Economia

Congresso aprova orçamento da União para 2025 e prevê teto de R$ 2,2 trilhões

Bolsa Família, Farmácia Popular, auxílio-gás e ações de cultura perderam orçamento em relação a 2024 Após intensas costuras políticas, o Congresso Nacional aprovou a proposta de orçamento da União para 2025 na tarde desta quinta-feira (20). A votação da medida estava atrasada desde dezembro, prazo constitucional para a análise do texto, por falta de acordo em relação ao conteúdo. O texto chancelado por deputados e senadores é o parecer do relator, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), que prevê para as despesas públicas um teto de R$ 2,2 trilhões, limite definido pelo arcabouço fiscal, fixado pela Lei Complementar nº 200/2023. A proposta recebeu sinal verde por meio de votação simbólica, método em que não há computação individual dos votos, e contou com ressalvas contrárias apenas do partido Novo e do deputado Kim Kataguiri (União-SP). A medida tramita formalmente como Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 26/2024, de autoria do Poder Executivo. Um dos destaques da proposta é o fato de o relatório ter sido aprovado com uma projeção de superávit bem acima do esperado: o texto inicial do governo previa R$ 3 bilhões de sobras nas contas da União após o pagamento das despesas, enquanto o texto final do Congresso calcula um total de R$ 15 bilhões. “Foi fruto também da inflação do período, da alta do SM [salário mínimo]. Teve ainda a questão do dólar, porque nós exportamos vários produtos e, quando você exporta com dólar em alta, a receita de impostos se torna automaticamente maior. E foi uma luta muito grande. Eu não me recordo de quando o orçamento teve um superávit desse grau de R$ 15 bilhões”, afirmou o relator, enaltecendo ainda o fato de o PLN ter sido aprovado sem obstrução, técnica legislativa utilizada por opositores para dificultar a votação de um texto. Em linhas gerais, o PLN prevê R$ 160 bilhões para o Bolsa Família; R$ 4,2 bilhões para o programa Farmácia Popular; R$ 2,2 bilhões para o reajuste do funcionalismo federal; R$ 3 bilhões para a política de auxílio-gás; R$ 233 bilhões para a pasta da Saúde; R$ 167 bilhões para a Educação; e R$ 60 bilhões para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As políticas Bolsa Família, auxílio-gás e Farmácia Popular perderam orçamento em relação ao ano de 2024. Houve, respectivamente, queda de R$ 9 bilhões, R$ 200 milhões e R$ 1,2 bilhão. A Política Nacional Aldir Blanc, voltada a investimentos na área de cultura, tinha R$ 3 bilhões e agora ficou com apenas cerca de R$ 400 milhões, uma queda de 85%. Já o PAC teve previsão de acréscimo de R$ 13,1 bilhões para 2025 em relação ao ano anterior. Críticas Um ponto sensível da proposta é a previsão de cerca de R$ 50 bilhões para emendas parlamentares, política por meio da qual os deputados federais e senadores participam do orçamento da União definindo o destino de algumas verbas. O dinheiro costuma ser usado para irrigar projetos de instituições ligadas à base política de cada parlamentar e tem gerado sobressaltos na relação do Legislativo com o governo e o Supremo Tribunal Federal (STF). A bancada do Psol votou favoravelmente ao PLN, mas fez duras críticas ao montante destinado às emendas no texto. “Nós nos recusamos a naturalizar essa lógica fiscalista, que amarra o governo Lula na tarefa urgente de ampliar investimentos e garantir os direitos da população. Portanto, o nosso voto favorável aqui hoje – que se sustenta na necessidade de aprovar a peça orçamentária e, ao mesmo tempo, de cumprir os acordos com o funcionalismo, garantir os investimentos necessários e os programas que corretamente o governo colocou no orçamento –, não pode esconder que nós seguimos naturalizando uma lógica que, essa, sim, precisava ser debatida, não só no dia da votação da peça orçamentária, mas na própria lógica como lidamos com o dinheiro público”, criticou o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ). O parlamentar destacou que a previsão de gastos públicos com as emendas ultrapassa o aumento previsto para algumas políticas públicas. “O orçamento da saúde em 2024 girou em torno de R$ 214 bilhões. Em 2025, está previsto um aumento de 8,6%. A educação sai de R$ 180 bilhões para 197 bilhões, um crescimento de 9,5%. São crescimentos acima da inflação, um acerto do governo, porém, quando olhamos as emendas parlamentares, o que nós vemos? Saúde cresceu 8%; educação, 9%, e as emendas crescem 16%. Seguimos aqui a denunciar o fato de que cada vez mais parte do orçamento, e sobretudo do gasto discricionário do governo, segue amarrada na lógica fisiológica deste parlamento, e isso está errado.” Governo Em entrevista concedida logo após a votação, o líder do governo Lula no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), destacou que o texto foi chancelado após muito debate entre as lideranças e o governo. A proposta foi fechada somente na madrugada desta quinta-feira (20). “É uma peça que foi aprovada de acordo com as diretrizes que o governo apontou. É uma peça que preserva R$ 60 bilhões de reais para o PAC, a principal ação do programa do governo, que mantém a margem de remanejamento de 25 a 30% tanto das despesas discricionárias quanto das despesas do próprio PAC. Isso agilizará a implementação das medidas e das ações do PAC pelo Brasil inteiro. E é o resultado de uma discussão longa, mas profícua, ocorrida entre o Congresso Nacional e o governo. Acho que ficou uma peça adequada para esse ciclo virtuoso que está em curso no Brasil, para o Brasil que está crescendo a uma média de 3%”, avaliou. O senador também reconheceu que o resultado final gerou críticas por conta de cortes em áreas sensíveis. “O cobertor é curto, é verdade. Tem algumas questões que vão ter que ser ajustadas ao longo do tempo, como os recursos da Cultura, sobretudo os da Lei Aldir Blanc, os recursos relativos ao meio ambiente, os recursos necessários para o combate à violência contra a mulher, mas foi por isso que a grande conquista do dia de hoje foi preservar para o governo a margem de

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Banco Central elevará Selic e colocar juros no maior patamar desde 2016

Expectativa é que Comitê de Política Monetária do BC aumente, na tarde desta quarta-feira (19) a taxa básica de juros em 1 ponto na segunda reunião do ano O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve elevar a taxa básica de juros da economia nacional em um ponto percentual nesta quarta-feira (19), após sua segunda reunião do ano. Com o aumento, a chamada Selic subirá de 13,25% ao ano para 14,25% ao ano – maior patamar verificado desde 2016, ano em que a ex-presidenta Dilma Rousseff foi retirada da Presidência pelo Congresso Nacional. Naquela época, a economia brasileira estava em recessão e com inflação alta. Em 2015 e 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional caiu 3,5% e 3,3%, respectivamente. O Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 10,7% ao 2015. A situação atual é bem diferente daquela. O PIB brasileiro cresce desde 2021. Só em 2023 e 2024, a alta foi de 3,2% e 3,4%, respectivamente. A inflação de 2023 foi de 4,62%, dentro da meta de até 4,75% definida para o ano. Em 2025, ela subiu para 4,83%, superando o limite de até 4,5% fixado para o índice, mas ainda ficou abaixo do verificado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, quando a Selic não chegou a casa dos 14% ao ano. O Copom, entretanto, entende que a inflação no país precisa voltar para dentro da meta. Por isso, já antecipou, ainda em dezembro do ano passado, que a Selic deve chegar a 14,25% após a reunião deste mês. “A Selic vai chegar a 14,25% ao ano. Isso aí já havia sido ‘contratado’ em dezembro. Naquela época, a Selic estava em 11,25% ao ano. O Copom avisou que faria três altas de um ponto percentual nas suas próximas reuniões”, afirmou José Luis Oreiro, economista e professor da Universidade de Brasília (UnB). O que é Selic? A taxa Selic é referência para a economia nacional. É também o principal instrumento disponível para o BC controlar a inflação no país. Quando a Selic cai, os juros cobrados de consumidores e empresas ficam menores. Há mais gente comprando e investindo. A economia cresce, criando empregos e favorecendo aumentos de salários. Os preços, por sua vez, tendem a aumentar por conta da demanda. Já quando ela sobe, empréstimos e financiamentos tendem a ficar mais caros. Isso desincentiva compras e investimentos, o que contém a inflação. Em compensação, o crescimento de toda a economia tende a ser prejudicado. Sabendo disso, desde que assumiu o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende uma redução da Selic. Diretores indicados por Lula para o BC, incluindo o presidente Gabriel Galípolo, têm contrariado visões do Planalto. “O maior inimigo da economia brasileira é o BC”, reclamou Eric Gil Dantas, economista do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps). “Você não precisa subir tanto a Selic [para conter uma inflação originada em altas de alguns produtos], ainda mais em um momento em que o país pode entrar em recessão.” Efeitos da alta Weslley Cantelmo, presidente do Instituto Economias e Planejamento, disse que a economia brasileira já dá sinais de desaceleração – ou seja, continua crescendo, mas num ritmo menor do que o anterior. “Isso está acontecendo e a tendência é que se intensifique”, afirmou ele, que também já conta com uma nova elevação da Selic. Segundo ele, indicadores da indústria e do setor de serviços mostram essa redução do ritmo de crescimento já por conta dos primeiros aumentos da Selic, em 2024. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último trimestre do ano passado, a economia brasileira cresceu menos do que em todos os outros trimestres do ano. A taxa ficou em 0,2% na comparação com o trimestre anterior. No primeiro trimestre do ano passado, o crescimento havia sido de 1%; no segundo, de 1,3%; e no terceiro, de 0,7%. As comparações são sempre com o trimestre anterior. “Nos próximos meses, devemos ter uma combinação cruel dessa desaceleração, com um aumento do desemprego, ainda com a permanência da inflação”, previu. Pedro Faria, economista e doutor em história, vê malefícios causados pela Selic ao crescimento econômico. Ele pontua que, no Brasil, a atividade tem se mostrado resiliente aos juros por conta de medidas do governo para impulsionar a economia.

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Governo Lula zera imposto de importação para alimentos essenciais

Alckmin ressaltou que a redução tarifária não obriga os estados a diminuírem o ICMS sobre os alimentos, mas defendeu que os governos estaduais sigam esse caminho, pelo menos para alguns produtos como o ovo O governo federal anunciou a redução a zero das tarifas de importação de alimentos considerados essenciais, como carne bovina, café, azeite e massas. A decisão foi tomada pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e começa a valer imediatamente, sem necessidade de prazo adicional para implementação. O impacto fiscal da medida é estimado em R$ 650 milhões por ano. A medida entra em vigor hoje (14/03), conforme publicação da resolução pela Camex. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que a medida não tem um prazo definido, mas a expectativa é que seja transitória. “Como a gente espera que seja por menos tempo, o impacto vai ser menor”, declarou. Produtos com alíquota zerada A decisão abrange um conjunto de produtos da cesta básica e alimentos de alto consumo no Brasil. Entre os itens com alíquotas zeradas estão: Carnes desossadas de bovinos, congeladas (antes 10,8%, agora 0%) Café torrado, não descafeinado, exceto em cápsulas (antes 9%, agora 0%) Café não torrado, não descafeinado, em grão (antes 9%, agora 0%) Milho em grão, exceto para semeadura (antes 7,2%, agora 0%) Outras massas alimentícias, não cozidas, nem recheadas (antes 14,4%, agora 0%) Bolachas e biscoitos (antes 16,2%, agora 0%) Azeite de oliva extravirgem (antes 9%, agora 0%) Óleo de girassol, em bruto (antes 9%, agora 0%) Outros açúcares de cana (antes 14,4%, agora 0%) Conservas de sardinha (antes 32%, agora 0%) A medida também inclui a ampliação da quota de importação do óleo de palma, passando de 60 mil toneladas para 150 mil toneladas em um período de 12 meses, mantendo o imposto de importação zerado. Já no caso da sardinha, foi estabelecida uma quota de 7,5 mil toneladas. Objetivos e impactos da medida O governo justifica a decisão como uma estratégia para ampliar a oferta de produtos essenciais e evitar a alta dos preços dos alimentos, contribuindo para o controle da inflação medida pelo IPCA. A iniciativa também tem como foco a segurança alimentar, especialmente para as famílias de baixa renda, que destinam até 40% da sua renda para alimentação. Alckmin ressaltou que a redução tarifária não obriga os estados a diminuírem o ICMS sobre os alimentos, mas defendeu que os governos estaduais sigam esse caminho, pelo menos para alguns produtos como o ovo. A decisão tem sido interpretada como uma resposta do governo às pressões por medidas que ajudem a conter a inflação dos alimentos. No entanto, economistas apontam que o impacto pode ser limitado se não houver uma redução de custos ao consumidor final. Com a resolução publicada pela Camex, a isenção entra em vigor imediatamente, sem necessidade de regulamentação adicional

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Efeito Lula: os dados econômicos que enfurecem bolsonaristas e o mercado financeiro

Apesar da alta sazonal, resultado do desemprego é o melhor da série histórica para o trimestre A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quarta-feira (27) pelo IBGE, revelou que a taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,5% no trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025. O resultado, embora represente um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (6,2%), é o melhor da série histórica para o período, igualando o índice registrado em 2014. Os dados superaram as expectativas do mercado financeiro e da oposição, além de corroborar as informações do Novo Caged. A alta do emprego, segundo alguns veículos especializados em economia, motivaram uma flutuação negativa na bolsa e um aumento do valor do dólar. O número de desocupados chegou a 7,2 milhões de pessoas, um aumento de 5,3% (364 mil indivíduos) em relação ao trimestre anterior. No entanto, comparado ao mesmo período de 2024, houve uma redução de 13,1%, o que significa 1,1 milhão de pessoas a menos desempregadas. Já a população ocupada atingiu 103 milhões de trabalhadores, uma queda de 0,6% (641 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior, mas um aumento de 2,4% (2,4 milhões de pessoas) na comparação anual. A taxa de informalidade caiu para 38,3%, o equivalente a 39,5 milhões de trabalhadores informais. Esse índice é menor que o registrado no trimestre anterior (38,9%) e no mesmo período de 2024 (39,0%). O setor privado com carteira assinada manteve estabilidade no trimestre e cresceu 3,6% em relação ao ano anterior, atingindo 39,3 milhões de trabalhadores. Os dados mostram avanços significativos no mercado de trabalho, com redução da informalidade e aumento do rendimento dos trabalhadores. No entanto, setores como administração pública, educação e saúde registraram queda na ocupação, reflexo de desligamentos sazonais no início do ano. Apesar disso, esses setores estão 2,9% maiores em comparação ao mesmo trimestre de 2024.

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Superávit primário de janeiro bate recorde histórico em valor nominal

Ideia do governo é alcançar superávit fiscal em 2025 haddO governo federal anunciou que registrou superávit primário de R$ 84,88 bilhões em janeiro, um aumento real de 2,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Esse é o maior saldo positivo para janeiro desde o início da série histórica em 1997, considerando valores nominais. Mesmo acima das previsões do mercado, o superávit ficou atrás de 2022 e 2023 quando ajustado pela inflação. O resultado reflete maior arrecadação, impulsionada por tributos sobre combustíveis e aumento do IRPJ e CSLL, além da valorização do dólar sobre o imposto de importação. As receitas líquidas cresceram 3,7% acima da inflação, enquanto os gastos avançaram 4,4%. O principal impacto veio da Previdência, que subiu 2,4%, e do BPC, que teve alta de 14,8%, devido ao crescimento do número de beneficiários e ao aumento do salário mínimo. Mesmo com revisão cadastral do Bolsa Família, despesas obrigatórias subiram 6,3% acima da inflação, puxadas pelos gastos com saúde. Investimentos, que incluem obras públicas, cresceram 73% em termos reais, atingindo R$ 3,2 bilhões no mês. A previsão para 2025 é de superávit primário de R$ 3,7 bilhões, desconsiderando precatórios. Caso esses pagamentos sejam incluídos, o governo pode fechar o ano com déficit de R$ 44,1 bilhões. O Congresso ainda precisa votar o Orçamento para consolidar essas projeções.

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Governo anunciará três novas medidas de crédito para a população

Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume. O governo federal planeja lançar três novas medidas para ampliar o acesso ao crédito para a população. De acordo com o presidente, a iniciativa visa impulsionar a economia por meio da oferta de mais crédito acessível a trabalhadores, pequenos agricultores e empreendedores individuais. “O Brasil vai crescer mais porque há uma série de fatores positivos em andamento, como o menor nível de desemprego da história, o aumento da massa salarial e uma oferta de crédito sem precedentes. Vamos anunciar mais três políticas de crédito para fortalecer esse cenário”, afirmou. Uma das medidas em estudo prevê a criação de um novo modelo de crédito consignado privado, sem limite para os juros cobrados. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o projeto será enviado ao Congresso antes do Carnaval, com expectativa de implementação até meados de março. O governo defende a ampliação do crédito para setores estratégicos da sociedade, garantindo condições mais acessíveis para trabalhadores formais e autônomos. “Dinheiro bom não é aquele que se concentra na mão dos mais ricos, mas sim o que chega aos trabalhadores, pequenos produtores rurais e microempreendedores”, enfatizou. A proposta em elaboração permitirá que bancos ofereçam esse crédito diretamente por meio de seus aplicativos e demais canais. Inicialmente, a operação será viabilizada pelo eSocial, plataforma do governo que registra informações trabalhistas de funcionários com carteira assinada. A iniciativa atende a demandas do setor bancário, mas contraria a posição do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que defende um modelo semelhante ao consignado do INSS, com maior regulação dos juros. O projeto que será encaminhado ao Congresso prioriza a operacionalização básica da nova modalidade, permitindo que trabalhadores formais tenham acesso facilitado a linhas de crédito por meio da base de dados do eSocial.

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Taxa de desemprego no Brasil foi maior entre as mulheres, aponta IBGE

Veja também o recorte dos números por cor ou raça O desemprego entre as mulheres (7,6%) foi maior que a desocupação verificada entre os homens (5,1%) no quarto trimestre de 2024. Na média nacional, a taxa de desocupação foi de 6,2%, informou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 4,9%. Para pretos (7,5%) e pardos (7,0%), os índices ficaram acima da taxa brasileira. Play Video A taxa de desocupação entre pessoas com ensino médio incompleto foi de 10,3%, mais que o triplo do percentual verificado entre aqueles com nível superior completo (3,3%). Em relação ao trimestre anterior, a taxa de desocupação (6,2%) no Brasil recuou em três unidades da federação: Paraná (queda de 0,7 ponto percentual), Minas Gerais (0,7 p.p.) e Rio Grande do Sul (0,6 p.p.), mantendo-se estável nos demais estados. As maiores taxas de desocupação foram registradas em Pernambuco (10,2%), Bahia (9,9%) e Distrito Federal (9,1%), enquanto as menores foram observadas no Mato Grosso (2,5%), Santa Catarina (2,7%) e Rondônia (2,8%). No quarto trimestre de 2024, o percentual de empregados com carteira assinada representava 73,4% dos trabalhadores do setor privado no país. Os maiores percentuais foram registrados em Santa Catarina (87,9%), São Paulo (81,2%) e Rio Grande do Sul (79,9%), enquanto os menores foram no Piauí (50,9%), Maranhão (52,3%) e Pará (54,4%). O percentual da população ocupada que trabalhava por conta própria no quarto trimestre de 2024 foi de 25,1%. Os maiores índices foram observados em Rondônia (34,9%), Maranhão (32,0%) e Amazonas (31,6%), enquanto os menores foram registrados no Distrito Federal (19,1%), Tocantins (20,2%) e Mato Grosso do Sul (21,3%). A taxa de informalidade no Brasil foi de 38,6% da população ocupada. Os maiores índices foram registrados no Pará (57,6%), Maranhão (56,8%) e Piauí (54,9%), enquanto as menores taxas ficaram com Santa Catarina (25,6%), Distrito Federal (29,0%) e São Paulo (30,3%). No quarto trimestre de 2024, o país tinha 1,4 milhão de pessoas buscando trabalho há dois anos ou mais. Esse contingente recuou 24,1% em relação ao mesmo período de 2023, quando 1,8 milhão de pessoas estavam nessa condição. Segundo o IBGE, 1,5 milhão de pessoas buscavam trabalho há menos de um mês. Esse número representou uma redução de 8,6% em comparação com o mesmo trimestre de 2023, quando 1,6 milhão de pessoas estavam nessa situação.

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Setor automotivo tem alta na produção e melhor janeiro desde 2021

Produção de veículos registrou crescimento de 15,1% e as exportações tiveram crescimento de 52,3% em comparação com janeiro de 2024 Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) revelam que o mês de janeiro de 2025 registrou crescimento de 15% na produção de autoveículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) em relação ao mesmo mês do ano anterior. Isto representa a produção de 175,5 mil unidades e o melhor resultado para o mês desde janeiro de 2021. De acordo com Márcio de Lima Leite, presidente da Associação, este crescimento tem como base “elevação de vendas no mercado interno somada ao aumento das exportações”, o que colabora para a melhora no mercado de trabalho. O aumento das exportações tem saldo positivo na América do Sul, com destaque para a Argentina. Outro ponto relevante é o aumento nos emplacamentos: crescimento de 6% em comparação com janeiro do ano passado. De acordo com a entidade, “esse número, alinhado com a projeção de 2025, representa o terceiro ano consecutivo com vendas em alta e atinge os níveis da indústria pré-pandemia.” No que tange aos carros elétricos, o mês teve a maior participação desses modelos: 10%. Já sobre os automotivos pesados, o emplacamento de ônibus chegou a um crescimento de 55,5% e a produção alta de 1,3%, enquanto os caminhões aumento de 14,5% no emplacamento e de 13,2% na produção, também em comparação a janeiro de 2024. “Este crescimento no segmento de ônibus representa o maior janeiro dos últimos cinco anos”, destaca a Anfavea. Intenção de Compra A associação automotiva também divulgou dados da “Pesquisa sobre Intenção de Compra”, realizada anualmente pela plataforma Webmotors. De acordo com o estudo, que ouviu 2.499 pessoas entre 6 e 17 de janeiro desse ano, “68% dos brasileiros desejam comprar ou trocar de carro este ano”, sendo que deles “37% ainda no primeiro semestre”. Argentina Como apontado pela Anfavea, a Argentina foi o principal país para as exportações brasileiras, superando o México. As exportações brasileiras para Argentina em janeiro mantiveram o ritmo forte de 2024, quando 166 mil veículos (398,5 mil unidades exportadas) foram para os “hermanos”, de acordo com o Estadão, com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). É apontado que 40% dos veículos comercializados no país eram brasileiros. Este volume exportado para os vizinhos representou um faturamento de US$ 2,58 bilhões, 60% maior que 2023 e o melhor resultado desde 2018 (US$ 4,61 bilhões).

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Nova Indústria Brasil completa 1 ano com investimentos de R$ 3,4 trilhões

Do total, R$ 1,2 trilhão é de investimento público e R$ 2,2 trilhões do setor produtivo para fortalecer a produção nacional nos próximos anos Numa solenidade nesta quarta-feira (12), no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo comemorou o primeiro ano da Nova Indústria Brasil (NIB), fundamental para o crescimento da economia e ampliação das exportações. Do total de R$ 3,4 trilhões, R$ 1,2 trilhão é de investimento público, incluindo recursos do Plano Mais Produção (P+P), braço de financiamento da NIB, do Mover e de programas alinhados, como o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica. Já o setor produtivo anunciou R$ 2,2 trilhões para o fortalecimento da produção nacional nos próximos anos. São áreas como agroindústria, automotivo, bioeconomia e energia renovável, construção civil, indústria da saúde, papel e celulose, siderurgia e defesa, aero e nuclear. “Nós crescemos o ano passado, a indústria em geral 3,1%, a indústria de transformação, 3,7%, o dobro da média mundial”, festeja o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que coordena o NIB. Alckmin disse que as exportações da indústria de transformação somaram US$ 189 bilhões, que também foi recorde. “E recorde também na criação de emprego e de renda para nossa população”, diz. No evento, também foi lançada as metas da missão 6 da NIB com investimentos públicos e privados de R$ 112,9 bilhões para ampliar o domínio brasileiro na área de soberania e defesa nacional. A missão busca aumentar o controle em áreas como radares, satélites e foguetes. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou investimentos de R$ 4,2 bilhões para projetos nos setores aeroespacial e de defesa. Os recursos são geridos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e apoiam 52 projetos estratégicos. “São os recordes que nós estamos fazendo na história. Em 2023 e 2024 foram R$ 30 bilhões para apoiar 2 mil projetos relacionados a missões da NIB. É o maior programa de inovação da história, da parte da Finep são R$ 51 bilhões até 2026, mas quero dizer que mais da metade disso já foi investido”, disse a ministra. Ela ressaltou o impacto do investimento na base industrial de defesa brasileira: “A nossa base industrial de defesa é forte e competitiva, catalisadora do desenvolvimento nacional. Nunca antes o MCTI investiu tanto na indústria de defesa com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT)”, diz. Durante o evento, a ministra e o presidente da Finep, Celso Pansera, assinaram um contrato de crédito de R$ 331 milhões com a Embraer. O financiamento tem como objetivo modernizar e ampliar a competitividade da empresa nos setores da missão 6. Centro de Alcântara Luciana anunciou que o país se prepara o lançamento do satélite brasileiro e dos primeiros veículos lançadores nacionais a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. Assim, o Brasil deixará de usar as bases de lançamento em países como a Índia e a China. “Dentre as entregas, veremos nosso satélite da indústria nacional no espaço e teremos os primeiros veículos lançadores nacionais decolando de Alcântara (..) Com isso, nos próximos anos, esperamos garantir uma regularidade de lançamentos de satélites nacionais em veículos brasileiros a partir de Alcântara. Essa iniciativa visa superar nossas vulnerabilidades na área espacial, incluindo satélites de comunicação e sistemas de geoposicionamento (GPS)”, disse a ministra. Missões da NIB Missão 1 – Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética Metas Promover o crescimento do PIB Agroindústria em até 3% ao ano, de 2024 a 2026; e em até 6%, ao ano, de 2027 a 2033; Ampliar a mecanização da agricultura familiar para 28% em 2026 e para 35% em 2033; Ampliar a tecnificação da agricultura familiar para 43% em 2026 e para 66% em 2033, incentivando o suprimento do mercado por máquinas e equipamentos nacionais, com promoção do desenvolvimento regional. Cadeias Produtivas Prioritárias Agricultura de precisão (drones) Máquinas agrícolas e suas partes e componentes Fertilizantes e biofertilizantes Investimento R$ 546,7 bilhões R$ 250,3 bilhões público R$ 296,4 bilhões privado Projetos relacionados – Programa Mais Alimentos – Estratégia Nacional para o Desenvolvimento da Agroindústria Sustentável Missão 2 – Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde Metas Produzir no País, 50% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde em 2026, e 70% em 2033. Cadeias Produtivas Prioritárias Medicamentos e princípios ativos biológicos Vacinas, hemoderivados e terapias avançadas Dispositivos médicos (equipamentos médicos) Investimento R$ 59,2 bilhões R$ 19,7 bilhões público R$ 39,5 bilhões privado Projetos relacionados – Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde Missão 3 – Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades Metas Contratar 2 milhões de moradias pelo Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), dos quais 500 mil com fornecimento de energia renovável (painéis fotovoltaicos) até 2026, e 6,9 milhões moradias (1,4 milhão com painéis fotovoltaicos) até 2033. Aumentar a participação de veículos eletrificados (elétricos e híbridos) com baterias nacionais na comercialização de veículos novos para 3% em 2026 e para 33% em 2033. Cadeias Produtivas Prioritárias Sistemas de propulsão Baterias elétricas Trens e suas partes e componentes Investimento R$ 1,6 trilhão R$ 606 bilhões público R$ 1,06 trilhão privado Projetos relacionados – Minha Casa, Minha Vida – Estratégia BIM BR Missão 4 – Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade Meta Transformar digitalmente 25% das empresas industriais brasileiras em 2026, e 50%, em 2033, assegurando a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias. Cadeias Produtivas Prioritárias Semicondutores Robôs industriais Produtos e serviços digitais avançados Audiovisual Investimento R$ 240,4 bilhões R$ 139,7 bilhões público R$ 100,7 bilhões privado Projetos relacionados – Novo Padis – Brasil Mais Produtivo – Lei da Informática – Brasil Semicon Missão 5 – Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as futuras gerações Metas Promover

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