Manipulação, mentiras e o vazio da busca por notoriedade

Nikolas Ferreira em discurso nas dependências da ONU. Foto: Reprodução

O cenário político brasileiro, marcado por intensas polarizações, tem visto surgir figuras públicas que, ao invés de contribuírem para a construção de um debate saudável, optam por estratégias enganosas para ganhar visibilidade. Um exemplo notório é o deputado federal de extrema direita, Nikolas Ferreira (PL-MG), que recentemente protagonizou mais um episódio de manipulação da opinião pública. Em uma tentativa sórdida de enganar seus seguidores, o parlamentar recorreu a falsas informações sobre a Organização das Nações Unidas (ONU).
Não é novidade a postura crítica de Nikolas Ferreira em relação à ONU. Em uma declaração datada de 24 de fevereiro de 2022, o deputado questionou publicamente: “A ONU serve para que mesmo?”. Contudo, contraditoriamente, o político anunciou em suas redes sociais, em tom de vitória, que fez um discurso na ONU, ontem, 17 de novembro de 2023.
O discurso, com pouco mais de 7 minutos, foi marcado por um inglês sofrível e conteúdo patético. Entre as razões para tamanho fracasso, destacam-se a citação de uma frase do astrólogo Olavo de Carvalho e os reiterados ataques ao presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ao Supremo Tribunal Federal, a personalidades como Leonardo DiCaprio e Greta Thunberg. Fica claro que tais ataques são uma tentativa desesperada de chamar a atenção, escapar da insignificância e ser notado.
O vexame atinge proporções ainda maiores quando se descobre que tudo não passou de mais uma fake news de Nikolas Ferreira. O deputado recorre à mentira como estratégia recorrente em suas redes sociais, visando manipular um público que, infelizmente, demonstra ter pouca capacidade intelectual, senso crítico deficiente e nenhum interesse pela verdade.
A verdade sobre o ocorrido é que Nikolas não foi convidado pela ONU para discursar. O convite partiu do governo da Guatemala, em um evento nas dependências da ONU, denominado “Cúpula Transatlântica”. Importante ressaltar que o evento era exclusivo para representantes da extrema direita, o que explica a baixa qualidade do discurso proferido.
É crucial destacar, mais uma vez, que Nikolas Ferreira não estava em nenhum evento na ONU como representante do Brasil, mas sim reunido com políticos de extrema direita a convite da Guatemala. A condução das redes sociais do parlamentar, que constantemente apresenta mentiras para enganar um público ávido por ilusões, suscita a reflexão sobre a ética e responsabilidade na comunicação política. A busca por notoriedade a qualquer custo não pode justificar a disseminação de informações falsas, comprometendo a credibilidade e a integridade do processo democrático.
Fonte: Revisão Fórum

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