Unidade pode suspender atendimento a pacientes de 40 cidades da região, uma população de 500 mil habitantes

Com um déficit de R$ 10 milhões no caixa, o Hospital Municipal Senhora Sant’Ana (HMSS), em Brasília de Minas, pode fechar as portas para pacientes de outras cidades. Se a medida for tomada, a unidade de saúde vai deixar de atender moradores de 40 municípios da região, o que corresponde a uma população de quase 500 mil pessoas.

O buraco nas contas é consequência da falta de repasses no governo de Fernando Pimentel (PT). Com muita dificuldade, e sacrificando as contas municipais, a Prefeitura de Brasília de Minas tem mantido os atendimentos no hospital. O gasto anual, somente com a unidade hospitalar, é de cerca de R$ 6 milhões – valor que tem sido suprido com recurso próprio.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, de 2016 a 2018 (maior período de crise financeira), os atendimentos aumentaram, em média, 357,28% – em 2016 foram 7.644 pacientes, no ano passado, 34.955.

SEM AJUDA
O Senhora Sant’Ana é um dos principais hospitais do Norte de Minas, pois fica mais próximo das cidades que não possuem UTI ou até mesmo que não têm hospital. Atualmente, os atendimentos realizados na unidade de saúde abrangem uma população de mais de 500 mil pessoas, em 40 cidades da região, mas são mantidos praticamente sozinhos pela administração municipal de Brasília de Minas.

“É algo insustentável para qualquer administração”, afirma o prefeito Geélison Ferreira da Silva (MDB). Ainda segundo o gestor, como a crise da saúde que atinge o Estado não tem previsão, em curto prazo, de se resolver, a contribuição dos municípios atendidos é de extrema necessidade e urgência para a manutenção dos serviços à população.

Se os municípios atendidos pelo Senhora Sant’Ana não começarem a contribuir com os valores equivalentes aos serviços prestados, estes serão suspensos em breve, destaca a prefeitura.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que os “programas que vêm sendo retidos ou atrasados começarão a ser pagos parcialmente”, mas, não informou datas ou valores.

SOLUÇÃO
O prefeito Geélison da Silva e vereadores de Brasília de Minas tentam, desde o início do ano, buscar uma solução para o problema. Eles foram até Belo Horizonte, conversaram com o secretário de Estado de Saúde, e pontuaram os problemas e as consequências. Mas não tiveram retorno.

As negociações contaram com o apoio de mais 15 prefeitos do Norte de Minas, uma vez que se houver suspensão nos atendimentos no Hospital Senhora Sant’Ana, a situação da saúde norte-mineira ficará ainda pior.

“Na gestão do governo passado, as prefeituras do Norte de Minas ficaram para trás. Vivemos uma crise absurda e precisamos sair dela”, pontua o prefeito de Mirabela, Luciano Rabelo (PP).

Via Christine Antonini – O Norte

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