A defesa de Lula publicou, agora à noite, nota onde diz que a reportagem do The Intercept, revelando as combinações clandestinas entre o juiz Sérgio Moro e Deltan Dallagnol para conduzir o processo acusatório contra o ex-presidente, revela a “atuação ajustada dos procuradores e do ex-juiz da causa, com objetivos políticos, sujeitou Lula e sua família às mais diversas arbitrariedades”.

Ainda não se sabe quais as providências judiciais que serão tomadas, entre elas as prováveis reclamações junto ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público, já que houve violação dos deveres funcionais de Moro e do chefe da lava jato em Curitiba. É provável que a reportagem, pela projeção internacional de Green Grenwald, seja apensada ao caso que corre no Comitê de Direitos Humanos da ONU.

Alguns minutos atrás saiu a primeira reportagem nos grandes sites sobre o assunto: o UOL publicou um extrato da reportagem e trechos da nota do MP tentando reduzir o assunto ao “hackeamento” de conversas entre os promotores, sem falar nos diálogos secretos com Sérgio Moro.

Leia a nota da defesa de Lula:

Em diversos recursos e em comunicado formalizado perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU em julho de 2016 demonstramos, com inúmeras provas, que na Operação Lava Jato houve uma atuação combinada entre os procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro com o objetivo pré-estabelecido e com clara motivação política, de processar, condenar e retirar a liberdade do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A reportagem publicada hoje (09/06/2019) pelo portal “The Intercept” revela detalhes dessa trama que foi afirmada em todas as peças que subscrevemos na condição de advogados de Lula a partir dos elementos que coletamos nos inquéritos, nos processos e na conduta extraprocessual dos procuradores da Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro. A atuação ajustada dos procuradores e do ex-juiz da causa, com objetivos políticos, sujeitou Lula e sua família às mais diversas arbitrariedades. A esse cenário devem ser somadas diversas outras grosseiras ilegalidades, como a interceptação do principal ramal do nosso escritório de advocacia para que fosse acompanhada em tempo real a estratégia da defesa de Lula, além da prática de outros atos de intimidação e com o claro objetivo de inviabilizar a defesa do ex-Presidente.

Ninguém pode ter dúvida de que os processos contra o ex-Presidente Lula estão corrompidos pelo que há de mais grave em termos de violações a garantias fundamentais e à negativa de direitos. O restabelecimento da liberdade plena de Lula é urgente, assim como o reconhecimento mais pleno e cabal de que ele não praticou qualquer crime e que é vítima de “lawfare”, que é a manipulação das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política.

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