Lohanna França (PV) foi impedida de acessar área destinada às autoridades em cerimônia em Divinópolis; líder de Governo pede desculpas – Foto: Divulgação
A deputada estadual Lohanna França (PV), que faz oposição ao governo de Romeu Zema (Novo), foi barrada de acessar a área destinada às autoridades durante a cerimônia realizada pelo governo de Minas na última sexta-feira (10) para anunciar a retomada das obras do Hospital Regional de Divinópolis.
Ex-vereadora da cidade, ela foi convidada para o evento pela Prefeitura de Divinópolis, mas não conseguiu entrar na sala em que o governador Romeu Zema (Novo) estava com outros deputados e nem foi chamada para compor a mesa do evento.
“A chefe do cerimonial disse à minha assessora parlamentar que eu não poderia acessar esse espaço por não compor a base de governo. E ainda disse, em tom irônico, que se nós entendêssemos que valeria a pena ser base, a base estava de braços abertos para nos receber”, disse Lohanna França em discurso no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (14).
“Não foi um deslize do cerimonial. Foi um ato planejado pelo governo de Minas que trata de forma desrespeitosa, politiqueira, suja e baixa todos aqueles que ousam não dizer apenas ‘amém’ às decisões do governador”, acrescentou a deputada, ressaltando que se tratava de um evento do governo de Minas e não do próprio Zema ou das empresas da família do governador.
O governo de Minas Gerais informou que a chefe do cerimonial não se dirigiu à deputada ou à equipe dela da forma como relatado por Lohanna.
O governo também negou que a parlamentar tenha sido barrada. Segundo a assessoria de imprensa, ela apenas não pôde acessar uma sala reservada às autoridades que fariam parte da mesa do evento.
Líder de Governo, Gustavo Valadares (PMN) pediu desculpas à deputada e reconheceu que ela, assim como os demais parlamentares, não podem ser barrados em eventos do governo independentemente de posições ideológicas ou de qual partido são filiados.
“Houve um equívoco na última sexta-feira. A deputada Lohanna tinha todo o direito de adentrar em qualquer espaço da solenidade assim como os outros parlamentares que estavam presentes tiveram oportunidade de fazê-lo”, disse ele.
Para Valadares, a cerimonialista presente estava apenas cumprindo ordens e não teve culpa. “Depois desse episódio, já tivemos várias conversas internas com o governo, o deputado Cássio Soares (PSD), líder do bloco de governo, também. A partir de agora teremos um tratamento igualitário a todos os parlamentares em todas as solenidades do governo”, declarou o líder de Governo de Zema na ALMG.
Valadares pediu ainda que todos os parlamentares ponham “uma pedra” em eventuais problemas que tiveram durante o primeiro mandato de Zema para que uma nova relação possa ser construída junto ao Palácio Tiradentes. “Me coloco à disposição para ser essa ponte”, disse o parlamentar.
Integrante da base de Zema, Coronel Sandro (PL) considerou falta de educação o que foi feito com Lohanna, mas criticou a deputada por ter ido ao evento. “Se quer usufruir da popularidade do governo, então vire governo. Faça parte da base do governo. O que não pode é ser oposição de dia e situação de noite”, afirmou ele.