Com Neymar fora do top 10, Jorginho disputa prêmio de melhor da Europa com De Bruyne e Kante

Jorginho, do Chelsea, disputa com o francês Kanté, seu colega de clube, e com o belga De Bruyne, do Manchester City, Mas, ele só é brasileiro de nascença. Cidadão italiano, virou craque na “Azzurra”.


Jorginho, com a taça da Eurocopa de seleções
Desde que a UEFA idealizou o seu prêmio de Melhor da Temporada, em 2011, três brasileiros se encaixaram na lista dos dez mais votados. Nenhum, todavia, conseguiu se colocar entre os três finalistas. Neymar ficou na quinta posição em 2014/2015 e no quarto lugar em 2018/2019. Alisson Becker foi o quarto em 2018/2019. Desta vez, no entanto, em 2020/2021, Jorge Luiz Frello Filho, apelido Jorginho, não apenas se inscreveu entre os três que contam como tem generosas possibilidades de arrebatar o precioso laurel.

No Chelsea, com a taça da Champions
Ironia, embora nascido em Imbituba, Santa Catarina, 20 de Dezembro de 1991, desde 2 de Outubro de 2012 ele é oficialmente um cidadão italiano. Aliás, foi o astro maior da “Squadra Azzurra” de Roberto Mancini que, em 11 de Julho, ao vencer a Inglaterra, dentro do seu palco sagrado de Wembley, arrebatou a taça da Eurocopa de seleções. E Jorginho também abiscoitou o troféu prateado da Champions League pelo Chelsea de Londres.

O “Ballon d’Or”
Desenvolvido pela entidade numa parceria com a ESM, a European Sports Media, o laurel resgata a importância do antológico “Ballon d’Or”, instituído em 1956 pela revista “France Football” e absorvido pela FIFA em 2010. Para o prêmio da FIFA contam-se os votos dos treinadores e dos capitães das seleções de suas afiliadas, mais um painel de jornalistas convidados. Bem mais restrito, o eleitorado da UEFA engloba os treinadores das 24 equipes presentes na Eurocopa, os treinadores dos 80 clubes que participaram das fases de grupos da Champions e da Europa League, e um periodista de cada uma das 55 federações.


De Bruyne, Kanté e Jorginho
Cada um desses 159 votantes pôde selecionar três atletas – nenhum, contudo, do seu próprio time ou seu país. O primeiro da sua relação levou cinco pontos; o segundo levou três; o terceiro, a nota um. Além de Jorginho, os votantes selecionaram, para o topo da relação, o armador belga Kevin de Bruyne, craque do Manchester City ganhador da Champions, e o volante franco-malinês N’Golo Kanté, parceiro de Jorginho no Chelsea.


A mana Fernanda, Jorginho e a mãe Maria Tereza
Trineto de um certo Giacomo Frello, da cidadezinha de Santa Caterina de Lusiana Conco, no planalto de Asiago, província de Vicenza, nordeste da Bota, um pioneiro nas emigrações para o Brasil, no Século XIX, foi da mamãe, Maria Tereza, e não do pai, Jorge, que Jorginho herdou a paixão pelo Futebol. Enquanto Jorge, sempre aos atritos com a mulher, acabou por se divorciar e por deixar com ela o menino e a irmã Fernanda, era Maria Tereza que o levava à praia, em Imbituba, para lhe ensinar as bases técnicas do Esporte Bretão.

Jorginho e a mãe, saudades da infância em Imbituba
A mamãe, aliás, chegou a jogar por uma agremiação de lá. E bingo! Com quinze anos de idade Jorginho obteve uma espécie de bolsa para se alojar num monastério de San Bonifacio, junto a Verona. E logo se tornou médio-volante na Sanbonifacese local. Ele se recorda de que, em várias ocasiões, de saudades, ameaçou desistir e retornar ao Brasil. Maria Tereza, no entanto, invariavelmente vetou: “Pra minha casa, você não volta…”


Destaque para um dos recordes de Jorginho no Twitter da Euro2020
Valeu. Graças ao iure sanguinis, o seu legítimo direito de descendência, segundo a Lei da Itália. Jorginho recebeu a sua cidadania e se tornou capaz de defender a “Azzurra”. Impacta o fato de nunca ter impressionado os treinadores da CBF nos dez anos recentes: Dunga, Mano Menezes, Luiz Felipe Scolari e Tite. Habilidoso, inteligente, um apoiador que jamais abaixa a cabeça, que rarissimamente erra um passe, excelente finalizador, exímio cobrador de faltas e de penais, faria uma bela dupla de meio de campo com Casemiro.


No Verona, adolescente
Na Europa, depois de algum tempo com o Verona (89 partidas e 11 gols de 2011 a 2013), brilhou no Napoli (133/2, de 2013 a 2018), tanto que o Chelsea não hesitou em despender o correspondente a R$ 400 milhões pelo seu contrato. Na agremiação de Londres ele atuou em 96 pugnas e registrou 13 tentos. Em duas temporadas, 2018/2019 e 2020/2021, a Mídia do Velho Continente o elegeu disparadamente como o destaque na sua posição.

Ainda muito jovem, nos começos do Napoli
Devis Mangia, que orientou a Sub-21 da “Azzurra” em 2012/2013, foi o primeiro a convocá-lo, em Novembro de 2012, dias depois de formalizada a sua documentação. Jorginho, então, viveu no limbo de chamadas esporádicas até que, em 19 de Março de 2016, na fase de preparação à Eurocopa da França, Antonio Conte o incluiu na lista dos 30 que a Itália podia inscrever. Anotaria o seu gol de número um pela seleção apenas na sua nona porfia, em 7 de Setembro de 2018, pela então inédita Nations League, contra a Polônia, empate 1 X 1, já sob Roberto Mancini. Na Euro, completou os 35 cotejos já com cinco tentos anotados.


No seui Twitter, versão número 5
O ex-astro da Sampdoria não fez de Jorginho o capitão da “Azzurra”. Seria difícil tirar a braçadeira de Giorgio Chiellini. A Jorginho, entretanto, o treinador incumbiu de conduzir o seu elenco no gramado. E Jorginho de fato brilhou. Inesquecível a sua cobrança, insidiosa pela mansidão, na nervosa disputa de penais que despachou a Espanha nas semifinais. Verdade que a final, contra os donos da casa, os ingleses, também se definiu nos penais e que Jorginho desperdiçou a chance dele. Nem por isso eu deixaria de sufragá-lo como o Melhor da Temporada. Dos três selecionados, em comparação a Kevin de Bruyne e a N’golo Kanté, Jorginho foi o único a se provar crucial, fundamental, na sua seleção e no seu time.

Fonte Esportes R7

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