir com seu papel de fiscalizador, faz vista grossa, deixando a população sofrendo as conseqüências e vendo a cada dia, a cidade em ruínas e abandonada.
Matadouro fantasma
A administração do ex-prefeito recebeu mais de 800 mil reais em 2014, para construção do novo matadouro municipal, através de emenda parlamentar do então deputado federal Bernardo Santana. Ricardo Veloso iniciou a obra que fica as margens da rodovia que liga Bocaiuva a Guaraciama.
Na época, a prefeitura passou o comando do atual matadouro para a cooperativa (COOPERCARNES), formada pelos açougueiros de Bocaiuva, e na época, era presidida pelo atual vereador Lélio Vieira. O local chegou a ser interditado pelo Ministério da Agricultura, fato inédito. Os açougueiros conseguiram autorização para reabrir o lugar, mas tem sido difícil atender as normas e manter o estabelecimento funcionando.
Passados cerca de 6 anos do início das obras do novo matadouro, açougueiros e vereadores cobram em vão, já que não existe previsão para reinício das obras.
Segundo populares, a estrutura do novo matadouro está comprometida e as obras terão que recomeçar da estaca zero.
O vereador Carlos Alberto (Bequinha), que era o secretário de agricultura da época, disse que a obra foi executada pelos engenheiros da Prefeitura e ele como secretário não pode assumir os erros técnicos.
A atual prefeita Marisa Alves, anunciou que a Caixa Econômica Federal, responsável pela liberação dos recursos destinados à construção do novo abatedouro, exigiu do município de Bocaiuva, a devolução do dinheiro. Segundo a prefeita, os valores corrigidos aproximam de 1 milhão e 600 mil reais.
Estatua inacabada
Mesmo já tendo consumida mais de um milhão de reais, valores corrigidos, uma estátua, com 38 metros de altura de um Cristo, em Bocaiúva, que tem o mesmo tamanho da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, eleita em 2007, como uma das sete novas maravilhas do mundo, continua inacabada há mais de sete anos.
A estátua, construída pelo ex-prefeito Alberto Caldeira, fica no bairro Zumbi, ponto mais alto de Bocaiúva, e faria parte de um complexo turismo que incluiria um centro de artesanato, restaurante, lanchonete e uma quadra poliesportiva, continua inacabada.