Vítimas chegaram a ser socorridas para o Hospital das Mercês, mas não resistiram

Dois funcionários da Companhia de Abastecimento de Minas Gerais (Copasa) morreram nesta quarta-feira (25) em Santa Bárbara, na Região Central do estado.

O acidente aconteceu quando eles trabalhavam em uma adutora. Porém, ainda não há  informações sobre as circunstâncias das mortes.

A Copasa informou em nota que “presta todo apoio às famílias de seus funcionários por meio do serviço social da companhia e apresenta a elas o seu profundo pesar”.

A Polícia Militar registrou o boletim de ocorrência e há possibilidades de que os trabalhadores tenham inalado gás tóxico, o que teria causado a morte deles.
Uma equipe do Resgate Voluntário Estrada Real (Rever) esteve no local para prestar os primeiros socorros às vítimas, mas apenas puderam constatar o óbito dos trabalhadores.
Após o atendimento da ocorrência, o presidente do Rever, Geraldo Flávio da Silva, seguiu estava o pronto atendimento do Hospital Nossa Senhora das Mercês, para ser examinado e descartar a possibilidade dele também ter inalado o gás durante o atendimento no local do incidente.

Privatização

“Infelizmente a Copasa não vem dando a devida importância para a vida de seus funcionários, que acabam sendo expostos a um trabalho insalubre e perigoso sem as devidas proteções. Enquanto vidas são ceifadas, parece que a empresa pensa apenas no lucro, pois fica focada somente na privatização, o que é lamentável”. Desabafou um funcionário da Copasa em Montes Claros, que pediu para não ser identificado.

O presidente do Sindágua denunciou que os funcionários vêm sofrendo ataques da direção da empresa. “A categoria está sem acordo coletivo há dois anos. A direção da empresa tenta, desde a primeira rodada de negociação, retirar a garantia de emprego de trabalhadoras e trabalhadores e retirar 20% da participação nos lucros da categoria para repassar para a alta direção. A defesa da garantia de emprego é uma questão estratégica. Ela obriga a empresa a fazer investimentos necessários nos municípios onde depende de seus contratos. Se a Copasa não garante o emprego, ela vai deixar de investir nas cidades deficitárias. Isso seria acabar o subsídio cruzado, que é o repasse dos lucros, obtidos nas grandes cidades, para as de menor porte, o que garante igualdade nos serviços e nas tarifas. A garantia de emprego fortalece o investimento e a relação entre a concessionária e o concedente. E acaba corrigindo algumas distorções, com as concessões lucrativas subsidiando as outras”, disse o presidente do Sindágua-MG, recentemente  numa audiência pública na ALMG.

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