A oposição neoliberal ao governo de Jair Bolsonaro disparou, na noite de ontem, uma gigantesca campanha de propaganda, que critica o governo federal, mas poupa Paulo Guedes e visa garantir a política de preços da Petrobrás, que foi o motivo central do golpe de 2016

Uma gigantesca operação de propaganda política foi lançada na noite desta quinta-feira, com o mote “O Custo Bolsonaro”. Numa peça muito bem produzida, mas com discurso neoliberal disfarçado, o governo de Jair Bolsonaro é criticado em seus aspectos mais grotescos, nas figuras de Damares Alves, Ricardo Salles e Ernesto Araújo. A figura central do programa econômico, Paulo Guedes, é preservada – e recebe apenas uma leve crítica por não ter conseguido colocar o Brasil no clube da OCDE (o que seria negativo para as perspectivas de desenvolvimento nacional).

Em outro aspecto curioso, a peça publicitária faz uma crítica simultânea à alta dos preços da gasolina e à queda das ações da Petrobrás – o que é incoerente, uma vez que as ações caíram justamente porque o governo Bolsonaro sinalizou contrariedade com a política que retira recursos da sociedade brasileira e os transfere para os acionistas privados, sobretudo internacionais, da Petrobrás.

Embora o discurso da peça seja claramente liberal, ela foi reproduzida por nomes “progressistas”, como Gregório Duvivier, Ciro Gomes e Guilherme Boulos, talvez em razão do legítimo desespero diante da destruição promovida pelo bolsonarismo. Os autores do vídeo de propaganda não revelaram suas identidades e dizem ser cidadãos inconformados com a situação brasileira. Aparentemente, têm ligação com o site Clima Info, que divulga informações sobre mudanças climáticas e defende a agenda do Partido Democrata dos Estados Unidos para o meio ambiente e para a Amazônia.

A prova de que o vídeo serve aos propósitos da direita neoliberal é o artigo desta sexta-feira da jornalista Vera Magalhães, no Globo, em que ela afirma que a oposição finalmente encontrou o tom com este vídeo, que ela sugere que seja espalhado por whatsapp.

Para o editor do 247, Leonardo Attuch, trata-se de uma clara operação política, que visa criar uma alternativa neoliberal ao bolsonarismo. Confira seu tweet:

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