A capacitação é fruto de uma ação conjunta entre a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Fundação Ezequiel Dias (Funed), Centro de Controle de Zoonoses de Belo Horizonte e o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG).

Subordinada à SES, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros promoverá a 1ª capacitação de referências técnicas de seis municípios – Salinas, Fruta de Leite, Novorizonte, Padre Carvalho, Rubelita e de Santa Cruz de Salinas – que integram a microrregião.

A coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, diz que a descentralização das atividades ocorre em “momento oportuno”, “já que nos últimos anos, tivemos confirmada a ocorrência da doença em primatas não humanos em municípios da região.”

Ela explica que a capacitação permite “agilizar os processos de coleta de amostras para análise laboratorial e, consequentemente, a investigação de casos. Isso possibilitará à SES-MG agir com maior rapidez junto com os municípios visando conter a disseminação da doença.”

Morte de primatas

Entre as atividades previstas estão aulas teóricas e práticas sobre coleta, armazenamento e transporte de vísceras de primatas, além da identificação e capacitação de agentes para a vigilância de epizootias e entomologia para o controle da febre amarela e utilização do Sistema de Informação em Saúde Silvestre (SISS-GEO).

Dados da SES apontam que dos 20 primatas encontrados mortos com febre amarela nos últimos três anos, 90% erma das seguintes cidades do Norte de MG:

2020: Juramento
2021: Brasília de Minas, Coração de Jesus, Icaraí de Minas, São João da Lagoa e Ubaí
2022: Brasília de Minas e Ubaí

Vacinação

Estratégia fundamental para evitar a propagação da febre amarela, a importância de aumento da cobertura vacinal também será abordada. Como afirma a coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, MG tem risco de ocorrência de surto da doença, sendo que os dois últimos episódios foram registrados entre os anos de 2016 e 2018, com letalidade que variou de 34,1% a 33,5% em algumas regiões do estado.

A vacina contra a febre amarela é disponibilizada pelo SUS e deve ser tomada da seguinte forma:

Crianças com nove meses de vida – uma dose
Crianças com quatro anos de idade – uma dose de reforço;
Pessoas entre 5 a 59 anos de idade, não vacinados ou sem comprovante de vacinação – uma dose
Quem recebeu uma dose antes de completar cinco anos deve tomar uma dose de reforço, independentemente da idade

Sobre a doença

(Informações da SRS de Montes Claros)

A febre amarela é uma doença febril aguda, de evolução rápida e de gravidade variável. Possui elevada letalidade nas suas formas mais graves. É transmitida por mosquitos e pernilongos infectados e não há transmissão de uma pessoa para outra.

É uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo caso suspeito (tanto morte de macacos, quanto casos humanos com sintomas compatíveis) deve ser prontamente comunicado pelos gestores de saúde dos municípios em até 24 horas após a suspeita inicial. Em seguida, os serviços estaduais de saúde devem notificar ao Ministério da Saúde os eventos de febre amarela suspeitos.

No ciclo silvestre os macacos são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus. Já no ciclo urbano o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão da febre amarela ocorre a partir de vetores infectados, entre eles o mosquito Aedes aegypti, também transmissor da dengue, chikungunya e do zika vírus.

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