No PL, partido de Jair Bolsonaro, a avaliação é de que mais acusações contundentes surgirão. O ex-mandatário já é visto como político “tóxico” e pode prejudicar a sigla em 2024

Jair Bolsonaro e Mauro Cid (Foto: Isac Nóbrega/PR)

A homologação do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid causa grande preocupação a Jair Bolsonaro (PL) e sua família, informa o Estado de S. Paulo. Para o público, o clã Bolsonaro fala em “perseguição política”, mas nos bastidores o clima é de completo pânico. A avaliação interna do PL, partido do ex-ocupante do Palácio do Planalto, é de que com a delação de Cid surgirão mais acusações contundentes contra Bolsonaro, não se limitando apenas ao escândalo das joias.
Na tentativa de preservar seu principal ativo político, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, declara publicamente que Bolsonaro está sendo alvo de “várias injustiças”. No entanto, a aliados ele não esconde sua apreensão quanto ao impacto da delação de Cid na formação das alianças do partido para as eleições municipais de 2024, especialmente em São Paulo.
Bolsonaro, que pretendia ser um forte cabo eleitoral, já é visto como um político “tóxico”, a ser mantido discretamente afastado do palanque. Até o momento, o PL está apoiando a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na cidade de São Paulo. No entanto, Nunes enfrenta um dilema político, já que precisa do voto dos eleitores bolsonaristas, mas também não pode se associar demasiadamente a Bolsonaro para preservar sua própria imagem.
A Polícia Federal acredita que Cid também fornecerá evidências sobre o grupo político que planejou a tentativa de golpe de estado em 8 de janeiro, bem como informações sobre os financiadores desse ataque à democracia. Além disso, espera-se que ele apresente provas sobre o funcionamento daquilo que as investigações denominam como uma “organização criminosa”.
Cid, que atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro, foi liberado neste sábado (9) do Batalhão do Exército de Brasília, onde estava detido desde 3 de maio, após firmar um acordo de colaboração premiada com a PF. O tenente-coronel está programado para prestar novos depoimentos a partir desta semana.

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