O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, revogou decisão do colega Luiz Fux que impedia o ex-presidente Lula, preso há mais de um ano em Curitiba, de dar entrevistas.

A informação foi dada no twitter pela jornalista Mônica Bérgamo, da Folha de S. Paulo.

Em setembro do ano passado, durante a campanha eleitoral, o ministro Ricardo Lewandowski autorizou duas vezes que Lula fosse entrevistado em Curitiba.

A primeira decisão foi cassada por Luiz Fux e a segunda pelo presidente do tribunal, Dias Toffoli, que deu razão a Fux.

Os pedidos de entrevista haviam sido feitos por vários órgãos de imprensa, inclusive a própria Folha.

Na ocasião o site Antagonista, recentemente censurado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, apoiou a censura às entrevistas de Lula.

“O Antagonista, hoje censurado, aplaudiu a censura à Folha em 2018, quando o ministro Fux proibiu o jornal de entrevistar Lula. E de publicar a conversa, se já tivesse ocorrido. O Antagonista dizia que o magistrado deveria ser HOMENAGEADO”, relembrou Mônica Bérgamo no twitter.

O site, que é porta-voz da Lava Jato, afirmou então que “Luiz Fux salvou a Folha de S. Paulo, impedindo que, às vésperas da disputa presidencial, suas páginas se transformassem em palanque para o chefe da ORCRIM. Em vez de homenagear o ministro, o jornal acusou-o de ser um censor”.

Hoje, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu a censura à revista Crusoe e ao site Antagonista, depois que o decano do STF, Celso de Mello, disse tratar-se de “perversão” da ética do direito.

No texto censurado o atual presidente do STF, Dias Toffoli, foi identificado como “o amigo do amigo de meu pai” por Marcelo Odebrecht.

O amigo do pai de Marcelo, Emílio, é identificado por procuradores como o ex-presidente Lula.

O texto censurado sugere que Toffoli pode ter atuado em benefício da Odebrecht quando era advogado geral da União, no governo Lula, ajudando a empreiteira a vencer concorrências para construir as hidrelétricas do rio Madeira.

As decisões tomadas hoje demonstram hipocrisia tanto do STF quanto dos porta-vozes da Lava Jato: o tribunal cassou a palavra de Lula durante o período eleitoral, interferiu diretamente no resultado do pleito e teve apoio, então, do Antagonista, que agora grita censura!

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