O vereador Rodrigo Cadeirante criticou nesta terça-feira (21),  na tribuna da Câmara Municipal de Montes Claros, a inércia dos deputados no Norte de Minas

A raiz de muitos “gargalos” que emperram o desenvolvimento do Norte de Minas, segundo o vereador Rodrigo Cadeirante, é a falta de representatividade política. De acordo com ele, a população não se sente representada pelo legislativo em todos os âmbitos (municipal, estadual e federal).
O vereador falou sobre o assunto durante sessão ordinária da Câmara Municipal, quando elencou alguns exemplos de como essa lacuna compromete o crescimento da região. “Os parlamentares não podem se contentar em ser apenas despachantes e alocadores de emendas. É preciso enfrentar com mais assertividade os problemas graves que afligem as pessoas”, cobrou, citando situações vivenciadas em municípios como Francisco Dumont e Grão Mogol, mas que são regra nos demais. Comum neles a falta de perspectiva, que atinge notadamente quem precisa se inserir no mercado de trabalho.
Rodrigo criticou, entre outros problemas, a falta de investimento em políticas públicas que fomentem a geração de emprego. “Quando concluem sua educação fundamental, o jovem só tem duas opções: o plantio de eucalipto ou ir embora para trabalhar em outra região”, lamentou, referindo-se à sua visita a Francisco Dumont.
O vereador, que também visitou Grão Mogol, cobrou dos representantes políticos um debate focado no turismo, vocação local pouco explorada por omissão política, no entendimento dele. A cidade, segundo Rodrigo, não pode ter como única alternativa a mineração – o município está recebendo empreendimento nesse segmento, de um grupo chinês. “O turismo, por outro lado, é uma forma de desenvolvimento sustentável, pois preserva a natureza, ao contrário da mineração”, argumentou.
A falta de investimento na ampliação de vagas oferecidas pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) para a formação de quadros qualificados também foi abordada por Rodrigo Cadeirante. No curso de medicina, por exemplo, a instituição disponibiliza apenas 20 vagas por semestre, na avaliação dele insuficientes para atender a demanda, especialmente numa região onde a população mais carente tem tanta dificuldade de acesso a atendimento médico.
A existência da demanda reprimida pode ser constatada, segundo Rodrigo Cadeirante, pela grande quantidade de cursos de medicina na rede privada. “Nossos parlamentares são indiferentes ao drama dos pais que se sacrificam para pagar faculdade particular para seus filhos, justamente porque não há a quantidade necessária de vagas na Unimontes, por falta de investimento na universidade pública. Por causa disso, alguns vendem o que têm para poder custear o sonho de ver seus filhos formados. Mas, infelizmente, ninguém quer colocar o dedo na ferida, que é essa falta de representatividade política na nossa região”, denunciou.

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