Duas unidades de equipamento sofisticado chamado Guardião, que faz escutas telefônicas em grande quantidade, sumiram nas mãos dos procuradores da Lava Jato de Curitiba, coordenada por Deltan Dallagnol. Os aparelhos faziam parte de compras da Lava Jato para interceptação telefônica. Os procuradores paranaense adquiriram três Guardiões, mas dois deles sumiram, segundo reportagem do Conjur.
O Guardião é um sistema de software e hardware fabricado exclusivamente pela empresa Dígitro, de Santa Catarina. O sistema é capaz de gravar simultaneamente centenas de ligações.
Segundo a empresa, o sistema é adaptado para cada cliente, mas não pode ser vendido para empresas privadas. A própria Dígitro diz que só pode ser vendido para Polícia Federal, Secretarias de Segurança Pública, Ministério Público, entre outros órgãos e instituições públicas.
O custo, em 2007, girava em torno de R$ 500 mil, além dos gastos com a manutenção. Em 2006, o Ministério Público do Mato Grosso, por exemplo, comprou um por R$ 413 mil.
A informação sobre possível furto dos equipamentos que estavam com os procuradores da Lava Jato é um dos escândalos envolvendo a chamada ‘república de Curitiba’, da qual o ex-juiz Sérgio Moro também fazia parte, informalmente. Inclusive, esse tipo de equipamento foi usado no grampo ilegal contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
As apurações da Procuradoria-Geral da República já mostrou que os procuradores de Curitiba abriram mais de mil inquéritos nos últimos cinco anos, que não foram encerrados, lembra a reportagem. Sim, mais de mil inquéritos!
O pior é que, segundo a reportagem, grande parte do acervo de gravações foi apagado no ano passado. Há fortes indícios de distribuição de processos fraudada e outras ilegalidades, que podem vir à tona com a saída de Sérgio Moro do governo e se essas averiguações avançarem.
As informações sobre o possível furto dos equipamentos saiu em reportagem (link) em que mostra uma briga entre a PGR e os procuradores do Paraná.
Segundo publicou o jornalista Aguirre Talento no jornal O Globo, os procuradores de Curitiba, inacreditavelmente, fizeram uma representação contra a PGR na Corregedoria do Ministério Público Federal.
Os procuradores se negam a entregar as informações para seus superiores e se insurgiram contra o compartilhamento de informações com a PGR. As informações podem comprovar ilegalidades cometidas em Curitiba.
Via Carta Campinas