A iniciativa de Dona Terezinha Leal de criar um jardim onde existia um lixão a céu aberto na beira da linha férrea – entre as ruas Rio Grande do Norte e Dona Tiburtina – do bairro Morrinhos vem chamando a atenção dos transeuntes e motoristas e despertando a vizinhança para seguir seu exemplo. O local também ganhou obras de arte feitas por artistas e grafiteiros, com desenhos de flores e borboletas nos muros.
“Depois de vários anos brigando, sem êxito, com carroceiros e com muitas pessoas, até mesmo alguns vizinhos, que teimavam em despejar entulho, lixos e até bichos mortos ao longo da linha, principalmente em frente à minha residência e, consequentemente, trazendo para dentro de casa todos os tipos de animais peçonhentos, resolvi mudar de tática e comecei embelezar este espaço e transformá-lo num jardim, o que acabou dando certo, felizmente. Hoje, vem sendo um estímulo para muita gente que mora nas proximidades da linha férrea e que me procura com a intenção de fazer a mesma coisa”, disse Leal.
Depois que iniciou a revitalização do lixão na beira da linha férrea, Dona Terezinha conta que recebeu o apoio de vizinhos e da comunidade, no cuidado com o jardim e na doação de mudas. “O maior problema é o custo com a água e com as diárias de um jardineiro. Minha conta de água, por exemplo, triplicou. Ainda bem que tenho o apoio de três vizinhos que me auxiliam a cuidar deste jardim, inclusive ajudando no manuseio e até mesmo pagando algumas diárias para um jardineiro, além do apoio da população, que sempre traz pneus, esterco, mudas de rosas ou galhos. Eu mesma faço as mudas, pois basta colocar num recipiente com água – tendo o cuidado de trocá-la sempre, para evitar foco da dengue – até elas enraizarem. Depois é só plantar, molhar e aguardar aflorar, para a alegria das borboletas, beija-flores, e principalmente nossa, que ficamos assistindo esta maravilha, bem diferente do que era antes”, comemorou.
Prefeitura incentiva projetos ambientais
A Prefeitura de Montes Claros está apoiando projetos que visam a melhoria e a recuperação da qualidade ambiental, por meio do Fundo Único do Meio Ambiente (FAMMA). Para o secretário Paulo Ribeiro, os bons projetos ambientais devem ser apoiados por toda comunidade, uma vez que a responsabilidade de administrar uma cidade não é apenas do prefeito, mas sim de toda a população. “A responsabilidade de cuidar de Montes Claros é de todos nós. Por isso, é plausível a atitude de Dona Terezinha, neste projeto de revitalizar e arborizar as margens da linha férrea. Sem dúvida, temos o maior interesse de apoiá-la, na doação de mudas e no suporte técnico de engenheiros, agrônomos, arquitetos etc, mas principalmente no auxílio com caminhão-pipa para molhar constantemente seu jardim, sem a necessidade de usar água potável da Copasa”, explicou Ribeiro.
“Infelizmente, neste caso, não podemos ajudar neste projeto de Dona Terezinha com recursos do FAMMA, já que o fundo não permite financiamento para pessoas, apenas para projetos contemplados nas áreas de educação ambiental, revitalização de microbacias, gestão de resíduos sólidos, pesquisa e desenvolvimento, etc, associados a alguma entidade. Por isso é importante que este projeto seja ancorado com alguma associação”, sugeriu o secretário.
FAMMA
Com o objetivo de contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade de vida da população do município, no perímetro urbano e na zona rural, o prefeito Humberto Souto implantou o Fundo Único do Meio Ambiente (FAMMA), beneficiando, neste ano, cerca de 600 famílias com investimentos de R$ 200 mil, através dos projetos classificados e suas respectivas entidades beneficiadas, que foram: “Para Além das Prisões”, que beneficia sentenciados com um dia de remissão de pena para cada trabalhado, da Legião de Assistência Recuperadora; “Para Colher, Basta Reciclar”, da Associação Comunitária de Tabuas; “Captação de Água da Chuva”, na Escola Municipal Du Narciso; “Hortas Urbanas e Plantas Medicinais”, da Associação Recanto das Hortaliças, na Vila Antônio Narciso, no Grande Santos Reis; “A Semente Florescerá”, da Escola Municipal Alfredo Soares da Mota; “Guarujá Ambiental, Coleta Seletiva Porta a Porta”, da Associação Comunitária do Bairro Guarujá; “Educação Ambiental e Gestão de Resíduos Sólidos”, da Igreja Batista Esperança e Vida; e “Pequenas Barraginhas de Captação de Água de Chuva”, da Associação Comunitária de Varginha da Onça