A Expedição Caminhos dos Gerais constatou que o rio Congonhas, onde deverá ser construída a barragem homônima, está seco em várias partes, inclusive permitindo que se faça a sua travessia a pé. Os ambientalistas e pesquisadores ficaram impressionados com a situação do rio, que é a esperança para resolver a falta de água em Montes Claros. A expectativa é que as obras sejam iniciadas no máximo em um ano. As águas de Congonhas serão transpostas para o Verde Grande e poderá salvar Montes Claros.

Na visita ao rio Congonhas os expedicionários encontraram várias áreas sem água, inclusive no eixo onde será construída a barragem. As cachoeiras que existiam na sua área deixaram de existir. O cenário de catástrofe levou os participantes a discutirem se é possível que esse rio seja suficiente para socorrer Montes Claros. Além disso, o impasse entre o Estado e União pela construção da barragem provocou uma triste realidade: o porte da barragem, que teria inicialmente 90 metros de altura, acabou reduzido para 60 metros, depois que o Estado remodelou o projeto.

O coordenador do roteiro, Eduardo Gomes Assis, afirma que a realização da expedição no rio Congonhas é para provocar uma discussão sobre a situação desse rio, que de um lado é tomado por plantio de eucalipto e do outro, por campos gerais. A maior preocupação dos ambientalistas é que a Reflorestadora Plantar conseguiu a outorga para retirar grande potencial de água. O Estado formou uma comissão com especialistas para analisar a concessão da reflorestadora, inclusive sobre a documentação das terras, pois existem muitos rumores de que são terras devolutas usadas no plantio de eucalipto pela Plantar na região de Montes Claros.

Eduardo Gomes disse que as negociações estão sendo feitas no sentido de que o plantio do eucalipto seja em no mínimo 100 metros das margens e nascentes do rio Congonhas e outras bacias hidrográficas. Segundo ele, a Copasa está estudando esse projeto, pois isso poderá ajudar a garantir água para Montes Claros. A proposta é que a construção da Barragem de Congonhas somente seja autorizada se ocorrer uma compensação, como a criação de Parque Estadual ou Área de Preservação, abrangendo todos os municípios cortados pelo rio Congonhas.

Com GIRLENO ALENCAR

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