Jornalista disse que já informou decisão ao governador, a quem agradeceu o convite
O jornalista Eduardo Costa (Cidadania) disse nesta segunda-feira (1º) que não será o vice na chapa do governador Romeu Zema (Novo) à reeleição. Em vídeo publicado nas suas redes sociais, o jornalista afirmou ter ligado para o governador para agradecer o convite para formar a chapa, mas rejeitá-lo, já que o PSDB, que é federado com o Cidadania, vetaria a indicação dele para o posto.
URGENTE: O jornalista Eduardo Costa (Cidadania) afirmou que não será candidato a vice na chapa do governador Zema (Novo) na disputa ao governo de MG. Ele agradeceu o convite, mas disse que isso não seria possível em função de a legenda estar em federação com o PSDB. Confira: pic.twitter.com/ql1lsJ6X2z
— O Tempo (@otempo) August 1, 2022
Eduardo Costa também criticou as lideranças tucanas Aécio Neves (PSDB) e Paulo Abi-Ackel (PSDB). O jornalista lembrou da acusação de que o ex-governador de Minas supostamente recebeu R$ 2 milhões em propina da JBS.
Uma das provas apresentadas no processo é a gravação em que Aécio Neves pede o dinheiro ao empresário Joesley Batista. Um suposto emissário, Frederico Pacheco, que é primo de Aécio, foi gravado recebendo malas de dinheiro na sede da empresa.
No início deste ano, a Justiça Federal em São Paulo absolveu Aécio Neves da acusação de corrupção passiva, assim como com Frederico Pacheco, mas o Ministério Público Federal recorreu da decisão. Aécio foi procurado e respondeu por meio de nota do partido à imprensa (confira a íntegra no final do conteúdo).
O jornalista também lembrou que o pai do presidente do PSDB de Minas, Paulo Abi-Ackel, era próximo da ditadura militar. Ibrahim Abi-Ackel chegou a ser ministro da Justiça durante o governo João Figueiredo, em 1980. Paulo Abi-Ackel foi procurado pela reportagem, mas ainda não se posicionou.
“O PSDB tinha que concordar (com a indicação para a vice). E aí meus amigos, a política que é a arte do possível para melhorar a vida das pessoas, me ensinou ao longo da minha vida que o impossível não”, disse o jornalista no vídeo.
“Conviver com Aécio Neves, não. Eu não tenho memória curta: eu lembro daquela história da mala de dinheiro e daquele áudio que rodou o Brasil, que se não vier pode tomar qualquer atitude. O PSDB, de Paulinho Abi-Ackel, filho do ministro da Justiça e relações preciosas com a ditadura, não, não dá para conviver com essa gente”, continuou Eduardo Costa.
Segundo o jornalista, diante da necessidade da liberação do PSDB, houve um “festival de negociações”. “Começou ‘ah, eu quero ser sucessor do Zema daqui a quatro anos’, ‘ah, eu queria que o Abi-Ackel fosse o vice do Zema’. Essas coisas. Então, antes que o prazo fatal chegue, na sexta-feira (dia 5 de agosto), eu liguei para o governador, agradeci a gentileza dele e estou de volta nos próximos dias à minha atividade normal na rádio Itatiaia”, concluiu Costa.
Em nota, o governador Romeu Zema (Novo) lamentou o fato do PSDB não ter liberado Eduardo Costa para ser seu vice.
“O governador Romeu Zema (Novo) lamenta que não tenha havido consenso para que o jornalista Eduardo Costa (Cidadania) fosse o candidato a vice na chapa e reitera a admiração pelo comunicador. Em respeito às decisões da federação partidária que ele integra, não vai se pronunciar sobre o posicionamento de outros partidos”, afirmou o Partido Novo, em nota enviada à reportagem.
Mateus Simões se torna favorito para vice de Zema
Com a recusa pública de Eduardo Costa, o favorito para ser o vice de Zema na próxima eleição é o ex-secretário Mateus Simões (Novo).
Na convenção do Novo, realizada no dia 23 de julho, o partido aprovou que, caso o vice não fosse Eduardo Costa, o escolhido seria Simões. Falta agora a Executiva Estadual do partido confirmar a indicação.
A chapa de Zema terá ainda o deputado federal Marcelo Aro (PP) como candidato ao Senado. O nome dele já foi aprovado tanto pelo Partido Novo como pelo PP.
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Confira a íntegra do posicionamento do PSDB em Minas Gerais:
Nota à imprensa
O PSDB de Minas Gerais lamenta profundamente os termos da manifestação do radialista Eduardo Costa ao anunciar que não será candidato ao cargo de vice-governador. A política impõe certos ritos que devem ser respeitados.
Jamais houve qualquer veto pessoal à pretensão de Costa. Apenas o PSDB já havia optado, como é legítimo, por apresentar o nome do deputado Marcus Pestana como candidato a governador, o que, por si só, inviabilizaria a aliança no primeiro turno com qualquer outra candidatura, inclusive a do governador Romeu Zema.
Na política nem sempre as coisas ocorrem da forma como imaginamos e esperamos. Mas isso não nos desobriga de manter as nossas relações no campo do respeito mútuo. É isso que temos feito em relação a todos os candidatos e em especial em relação ao Cidadania, partido que hoje está federado com o PSDB em todo o Brasil.
A nós, do PSDB, sempre pareceu claro que, ao convidar para compor a chapa do governador Zema um nome que fazia parte da federação com um partido que já tinha um candidato colocado ao Governo, no caso o PSDB, na verdade , o Novo buscava um artifício para manter a sua chapa pura, sem alianças.
Lamentamos que o radialista não tenha compreendido isso e, mais ainda, não tenha, no momento politicamente adequado, qual seja , no início das especulações com o nome dele, manifestado seu desinteresse em ser representante da federação PSDB-Cidadania. Versão trazida à tona apenas agora.
A referência oportunista a ações na Justiça que já foram esclarecidas e encerradas, não contribui para o bom debate político. Esperamos que nessas eleições o debate de ideias prevaleça sobre ataques pessoais e à honra de quem quer que seja. O PSDB sempre agiu dessa forma e continuará a fazê-lo.
PSDB-MG
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