Forças armadas compraram 714 mil quilos de picanha e 80 mil unidades de cerveja realizada em 2020. (Marcos Corrêa/PR)

Grupo apresentou denúncia à PGR com indícios de superfaturamento de carnes nobres e cervejas para Exército e Marinha

 Um grupo de deputados federais apresentou denúncia junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) devidos suspeita de superfaturamento na compra de carnes nobres e cervejas especiais para festas do Exército e Marinha. Os parlamentares indicam suspeitas na compra de 714 mil quilos de picanha e de 80 mil unidades de cerveja realizada em 2020.

Além das toneladas de picanha e carvão, dados oficiais obtidos no Painel de Preços do Ministério da Economia mostram que os militares usaram dinheiro público para comprar Heineken, Stella Artois, Bohemia Puro Malte, Eisenbahn e Skol Beats.

A representação, protocolada nessa terça-feira (9), é assinada pelos deputados Vilson da Fetaemg (PSB-MG), Elias Vaz (PSB-GO), Alessandro Molon (PSB-RJ), Denis Bezerra (PSB-CE), Lídice da Mata (PSB-BA), Camilo Capiberibe (PSB-AP), Bira do Pindaré (PSB-MA). Levantamento feito pelo parlamentar Elias Vaz, apontam valores superiores até 67% do preço de mercado.

Conforme a denúncia, somente em um pregão eletrônico, o 38º Batalhão de Infantaria comprou 500 garrafas da cerveja Stella Artois a R$ 9,05 cada; 3 mil garrafas de Heineken, a R$ 9,80 cada.

Para mostrar que os preços estão superiores aos praticados no mercado, o documento lista valores inferiores cobrados por supermercados. Uma imagem mostra latas de Bohemia Puro Malte a R$ 2,59, valor 67% menor que os R$ 4,33 pagos pela 9ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, que comprou 1.008 latinhas.

“Verifica-se que a maioria dos processos de compras desses produtos seguiu o procedimento da licitação. A Administração Pública, portanto, teve a coragem de mover a estrutura federal para conduzir certames com o objetivo de comprar grande quantidade de cerveja”, argumentam os autores da representação.

O levantamento, feito com bases em dados oficiais do governo, mostra que o Exército foi o que mais comprou picanha: 569,2 toneladas, ante 88 toneladas da Marinha. As forças armadas não se manifestaram sobre as compras.

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